UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE CIÊNCIAS APLICADAS Renata Costa Marques Marketing Promocional Proposta para promoção do marketing do ESP® da Robert Bosch Ltda. Limeira 2015 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE CIÊNCIAS APLICADAS Renata Costa Marques Marketing Promocional Proposta para promoção do marketing do ESP® da Robert Bosch Ltda. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Gestão de Empresas à Faculdade de Ciências Aplicadas da Universidade Estadual de Campinas. Orientador: Prof. Dr. André Luiz Sica de Campos Limeira 2015 Ficha catalográfica Universidade Estadual de Campinas Biblioteca da Faculdade de Ciências Aplicadas Renata Eleuterio da Silva - CRB 8/9281 Marques, Renata Costa, 1994M348m MarMarketing promocional : proposta para promoção do marketing do ESP® da Robert Bosch Ltda. / Renata Costa Marques. – Campinas, SP : [s.n.], 2015. MarOrientador: André Luiz Sica de Campos. MarTrabalho de Conclusão de Curso (graduação) – Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências Aplicadas. Mar1. Kotler, Philip, 1931-. 2. Keller, Kevin Lane, 1956-. 3. Marketing. 4. Promoção. 5. Estratégia. 6. Ferramentas. I. Campos, André Luiz Sica de,1970-. II. Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Ciências Aplicadas. III. Título. Informações adicionais, complementares Palavras-chave em inglês: Kotler, Philip, 1931Keller, Kevin Lane, 1956Marketing Promotion Strategy Tools Titulação: Bacharel em Gestão de Empresas Banca examinadora: Juan Arturo Castañeda Ayarza Data de entrega do trabalho definitivo: 30-11-2015 Powered by TCPDF (www.tcpdf.org) Dedico esse trabalho de conclusão a toda a minha família, principalmente aos meus pais, que sempre me apoiaram em minhas escolhas. AGRADECIMENTOS Gostaria de agradecer a todos os professores dessa excelente universidade por todos os ensinamentos obtidos nesses quatro longos, mas ao mesmo tempo curtos, anos. Em especial, gostaria de agradecer meu professor orientador, André Luiz Sica de Campos, pela paciência e dedicação para com o meu trabalho de conclusão de curso. A minha família devo um sincero agradecimento por todo o apoio e força para que eu atingisse meu principal objetivo, me formar em uma área apaixonante. Aprendi muita coisa vivendo fora de casa, amadureci, cresci. Graças à permissão de vocês e de Deus, isso foi possível. Aos meus amigos gostaria de agradecer a todos que estiveram presentes em meus dias e que conseguiram arrancar um sorriso do meu rosto. Que me apoiaram. Que viraram noites comigo estudando. E também festando. Que foram meus amigos de verdade. Agradeço a Robert Bosch Ltda., em especial ao meu gestor, Alexandre Pagotto, pois me proporcionaram a excelente experiência de trabalhar na área que sempre almejei: o marketing. Dentro da empresa obtive grandes aprendizados e tenho somente a agradecer pela oportunidade. “Não há nada que dominemos inteiramente a não ser nossos pensamentos” René Descartes MARQUES, Renata Costa. Marketing Promocional: Proposta para promoção do marketing do ESP® da Robert Bosch Ltda. 2015. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Gestão de Empresas.) – Faculdade de Ciências Aplicadas. Universidade Estadual de Campinas. Limeira, 2015. RESUMO O trabalho de conclusão de curso aqui apresentado tem como tema o estudo das principais ferramentas de promoção citadas pelos autores Philip Kotler e Kevin Lane Keller: a relação pública, a venda pessoal, a promoção de vendas e o merchandising. Diante dos 4P’s do marketing – Preço, Praça, Promoção e Produto -, será realizado um estudo mais aprofundado na questão promoção, relacionando as ferramentas do Kotler e Keller com ações rotineiras do dia-a-dia corporativo. Para fazer Marketing é preciso de um planejamento estratégico, no qual as empresas têm de fazer boas escolhas, a partir do resultado que se quer alcançar. Dessa forma, a estratégia e os objetivos de uma empresa descrevem o seu campo de atuação, especificando a direção do crescimento, os principais pontos fortes e a responsabilidade. A importância desse estudo de Marketing pode ser entendida como um processo facilitador para as empresas poderem tornar os produtos por ela desenvolvidos e/ou vendidos mais visíveis e interessantes para o mercado consumidor. Dessa forma, o estudo de caso escolhido foi baseado em proposta de ações de marketing que a divisão Chassis Systems Control, da Robert Bosch Ltda., discutidas com o gestor da área, Alexandre Pagotto, pode vir a usar no ano de 2016, resultando em uma maior visibilidade no mercado brasileiro. Palavras-chave: Marketing; Kotler; Promoção; Estratégia; Ferramentas. MARQUES, Renata Costa. Promotional Marketing: Proposal for promoting ESP®’s marketing of Robert Bosch Ltda. 2015. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Gestão de Empresas.) – Faculdade de Ciências Aplicadas. Universidade Estadual de Campinas. Limeira, 2015. ABSTRACT The conclusion monography here presented has as topic the study of the main promotional tools cited by the authors Philip Kotler and Kevin Lane Keller: the public relationship, the personal selling, sales promotion and merchandising. In face of the 4P’s of marketing – Price, Place, Promotion and Product – a deeper study regarding promotion will be done and related to Kotler and Keller’s tools with routine corporate actions. Marketing implementation requires a strategic planning, in which the companies have to choose correctly depending on the goals they want to achieve. In this way, the strategy and the aim of a company describe its field of action, specifying the development path, the main strengths and the responsibility. The importance of this Marketing study can be understood as an enabler/facilitator in order the companies can make the products developed or sold by them more visible and interesting for the consumer market. Based on this, the case study chosen was based on marketing actions proposals that the Chassis Systems Control divisions from Robert Bosch Ltd., discussed with the manager of the area Alexandre Pagotto, can be used in 2016, culminating in a broader view in the Brazilian market. Key words: Marketing; Kotler; Promotion; Strategy; Tools. . LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 Macro ambiente e micro ambiente ------------------------------------------- 16 Figura 2 Relação entre setor e mercado ----------------------------------------------- 21 Figura 3 Programa eletrônico de estabilidade Bosch ------------------------------- 33 LISTA DE TABELAS Tabela 1 Exemplos de ferramentas do marketing promocional ------- 27 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABS Anti-lock braking system CC Chassis Systems Control ESP Programa eletrônico de estabilidade FCA Faculdade de Ciências Aplicadas HHC Hill Hold Control TCS Controle de tração SUMÁRIO Introdução ---------------------------------------------------------------------------------------------- 14 1 Do que é composto o ambiente de Marketing e sua relação com a mudança tecnológica --------------------------------------------------------------------------------------------- 16 1.1 Entendendo o Marketing e suas ferramentas -------------------------------------------- 22 2 Estudo de Caso – Proposta de Ações de Marketing para os Chassis Systems Control da Robert Bosch Ltda. em 2016 -------------------------------------------------- 29 3 A Robert Bosch ------------------------------------------------------------------------------------ 31 4 Propostas de Ações de Marketing para 2016 ---------------------------------------------- 35 5 Considerações Finais----------------------------------------------------------------------------- 41 6 Referências ----------------------------------------------------------------------------------------- 42 14 Introdução Há diversas maneiras de se praticar o Marketing, porém o tema do trabalho será dado nas principais ferramentas promocionais que os autores Kotler e Keller abordam como principais: relações públicas, venda pessoal, merchandising, promoção de vendas. O estudo se dará por meio de pesquisas em bibliografias de autores como Furtado (1999), Possas (2011), Giambiagi (2005) e também por meio de um estudo de caso sobre a empresa Robert Bosch Ltda. a fim de poder aplicar as teorias citadas no trabalho na prática para melhor entendimento das ferramentas. Foram estudadas estratégias de Marketing (ações de Marketing) com o objetivo de ajudar a empresa Robert Bosch Ltda. a divulgar ainda mais o produto principal da divisão Chassis Systems Control, o programa eletrônico de estabilidade (ESP® Electronic Stability Program), no ano de 2016 e relacioná-las com as principais ferramentas de promoção que os autores Kotler e Keller julgam mais importantes. Algumas estratégias já foram utilizadas pela empresa no ano de 2015 e algumas novas serão apresentadas como proposta de utilização para o próximo ano. O principal objetivo com essas propostas de ações de marketing é aumentar a visibilidade do produto no mercado e fazer com que o governo brasileiro enxergue a importância que a tecnologia controle de estabilidade desempenha quando o assunto é segurança veicular. Já foi comprovado, por meios de estudos internos, que a redução do risco de derrapagem com o ESP® é em torno de 80%. A importância do estudo de Marketing pode ser entendida como um processo facilitador para as empresas poderem tornar os produtos por ela desenvolvidos e/ou vendidos mais visíveis e interessantes para o mercado consumidor. Diante dos 4P’s do marketing – Preço, Praça, Promoção e Produto -, será realizado um estudo mais aprofundado na questão promoção. Para fazer Marketing é preciso de um planejamento estratégico, no qual as empresas têm de escolher corretamente dependendo do resultado que se quer alcançar. Dessa forma, a estratégia e os objetivos de uma empresa descrevem o seu campo de atuação, especificando a direção do crescimento, os principais pontos fortes e a responsabilidade. (KOTLER, 2006) 15 Segundo estudo sobre investimento em publicidade realizado pelo no ano de 2013 houve um aumento de 39% de investimento em publicidade (de R$94,9 bilhões para R$112,6 bilhões), em todos os setores, em comparação com o ano anterior. A TV aberta, em relação aos demais meios de propagandas, recebeu R$59,5 bilhões para investir em propaganda. O jornal recebeu R$18,4 bilhões, TV por assinatura R$8,6 bilhões, Internet R$7,3 bilhões e revistas R$6,9 bilhões. (G1, 2013) 16 1. Do que é composto o ambiente de Marketing e sua relação com a mudança tecnológica O ambiente de marketing é composto pelo macroambiente e o microambiente. Kotler (2006, p. 47-49) aponta que o ambiente empresarial é dado por forças que fogem do controle da administração para manter uma boa parceria com os consumidores e público alvo final. O segredo do sucesso é compilar todo o material de marketing utilizado com as tendências do ambiente. Toda empresa encontra obstáculos no caminho, assim como oportunidades. Dessa forma, no macroambiente encontramos o ambiente social, que são instituições que trazem informações sobre as preferências e comportamento da sociedade; ambiente econômico, que é a análise se o consumidor tem ou não o poder de compra e com o que ele costuma gastar; ambiente natural, que são os recursos naturais utilizados pelos profissionais de marketing; o ambiente tecnológico, que é onde a empresa investe em P&D a fim de crescer e desenvolver mais o negócio; e o ambiente político, que é um obstáculo para as decisões de marketing, uma vez que há leis para limitar o que pode ou não ser feito na sociedade. Na figura 1 podemos observar mais claramente a divisão dos ambientes. Figura 1 Microambiente e Macroambiente Fonte: Kotler, 2006 17 O microambiente é basicamente o bom relacionamento com o cliente, agregando valor e satisfação a eles. (TUDO SOBRE MARKETING, 2009) Esse ambiente é composto por: A Empresa: Para desenvolvimento do Plano de Marketing, ou Marketing Plan, a empresa há de contar com os demais departamentos como administração de topo, financeiro, pesquisa e desenvolvimento, produção, contabilidade e compras. Todos os departamentos da empresa têm influência sobre os planos e ações de marketing a serem desenvolvidos. Os Fornecedores: Fornecedores, como o próprio nome já diz, são aqueles que fornecem a matéria-prima e/ou serviço necessário para o desenvolvimento e produção do produto. Os Intermediários: Os intermediários são aqueles que ajudam a empresa a distribuir seus produtos, promovê-los e vendê-los aos consumidores finais. Os Clientes: Os clientes são aqueles que compram o produto. Portanto, é de extrema importância um bom relacionamento com eles. Dentre os tipos de clientes, podemos citar o mercado consumidor, o mercado industrial, o mercado revendedor, o mercado governamental e o mercado internacional. Os Concorrentes: Os concorrentes são aqueles que detêm o mesmo produto que a sua empresa tem para oferecer aos clientes. É preciso avaliar como a empresa pode se destacar perante a concorrência, fazendo assim com que os clientes tenham preferência pelo produto da sua empresa. Os Públicos: Segundo Kotler, é possível observar sete tipos de públicos diferentes: público financeiro, público da mídia, público do governo, público de defesa do consumidor, público local e o público geral. Eles compõem o ambiente de marketing e podem influenciar a empresa a atingir ou não seus objetivos. Consequentemente com o tempo, foi possível observar uma mudança no cenário macroeconômico, que serão apresentadas a seguir: • Mudança tecnológica Segundo Possas (2011), o significado de Inovação proposto por Schumpeter são as permanentes modificações que a concorrência estimula nos mercados, nos contendores, nas fases da produção. Nos dias de hoje, destaca-se o uso das redes 18 para divulgação de produtos e promoções. A Era da Informação tem características de produção e consumo em massa e também o uso das redes eletrônicas com maior frequência. A contribuição dessa tecnologia se dá por meio do cálculo mais preciso de quantas mercadorias é necessário produzir, além de poder afixar um preço no produto com condições mais justas para o cliente. Karen Stepherson, uma grande líder teórica na rede, aponta que o aumento na interligação que indivíduos, organizações e sociedades estão experimentando atualmente resulta em uma interdependência nesse sistema. Afirma ainda que poucos entendem o grau de interdependência que uma economia global gera. Isso é o chamado heterarchy. A negociação de preços tornou-se muito mais prática e rápida devido a criação dessa grande “teia” tecnológica onde os países se interligam via intranet. Dessa forma, é possível fazer com que o preço final do produto seja mais atraente para o consumidor e, consequentemente, trazer uma promoção que forneça destaque. O caminho para esse preço mais acessível ao público é pesquisar o custo de cada componente do produto final em diversos países e adquirir a mão de obra ou matéria prima daquele que melhor tiver custo-benefício. (STEPHERSON, 2009) • Desregulamentação e privatização A desregulamentação é uma política usada nos países para poder aumentar a concorrência interna. Nos anos 90, segundo a visão do Consenso de Washington, o protecionismo às importações, amplamente utilizado naquela época pelos países da América Latina não era efetivo, uma vez que causava baixa competitividade de suas economias, maior grau de endividamento e escassez de moeda estrangeira. Dessa maneira, havia limitações na acessibilidade de novos produtos e também inibia a inserção dos países em uma economia mundial mais competitiva. Então, a desregulamentação, de acordo com o Consenso, era a modernização dos países através da abertura de suas economias para o mercado estrangeiro (“modernização para o mercado”). O economista John Williamson listou alguns pontos a serem adotados pelos países em desenvolvimento na área econômica na década de 90, envolvendo uma série de reformas com o objetivo de se tornarem autossustentáveis. Essa lista foi intitulada como Consenso de Washington, com o objetivo de assegurar a disciplina 19 fiscal e promover a redução da intervenção do Estado na economia brasileira (GIAMBIAGI, 2005). Ainda no Consenso de Washington, houve um processo acentuado de privatizações, tirando o ônus da responsabilidade governamental na administração de diversas empresas estatais. A privatização é uma ferramenta que permite a venda de uma empresa estatal para uma empresa privada (na maioria das vezes é porque a empresa não está gerando o lucro esperado e não encontra condições para competir com o mercado atual). O principal objetivo é melhorar a eficiência, uma vez que com as privatizações é possível enxergar uma melhora nos serviços ofertados; diminuição da corrupção; melhor seleção de funcionários; crescimento profissional de funcionários por mérito; concorrência faz com que o serviço e/ou produto seja mais eficaz; diminuição de prejuízos, etc. (NEGRÃO, 1998) Podemos citar como exemplos brasileiros a privatização dos seguintes: 1) Setor de telecomunicações (Telebrás) - de 10 milhões de linhas telefônicas foi para 230 milhões de linhas depois da privatização. 2) Companhia Vale do Rio Doce – com uma produção de minérios de ferro de 174.192 toneladas em 1996, em 2008 passou para 351.246 toneladas. 3) Bancos Estatais - antes da privatização, esses bancos eram alvo de governadores para financiamento dos projetos de poder. Além disso, ainda fora criada a Lei de Responsabilidade Fiscal no ano de 2000, que tem como objetivo não permitir que o governo gaste mais dinheiro do que arrecada, fazendo com que o Estado não se endividasse. Segundo João Furtado (1999), entende-se por globalização o processo que iniciou na Revolução Industrial, no qual houve uma evolução no sistema econômico internacional. Ele procura mostrar que a mundialização tem recebido menos atenção do que a chamada globalização financeira, certamente a dimensão mais penetrante do processo. O debate acerca da mundialização opõe negacionistas, aqueles que aceitam a globalização como um processo natural da evolução do sistema econômico. As evidências que temos hoje do processo de globalização nada mais é do que essa sensação de aproximação dos países para fechar negócios. 20 Neste contexto, o marketing serve para analisar quais são as necessidades daquele momento, seja social ou humana. Segundo a American Marketing Association (AMA, 2013), o marketing é um conjunto de instituições e processos para criação, comunicação e finalmente a entrega e troca de ofertas nas quais possam trazer valor aos clientes e parceiros em geral. É a criação ou até mesmo a inovação (entrega de valor ao cliente) de um produto já existente no mercado com a finalidade de facilitar a vida do consumidor, mantendo sempre um bom elo de relacionamento entre um e outro. De uma maneira mais sucinta, o marketing pode ser definido como “a arte de vender produtos”. Porém, o marketing não se resume somente a venda de produtos, mas sim a todo o processo que o leva a isso. O objetivo é que o produto seja tão essencial e atrativo para o cliente que quase não precise de persuasão para que ele seja vendido e sim que ele se venda sozinho. O marketing apenas é uma influência para o consumidor, uma vez que a necessidade de compra existiu muito antes de existir o marketing por trás do produto. É todo um estudo da necessidade daquele objeto na vida do ser humano e tornar o serviço e/ou produto disponível no mercado. (KOTLER, 2006) Veja a relação entre setor e mercado abaixo, na figura 2. Figura 2 Relação entre Setor e Mercado Fonte: KOTLER E KELLER, 2006, p. 9. Na figura acima é possível visualizar os quatro canais de relacionamento entre mercado e setor. Segundo Kotler e Keller (2006), vendedores enviam bens, serviços e utilizam toda a estratégia de comunicação por meio de anúncios e outros meios de propaganda ao mercado e em troca esperam receber dinheiro e informação sobre os seus produtos para que seja possível, também, criar uma 21 estatística em cima desses dados. Portanto, há troca de dinheiro por bens e serviços (fluxo interno) e troca de informações (fluxo externo). 22 1.1 Entendendo o Marketing e suas ferramentas Dentro do Marketing é possível visualizar os 4 P’s que são: (KOTLER e KELLER, 2006) Produto – variedade de produtos, qualidade, design, características, nome de marca, embalagem, tamanhos, serviços, garantias, devoluções. Praça – canais, cobertura, variedades, locais, estoque, transporte. Preço – preço de lista, descontos, concessões, prazo de pagamento, condições de financiamento. Promoção – promoção de vendas, propaganda, força de vendas, relações públicas, marketing direto. Esse mix de marketing pode ser entendido como a visão que a empresa vendedora tem das ferramentas disponíveis para persuadir o consumidor. Cada ferramenta dessas é projetada para trazer benefícios ao cliente. Mas o que são cada uma dessas ferramentas? O preço refere-se a quanto e qual a forma que será cobrada do cliente. Se a compra for facilitada (parcelada), o produto consequentemente passará a ser mais visado pelo fato de incluir no público-alvo as classes sociais menos favorecidas. O preço de venda de um produto deve ser determinado de acordo com os benefícios gerados ao consumidor ao adquiri-lo, além do fator custo, margem de lucro, concorrência e produção. (KOTLER, 2006) A praça refere-se ao local que o produto será encontrado, como em lojas físicas ou pela internet, sendo submetidos a prazos de entrega e/ou atendimento. Nesse caso, o mais adequado seria a fusão do lugar certo com o produto certo, por exemplo, colocar rações de animais à venda nos petshop. (KOTLER, 2006) O produto refere-se às características, qualidades e funcionalidades que o produto tem a oferecer, assim como a análise de cor ou tamanho. Segundo Kotler e Armstrong (2007), produto é qualquer coisa que se possa oferecer a um mercado para atenção, aquisição, uso ou consumo, e que possa satisfazer um desejo (desejo é o que o ser humano deseja ter além do essencial e basta ter o poder de compra para isso) ou necessidade. (KOTLER, 2006) 23 E finalmente, a promoção, é a principal forma de como será divulgado esse produto no mercado e assim podem-se ver inúmeras formas de se fazer, podendo ser online, por televisão, propagandas, rádios, etc. A estratégia de promoção deve ser baseada em um Plano de Negócios para que se possam analisar quais e quantos tipos diferentes de meios de comunicação serão necessários para fazer uma boa oferta do produto. (KOTLER, 2006) As empresas precisam de uma forma de divulgação dos produtos por elas fornecidos, e essa forma de interação é chamada de comunicação de marketing. Segundo Kotler e Keller (2006), é uma espécie de representação da voz da marca para traçar o caminho entre o produto e consumidor. Com ela é possível com que os consumidores tenham acesso as informações que possam lhes interessar como quem usa o produto, onde, quais foram as experiências com ele, etc. Para as empresas, a comunicação de marketing é efetiva no sentido de fazer uma aliança com diferentes pessoas, lugares, experiências, marcas e, com isso, formar um brand equity, ou “equidade da marca”, que é definido pela imagem e influência que a marca traz no mercado. A fidelidade dos clientes que faz a brand equity do produto. Um exemplo pode ser um simples par de meias: se não tiver nenhuma marca, seu custo seria R$ 8, mas se for da Nike ou Adidas, o preço aumenta para R$20. Desse modo, podemos listar as principais ferramentas de promoção: (KOTLER, 2006) Relações Públicas Envolvem todas as comunicações com os públicos empresariais, seja para resolução de conflitos ou crescimento da imagem empresarial. Geralmente é feito esse trabalho de relações públicas através de notícias e/ou artigos, na mídia de massa, explicativos que possam desencadear interesse no consumidor. Além dessa ferramenta, ainda se pode citar a realização de eventos, promoção de nome através do patrocínio, apresentações e palestras, interesse pela área social e, por fim, um logotipo da marca. Depois de feito todo o processo de divulgação da marca, as relações públicas também analisa o resultado: 24 Se for realmente eficaz toda a propagação da marca Se os consumidores deram importância para a marca Se os consumidores aprovaram e divulgaram a marca Se os consumidores mudaram de opinião a respeito da marca Dessa maneira, nota-se que as relações públicas servem para manter uma imagem boa da qualidade do serviço e/ou produto ofertado. Essa ferramenta é utilizada pelas empresas para dar suporte à equipe de promoção, uma vez que é mais barato e talvez mais eficaz do que a propaganda. Perante notícias e artigos, os consumidores conseguem obter maiores informações e mais credibilidade sobre o que estarão adquirindo para si mesmos (KOTLER, 2006). Venda Pessoal É uma maneira antiga eficaz para vender algum produto por ser cara-a-cara cliente com vendedor. Traz vantagens de relacionamento por ser um tipo de negócio mais pessoal/físico com o consumidor, podendo trazer mais confiança para ele na hora da compra final. Para isso, é preciso que o vendedor receba treinamentos para que consiga ouvir as questões que os clientes têm a perguntar, ter o dom de identificar as necessidades e apresentá-lo a melhor solução. Na venda pessoal, Kotler e Keller (2006) apontam seis etapas: • Qualificação: escolha e análise do público-alvo para a venda. • Pré-abordagem: o vendedor tem que decidir qual a melhor maneira de se relacionar com o cliente, se é por telefone ou pessoalmente. • Apresentação e a demonstração: destacar por que o produto e/ou serviço vai ser importante para o cliente, quais serão os custos benefícios, as vantagens, as funções, as características. • Superação de objeções: os clientes, na maioria das vezes, colocam dúvidas a respeito do produto durante a apresentação ou no momento final da compra, e, para isso, o vendedor precisa estar amplamente treinado para saber efetuar uma boa negociação. 25 • Fechamento: após a escolha do produto pelo consumidor, o vendedor pode deixálo escolher pequenos detalhes, como a cor do produto, por exemplo, e pode oferecer algo para agradar os clientes, como brindes ou desconto no final da compra. • Acompanhamento e manutenção: é importante para que a empresa saiba o grau de satisfação do cliente com a compra, mostrando interesse e buscando melhorias em seus processos. Promoção de Vendas É toda a forma de atração de clientes para dentro do estabelecimento comercial, podendo ser por meio de descontos, brindes. É “um conjunto de ferramentas de incentivo, a maioria em curto prazo, projetada para estimular a compra mais rápida ou em maior quantidade”. (KOTLER, 2006) Segundo Kotler e Keller (2006), alguns exemplos podem ser citados: amostras grátis, cupons, descontos, brindes, garantias. A finalidade dessas promoções é justamente gerar valor ao cliente, para atração de novos clientes que procuram baixos preços e boa qualidade. Somado a isso, há o ponto da troca de marcas pelo consumidor. Com a promoção, essa troca fica mais convincente, uma vez que o preço do produto habitual pode ser mais caro do que o pelo varejista ofertado. Os produtos que já têm a marca reconhecida são mais difíceis de aderir a uma promoção no mercado, uma vez que já tem, através de fortes propagandas (a promoção é mais eficaz se fizer conjunto com a propaganda), a fidelidade dos clientes com relação aos produtos. O foco das promoções de venda, embora não pareça, é para os varejistas. Eles compram em maiores quantidades dos fabricantes. É de interesse para a empresa fazer esse tipo de negócio, uma vez os varejistas estocam mercadoria em seus armazéns, compram em maiores quantidades, fazem promoção da marca dos fabricantes a fim de aumentar a receita de vendas deles. Com as compras em maiores quantidades, os fabricantes conseguem dar um desconto maior. A vantagem da promoção é que, muitas das vezes, os consumidores compram mais do que precisam, a fim de estocar mercadoria para aproveitar o preço 26 especial, sentindo-se satisfeitos com a compra. A desvantagem é que pode ocorrer uma diminuição das vendas depois da promoção, uma vez que já foi estocado o produto nas prateleiras dos consumidores. Outro ponto é que, caso o produto fique em promoção por muito tempo, corre o risco de desvalorização dele, uma vez que o consumidor passará a enxergar o preço promocional como preço que vale a pena comprar, e só comprará o produto quando encontrá-lo por aquela mesma faixa de preço. Dessa maneira, entende-se a promoção de vendas como uma ferramenta a ser utilizada para obtenção de receitas em curto prazo. (KOTLER, 2006) • Merchandising Segundo Blessa (2007), merchandising é qualquer forma de promoção que desperte uma visibilidade maior daquele produto ou serviço disponível no mercado, com o objetivo de influenciar as decisões de compra do consumidor. Resumidamente, é uma mistura de atividades do marketing e de comunicação destinadas a identificar, controlar, ambientar e promover produtos e serviços nos estabelecimentos para que aumente a rotatividade destes. O merchandising é uma forma de criar expectativa e visibilidade do produto para o cliente. É muito comum nos depararmos com merchandising no dia a dia. Um exemplo concreto é quando assistimos futebol pela televisão, onde aparecem propagandas das empresas e/ou produtos em volta do campo do jogo, nos dando a impressão de ser algo montado, porém é somente virtual. Outro exemplo também pode ser a inclusão de personagens famosos em uma propaganda, seja de rádio ou televisão, fazendo com que o produto ganhe credibilidade no mercado consumidor. Normalmente, para produzir o merchandising, as empresas precisam pagar uma taxa para expor suas propagandas em meios que sejam focos dos clientes. (KOTLER, 2006) 27 Propaganda Promoção de Vendas Anúncios impressos e eletrônicos Concurso, jogos, Espaços externos das loterias e sorteios embalagens Prêmios e brindes Encarte das embalagens Amostragem Feiras setoriais Causas Eventos / Experiências Esportes Diversão Relações Vendas Públicas Pessoais Kits para a Apresentações imprensa Marketing Direto Catálogos de vendas Malas diretas Festivais Palestras Reuniões de Telemarketing Artes Seminários vendas Vendas pela TV Filmes Relatórios Programas de Mala direta via Manuais e brochuras Exposições Passeio pela anuais incentivo fax Cartazes e folhetos Demonstrações fábrica Doações Amostras E-mail Catálogos Cupons Museus corpora- Publicações Feiras e expo- Correio de voz Reimpressão de anúncios Reembolsos parciais tivos Relações com sições Outdoors Financiamentos a Atividades de rua comunidade Painéis juros baixos Lobby Displays no ponto de Diversão Mídia de identi- venda Concessões de troca dade empresarial Programas de fideli- Revista corpora- Material audiovisual Símbolos e logotipos zação Fitas de vídeo Promoção nos pontos de venda integrada tiva Tabela 1 Exemplos de ferramentas do marketing promocional Fonte: KOTLER E KELLER, 2006, p.533-534 29 Analisando a tabela acima, podemos notar que há várias maneiras de se fazer o marketing promocional, como por exemplo, a distribuição de cartazes, o layout do produto, o slogan, propaganda no rádio ou na TV, e tudo isso impacta direta e indiretamente na decisão final do consumidor em relação ao produto ou serviço ali apresentado. Com a tecnologia se inserindo cada vez mais forte no mercado, a tendência é que esses materiais que dependem do uso do papel para serem distribuídos se encerrem, devido à alta preocupação das empresas no âmbito socioeconômico. Dessa forma, é possível imaginar que futuramente os materiais de marketing sejam somente digitais, como propagandas em telefones celulares, aplicativos, internet, televisão. (KOTLER, 2006) 2 Estudo de Caso – Proposta de Ações de Marketing para os Chassis 30 Systems Control da Robert Bosch Ltda. em 2016 Como estudo de caso do trabalho de conclusão de curso, será apresentada a divisão Chassis Systems Control (CC) da empresa Robert Bosch Ltda. O objetivo é de poder relacionar algumas ferramentas de Marketing que a empresa pode vir a usar no ano de 2016 com as ferramentas que o Kotler julga como importantes no livro dele: relações públicas, venda pessoal, promoção de vendas e merchandising. • Exemplo real de como vender em tempos difíceis O Brasil está sofrendo uma crise econômica muito forte no ano de 2015: inflação alta, dólar alto, desemprego, restrição de crédito, dentre outros. Porém, as empresas dependem do capital girando para se manterem estáveis no mercado. Portanto, precisam apostar com todas as suas forças nas ferramentas de promoção. A divisão Chassis Control da empresa Robert Bosch utiliza-se de estratégias bastante interessantes, que serão mostradas a seguir: 1) Faz barulho (KOTLER, 2006) – Em períodos de crise, é normal ninguém enxergar a empresa. A divisão da Bosch Chassis Systems Control utiliza propagandas criativas e que mexem com o emocional do público alvo, como por exemplo, “ESP® salva vidas”, Electronic Stability Program, controle eletrônico de estabilidade. É um equipamento automotivo que evita derrapagens e travamento das rodas ao acionar os freios 2) Aberta (KOTLER, 2006) – Os clientes estão em busca de marcas que tragam confiança para eles e a Bosch é uma marca que demonstra o que realmente é através da qualidade dos produtos 3) Inteligente (KOTLER, 2006) – A propaganda do seu próprio produto é algo muito convencional, mas necessária. Outra forma de se fazer propaganda e de uma forma muito mais eficiente é ser feita a boa avaliação do seu produto 4) Dinâmica (KOTLER, 2006) – Utiliza-se de ferramentas demonstrativas dos produtos e seus benefícios. A tecnologia do ESP®, por exemplo, é demonstrada 30 abertamente através de manobras para despertar o olhar da importância do equipamento no público. Mais à frente será discutido algumas ferramentas que a empresa pode vir a usar no ano de 2016. 31 3 A Robert Bosch A empresa Robert Bosch GmbH é uma empresa transnacional, ou seja, ela tem sua matriz no país de origem, Alemanha, mas atua em diversos outros países como Índia, EUA, Rússia, China, Japão, Singapura, etc. Dentre esses países de atuação está o Brasil, filial na qual terá foco no estudo de caso. Dessa forma, a empresa pode atuar no mercado exterior e vencer barreiras territoriais da sua nação. A empresa nasceu em 1886 em Stuttgart, na Alemanha, pelo fundador Robert Bosch. No dia 15 de novembro do referido ano, o Robert Bosch foi autorizado a abrir uma pequena oficina para “Mecânica de Precisão e Engenharia Elétrica”, na qual o time era formado por um mecânico e um mensageiro apenas. As instalações alugadas eram compostas por um escritório, uma oficina maior e outra menor. Foi a partir dessa pequena oficina que, com muito esforço e dedicação, se tornou uma empresa reconhecida mundialmente. A sede global da Chassis Systems Control está localizada em Abstatt, na Alemanha. A divisão tem como principal objetivo desenvolver produtos que tragam segurança ativa na direção. O principal produto dessa divisão da Bosch é o Programa Eletrônico de Estabilidade (ESP®) ou Electronic Stability Program, que tem como principal função não deixar o veículo derrapar durante sua trajetória, tornando a direção mais segura. Explicando um pouco sobre o produto, que tem como slogan “Salva Vidas”, de acordo com uma brochura que foi impressa no ano de 2011 (Nenhuma Chance à Derrapagem): O programa eletrônico de estabilidade utiliza sensores inteligentes e compara 25 vezes por segundo se o desejo do motorista em relação à direção do veículo realmente corresponde à direção do veículo. Se o sistema reconhecer que esses valores diferem e existe o risco do veículo se tornar instável, o ESP® intervém: ele reduz o torque do motor para retomar novamente a estabilidade. Se mesmo assim 32 ainda não for suficiente, ele adicionalmente pode frear cada uma das rodas individualmente. Dessa forma, o ESP® produz a força contrária necessária para que o veículo siga a trajetória desejada pelo motorista. O sistema corrige o movimento do veículo até que ele se torne estável novamente. Se o ESP® reconhecer que o veículo está sem o controle de em uma curva, ou seja, apesar das rodas virarem, ele continua em linha reta, o sistema diminui a potência do motor e freia a roda traseira interna em relação à curva para que se possa estabilizar o veículo. Se, por exemplo, o motorista precisar desviar de um obstáculo que aparece de repente, o veículo corre o risco de perder a estabilidade – sair de traseira. O ESP® reconhece isso, reduz o torque no motor e freia de forma autônoma a roda dianteira externa em relação à curva. Isso cria um contratorque estabilizador, que atua contra a tendência de perder o controle. Além da principal função do ESP®, que é evitar a derrapagem, o produto ainda oferece algumas funções agregadas que aumentam a segurança do veículo. Ele apresenta o assistente de partida em rampas (Hill Hold Control - HHC), que evita que o carro volte na subida – quando o condutor está parado no semáforo em uma subida, a tendência do carro é voltar para trás. Mas com o HHC, o freio se mantém acionado durante 3 segundos (mesmo com o pé do motorista fora do pedal de freio) e o ESP® só manda o comando para o freio ser solto após um toque no pedal de aceleração. Também apresenta o ABS (Antilock Braking System), no qual evita o travamento das rodas durante a frenagem e evita a derrapagem, o controle de tração (TCS), que dá assistência para que durante a aceleração as rodas motrizes não derrapem. Além desses, ainda é possível citar muitas funções extras em que o ESP® pode conter. Mas vamos focar apenas na função principal. De acordo com inúmeros estudos realizados anualmente pelo marketing da divisão sobre segurança veicular, foi comprovado que com a instalação do sistema de controle de estabilidade nos veículos, até 80% dos acidentes por derrapagem podem ser evitados. Através desses estudos, diversos países como EUA, Canadá, Austrália, Europa, Japão, Rússia, Israel e Coreia já tornaram obrigatório o equipamento nos veículos. 33 Veja a seguir a peça que é chamada de controle de estabilidade (Figura 3). Figura 3 Programa eletrônico de estabilidade Bosch Fonte: Divulgação Bosch Diante das diversas maneiras apresentadas de como praticar o marketing promocional, uma proposta de ação de marketing será apresentada a seguir com base nas principais ferramentas que os autores Kotler e Keller julgam como essenciais: venda pessoal, promoção de vendas, merchandising e relações públicas. Explicando um pouco sobre as estratégias do marketing da Chassis Systems Control, que foi notada durante o estágio na área, todo mês é previsto um gasto de x reais promovendo ações para a divisão de negócios da empresa. Todo início de ano é desenvolvido um Marketing Plan, plano que engloba quais serão as novas atividades e focos para a promoção dos produtos desenvolvidos pela CC, como releases, entrevistas, participação em programas automotivos, parceria com clientes, etc. As ideias e propostas de novos eventos são muito flexíveis, não tendo uma versão fixa sobre o que será feito ou não durante o ano. Ou seja, se as ideias surgirem e forem julgadas como boas, não há problemas em executá-las, desde que haja um planejamento. 34 O objetivo principal é de apresentar uma proposta de ações de Marketing do Programa Eletrônico de Estabilidade, para o ano de 2016, a fim de que se possa aumentar o leque de oportunidades e visibilidade do produto. A Bosch entende as reais necessidades de seus clientes e tenta se comunicar de forma efetiva com eles, mostrando seus potenciais e diferenciais perante a concorrência. Através dessas ações será possível atingir a maior porcentagem possível de clientes que possam vir a adquirir a tecnologia oferecida pela Bosch, destacando-se no mercado da concorrência. Dessa forma, com as ações de marketing propostas, será uma forma de comunicação e dedicação da empresa para com seus clientes. 35 4 Proposta de ações de Marketing para 2016 De acordo com as ferramentas que Kotler e Keller julgam primodiais para o marketing promocional, algumas propostas para promoção do controle de estabilidade serão apresentadas. Para começar, foi feito um estudo de mercado para analisar o crescimento no índice de veículos que saem de série das concessionárias com o ESC (controle de estabilidade) em 2015. Como resultado, pôde-se notar um aumento de um pouco mais de 50% em comparação ao ano de 2014. No caso da CC, é importante ressaltar que da mesma forma que o ABS (Anti-lock Brake System) foi tido como obrigatório em toda a frota dos veículos fabricados a partir de 2014, o controle de estabilidade também poderá se tornar um item de série obrigatório. Com a realização de pesquisas relacionadas ao índice de instalação do controle de estabilidade nos veículos brasileiros em comparação aos demais países, há maior facilidade em debater com o governo através da presença de dados concretos. Os países de primeiro mundo como Japão e Estados Unidos, por exemplo, já atingiram o índice de 100% de instalação do ESP®. O que se espera através dessas pesquisas é que a importância do item de segurança seja notada perante a legislação brasileira e, a partir disso, que 100% dos veículos comercializados no Brasil possuam a tecnologia de série. - Ações que se encaixam na ferramenta Kotler Relações Públicas: • Folhetos/Brochuras: é muito importante que haja distribuição de folhetos explicativos do produto em eventos e feiras. São através deles que também se podem alavancar tópicos positivos sobre o produto em questão, mostrar dados relevantes, os benefícios, etc. A proposta seria a elaboração de folhetos sobre o controle de estabilidade de uma forma que chame a atenção do consumidor: com imagens ilustrativas de situações onde o ESP® está em atuação versus imagens onde ele não esteja – imagens realistas – e com legenda explicativa em cada uma delas. 36 Pode também ser usada a tática de atingir o “psicológico” do público-alvo, como colocar imagens de uma criança em situação segura dentro de um carro que possui a tecnologia na capa do folheto, trazendo então a ideia de que com o controle de estabilidade instalado no veículo do consumidor, a viagem será e/ou está sendo tranquila. Além disso, usar dados reais de estudos que foram realizados nesse ramo de mercado a fim de especificar qual a porcentagem de acidentes que foram reduzidos com o uso do controle de estabilidade. Outro caminho interessante para os folhetos seria a utilização de um centro de pesquisa confiável para desenvolver pesquisas relacionadas ao índice de instalação de tecnologia nos carros nacionais e importados. A ideia seria alguém falando bem do produto programa de estabilidade Bosch sem ter a marca Bosch, causando um maior impacto nos clientes. A ação de marketing pode ser considerada uma ferramenta de relações públicas, pois há o objetivo de atrair olhares para o produto principal da Chassis Systems Control e trazer aos usuários de veículos a credibilidade no programa de estabilidade. É uma forma de promoção do ESP® e, consequentemente, espera-se que o público se conscientize de que a tecnologia é capaz de salvar vidas e que a porcentagem de veículos vendidos anualmente com o controle de estabilidade aumente. (KOTLER, 2006, p. 574) (Essa ferramenta já foi utilizada pela empresa e gerou retorno positivo, por isso pode vir a ser repetida). • Tech Day com cliente – Evento: o Tech Day seria um evento de demonstração em tempo real da tecnologia ESP®, com realização direcionada para os nossos principais clientes, as montadoras. A ideia seria realizar algumas diferentes manobras, em diferentes condições climáticas: primeiro com automóveis que não apresentam o controle de estabilidade e logo em seguida ser feita a mesma manobra, porém com a presença do controle de estabilidade. O objetivo é causar a conscientização do quanto o equipamento é importante para segurança veicular. A realização de manobras muito bruscas, principalmente com o piso molhado, aumenta o risco de capotamento e perda de controle da direção, e a presença do ESP® diminui e muito esse risco. Com a realização das manobras em tempo real e aos olhos dos clientes, espera-se que o impacto seja maior, uma vez que apenas 37 ouvir falar ou ler a respeito da tecnologia não é tão eficiente quanto ver ao vivo a tecnologia atuando. A ação pode ser considerada relação pública de Kotler, uma vez que o objetivo é mostrar a eficiência e necessidade da instalação do produto nos veículos. Após o evento, a expectativa é que haja aumento de estoques de carros que possuem a tecnologia controle de estabilidade nas concessionárias, para que os clientes das montadoras (clientes finais) possam ter maior acesso a eles. (Essa ferramenta já foi utilizada pela empresa e gerou retorno positivo, por isso pode vir a ser repetida). (KOTLER, 2006, p. 590) • Realização de Rádio Releases – Rádio: o Rádio release nada mais é do que uma entrevista reproduzida nos rádios e pode ser considerada uma forma de compra de mídia. Com isso, é uma divulgação do produto principal da CC, o programa eletrônico de estabilidade, através de um canal que dá acesso a milhões de pessoas. O objetivo seria dar uma entrevista para um jornalista e falar “leigamente” sobre as funções e o desempenho da tecnologia ESP®: como ela atua, como ela lê os comandos do carro, como é feita a correção da trajetória, etc., sempre reforçando que é um item essencial para a segurança veicular. Esse tópico é uma forma de comercial, pois está enfatizando a eficiência e atraindo olhares positivos para o produto, fazendo com que a imagem da marca se propague e, consequentemente, que a aderência ao uso da tecnologia aumente. (KOTLER, 2006, p. 594) (Essa ferramenta já vem sendo utilizada pela empresa e gera retorno positivo, por isso pode vir a ser repetida.). - Ações que se encaixam na ferramenta Kotler Venda Pessoal: • Evento de explicação da importância da tecnologia para os principais clientes (montadoras/concessionárias): As funções do controle de estabilidade ainda não são muito bem conhecidas. O interesse das concessionárias é de vender os carros que estão parados em estoque, e não encomendar mais. Segundo o chefe de Marketing da CC, Alexandre Pagotto, já houve casos em que os vendedores das concessionárias tentaram vender um carro para um cliente da loja, sem o controle de estabilidade, e explicou para o consumidor que o item não 38 teria tanta importância e que não faria diferença na hora de dirigir. Para evitar esse tipo de problema, a organização de um evento onde reúnam todos os responsáveis pelo time de vendedores de cada montadora para que seja possível dar uma aula profunda sobre as funções que o ESP® realiza e insistir fortemente que a tecnologia salva vidas, seria uma boa opção. Essa seria a utilização da ferramenta venda pessoal, uma vez que um engenheiro expert no assunto iria explicar o funcionamento do produto e convencer os clientes de que ele é essencial para a segurança veicular, fazendo com que as concessionárias tenham mais carros com a tecnologia disponível para venda imediata. (KOTLER, 2006, p. 590) (Essa ideia ainda não foi utilizada). • Convenções e feiras: Com a presença, nos principais congressos e feiras brasileiras, de stand bem estruturado, interessante, que chame a atenção dos visitantes, com distribuição de brindes e folhetos há de atrair muitas pessoas. Dessa forma, torna-se uma ótima oportunidade para explicar cara-a-cara as funções do controle de estabilidade e estimular o público a entender um pouco mais sobre essa tecnologia que oferece maior segurança ao condutor. Essa ação se encaixa na venda pessoal, uma vez que o próprio colaborador Bosch irá explicar aos condutores a importância da instalação do produto nos veículos brasileiros, podendo, também, usar comparação entre o Brasil e os países de primeiro mundo, que já aderiram 100% à instalação. (KOTLER, 2006, p. 589) (Essa ferramenta já vem sendo utilizada pela empresa e gera retorno positivo, por isso pode vir a ser repetida). - Ação que se encaixa na ferramenta Kotler Promoção de Vendas: • Brindes com propaganda: Essa prática de marketing é ligada ao emocional, uma vez que o objetivo é agradar e passar a mensagem de valorização do cliente ao entregar um brinde feito especialmente para ele. Pensar em um brinde é uma forma de demonstrar simpatia e reforçar a marca – fazer lembrar e fixar a marca, criando laços afetivos entre a empresa e o cliente. O que se deve pensar antes de fornecer um brinde é qual será sua utilidade para o cliente, ou seja, precisa ser planejado algo que passe boa parte do tempo sob uso, reforçando, dessa forma, a ideia positiva do ESP® Bosch. Um exemplo pode ser um chaveiro ou pen drive 39 com a logo marca “ESP® Salva Vidas”. Espera-se que o cliente veja a marca Bosch com mais força e lembre positivamente dela antes de fazer a escolha entre os concorrentes. Pode ser considerada uma ferramenta de promoção de vendas porque é uma forma de atrair a marca para o cliente, estimulando a compra. (KOTLER, 2006, p. 587) (Essa ferramenta já vem sendo utilizada pela empresa e gera retorno positivo, por isso pode vir a ser repetida). • Outdoors: Pode ser utilizada a mesma ideia do folheto e/ou brochura: mexer com o emocional do consumidor para que ele tome consciência da importância da tecnologia ESP®. Outdoor com a imagem de uma criança transmitindo a mensagem de que ela está viajando em um veículo seguro que possui o controle de estabilidade, complementando que a tecnologia reduz em até 80% os acidentes por derrapagem, fará, ou pelo menos se espera, que o consumidor final opte em sua próxima compra de um veículo algum que possua o item de segurança. Precisam ser instalados em locais estratégicos, como em estradas bastante sinuosas, por exemplo. O que se é esperado com os outdoors é a atenção das pessoas para o quanto esse item de segurança é essencial em todo momento em que o carro esteja em movimento. (KOTLER, 2006, p. 576) (Para o ESP® não foi utilizado esse método ainda). - Ação que se encaixa na ferramenta Kotler Merchandising e Relações Públicas: • Patrocínio: o patrocínio proposto seria com algum cliente Bosch em algum lançamento de um carro que venha como item de série o controle de estabilidade. Poderia organizar um evento de lançamento com direito aos brindes, por exemplo, com a logo marca Bosch “ESP® Salva Vidas”, entrega de folhetos explicativos sobre o produto e também a demonstração de como a tecnologia funciona na realidade, montando uma espécie de simulador ESP®. O patrocínio é um merchandising caro, porém eficiente. Com essa ação espera-se atingir e mobilizar um significativo número de pessoas, pois mostra na realidade como é a atuação do veículo com o sistema de controle de estabilidade em situações de risco. (KOTLER, 2006, p. 594) (Essa 40 ferramenta já foi utilizada pela empresa e gerou retorno positivo, por isso pode vir a ser repetida). Essas são algumas sugestões de ações de Marketing para o ano de 2016. Utilizando esse roteiro, acredita-se que seja possível promover ainda mais o controle de estabilidade no mercado brasileiro. Após comprovado que o item de segurança reduz em até 80% o índice de acidentes por derrapagem, mediante estudos internos sobre segurança veicular, é necessária a máxima divulgação de mais uma tecnologia inovadora no quesito salva vidas. Conforme elencado anteriormente, as ações de marketing que já foram realizadas como rádio-releases, patrocínio, brindes, participação em feiras, evento e folhetos/brochuras, trouxeram aumento de demanda pelo ESP®. Com relação ao ano retrasado, 2013, houve aumento de mais de 50% no índice de instalação do item de segurança nos veículos brasileiros em comparação ao ano de 2014. 41 CONSIDERAÇÕES FINAIS Foram discutidas e apresentadas ações de marketing promocionais que podem vir a ser utilizadas no ano de 2016 pela divisão Chassis Systems Control da Robert Bosch Ltda. O objetivo é apontar algumas ideias que possam divulgar ainda mais o produto principal, o programa eletrônico de estabilidade, por meio de mídia, venda pessoal, exposição. Utilizando ações como entrega de folhetos, outdoors, distribuição de brindes aos clientes, patrocínio com outras empresas, presença em congressos e feiras, etc., se espera que a conscientização da importância da tecnologia que salva vidas seja reconhecida por ambos os públicos-alvo da divisão – montadoras e consumidores finais. A Bosch é uma empresa muito grande, que detém de várias business units. Então, foi muito difícil sugerir novas ideias de marketing promocional, uma vez que elas podem não terem sido utilizadas pela Chassis Systems Control, mas podem já ter sido utilizadas por outra divisão. Neste contexto, quanto maior a empresa, mais técnicas de marketing têm de ser adotadas para a promoção do produto. O principal objetivo da empresa é tornar o controle de estabilidade um item veicular de série obrigatório por lei em todo o Brasil, uma vez que por meio de estudos internos Bosch notou-se o significativo aumento na segurança dos veículos que detêm da tecnologia em questão. Através dessas ações, espera-se que o governo brasileiro se conscientize que o programa eletrônico de estabilidade é capaz de salvar muitas vidas. A empresa, juntamente com as demais do ramo automotivo (Denso, Continental, TRW, etc.), está lutando para que essa meta seja atingida. 42 REFERÊNCIAS FURTADO, João. 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