VESTIBULAR: RESUMOS PROFESSOR: WALTER TADEU MATEMÁTICA I FUNÇÕES EM GERAL Definição. Uma função é uma relação binária entre elementos de um conjunto X e elementos de um conjunto Y satisfazendo as condições de não ambigüidade e não exceção. A função é chamada de X em Y. Uma representação na forma de diagramas de conjuntos ilustra esta definição. Exemplo 1: Considere dois conjuntos, sendo A = {pessoas de uma mesma família} e B = IN. Observe que, se uma pessoa da família estivesse relacionada a mais de um número do conjunto B, então ela teria mais de uma idade. O que não é possível. Isto é uma ambigüidade. Ainda nesta situação, caso alguma pessoa da família não estivesse relacionada a um número de B, ela não teria idade! Isto é uma exceção. Exemplo 2: Relação que associa o conjunto de filhos X ao de pais Y. i) A Relação I não é função, pois há duas ambigüidades: Carlos e Paulo relacionam-se a mais de um elemento do conjunto Y. ii) A Relação II não é função, pois houve exceção: Clara não se relacionou com nenhum elemento do conjunto Y. iii) As Relações III e IV são funções. Repare que o elemento de Y pode não ser relacionado a nenhum elemento de X. Noção de variável: Variável é um elemento genérico de um conjunto. As funções muitas vezes aparecem como leis ou fórmulas matemáticas onde a partir de um valor (variável) calcula-se outro. Exemplo. No Brasil, o número de sapato está relacionado com o tamanho do pé, em centímetros, e é dado pela fórmula N(p) 5p 28 , onde N é o número do sapato, p é o tamanho do pé, em centímetros. 4 Logo N(p) é uma função de variável p. É uma função, pois não há ambigüidade (ninguém possui dois tamanhos diferentes no mesmo pé), nem exceção (cada pessoa com pé pode medi-lo). Uma pessoa com o pé de tamanho de 24 cm, terá seu sapato com número: N (24) 5.(24) 28 37 4 1 DOMÍNIO E IMAGEM DE FUNÇÕES Numa função f: A -> B entre os conjuntos A e B, as variáveis estão no conjunto A e os valores assumidos (calculados) por elas mediante uma lei ou fórmula estão em B. O conjunto A é chamado Domínio, D(f), da função e o conjunto B é chamado Contradomínio, CD(f), da função. Os valores encontrados em B (contradomínio) mediante os cálculos pertencem a um subconjunto de B chamado Imagem, Im(f), da função. Exemplo. Seja o conjunto A = {0, 1, 2, 3, 4) e B = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10}. Vamos definir as funções f(x): A -> B e g(x): A -> B relacionando os conjuntos. A variável x pertence ao conjunto A, pois é f de A em B. a) f(x) = 2x. Isto é, cada elemento de B será encontrado multiplicando cada valor de x em A por 2. Temos: f(0) = 2.(0) = 0 f(1) = 2.(1) = 2 f(2) = 2.(2) = 4 f(3) = 2.(3) = 6 f(4) = 2.(4) = 8 b) g(x) = (x – 3)2. Isto é, cada elemento de B será encontrado calculando o quadrado da diferença entre cada valor de x em A e 3. Temos: g(0) = (0 – 3)2 = (-3)2 = 9 g(1) = (1 – 3)2 = (-2)2 = 4 g(2) = (2 – 3)2 = (-1)2 = 1 g(3) = (3 – 3)2 = (0)2 = 0 g(4) = (4 – 3)2 = (-1)2 = 1 Quando o domínio de uma função é o conjunto dos números reais (IR) significa que qualquer número real pode ser colocado como variável na fórmula ou lei que define a função f(x). No entanto, nem sempre isso é possível. Veja os exemplos. a) O domínio da função definida por f: IR -> IR, f(x) = 3x + 4 é D(f) = IR, pois qualquer valor de x, poderá ser calculado. A imagem também será Im(f) = IR. b) O domínio da função dada por f ( x ) x3 é D(f) = IR – {1}. Isto é, o único real que não pode ser x 1 colocado no lugar de x é 1, pois x – 1 = 1 – 1 = 0 está no denominador e ele não pode ser nulo. c) O domínio da função dada por f ( x ) x 2 é D(f ) x IR / x 2} , pois o radicando negativo na raiz quadrada não está definido no conjunto dos reais. 2 ANÁLISE DE GRÁFICO DE FUNÇÕES O gráfico de uma função, quando corretamente interpretado, pode nos fornecer inúmeras informações sobre o comportamento da função. Observaremos características gerais de funções e vamos interpretá-las graficamente. Exemplo. Observe no gráfico ao lado os intervalos onde a função cresce, decresce e seus pontos de máximo e mínimo. Os valores de “x” e de y = f(x) são ilimitados. Isto é: D f ; IR Im f ; IR Pela lei da função, temos: - f (3) = (3) 3 - f ( 0 ) = ( 0) 3 - 3 27 81 (3) 2 27 40,5 2 2 2 3 (0) 2 0 2 f 1 = 13 12 1 3 2 3 1 0,5 2 2 3 FUNÇÃO INVERSA: Dada uma função f: A → B, se f é bijetora, então se define a função inversa como sendo a função de B em A, tal que f -1(y) = x . Veja a representação mostrada no quadro. Observações: a) para obter a função inversa, basta permutar as variáveis x e y. b) o domínio de f -1 é igual ao conjunto imagem de f. c) o conjunto imagem de f -1 é igual ao domínio de f. d) os gráficos de f e de f -1 são curvas simétricas em relação à reta y = x, ou seja, à bissetriz do primeiro quadrante. Exemplo: Determine a inversa da função definida por y = 2x + 3. i) Permutando as variáveis x e y, fica: x = 2y + 3. ii) Explicitando y em função de x, vem: 2 y x 3 y x3 , que define a função inversa da função 2 dada. Observação: O gráfico mostrado a seguir representa uma função e a sua inversa. Observe que as curvas representativas de f e de f-1 são simétricas em relação à reta y = x, que é bissetriz do primeiro e terceiro quadrantes. FUNÇÃO COMPOSTA: Chama-se função composta (ou função de função) à função obtida substituindo-se a variável independente x, por uma função. Simbologia: fog(x) = f(g(x)) ou gof (x) = g(f(x)). Veja o esquema a seguir: Observação: A composição de funções não é comutativa. Isto é, em geral temos que fog ≠ gof. Exemplo: Dadas as funções f(x) = 2x + 3 e g(x) = 5x, pede-se determinar gof(x) e fog(x). Temos: i) gof(x) = g[f(x)] = g(2x + 3) = 5(2x + 3) = 10x + 15 ii) fog(x) = f[g(x)] = f(5x) = 2(5x) + 3 = 10x + 3 4