ISRS – Inibidores Seletivos da Recaptação da Serotonina Na busca de um medicamento ideal, com a evolução das pesquisas feitas para elaboração de novos medicamentos, constatou-se que a serotonina esta mais ligada à humor deprimido, ansiedade e fobias. A depressão é muito marcada por estes sintomas. Surgiu então a idéia de um medicamento seletivo unicamente para a serotonina. Chegou-se a criação da classe dos ISRS, inibidores seletivos da receptação da serotonina. São exemplos destes medicamentos: fluoxetina (prozac), sertralina (zoloft), paroxetina (aropax), fluvoxamina (luvox – não é comercializado no Brasil) e citalopram (cipramil). O desenho acima, representa as propriedades farmacológicas dos ISRS. Teoricamente, eles seriam bastante seletivos. Mas na verdade, os ISRS apresentam um grupo de propriedades semelhante à sobreposição dos fármacos deste grupo, ou seja, ele possui ação somada dos efeitos dos fármacos que o compõe. A figura dos ISRS deveria ser montada de tal modo que sobrepuséssemos a fluoxetina, a paroxetina e a sertralina uma em cima da outra. Tem inibidor da dopamina, tem inibidor da noradrenalina, tem outras ações, tem anticolinérgico. Os ISRS devem ter sua prescrição feita com cuidado quando uso de outro medicamento. Deve-se tomar cuidado porque diversas outras drogas interferem na absorção deste fármaco. Isto acontece devido a ação dos ISRS sobre enzimas, especialmente o citocromo P-450, que tem sua cadeia alterada por diversos outras substâncias. Um grande problema destas drogas são as interações medicamentosas. Estes fármacos que atuam sobre enzimas, podem fazer com que aumente não a concentração sérica do fármaco, mas sim a ação do fármaco. Assim como a ação pode estar aumentada, ela também poderá se apresentar diminuída. Acaba sendo difícil controlar a ação do fármaco, pois ao submeter o medicamento a interações medicamentosas, pode-se aumentar ou diminuir o poder de ação. Recapitulando a neurofisiologia, existem diversas projeções dos neurônios serotoninérgicas. Os neurônios monoaminérgicos se localizam nos núcleos da rafe e projetamse pelo sistema nervoso. Dependendo da ação nessas projeções, vai causar efeito desejado e indesejado. Por exemplo, a ação do antidepressivo no córtex frontal é normal, tem a ver com o humor; porém nos gânglios basais tem a ver com acatisia, transtorno obsessivo compulsivo e agitação. Na medula espinhal, os antidepressivos provocam disfunção sexual, que se traduz em baixa da libido nas mulheres e nos homens, baixa do tempo de ereção, em alguns processos pode causar retardo da ejaculação. Também pode provocar retardo da motilidade intestinal e alterações no centro do sono. Não adianta ser seletivo, tem que ser seletivo somente no córtex frontal. Se diminui a serotonina nos gânglios basais, surgem sintomas obsessivo-compulsivos. Se aumentar a serotonina para corrigir este efeito, se aumentar a serotonina em nível de gânglio basal, pode provocar em nível de medula espinhal, disfunção sexual. Então, não é tão simples o uso destes medicamentos. No córtex frontal, a serotonina melhora o humor. Mas aumentar a serotonina pode causar insônia. Por exemplo, a fluoxetina provoca insônia num grande número de pessoas, a sertralina também. A fluoxetina possui diversas outras ações, mas provoca insônia como efeito indesejado e isto acaba tornando-se um efeito complicador.