ROSÁRIO LAUREANO 1 Cálc. Diferenc. em R — Regra da cadeia n [Elaborado por Rosário Laureano] [2012/13] Este ficheiro contém: 1. Tópicos de teoria - derivada direcional (p. 1) 2. Exercícios resolvidos (p. 3) 3. Exercício propostos (com solução) (p. 3) 1 Tópicos de teoria - regra de derivação da função composta (regra da cadeia) − → − → − ⊆ Rn → Rm e G : D→ − ⊆ Rm → Rp funções vectoriais Sejam F : D→ F G − → − → − → − → − (portanto a função composta G ◦ F está bem ⊂ D tais que F D→ F G −. definida) e (a1 , . . . , an ) um ponto interior a D→ F − → − → Regra da cadeia Se F é diferenciável no ponto (a1 , . . . , an ) e G é − → − → − diferenciável em F (a1 , . . . , an ) ∈ Int F D→ então a função composta F − → − → G ◦ F também é diferenciável em (a1 , . . . , an ) e é válida a regra da cadeia (ou regra da função composta) que se traduz pela seguinte igualdade entre matrizes Jacobianas (definição no Capítulo 11) − − → − → − → − → → J G ◦ F (a1 , . . . , an ) = J G F (a1 , . . . , an ) · J F (a1 , . . . , an ) . matriz m×n matriz p×n matriz p×m − → − ⊆ R → R2 é uma função vectorial CASO PARTICULAR 2: Se F : D→ F de variável real diferenciável em a e g : Dg ⊆ R2 → R é uma função real de − → duas variáveis reais diferenciável em (b, c) = F (a) = (F1 (a) , F2 (a)), então a função composta h definida por h (t) = g (F1 (t) , F2 (t)) ≡ g (u, v) ROSÁRIO LAUREANO 2 (representamos os argumentos F1 (t) e F2 (t) por u e v, respectivamente) é diferenciável em a e a sua derivada (total) é ∂F1 ∂t (a) dh ∂g ∂g h (a) = · (a) = (b, c) (b, c) dt ∂u ∂v 1×2 ∂F2 (a) ∂t 2×1 = ∂g ∂F1 ∂g ∂F2 (b, c) · (a) + (b, c) · (a) ∂u ∂t ∂v ∂t = ∂u ∂g ∂v ∂g (b, c) · (a) + (b, c) · (a) . ∂u ∂t ∂v ∂t − → − ⊆ R2 → R2 é uma função vectorial CASO PARTICULAR 1: Se F : D→ F de variável real diferenciável em (a, b) e g : Dg ⊆ R2 → R é uma função real de − → duas variáveis reais diferenciável em (c, d) = F (a, b) = (F1 (a, b) , F2 (a, b)), então a função composta h definida por h (x, y) = g (F1 (x, y), F2 (x, y)) ≡ g (u, v) (representamos os argumentos F1 (x, y) e F2 (x, y) por u e v, respectivamente) é diferenciável em (a, b) e é válida a igualdade matricial ∂h ∂x ∂h ∂y = 1×2 ∂g ∂u ∂F 1 ∂x ∂g · ∂v 1×2 ∂F2 ∂x ∂F1 ∂y , ∂F2 ∂y 2×2 sendo as derivadas parciais da primeira e da terceira matrizes calculadas no − → ponto (a, b) e as da segunda matriz calculadas no ponto (c, d) = F (a, b) = (F1 (a, b) , F2 (a, b)). Portanto, ∂g ∂F1 ∂g ∂F2 ∂h (a, b) = (c, d) · (a, b) + (c, d) · (a, b) ∂x ∂u ∂x ∂v ∂x = ∂g ∂u ∂g ∂v (c, d) · (a, b) + (c, d) · (a, b) ∂u ∂x ∂v ∂x ROSÁRIO LAUREANO 3 e ∂h ∂g ∂F1 ∂g ∂F2 (a, b) = (c, d) · (a, b) + (c, d) · (a, b) ∂y ∂u ∂y ∂v ∂y = ∂u ∂g ∂v ∂g (c, d) · (a, b) + (c, d) · (a, b) . ∂u ∂y ∂v ∂y Para cada função que resulte da composição de outras funções é conveniente a construção de um esquema em "árvore" que ilustre todas as dependências entre as funções envolvidas. A leitura desse esquema permite a aplicação correcta da regra da cadeia: considera-se a soma das contribuições relativas a cada caminho e a cada um destes o produto de derivadas. 2 Exercício resolvido Exercício f (x, y) = Ax2 + 2Bxy + cy 2 , com x = uv, y = √ Considere 2 ln (u) − v, u = s e v = s + 1. Obtenha a derivada f (s). RESOLUÇÃO: Podemos considerar um esquema auxiliar (esquema em "árvore"). Pela regra de derivação da função composta (ou regra da cadeia), obtemos df ∂f ∂x du ∂x dv ∂f ∂y du ∂y dv f (s) = = + + + ds ∂x ∂u ds ∂v ds ∂y ∂u ds ∂v ds 1 1 = (2ax + 2by) (v · 2s + u) + (2bx + 2cy) 2s + − √ u 2 v 2s 1 = (2ax + 2by) (2vs + u) + (2bx + 2cy) − √ . u 2 v 3 Exercícios propostos (com solução) ∂f ∂f e sendo ∂x ∂y 2 2 2 2 2 f = ln xy + x y + 1 + (xy + x y) . 1. Use a regra da cadeia para calcular ROSÁRIO LAUREANO 2. Calcule 4 ∂z ∂z e sendo ∂x ∂y z= com u = x ln y e v = xy. u+v u−v ∂z ∂z e sendo z = f (uv) com u = x2 − y 2 e v = exp (xy), ∂x ∂y com f de classe C 1 . 3. Calcule ∂z dz e sendo z = x exp (yt), com x = t2 + 1 e y = sin t. ∂t dt z 5. Calcule u sendo u = com x = R cos t, y = R sin t e z = H. x2 + y 2 4. Calcule 6. Calcule z no ponto t = 1 em que z= u , 1 + exp v com u = f (x), v = g (xy), x = t2 , y = ϕ (t3 ), onde f, g e ϕ são funções de classe C 1 , e sabendo que ϕ (1) = 2, f (0) = −1, g(0) = 0, f (0) = −2, g (0) = 1 e ϕ (1) = 3. ∂f ∂f e sendo ∂x ∂y 2 x2 + y 2 2 1− f = x +y . 1 + x2 + y 2 7. Use a regra da cadeia para calcular 8. Considere a função uv f =ϕ + u2 2u + v em que ϕ é uma função diferenciável no seu domínio, u = y/ x2 − z 2 e v = xy exp z 2 − 1 . Sabendo que ϕ (3/2) = 2, calcule as derivadas parciais de primeira ordem de f em ordem a x, a y e a z no ponto P (−2, 3, 1). ROSÁRIO LAUREANO 5 9. Dada a função diferenciável g : R3 → R definida por z = g (x, u, v), considere a função f (x, y) = g (x, x + y, xy) . Mostre que ∂f ∂g ∂g ∂f (2, 1) − (2, 1) = (2, 3, 2) − (2, 3, 2) . ∂x ∂y ∂x ∂v 10. Seja f : R3 → R uma função diferenciável no ponto (0, e, 0) e g (x, y) = f y 2 sin x, exp y, ln 1 + x2 para todo o (x, y) ∈ R2 . Sabendo que a matriz Jacobiana de f no ponto T (0, e, 0) é J = e −1 e , mostre que ∂g ∂g (0, 1) + (0, 1) = 0. ∂x ∂y 11. Sendo f uma função diferenciável no seu domínio, mostre que x z=f y verifica a equação x ∂z ∂z +y = 0. ∂x ∂y 12. Sendo ϕ uma função diferenciável no seu domínio, mostre que y z = xy + xϕ x satisfaz a equação x ∂z ∂z +y = xy + z. ∂x ∂y 13. Sendo ϕ uma função diferenciável em R2 , mostre que z = yϕ (x2 − y 2 ) verifica a igualdade 1 ∂z 1 ∂z z + = 2. x ∂x y ∂y y ROSÁRIO LAUREANO 6 14. Sendo ϕ uma função diferenciável em todo o seu domínio, mostre que x2 z = ϕ y exp 2 · exp y 2y satisfaz a equação x2 − y 2 ∂z ∂z + xy = xyz. ∂x ∂y 15. Mostre que a função f (x, y, z) = G (x2 − y 2 , y 2 − z 2 ), em que G é uma função diferenciável em R2 , verifica a igualdade ∂f ∂f ∂f yz + xz + xy = 0. ∂x ∂y ∂z 16. Mostre que a função u = sin x + ϕ (sin y − sin x), em que ϕ é uma função diferenciável em R2 , verifica a igualdade ∂u ∂u cos x + cos y = cos x cos y. ∂y ∂x 3.1 1. Soluções dos exercícios propostos ∂f y 2 + 2xy ∂f x2 + 2xy = e = sendo u = xy 2 e v = x2 y ∂x ∂y 2 2 1 + (u + v) 1 + (u + v) 2. ∂z ∂z 2 (ln y − 1) =0 e = ∂x ∂y (ln y − y)2 3. ∂z ∂z = [yu exp (xy) + 2xv] f e = [xu exp (xy) − 2yv] f ∂x ∂y ∂z dz = xy exp(yt) e = (2t + xy + xt cos t) exp (yt) ∂t dt 5. 0 4. 6. −1 7. 2u2 + 2u − 2 ∂f 2u2 + 2u − 2 ∂f =x e = y para u = x2 + y 2 2 2 ∂x ∂y (1 + u) (1 + u) 8. ∂f 113 ∂f 5 ∂f 4 (−2, 3, 1) = , (−2, 3, 1) = e (−2, 3, 1) = ∂x 12 ∂t 3 ∂z 3