55º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 55º Congresso Brasileiro de Genética • 30 de agosto a 02 de setembro de 2009 Centro de Convenções do Hotel Monte Real Resort • Águas de Lindóia • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 33 Identificação de novos polimorfismos do cromossomo Y humano em populações indígenas americanas Jota, MSA¹; Lacerda, DR¹; Bisso-Machado, R²; Paixão-Cortes, VR²; Bortolini, MC²; Santos, FR¹ ¹ Departamento de Ciências Biológicas. UFMG ² Departamento de Genética. UFRGS [email protected] Palavras-chave: polimorfismo, cromossomo Y, populações indígenas americanas. Desde o início do estudo de variações do cromossomo Y humano, na década de 1990, revelou-se uma grande dificuldade em se encontrar polimorfismos. Essa dificuldade é em grande parte explicada pela natureza não recombinante da maior parte deste cromossomo e, além disso, pelo tamanho populacional efetivo que é quatro vezes menor que o de autossomos. Vários métodos de detecção de polimorfismos (e.g. seqüenciamento, DHPLC e SSCP) revelaram marcadores informativos que atualmente podem ser genotipados por protocolos baseados em PCR. O Consórcio do Cromossomo Y (YCC) começou, em 2002, a sistematizar a nomenclatura de linhagens (haplogrupos e haplótipos) baseada em 245 marcadores, entre SNPs e indels. Apesar de novos polimorfismos terem sido descritos desde então, há ainda várias lacunas na filogenia do Y, entre estas, nos cromossomos de indígenas americanos. Atualmente, é consensual o reconhecimento de duas grandes linhagens específicas de nativos americanos, os haplogrupos C e Q, sendo a primeira encontrada apenas na América do Norte. Dentro do haplogrupo Q (ou Q-M242), o marcador DYS199 (M3) permite discriminar a sub-linhagem Q-M3 (ou Q1a3a), a mais comum nas Américas e considerada como autóctone, isto é, originada no continente após a vinda dos migrantes asiáticos. No entanto, são ainda necessários mais marcadores para discriminação de outras sub-linhagens de Q, tanto dentro de Q-M3, como no paragrupo Q* (Q menos cromossomos Q-M3), que permitirão definir mais grupos monofiléticos e comparar populações no nível intracontinental. Este estudo buscou detectar novos polimorfismos pelo seqüenciamento de fragmentos de cromossomos Y divergentes, pré-definidos por análise filogeográfica de haplótipos de microssatélites. Primeiro, foi desenhada uma rede de haplótipos com dados de 6 microssatélites a partir de cromossomos Q* ou Q-M3 de indígenas de distintas localidades americanas (Andes, Amazônia e Alaska). Posteriormente, foram selecionados 10 indivíduos em diferentes extremidades da rede filogeográfica que representavam haplótipos mais divergentes, considerando também distintas origens geográficas. Onze loci de cópia única do cromossomo Y foram seqüenciados em todos os indivíduos (~6 kb) e cinco prováveis polimorfismos foram identificados. Entre estes, um novo SNP foi detectado em um indivíduo Q* da região andina, sendo assim um possível identificador de uma sub-linhagem autóctone do continente sul-americano. A abordagem adotada neste estudo mostrou-se eficiente para busca de polimorfismos, permitindo também economizar DNA (amostras), insumos, horas de trabalho e recursos financeiros. Apoio Financeiro: FAPEMIG