Luta contra a aids: foco na prevenção

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7 iNteRNACioNAl
SIERJ concede medalha
a Beatriz Gristenj
Tudo sobre a AASLD
(Liver Meeting® 2014)
5 PARCeRiA
8 CieNtÍFiCo
SBI e Elsevier
traduzem obra
internacional
XIV Congresso de
Controle de Infecção e
Epidemiologia Hospitalar
sbi
www.infectologia.org.br
Boletim de informação e atualização da Sociedade Brasileira de Infectologia – Ano XII – N0 48 – Outubro/Novembro/Dezembro de 2014
Luta contra a aids: foco na prevenção
O sucesso da terapia antirretroviral foi traduzido, a partir do final da década de 1990,
pela queda da morbidade e da mortalidade
associadas à aids, além do aumento marcante da expectativa de vida das pessoas
portadoras do vírus da imunodeficiência humana (do inglês human immunodeficiency
virus – HIV). Esse período foi seguido por
grande otimismo em relação ao controle
da doença: o fim da epidemia e a cura da
aids chegaram a ser anunciados em capas
de revistas em todo o mundo.
Esse clima de triunfo, entretanto, foi
associado a alguns efeitos deletérios sobre o enfrentamento da epidemia. O financiamento para o combate da aids foi
reduzido por parte de diversos gestores e
doadores. No que diz respeito à população, houve certa banalização da infecção
e relaxamento quanto à prevenção com
o uso de preservativos.
Assim como a mortalidade, a incidência
da infecção permanece estável, mas em
patamares elevados nos últimos anos em
vários países, inclusive no Brasil. Além
disso, e mais grave, em grupos populacionais particularmente vulneráveis – como
homens que fazem sexo com homens, sobretudo jovens – foi identificado aumento
da incidência no Brasil, na Europa e na
América do Norte. Nos últimos anos, a
efetividade dos programas de prevenção
ficou certamente muito aquém do êxito do
tratamento para as pessoas soropositivas.
Por outro lado, acumulam-se evidências científicas na área de prevenção
que apontam para o potencial impacto
de diversas intervenções na contenção
da epidemia.
Intervenções comportamentais em grupos específicos foram capazes de promover algum grau de redução de práticas de
risco para transmissão em vários estudos,
entretanto não parecem ser suficientes
para conter a epidemia. Paralelamente,
intervenções biomédicas têm demonstrado
potencial de ampliar a proteção contra a
transmissão do HIV.
A circuncisão em homens soronegativos promoveu 50% a 60% de proteção
em três estudos.
O impacto do tratamento da pessoa que
vive com o HIV na transmissão sexual
foi demonstrado em casais sorodiscordantes homo e heterossexuais no estudo
Intervenções
biomédicas mostram
eficácia na proteção à
transmissão do HIV
HPTN 052, com expressiva redução de
96% das transmissões relacionadas ao
vírus da parceria sexual preferencial. O
estudo PARTNER vem avaliando o risco
de transmissão em relações sexuais sem
preservativos quando a parceria com HIV
está sob terapia antirretroviral e supressão da replicação viral. O estudo, ainda
em andamento, incluiu casais sorodiscordantes homo e heterossexuais, e após
analisar 894 casais-ano não identificou
até o momento nenhum caso de transmissão sexual. Embora estimativas mais
precisas dependam de um maior tempo
de seguimento, esse dado aponta para
um intenso efeito do tratamento sobre a
transmissibilidade.
continua pág. 3
2 | Boletim SBi | outubro/Novembro/Dezembro de 2014
EDITORIAL
Bons resultados e
ótimas perspectivas
Érico Arruda
Presidente da SBI
Caros infectologistas e demais profissionais da saúde associados à SBI, chegamos
ao fim de mais um ano. E que ano! Copa
do Mundo, eleições, vitórias e frustrações...
Primeiro ano de mandato desta Diretoria,
etapa que consideramos bastante produtiva quanto às atividades desenvolvidas.
Nesta edição serão detalhadas algumas
das atividades mais recentes, que lhes convido a conhecer. Há também entrevistas
com colegas que atualizam informações
sobre importantes eventos nacionais e internacionais. Destacamos ainda relevantes parcerias que vêm sendo construídas
e solidificadas ao longo da gestão. Uma
delas é a edição traduzida do livro texto
de infectologia "Mandell, Douglas, and
Bennett’s Principles and Practice of Infectious Diseases", projeto em conjunto
com a Editora Elsevier. Há também ações
de impacto com a Sociedade Brasileira
de Hepatologia (SBH). Hoje, caminhamos
para escrever e publicar um Guia de Tratamento da Hepatite C, em comum acordo.
Em alguns momentos deste 2014, nós
nos posicionamos de maneira clara sobre
questões essenciais à especialidade, como
o fizemos no Dia Nacional do Infectolo-
Boletim institucional
da Sociedade Brasileira
de Infectologia
gista, 11 de abril, promovendo campanha
de incentivo à vacinação. Outro posicionamento fundamental ocorreu em nota
pública de esclarecimento aos cidadãos,
em coautoria com a Sociedade Brasileira
de Imunizações (SBIm), a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e
Obstetrícia (FEBRASGO) e a Sociedade
Brasileira de Pediatria (SBP) sobre a vacina
contra HPV, além de denunciarmos a falta
de imunógenos enfrentada durante todo o
ano no País, com repercussão em vários
meios de comunicação, sendo o mais
abrangente o Jornal Nacional (TV Globo).
Também marcamos posição no debate
sobre o exame do CD4. Entendemos que
já pode ser relativizado ao grau de importância anteriormente dada para decisões
terapêuticas na pessoa infectada pelo HIV,
mas continua sendo fundamental no início
da abordagem, para decidir uma série de
intervenções (profilaxias e imunizações) e
o vigor da recomendação quanto ao início
da terapia antirretroviral mais imediata.
Ademais, por ocasião do Dia Mundial de
Combate à Aids, publicamos documento
enfatizando os benefícios do tratamento
precoce, a necessidade de ampliar o aces-
DIRETORIA
Presidente
Érico Arruda
Vice-presidente
Thaís Guimarães
Primeira-secretária
Mônica Jacques de Moraes
Segunda-secretária
Cláudia Carrilho
Primeiro-tesoureiro
Luís Fernando Aranha Camargo
Segundo-tesoureiro
Unaí Tupinambás
COORDENADORES
A SBI é filiada à AMB
Científico
Heloísa Ramos Lacerda de Melo
Comunicação
Alexandre Cunha
Informática
Cristiane da Cruz Lamas
so, de imprimir agilidade ao diagnóstico
e de incentivar campanhas de prevenção,
destacando a importância do sexo seguro
(camisinha), sem esquecer os benefícios das
estratégias medicamentosas (PEP e PrEP).
Sobre o Infecto2015, em Gramado (RS),
no fim de agosto do próximo ano, estamos
debruçados no planejamento e estruturação
da programação científica junto com a Comissão Organizadora local, liderada pela colega
Lessandra Michelim Rodriguez N. Vieira, e
com a Comissão Científica, que tem à frente
Alessandro Pasqualoto. Será um excelente
congresso e aguardamos por todos vocês.
Portanto, comece a planejar sua viagem, para
nos encontrarmos no frio da Serra Gaúcha.
Conclamo novamente o colega infectologista a reservar alguns minutos para atualizar seus dados cadastrais em nosso portal
(www.infectologia.com.br) e responder às
perguntas que nossas secretárias (Dédna e
Givalda) poderão fazer ao telefone. Aliás,
estamos bem felizes com a recuperação da
Givalda, nossa secretária de tantos anos e
conhecida por todos, que retornou à ativa
após licença para tratamento de saúde.
Por fim, desejo a todos um excelente
final de 2014 e um 2015 especial!
PRESIDÊNCIA DAS
SOCIEDADES FEDERADAS
Fernando Luiz de A. Maia (AL)
Eucides Batista da Silva (AM)
Fabianna Marcia M. Bahia (BA)
Melissa Soares Medeiros (CE)
Henrique Marconi Sampaio Pinhati (DF)
José Américo Carvalho (ES)
Josela Palmeira Pacheco (GO)
José de Macedo Bezerra (MA)
Estevão Urbano Silva (MG)
Bruno Baptista M. Filardi (MS)
Maria do Perpétuo S. C. Correa (PA)
Benedito Bruno de Oliveira (PB)
Heloísa Ramos Lacerda de Melo (PE)
Maria do Amparo S. Cavalcanti (PI)
José Luiz de Andrade Neto (PR)
Alberto Chebabo (RJ)
André Prudente (RN)
Lessandra Michelim R. N. Vieira (RS)
Antonio Fernando B. Miranda (SC)
Iza Maria Fraga Lobo (SE)
Mauro José Costa Salles (SP)
Myrlena Mescouto (TO)
SEDE DA SBI
R. Domingos de Moraes,
1061 - cj. 114 - CEP 04009-002
São Paulo / SP
Tel/fax: (11) 5572-8958
5575-5647
E-mail: [email protected]
www.infectologia.org.br
Secretária: Givalda Guanás
EXPEDIENTE
Produção:
Acontece Comunicação e Notícias
[email protected]
Jornalista responsável:
Chico Damaso (MTb 17.358/SP)
Arte e diagramação:
Giselle de Aguiar Pires
outubro/Novembro/Dezembro de 2014 | Boletim SBi |
Há evidências de que o
tratamento como prevenção
seja sustentável no contexto de
um sistema de saúde público
Em termos populacionais, os efeitos da
expansão do tratamento no contexto de
“vida real” vêm sendo objeto de intensa
investigação. A estratégia de “Tratamento como Prevenção” vem sendo adotada
progressivamente em vários países, tendo
sido incorporada no Brasil às diretrizes
de tratamento nacionais em 2013. Há
evidências de que o “Tratamento como
Prevenção” seja eficaz e sustentável no
contexto de um sistema de saúde público com amplos recursos e que ofereça
acesso à população. Redução da morbidade e da mortalidade e indicadores
positivos relacionados ao tratamento se
correlacionaram com a expansão da terapia antirretroviral na Colúmbia Britânica, no Canadá. No entanto, permanece
o desafio de implementar essa estratégia
em regiões com recursos escassos e distintos contextos culturais.
A eficácia do tratamento como prevenção obviamente depende do diagnóstico
precoce, que, em vários países, permanece como o maior desafio para o controle
da epidemia. No Brasil, na América do
Norte e no Reino Unido, pelo menos um
terço dos diagnósticos é feito quando a
contagem de CD4 já está < 200 cel/mm3.
Além do emprego do tratamento de
portadores do vírus como estratégia de
prevenção, os medicamentos antirretrovirais podem também desempenhar papel
profilático para indivíduos não infectados
particularmente vulneráveis à infecção.
Homens que fazem sexo com homens,
profissionais do sexo, travestis, transexuais e transgêneros compõem populações
que podem se beneficiar da profilaxia
pré-exposição (PrEP). Os estudos IPREX,
IPREX-OLE (multicêntricos, incluindo o
Brasil), PROUD (Reino Unido) e ANRS
IPERGAY (França) demostraram efeito protetivo substancial da PrEP em homens que
fazem sexo com homens. Tais evidências
promoveram uma alteração nas diretrizes
da Organização Mundial da Saúde, que
passou a recomendar PrEP a homens que
fazem sexo com homens como alternativa
de prevenção dentro do contexto de um
amplo pacote de medidas preventivas.
A eficácia da PrEP nos estudos randomizados foi, entretanto, estreitamente relacionada à adesão ao esquema proposto.
A generalização dos achados dos estudos
clínicos às diferentes realidades não pode
ser automática. Os estudos demonstraram
a eficácia da estratégia, uma vez que haja
adesão satisfatória. Entretanto, a aceitação,
a adesão e a potencial compensação de
risco, assim como a factibilidade da PrEP
nos distintos contextos de vida real
e de organização de serviços de
saúde, permanecem objeto de
debate. No Brasil, pesquisas com
o apoio do Departamento de HIV/
Aids, DST e Hepatites Virais estão em
andamento para avaliação desses
aspectos e delineamento de estratégias
para implementação
da PrEP. Internacionalmente, estudos como o já
mencionado IPERGAY avaliam a PrEP “por demanda”, em oposição à PrEP
contínua empregada nos
estudos prévios. Em que
pesem as incertezas, sem
dúvida a PrEP é mais um
3
recurso de prevenção a ser considerado.
A diversificação de estratégias para a
prevenção da transmissão do HIV aumentou significativamente nos últimos anos,
sobretudo daquelas que incluem o uso de
medicamentos. A promoção de redução de
riscos e do diagnóstico precoce, o amplo
acesso à terapia antirretroviral e a retenção
nos serviços de saúde são passos essenciais
no esforço geral de tratamento e prevenção. O reconhecimento de populações-chave na realidade brasileira, levando
em conta as especificidades regionais,
é essencial para manter populações vulneráveis sob programas de prevenção.
A integração de intervenções comportamentais e biomédicas, dirigidas tanto à
população exposta ao risco como aos que
vivem com HIV, é necessária para que um
efeito substancial na transmissão do HIV
ocorra e para que o êxito do tratamento
seja repetido na prevenção.
Ademais, o sucesso no controle da epidemia depende da garantia dos direitos
individuais como um valor transversal às
ações em saúde. É preciso que o Brasil
avance a partir de uma agenda que inclua o combate à homofobia e a promoção da autonomia das populações mais
vulneráveis. Políticas públicas inclusivas,
no marco do estado laico, que envolvam ações afirmativas e de visibilidade
a prostitutas, gays, travestis, transexuais,
transgêneros, usuários de drogas, entre
outros segmentos populacionais excluídos, serão sinérgicas às medidas baseadas nos recentes avanços científicos. A
afirmação dos direitos sexuais e reprodutivos, incluindo a abertura do debate
sobre a descriminalização do aborto e
o combate ao preconceito institucional,
contribuirão para a redução da vulnerabilidade da população brasileira à aids.
A prevenção deve aliar estratégias relacionadas a atitudes, práticas, diagnóstico, medicamentos e direitos humanos,
de modo a construir uma política de enfrentamento à aids inclusiva e para todos.
É preciso que o Brasil avance
a partir de uma agenda que
inclua o combate à homofobia e
a promoção da autonomia das
populações mais vulneráveis
4 | Boletim SBI | Outubro/Novembro/Dezembro de 2014
Atenção: regularize sua situação
com a SBI em condições especiais
Grande parte da receita da SBI provém da arrecadação com as anuidades,
que serve para manutenção da infraestrutura, funcionários, suporte técnico,
assessorias jurídica, de informática e de
imprensa, assim como para os meios
de comunicação e de difusão de informações: portal da SBI, newsletters,
congressos e demais eventos.
“A contribuição dos sócios é essencial
para que nossa entidade representativa
mantenha ativa suas funções básicas
de defender os interesses da especialidade e difundir o conhecimento em
infectologia, o que também contribui
para a melhoria da qualidade da saúde
prestada aos pacientes”, destaca Luís
Fernando Aranha Camargo, primeiro-tesoureiro da SBI.
Os benefícios aos associados são
diversos. Destaque para o desconto
na inscrição ao Congresso da SBI e o
acesso a conteúdos exclusivos no portal.
É preciso destacar, contudo, que,
hoje, menos de 50% dos sócios con-
tribui regularmente, o que gera déficit
anual considerável para as finanças
da Sociedade. Uma mudança de
postura nessa questão em particular
é indispensável para que a SBI tenha
uma condição adequada de bem representar os valores e os ideais dos
infectologistas.
Em Assembleia Geral, em abril passado, durante o Congresso da Sociedade Paulista de Infectologia, houve
aprovação de mudança no estatuto,
viabilizando o pagamento de débitos
pregressos. Segundo o novo estatuto,
as anuidades passadas não pagas podem ser atualizadas com a quitação do
ano anterior e do ano corrente, independentemente do tempo de inadimplência do associado.
Para realizar esse acerto e saldar débitos anteriores, basta entrar em contato
com a SBI pelo telefone (11) 5572-8958.
Com a participação dos sócios, a entidade pode continuar a representar os
infectologistas brasileiros.
SIERJ homenageia Beatriz Grinsztejn
Em 13 de agosto, a Sociedade de Infectologia do Estado do Rio de Janeiro
(SIERJ) concedeu a medalha “Walter
Tavares” para Beatriz Grinsztejn, infectologista responsável pelo Laboratório
de Pesquisa Clínica em DST/Aids do
Instituto de Pesquisa Clínica Evandro
Chagas da Fundação Oswaldo Cruz.
A homenagem aconteceu durante o IV
Congresso de Infectologia do Estado do
Rio de Janeiro (Infecto Rio 2014), realizado no Colégio Brasileiro de Cirurgiões
(CBC), no Rio de Janeiro (RJ).
De acordo com as diretrizes do SIERJ,
a tradicional medalha “Walter Tavares”
pode ser ofertada a um médico infectologista com participação marcante em
assistência, ensino ou pesquisa; a um
Serviço de Infectologia de excelência; e
a um profissional não médico, que atue
de forma envolvente na área de Infectologia. Beatriz Grinsztejn foi premiada
pelo dedicado trabalho de pesquisa na
Indique temas para
o Infecto2015
Com realização da SBI, apoio da
Sociedade Riograndense de Infectologia (SRGI) e Sociedade Brasileira de
Hepatologia (SBH), a expectativa é
de que o XIX Congresso Brasileiro de
Infectologia reúna 2.500 especialistas
no Serra Park (Gramado, RS), centro
de convenções instalado em meio a
um parque de 460.000 m2. O tema
principal do encontro será “Infectologia: da ciência à beira do leito”.
“Nessa edição do Congresso, contaremos com uma distribuição diferenciada.
Serão seis salas concorrentes separadas
por temas principais, facilitando tanto
o deslocamento do congressista como
sua escolha das aulas”, comenta Lessandra Michelim Rodriguez N. Vieira,
presidente da SRGI e do Infecto2015.
Os associados da SBI poderão enviar
sugestões de temas para a programação
científica do evento, por meio do site
www.infecto2015.com.br, no campo
Opine. O evento conta com o apoio
de outras sociedades de especialidade,
como Sociedade Brasileira de Infectologia Pediátrica, Sociedade Brasileira
de Imunizações, Sociedade Brasileira
de Medicina Tropical e Associação de
Medicina Intensiva Brasileira.
SPI tem nova Diretoria
especialidade. “Fiquei muito emocionada
e honrada ao ver que meus colegas infectologistas do Rio de Janeiro têm esse
entendimento do meu trabalho. Foi um
momento especial! Sou grata a todos
pela homenagem.”
Após apuração dos votos, em 24 de novembro, a chapa única SPI de Todos foi
eleita para a gestão 2015/2016 da Sociedade Paulista de Infectologia (SPI). Com
93% dos votos válidos, a nova Diretoria
teve uma vitória absoluta. A posse está
marcada para 10 de fevereiro de 2015,
com local e horário a confirmar. Confira
a seguir os novos diretores da SPI: presidente, Thais Guimarães; vice-presidente,
Mariangela R. Resende; primeiro-secretário, Daniel Wagner de Castro L. Santos;
segundo-secretário, Alexandre N. Barbosa;
primeiro-tesoureiro, Adilson Joaquim W.
Cavalcante; segundo-tesoureiro, Mario P.
Gonzalez; e os coordenadores Científico,
Juvêncio J. Duailibe Furtado, de Informática, Silvia F. Costa, e de Divulgação,
Valdes R. Bollela.
Outubro/Novembro/Dezembro de 2014 | Boletim SBI |
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Parceria entre SBI e Elsevier viabiliza a tradução de um
dos mais importantes tratados da infectologia mundial
A SBI fechou importante parceria com
a Elsevier, uma das mais antigas e conceituadas editoras do mundo nas áreas
de ciência, tecnologia e saúde. Juntas,
promoverão trabalho colaborativo na
tradução de obra que é referência em
doenças infecciosas: a oitava edição de
“Mandell, Douglas, and Bennett’s Principles and Practice of Infectious Diseases”
“É uma honra para a SBI participar
dessa empreitada para tornar esse livro
mais acessível a estudantes, residentes,
médicos e profissionais da saúde de
nossa área. Sem dúvida, é uma fonte
de consulta imprescindível para quem
lida com doenças infecciosas”, comenta
Mônica Jacques de Moraes, primeira-secretária da SBI.
Dos editores John Bennett, Raphael
Dolin e Martin Blaser, a publicação
foi editada pela primeira vez há 35
anos. É considerado um dos mais
tado é um conjunto de referências
abrangente, de grande utilidade para
auxiliar no diagnóstico e tratamento
dessas afecções”, destaca Mônica.
Colaboração
relevantes textos médicos para infectologistas de todo o planeta.
“Além de essencial à atualização,
Bennett, Dolin e Blaser expandiram o
conteúdo em novos capítulos, trazendo
abordagens inéditas. Para tanto, houve a
colaboração de um time impressionante
de especialistas internacionais nas mais
diversas moléstias infecciosas. O resul-
Existe todo um processo administrativo e técnico para a tradução de um
livro. Para se ter ideia da complexidade, a estimativa é de que a primeira
edição brasileira esteja disponível em
dois anos. Nesse período, a equipe de
colaboradores, definida pela SBI, trabalhará com afinco para que o projeto
seja o mais fiel possível ao original. “A
SBI cuidará da revisão técnica da tradução, que requer amplo conhecimento
nos termos da obra. Ainda contribuirá
com conteúdo referente aos aspectos
específicos da abordagem das doenças infecciosas no contexto brasileiro”,
conclui Mônica.
SBI marca presença no II Simpósio de Hepatologia do Nordeste
Em 26 de setembro, durante o II Simpósio de Hepatologia do Nordeste, em
João Pessoa (PB), a SBI e a Sociedade
Brasileira de Hepatologia (SBH) promoveram o Curso Básico Multidisciplinar
das Hepatites Virais, que levou informações sobre detecção precoce e manejo
das hepatites virais a mais de 100 profissionais que atuam na Atenção Básica
do Sistema Único de Saúde (SUS). Essa
foi a segunda parceria das duas sociedades em torno do tema.
A primeira atividade em conjunto foi no
Congresso Hepatologia do Milênio 2014,
realizado de 23 a 25 de julho, em Salvador
(BA). Na oportunidade, SBI e SBH uniram
forças contra a hepatite C, por meio da
Campanha do Dia Mundial de Hepatites,
que alertou a população sobre a importância do teste anti-VHC em indivíduos com
idade > 45 anos, independentemente de
seu histórico de exposição.
Para Érico Arruda, presidente da SBI,
a SBH tem sido uma importante aliada
na luta contra as hepatites virais. “Na
Campanha do Dia Mundial de Hepati-
Érico Arruda, ao lado de colegas infectologistas, prestigia evento
da Sociedade Brasileira de Hepatologia, em João Pessoa (PB)
tes, organizamos a distribuição de folders informativos e disponibilizamos
porta-vozes de ambas as sociedades
para entrevistas em grandes veículos de
comunicação. Dessa forma, atingimos
o público leigo de maneira bastante
significativa. Nessa segunda oportunidade, no II Simpósio de Hepatologia
do Nordeste, focamos na capacitação
dos profissionais da Atenção Básica. No
curso, oferecemos o conhecimento das
hepatites C, B, Delta, A e E, e conceitos
de diagnóstico, evolução e tratamento.”
“Queremos continuar trabalhando em
conjunto com a SBH para aumentar o número de profissionais de saúde capazes
de realizar um diagnóstico precoce das
hepatites”, conclui o presidente da SBI.
6 | Boletim SBI | Outubro/Novembro/Dezembro de 2014
Sucesso do Congresso
Norte-Nordeste de Infectologia
Érico Arruda (SBI), Melissa Soares Medeiros (SCI),
Sérgio Pessoa (SBH-CE) e Marcelo Naveira (DDAHV – Ministério da Saúde)
Com um total de 593 congressistas, entre
médicos, estudantes e profissionais da área
da saúde, além de 85 palestrantes, a quinta
edição do Congresso Norte-Nordeste de
Infectologia foi realizada pela Sociedade
Cearense de Infectologia, com apoio da
SBI, de 3 a 6 de dezembro de 2014, no
Seara Praia Hotel, em Fortaleza (CE). Na
avaliação de convidados e audiência, o
evento superou todas as expectativas em
qualidade científica e disseminação do
conhecimento de excelência.
Foram 70 palestrantes das diversas regiões do Brasil, distribuídos em três salas
de atividades concomitantes de palestras,
mesas-redondas e discussões de casos
clínicos de doenças endêmicas, emergentes, infecções hospitalares e fúngicas,
entre outras.
“Cumprimos a grade científica em sua
totalidade, com a presença de todos os
convidados. A indústria farmacêutica
estava em peso e recebemos muitos elogios”, destaca Melissa Soares Medeiros,
presidente do Congresso e da Sociedade
Cearense de Infectologia. “Os membros da
Diretoria da SBI e presidentes das federadas nos prestigiaram com suas presenças.”
Durante o horário de almoço, os laboratórios promoveram lunch meetings, com
aulas relacionadas a seus produtos e às
áreas de seus convidados palestrantes, o
que também foi um sucesso. Ao todo, 30
trabalhos de temas livres de áreas como
HIV/Aids, Hepatites Virais, Infecções
Bacterianas e Infecções Fúngicas, entre
outras, foram apresentados em 5 sessões.
Os 6 melhores projetos e 2 dos 58 pôsteres receberam premiação.
No Infecto2015, que acontecerá de 26
a 29 de agosto, em Gramado (RS), haverá
a definição do local da próxima edição
do Norte-Nordeste.
Científico
Um dos destaques foi a mesa sobre ebola. A epidemia, que começou há cerca de
um ano, já infectou aproximadamente 16
mil pessoas, com 7 mil mortes. “Contamos
com profissionais da Fundação Oswaldo
Cruz, que compartilharam suas experiências diante do primeiro caso suspeito do
vírus no Brasil e treinamento para uma
melhor conduta ao lidar com pacientes
estrangeiros. Além do conteúdo excelente,
proporcionamos mais segurança a nossos
profissionais para o manejo desse tipo de
situação”, explica Melissa.
HIV/Aids foi um tema amplamente
explorado. Aspectos como tratamento
para prevenção, possíveis falhas terapêuticas, complicações da infecção e
a conduta em gestante contaram com
discussões abrangentes.
As hepatites virais chamaram atenção na
programação. O coordenador de Hepatites Virais do Departamento de DST, Aids
e Hepatites Virais do Ministério da Saúde,
Marcelo Naveira, falou na conferência de
abertura sobre as perspectivas brasileiras na
luta contra a doença e o novo Consenso,
que traz opções terapêuticas que visam à
redução do tempo e dos efeitos adversos do
tratamento, permitindo melhores resultados.
O sarampo, que chegou a concentrar
93% dos casos da doença de todo o território nacional somente no Ceará, ganhou
espaço em discussão sobre as formas de
controle. Assim como os antimicrobianos,
com abordagem de novas drogas, possibilidades futuras e bactérias resistentes.
Em um dos cursos pré-congresso, a pauta
foi uma doença de grande visibilidade nos
últimos meses: a febre chikungunya. Com
a participação de representantes do Ministério da Saúde e da Secretaria da Saúde do
Estado do Ceará (SESA/CE), o debate girou
em torno da atual situação epidemiológica
no Brasil e no mundo, do manejo clínico
desses pacientes, do diagnóstico laboratorial e do plano de contingência.
Érico Arruda, ao lado de colegas hepatologistas, prestigia evento da SBH, em João Pessoa (PB)
Outubro/Novembro/Dezembro de 2014 | Boletim SBI |
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Novidades do The Liver Meeting® 2014 da AASLD
A American Association for the Study of Liver Diseases (AASLD) realizou
seu encontro anual, de 7 a 11 de novembro, em Boston, Estados Unidos.
Aproximadamente 12 mil congressistas
participaram do encontro, que destacou
o uso de novas drogas no tratamento
da hepatite crônica pelo vírus da hepatite C (VHC), medicações livres de
interferon em pacientes complicados
como cirróticos e coinfectados com o
HIV, entre outros. “Todas as atividades contaram com
grande número de participantes, sempre com salas cheias. O clima foi muito
positivo pela apresentação de resultados
animadores. Há expectativa pela ‘revolução’ no tratamento do VHC. As novidades trouxeram conclusões bem positivas”, explica José David Urbaez Brito,
representante da SBI no Comitê Técnico
Assessor para o Controle das Hepatites
Virais no Departamento de DST/Aids e
Hepatites Virais da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde.
Com expressivo número de trabalhos de
temas livres, a hepatite crônica pelo VHC
exibiu 379 pôsteres e 44 apresentações
orais. Foram apresentados estudos sobre
os testes para identificação de portadores
da doença com o uso do critério de faixa
etária, sobre a combinação de medicamentos em cirróticos, resultado de tratamento em pacientes no pós-transplante,
entre outros temas.
“Nesses casos, 80% usaram esquemas
que associaram simeprevir. Verificou-se
90% de resposta virológica sustentada
na semana 4 (94% em pacientes não
cirróticos e 86% em cirróticos). Pacientes com genótipo 1a, terapia tríplice
prévia com inibidor da protease (IP) e
descompensados previamente foram
os que não responderam”, comenta
Urbaez Brito.
Em mais de 500 pacientes com cirrose
compensada, incluídos nos estudos de
ledipasvir/sofosbuvir (dois medicamentos
coformulados em comprimido único, ingerido uma vez por dia, medicação aprovada em outubro de 2014 pelo Food and
Drug Administration – FDA), 69% deles
apresentaram insucesso na terapia tríplice com IP de primeira onda. Adicionan-
do ribavirina ou estendendo o tempo de
tratamento por 24 semanas, a resposta
sobe para 96%. Efeitos colaterais somam
menos de 2%, que aumentam quando
usada a ribavirina.
Confira a seguir as análises de alguns dos
trabalhos destacados pelo infectologista.
Medicamentos em aprovação
Entre as medicações prestes a ser aprovadas
está o 3D(AB-450r+Ombitasvir+Dasabuvir),
que, em paciente genótipo 1a, apresenta
RVS de 90-96%. Não houve diferenças
entre os não cirróticos com 12 ou 24 semanas de tratamento, nem com a adição
de ribavirina. Cirróticos apresentam RVS
também de 90-95%, exceto em pacientes
experimentados respondedores nulos, em
que 24 semanas foram superiores às 12
semanas. Todos usaram ribavirina nesse
estudo, com taxas de efeitos colaterais
muito baixas (< 2%).
O 3D(ABT-450r+Ombitasvir+Dasabuvir)
para casos de genótipo 1, entre aqueles sem
cirrose, alcançaram RVS de 98-100%, com
ou sem o uso de ribavirina associada e sem
diferenças entre aqueles tratados por 12 ou
por 24 semanas. Nos cirróticos (todos ligados
à ribavirina), as taxas de RVS se mantiveram
iguais (98-100%), comparando 12 semanas
e 24 semanas de tratamento.
Na análise de todos os pacientes incluídos em 6 estudos de fase 3 com 3D (ABT450/r+Ombitasvir+Dasabuvir), as taxas de
RVS não apresentaram nenhuma influência no tempo de negativação da viremia.
Já o combo daclatasvir/asunaprevir/beclabuvir em comprimido coformulado,
para administração 2 vezes por dia, em
genótipo 1 cirróticos Child A, ocorreu
em duas frentes. Entre os nunca tratados
de genótipo 1a, a RVS foi de 90% e 1b,
de 98%. Naqueles com prévia terapia,
chegaram a resposta de 85% e 1b, de
100%. Quando adicionada ribavirina,
eles têm resultado melhorado para 90%.
Os efeitos colaterais foram discretos e
não interferiram na adesão.
A combinação daclatasvir/sofosbuvir
sem ribavirina para genótipo 3, por 12 semanas (mistura aprovada na Europa para
24 semanas), entre os isentos de qualquer
terapia, apresentou RVS de 90% e entre
os pacientes experimentados, de 86%.
Quando analisados os indivíduos em uso
de metavir F0-F3, a RVS alcançada foi de
96%, enquanto nos F4 foi de 63%.
Populações especiais
Estudos realizados em casos reais demonstraram que, em 211 pacientes transplantados, 47% deles utilizando METAVIR
F4, 60% deles com MELD > 10, tratados
com ledipasvir/sofosbuvir e ribavirina por
12 ou 24 semanas, apresentaram igual porcentual de resposta entre não cirróticos e
cirróticos Child A (96-98%). Houve diminuição da RVS para portadores de cirrose
mais avançada (Child B 83-85% e Child C
60-67%). O tempo de tratamento impactou
apenas nesse último grupo de pacientes,
sendo 24 semanas (RVS de 67%) melhor
que 12 semanas (RVS de 60%).
De 34 pacientes transplantados, não
cirróticos, 85% genótipo 1a, que usaram
3D(ABT-450/r+Ombitasvir+Dasabuvir)
com ribavirina por 24 semanas, a RVS
alcançou 97%. As doses de tacrolimus e
ciclosporinas foram diminuídas e os intervalos de administração, aumentados.
Em 497 pacientes coinfectados com HIV,
tratados com sofosbuvir associado a ribavirina, em uso de antirretrovirais, as taxas
para genótipo 1 somente naqueles nunca
tratados para HCV, com duração de 24
semanas, foram de 81%. Já o genótipo 3
mostrou taxas melhores para 24 semanas
de tratamento (88-91% tanto para isentos
de tratamento como para previamente tratados para VHC). No genótipo 2 as taxas
foram semelhantes entre pacientes tratados por 12 ou por 24 semanas (89-90%),
sem influência de terapia prévia ou não.
De 50 pacientes coinfectados com
HIV, 13 deles sem tratamento antirretroviral, genótipo 1,78% com fibrose
discreta, após tratados com ledipasvir/
sofosbuvir por 12 semanas alcançaram
RVS de 97%. O esquema de antirretroviral foi TDF/FTC com EFZ ou rilpivirna ou raltegravir. Não houve qualquer
intervenção na contagem de linfócitos
CD4, nem na carga viral do HIV, nem
quaisquer efeitos adversos que exijam
a retirada de paciente da análise.
No caso de 63 pacientes coinfectados
com HIV, tratados com 3D(ABT-450/
r+Ombitasvir+Dasabuvir) concomitante-
8 | Boletim SBi | outubro/Novembro/Dezembro de 2014
mente a ribavirina, distribuídos em dois
grupos, um por 12 semanas e outro por
24 semanas, a resposta virológica foi de
90-94%, independentemente do tempo
de tratamento. O esquema de antirretrovirais incluiu a conjunção de TDF/FTC
com atazanavir ou raltegravir.
Saiba tudo sobre o
Drogas em fases avançadas
de desenvolvimento
Com pesquisas adiantadas, alguns medicamentos, em breve, farão parte do arsenal
terapêutico de diversos graus de VHC.
Entre eles, o grazoprevir com elbasvir
± ribavirina, para paciente genótipo 1
e de difícil tratamento, como cirróticos
ou previamente tratados com resultados
nulos. Foi testado um novo tempo de
tratamento (de 18 semanas passou a 24
semanas), em que aqueles com cirrose
apresentaram RVS de 97% com ribavirina e de 94% sem, nas 18 semanas, e
de 90-97% por 12 semanas com ou sem
essa substância. No grupo de respondedores nulos, a resposta para 12 semanas
foi de 91-94% com ou sem ribavirina.
As recidivas são mais altas entre quem
não a recebeu. Em geral, demonstrou
poucos efeitos colaterais.
O teste para grazoprevir com elbasvir
± ribavirina em genótipo 1, coinfectados com HIV, sem cirrose hepática, foi
o de redução de tratamento para 8 semanas em monoinfectados, comparativamente a 12 semanas nos coinfectados.
A resposta foi de menos de 80% e de
87-97%, respectivamente, conforme o
período estipulado.
A fusão sofosbuvir com GS-5816, em
comparação ao esquema sintetizado de
8 semanas em paciente genótipo 1 e de
12 semanas em pacientes com genótipos
1, 2 e 3, entre aqueles que não passaram
pela terapia, sem cirrose, em 8 semanas,
alcançou RVS de 87-90%, independentemente do uso associado de ribavirina, e
maior registro de recidivas. O grupo de 12
semanas atingiu taxas de RVS de 93-100%.
O regime otimizado com grazoprevir,
elbasvir e sofosbuvir, aliados para minimizar o tratamento em pacientes livres de
terapia, mostrou dois dados: os não cirróticos, com esquemas de 4 e 6 semanas,
tiveram RVS de 39% e 87%, nessa ordem;
e os cirróticos submetidos a esquemas de
6 e 8 semanas tiveram resposta de 80% e
95%, em cada um dos períodos.
Infectologistas de norte a sul do Brasil se
reuniram no Expo Unimed, em Curitiba (PR),
para acompanhar o XIV Congresso Brasileiro de Controle de Infecção e Epidemiologia Hospitalar, de 19 a 22 de novembro.
Promovido pela Associação Paranaense de
Controle de Infecção Hospitalar (APARCIH)
e com apoio da SBI, o encontro promoveu
importantes debates em prol da melhoria
da qualidade assistencial multidisciplinar.
“Os colegas e palestrantes elogiaram
demais toda a organização, desde a qualificação da programação, que proporcionou aulas dos temas mais frequentes em
nossa rotina hospitalar, até o cumprimento
dos horários e a excelente integração entre congressistas”, destaca Marise Reis de
Freitas, presidente do Comitê Científico de
Infectologia Hospitalar (Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde – IRAS) da SBI.
A multidisciplinaridade esteve em alta,
tanto nas discussões como nas participações. Essa, aliás, é uma das características do encontro, que é bienal. Estavam
presentes médicos, enfermeiros, farmacêuticos, odontólogos, administradores
e psicólogos, entre outras especialidades.
Destaques
A resistência bacteriana, as dificuldades
de seu controle nos serviços de saúde e o
impacto em termos de custos e mortalidade
estiveram em evidência durante o evento.
Diretamente de Tel Aviv, Israel, Mitchell
Schwaber abordou em sua palestra, no
penúltimo dia do Congresso, as estratégias
para combater o problema, com conferência
muito elogiada. Nesse âmbito, discutiu-se
a utilização de antimicrobiano, a racionalização e as opções terapêuticas disponíveis.
“Tema com bastante visibilidade foi o
ebola e suas peculiaridades. Uma das
questões pertinentes é a exposição do
profissional de saúde ao receber o indivíduo portador do vírus com a possível
transmissão. Pertinente à questão, houve
excelente explanação na Conferência de
Abertura, proferida por Didier Pittet, da
Suíça, que abordou a higienização das
mãos, uma das principais medidas preventivas para as infecções”, comenta Marise.
Científico
A limpeza no ambiente hospitalar esteve
em foco, com abordagens sobre seu papel
como cartão de visita da instituição e, por
outro lado, como facilitador da proliferação de bactérias. Seguindo essa linha,
mesas-redondas e palestras discorreram
sobre as novas tecnologias para reduzir
a ocorrência de contaminações.
Estiveram ainda em pauta os desafios,
as dificuldades e as potencialidades para
adoção do Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP) em nossas instituições de saúde. Consequentemente,
discutiu-se a prevenção da infecção nas
Unidades de Terapia Intensiva (UTI), uma
das principais causas de morte nesse ambiente hospitalar.
Aliás, as infecções em pacientes imunossuprimidos tiveram espaço próprio na
grade, abordando como os grupos de risco
requerem mais critérios e cuidados da equipe e o controle dos processos assistenciais.
Temas livres
A Comissão Organizadora recebeu 657
trabalhos científicos, dos quais 80 foram
apresentados na forma oral e mais de 400
estiveram em exibição na forma de pôsteres, abordando os seguintes temas: Higienização de Mãos, Uso de Antimicrobianos,
Prevenção e Controle de IRAS, Controle de
Surtos, Vigilância Epidemiológica, Resistência Microbiana, Microrganismos Emergentes, Comportamento, Comunicação e
Educação, Reprocessamento de Artigos,
Controle Ambiental, Segurança do Paciente,
e Qualidade e Acreditação, entre outros.
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