Variação genética nos genes alfa e beta do fibrinogênio e o risco de

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55º Congresso Brasileiro de Genética
Resumos do 55º Congresso Brasileiro de Genética • 30 de agosto a 02 de setembro de 2009
Centro de Convenções do Hotel Monte Real Resort • Águas de Lindóia • SP • Brasil
www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2
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Variação genética nos genes alfa e beta do fibrinogênio
e o risco de trombose venosa
Gorziza, RP¹; Roisenberg, I¹; Bandinelli, E¹
¹Departamento de Genética, Instituto de Biociências da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Palavras-chave: fibrinogênio alfa, fibrinogênio beta, trombose venosa, polimorfismo, hemostasia.
A trombose venosa (TV) é uma patologia decorrente de fatores genéticos e adquiridos. Alterações na hemostasia,
que causam hipercoagulação, são fatores de risco para o desenvolvimento dessa doença. O fibrinogênio é uma
proteína plasmática que atua nos mecanismos de coagulação e de adesão e agregação plaquetárias. Altos níveis
de fibrinogênio têm sido relacionados com o desenvolvimento de TV. Existem vários polimorfismos nos genes
que codificam suas cadeias α, ß e γ, que poderiam modular a quantidade da proteína no sangue. O objetivo desse
trabalho é verificar o papel dos polimorfismos HaeIII (-455G>A) e BclI, localizados na cadeia ß, e TaqI e Thr312Ala,
situados na cadeia α, no desenvolvimento da trombose venosa. Foram estudados 222 pacientes pareados por
sexo e idade com um grupo controle, sendo que todos os indivíduos são euro-descendentes. Os polimorfismos
foram identificados pela técnica de PCR/FRLP, utilizando-se as enzimas de restrição HaeIII, BclI, TaqI e RsaI,
respectivamente. Todos os polimorfismos estão em equilíbrio de Hardy-Weinberg, para ambos os grupos. As
diferenças nas freqüências genotípicas e alélicas entre pacientes e controles, para os polimorfismos HaeIII, BclI e
Thr312Ala, não foram estatisticamente significativas, sugerindo que não há associação entre esses polimorfismos
e a patologia. Para o polimorfismo TaqI, a freqüência de homozigotos para o alelo T2 foi de 0,10 no grupo de
pacientes e 0,06 no grupo de controles. Na análise univariada, a “odds ratio” para o genótipo T2T2 foi 2,09 (IC95%
1,02 – 4,29, p= 0,045), indicando que a homozigose para este alelo seria um fator de risco para TV. Entretanto, em
análise multivariada, controlando-se para a presença do Fator V Leiden e para a mutação no gene da protrombina,
o resultado obtido não foi estatisticamente significativo (OR=2,0 [IC95% 0,94 – 4,29, p= 0,073]). Assim, os resultados
obtidos sugerem a ausência de associação entre o polimorfismo TaqI e a TV. O papel desses polimorfismos nos
níveis de fibrinogênio e no desenvolvimento de TV ainda não está esclarecido. Trabalhos anteriores relatam a
associação independente dos polimorfismos BclI, HaeIII e Thr312Ala com a doença. Outros estudos não detectaram
associação entre as quatro variantes genéticas e a TV. Desse modo, mais estudos são necessários para elucidar a
importância do fibrinogênio na etiologia desta patologia.
Apoio: CNPq
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