PROCESSO DE ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA STRATEGIC MANAGEMENT PROCESS Andréa Simões Marinho – [email protected] Beatriz Barrionuevo Heise Braga – [email protected] Igor Roberto de Azevedo – [email protected] Ricardo Beozzo Junqueira de Andrade – [email protected] Profº M.Sc. Máris de Cássia Ribeiro Vendrame – [email protected] Profª Especialista Ana Beatriz Lima – [email protected] RESUMO Um grande desafio, nos dias atuais, para as empresas de bens de consumo é fazer com que sua marca se destaque no mercado, chamando a atenção positivamente do consumidor na hora da compra. Mas com o avanço tecnológico e o agressivo crescimento da concorrência, as empresas estão lançando no mercado produtos muito semelhantes na sua capacidade de atender aos anseios do consumidor, ficando cada dia mais difícil diferenciar um produto do seu concorrente. Por esse fato, para que as empresas consigam se manter competitivas no mercado elas utilizam-se de estratégias de marketing, como a aquisição de uma marca com objetivo de criar vantagem competitiva. Palavras-chave: Estratégias. Marca. Marketing. Vantagem competitiva. ABSTRACT Nowadays, the great challenge for consumer goods companies is to make their brand show up in the market, drawing attention positively of the consumer at the time of purchase. But with the technological progress and aggressive growth of the competitors, the companies are launching products on the market that are very similar in their ability to meet the needs of the consumer, becoming more and more difficult to differentiate a product from your competitor. Because of this, for companies to be able to remain in the competitive market they make use of marketing strategies as the acquisition of a brand in order to create competitive advantage. Keywords: Strategies. Brand. Marketing. Competitive advantage. INTRODUÇÃO Atualmente é evidente que as empresas só alcançam notoriedade e sucesso se utilizarem de uma estratégia eficaz e eficiente. O conceito de estratégia é bem antigo e foi muito utilizado nas guerras pelos militares, que tinha como objetivo lidar com o planejamento e condução de campanhas, o movimento e divisão de forças, e a burla do inimigo. Esse conceito evoluiu passando a fazer parte do vocabulário das empresas que começaram a utilizá-lo, como conjunto de regras de tomada de decisão para a orientação do comportamento de uma organização. (ANSOFF; MCDONNELL, 1993) Segundo Piragibe, Balbo e Garrido (2010), a administração estratégica é um processo contínuo e interativo, que mantém a empresa integrada ao seu ambiente, tanto o externo quanto o interno, estabelecendo uma direção estratégica e tomando as atitudes necessárias para atingi-las com sucesso sem esquecer-se da satisfação do cliente. Embora, seja difícil saber com certeza se uma empresa está seguindo a melhor estratégia, é possível reduzir a probabilidade de se cometer erros. Para isso a empresa ao escolher a estratégia, deve fazer de forma cuidadosa e sistemática, além de acompanhar o processo de administração estratégica. Para a realização desta pesquisa foram utilizados os métodos de estudo de caso e revisão bibliográfica. 1. ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA Segundo Barney e Hesterly (2007), o processo de administração estratégica, é um conjunto sequencial de análises e escolhas que podem aumentar a probabilidade de que uma empresa escolherá uma boa estratégia, isto é, uma estratégia que gere vantagem competitiva. O processo de administração estratégica começa quando a empresa define sua missão. A missão de uma empresa é seu propósito de longo prazo, definem tanto o que a empresa aspira ser no longo prazo quanto o que quer evitar neste ínterim. Enquanto a missão é uma declaração ampla de seus propósitos, os objetivos são alvos específicos e mensuráveis que a empresa pode utilizar para avaliar até onde esta realizando sua missão. Um exemplo do processo de administração estratégica é apresentado na figura abaixo. Fonte: Barney e Hesterly, 2007, p.05 As próximas duas fases é a analise externa e interna da organização. A análise externa busca identificar as ameaças e oportunidades em seu ambiente competitivo. Já a analise interna, ajudam a empresa identificar suas forças e fraquezas organizacionais, seus recursos e capacidades mais prováveis para vantagem competitiva. Munida de uma missão, de objetivos e de analises externas e internas completas, a empresa esta pronta para realizar suas escolhas estratégicas, isto é, pronta para escolher sua teoria de como obter vantagem competitiva. Baseado no processo de administração estratégica o objetivo ao se fazer uma escolha estratégica é optar por uma estratégia que respalde a missão da empresa, com objetivos consistentes, com exploração das oportunidades internas e externas e neutralize as ameaças. De acordo com Barney e Hesterly (2007), a implementação da estratégia ocorre quando uma empresa adota políticas e práticas organizacionais consistentes com sua estratégia. Três políticas e práticas organizacionais específicas são particularmente importantes para a implementação. a) estrutura organizacional; b) seus sistemas formais e informais de controles; c) sua política de remuneração; As empresa que adotam as especificações acima possuem maior probabilidade de conseguir implementar suas estratégias e gerar vantagem competitiva que nada mais é do que a capacidade que a empresa tem de gerar maior valor econômico que as rivais. O valor econômico é simplesmente a diferença entre os benefícios percebidos ganhos por um cliente que compra produtos ou serviços de uma empresa e o custo econômico total desses produtos ou serviços, (BARNEY; HERTERLY, 2007). 1.1 ESTABELECENDO O POSICIONAMENTO DA MARCA Marca é uma palavra que carrega consigo toda identidade, uma forma de expressão que faz parte do cotidiano das pessoas por elas terem em mente um nome ao lembrar-se de um produto ou serviço e ao mesmo tempo, representa o jeito de ser da empresa e seus princípios. Além disso, as empresas utilizam das marcas em suas ações estratégicas para melhor posicionar o seu produto ou serviço na tentativa de se obter sucesso no mercado. Para Kotler e Keller (2006), toda estratégia de marketing é construída de acordo com o trinômio SMP – segmentação, mercado alvo e posicionamento. A empresa descobre ás necessidades e os grupos diferentes no mercado, estabelece como alvo as necessidades e os grupos que é capaz de atender de forma superior, e então, posiciona seu produto e sua imagem de modo que o mercado-alvo os diferencie. Segundo Kotler e Keller (2006), o posicionamento é a ação de projetar o produto e a imagem da empresa para ocupar um lugar diferenciado na mente do público alvo. De acordo com Keller e Machado (2006), o posicionamento implica em identificar e determinar pontos de paridade e pontos de diferença para criar a imagem da marca adequada. Kapferer (1992) define posicionamento como a ênfase nas características distintivas que fazem uma marca diferente de seus competidores e atraente para o público. É o ato de relacionar uma faceta de uma marca a um conjunto de expectativas, necessidade e desejo dos consumidores. Aaker (1996) descreve a posição de uma marca como a parcela de identidade proposta de valor da marca que deve ser ativamente comunicada ao público-alvo com uma vantagem em relação às marcas concorrentes. Keller (2003) define posicionamento de uma marca como a criação de superioridade da marca na mente dos consumidores. O posicionamento envolve convencer os consumidores das vantagens de seus produtos contra a concorrência e ao mesmo tempo aliviar preocupações em relação a possíveis desvantagens. O objetivo é posicionar a marca na mente dos consumidores a fim de maximizar a vantagem potencial da empresa. Um bom posicionamento de marca ajuda a orientar a estratégia de marketing, esclarecendo a essência da marca, que objetivos ela ajuda o consumidor alcançar e como o faz de maneira inconfundível. 1.2 SELECIONANDO O MERCADO ALVO De acordo com Keller (2007), um mercado alvo consiste em um conjunto de compradores que possuem necessidades e características comuns, às quais a empresa decidi atender. É, portanto, identificar apropriadamente os grupos de clientes para qual a empresa irá dirigir seus esforços bem como avaliar a atratividade de cada segmento de mercado e selecionar de acordo com os recursos que têm disponível um ou mais segmentos. A empresa Acnase visou os jovens como um mercado importante. As chaves para o sucesso estratégico é a definição do mercado-alvo e o desenvolvimento de um mix de marketing adequado. Conforme Pride e Ferrel (2001), uma organização deve examinar se tem recursos e habilidades necessárias para criar um mix de marketing que irá satisfazer ás necessidades de seu mercado-alvo. Segundo Pride e Ferrel (2001), quando uma empresa seleciona o mercadoalvo errado, todas as suas outras decisões de marketing são um desperdício de tempo. A seleção cuidadosa do mercado alvo é fundamental para os esforços de marketing produtivos. Alguns produtos e empresas não dão certo porque os profissionais de marketing não identificam apropriadamente os grupos de clientes para os quais devem dirigir seus esforços. 1.3 AVALIANDO AS OPORTUNIDADES DE EXTENSÃO DA MARCA Vários princípios estão relacionados ao modo adequado de introduzir a extensão de uma marca, estratégia esta que deve ser avaliada seguindo etapas relacionadas. Para ajudar na tomada de decisão devem ser empregados o julgamento gerencial e a pesquisa com o consumidor. Conforme Oliveira e Jorvino (2008), a avaliação das extensões de marca passa por várias etapas que são: a) definir o conhecimento atual e desejado do consumidor sobre a marca; b) identificar candidatas à extensão com base nas associações de marcamãe e no ajuste de extensão com a marca-mãe; c) avaliar o potencial de extensão; d) avaliar candidatas à extensão; e) avaliar vantagens competitivas de acordo com a percepção dos consumidores; f) elaborar programa de marketing para lançar a extensão; e g) avaliar os efeitos de extensão sobre a marca. 1.3.1 SONDANDO OS CLIENTES PARA A EXTENSÃO DA MARCA Segundo Mittal, Newman e Shett (2001, p.29): “a utilização do termo consumidor para referir-se ao mercado de bens de consumo é didática, pois na prática, o termo usado nas lojas, bancos e prestadores de serviços é cliente”. Para saber se uma possível extensão de marca obtenha sucesso, nada melhor do que analisar os consumidores. É muito importante que uma pesquisa seja feita, onde os consumidores podem ser sondados diretamente, perguntando quais produtos acreditam estar ligados à marca, perceber se a maioria acham que há uma extensão proposta e que a mesma já está sendo vendida. É preciso trabalhar em pesquisas consistentes de maneira a descobrir em que áreas da mente dos clientes as marcas são percebidas. Um dos fatores mais importantes é a redução da complexidade, pois nada e nem ninguém pode representar todas as coisas para todas as pessoas. É necessário que haja uma reflexão sobre o que é verdadeiramente importante e também, é essencial que a empresa tenha uma imagem positiva para que assim seus clientes potências, mesmo sem ter tido nenhuma experiência anterior, façam sua escolha. 1.4 ESTRATÉGIAS UTILIZADAS PARA POSICIONAR E SOLIDIFICAR A MARCA Cada empresa possui seu próprio estilo de gerir seus negócios. Conforme seu setor, seu porte, sua posição competitiva, a organização adota uma estratégia de marca para conquistar o mercado. As empresas optam por adotar estratégias de marca conforme a alternativa que melhor se adapte ao encaminhamento traçado pela direção da organização. Desta forma cria seus próprios objetivos como, aumentar seu desempenho no mercado, utilizar melhor seus recursos físicos, incrementar suas vendas entre outras. Os principais estilos de estratégias de marcas utilizadas pelas empresas são: marca guarda chuva marca individual e estratégia mista, tendo essas suas definições abaixo. 1.4.1 MARCA GUARDA-CHUVA Essa estratégia consiste em chamar todos os produtos da empresa por um único nome, utilizando a marca para comercialização de diversos produtos. De acordo com Semenik e Bamossy (1995), este conceito de marca guardachuva é mais bem empregado quando a empresa possui produtos de qualidade e preços similares. Além disso, a força da marca se positiva na mente dos consumidores, auxilia no lançamento de novos produtos sem valor adicional, uma vez que não é preciso fazer pesquisa em relação ao nome, nem esforço adicional para divulgar e posicionar a marca. No entanto, Souza e Nemer (1993) apontam que essa opção pode trazer riscos também como: problemas que ocorram com um determinado produto podem ameaçar todos os outros. 1.4.2 MARCAS INDIVIDUAIS As empresas que se utilizam desta estratégia de marcas múltiplas ou nominais individuais almejam fazer de cada produto da empresa uma marca única de grande sucesso com alto poder competitivo. Nesse caso o risco é menor, além de trazer ao consumidor a impressão de novidade, podendo ocupar um espaço maior nos pontos de vendas. Outro beneficio é que como a maioria dos consumidores não sabem quem é o fabricante, caso ocorra um problema com a marca o produto pode ser retirado do mercado sem prejudicar os demais. No entanto as empresas que optam por essa estratégia sempre devem estar inovando, se dedicando as frequentes pesquisas de mercado a cada produto lançado. Tavares (1998), diz que nomes individuais para cada produto não afetam a reputação de outros bens, sendo possível buscar um melhor nome para cada produto. 1.5 ESTABELCENDO VANTAGENS COMPETITIVAS Com uma boa estratégia traçada e implantada com êxito, conseguimos identificar os fatores existentes que podem ou que já se tornaram uma vantagem competitiva, ou desvantagem competitiva. (BARNEY; HESTERLY, 2007) A vantagem competitiva é quando a empresa possui a capacidade de gerar maior valor econômico do que as suas rivais. Este valor econômico é simplesmente a diferença dos benefícios que um cliente percebe ganhos na compra de produtos ou serviços de uma empresa e o custo econômico total desses produtos e serviços. Em outras palavras, pode-se dizer que a vantagem competitiva de uma organização é a diferença do valor econômico que ela consegue criar e o que as suas rivais conseguem criar, assim verificando no mercado competitivo quem está na frente. Uma empresa tem vantagem competitiva quando cria mais valor econômico do que suas rivais, e valor econômico é a diferença entre os benefícios percebidos pelo consumidor associados à compra de produtos ou serviços de uma empresa e o custo para produzir e vender esses produtos ou serviços. (BARNEY; HESTERLY, 2007, p.13) Segundo Barney e Hesterly (2007), existem dois tipos de vantagem competitiva: a temporária e as sustentáveis. A temporária é a que se estende por pouco tempo, e a sustentável é a que se estende por muito tempo. Existe também a desvantagem competitiva, que igual a vantagem competitiva possui dois tipos que podem se encontradas dentro da empresa: as desvantagens temporárias e as sustentáveis. Outra classificação existente, além das vantagens e desvantagens competitivas, é a paridade competitiva, que é quando os valores econômicos da empresa e dos concorrentes se igualam. 1.6 IMPORTÂNCIA DA VANTAGEM COMPETITIVA Quando uma empresa tem vantagem competitiva sobre seus concorrentes, financeira ou mercadológica, significa que ela esta um passo a frente das demais, deixando muito bem posicionada no cenário em que atua. (BARNEY; HESTERLY, 2007) Essas vantagens competitivas são importantes por serem oportunidades que a empresa possui em determinado momento no mercado, podendo utilizá-las com consciência e aproveitando-as melhor. No caso de desvantagem competitiva, poderão ser minimizadas e, se não souberem aproveitá-las com eficiência, elas provavelmente irão aumentar. 1.7 CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante do estudo realizado, conclui-se que as estratégias são a base fundamental para o crescimento e a expansão dos Laticínios Milklins, e com a constante busca pelo aprimoramento das mesmas, tendo em vista que as empresas necessitam sobreviver num mercado cada vez mais competitivo. As ferramentas que são utilizadas poderão dar meios de se obter maiores vantagens competitivas e assim, auxiliar no planejamento estratégico das empresas. CONCLUSÃO Com base no estudo realizado, concluímos que quando ocorre a aquisição de uma marca, para que o lançamento desta seja um sucesso, é necessário que haja um processo estratégico tendo como objetivo posicioná-la corretamente no mercado. O tema abordado é de importância para todas as empresas, sendo um assunto envolvente e atual. Por isso concluímos que o tema não se encerra por aqui, que basta administrar os recursos corretamente, executar a teoria básica que agrega o conhecimento, e a empresa apresentará melhores resultados através prática. É importante salientar que as estratégias quando estruturadas de acordo com a necessidade e a realidade do mercado atuante, torna-se o fator preponderante para o êxito do processo expansivo. REFERÊNCIAS AAKER, D. A. Criando e administrando marcas de sucesso. São Paulo: Futura, 1996. ANSOFF, H. I.; MCDONNELL, E. J. Implantando a administração estratégica. São Paulo: Atlas, 1993. BARNEY, J. B.; HESTERLY, W. S. Administração estratégica e vantagem competitiva .São Paulo: Pearson, 2007. KAPFERER, J. N. Strategic brand management. 2 ed. New York: Free Press, 1992. KELLER, K. L. Gestão estratégica de marcas. Tradução de Marcos Machado. São Paulo: Pearson, 2007. KELLER. K. L. Strategic brand management: building, measuring and managing brand equity. 2 ed. Upper Saddler River. Prentice Hall, 2003. KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de Marketing. Trad. Mônica Rosenberg, Brasil Ramos Fernandes, Cláudia Freire. 12 ed. São Paulo: Prentice Hall, 2006. MITTAL, B.; NEWMAN, B.; SHETH, J. Comportamento do cliente: indo além do comportamento do consumidor. São Paulo: Atlas, 2001. OLIVEIRA, C.; JORVINO, J. Marca Líder: Nestlé. 2008. Monografia (Graduação em Administração) – Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, Lins. PIRAGIBE, A. S.; BALBO, I. R.; GARRIDO, J. M. T. L. Fusão e aquisição como estratégia para conquista de novos mercados. 2010. Monografia (Graduação em Administração) – Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, Lins. PRIDE, W. M.; FERREL, O. C. Marketing: conceitos e estratégias. 11ed. Rio de Janeiro: LTC, 2001. SEMENIK, R.; BAMOSSY, G. J. Princípios de marketing. São Paulo: Makron Books, 1995. SOUZA, M. G.; NEMER, A. Marcas e distribuição. São Paulo: Makron Books, 1993. TAVARES, M. C. 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