A C Tort 1/2009 1 Instituto de Fı́sica UFRJ 1a Avaliação a Distância de Fı́sica 3A - AD1 Primeiro Semestre de 2009 – Soluções Problema 1 Um dos problemas da eletrostática é calcular o campo elétrico gerado por distribuiç ões fixas conhecidas, discretas ou contı́nuas, de carga. Uma vez conhecido o campo elétrico em todos os pontos do espaço (incluisve dentro da distribuição) podemos calcular outras quantidades fı́sicas relevantes, como por exemplo, a força sobre uma carga de prova ou a energia eletrostática armazenada no campo, ou no caso estático, se preferirmos, no sistema. No nosso curso vimos que há pelo menos três modos distintos de calcular o campo elétrico, a saber: (i) por meio da lei de Coulomb: dE = dq êr , 4πε0 r 2 (1) conjuntamente com o princı́pio da superposição: E= Z dE. (2) dq , 4πε0 r (3) (ii) por meio do potencial elétrico: dV = combinado com o princı́pio da superposição: V = 1 4πε0 Z dq , r (4) e com a relação E = −∇V, (5) (iii) e, finalmente, nos casos (poucos) em que a simetria da distribuição assim o permite, podemos utilizar a lei de Gauss: ZZ E · da = S q(S) , ε0 onde q(S) é a carga encerrada por S e E é o campo total, incluso, o das cargas exteriores à superfı́cie. S. (6) A C Tort 1/2009 2 Considere então uma distribuição esférica uniforme de carga de densidade ρ0 e raio R. (a) (3pts) Calcule o campo elétrico dentro e fora da distribuição usando os três modos citados acima. (b) (1pt) Calcule a energia eletrostática da distribuição. (c) (1pt) Suponha agora que uma carga puntiforme q0 seja trazida do infinito até uma distância 2R do centro da distribuição. Calcule a energia eletrostática de interação entre a distribuição esférica e carga puntiforme. (d) (1pt) Calcule a força que a carga puntiforme exerce sobre a distribuição.. Sinta-se à vontade em consultar o seu livro favorito de cálculo. S OLUÇ ÃO 1: (a) Lei de Coulomb Nosso ponto de partida é a integral (vetorial!): Z E= dE = dq êr . 4πǫ0 r 2 Z A dificuldade aqui é lidar com o vetor unitário radial que pode variar de direção e sentido e, logo, não pode ser posto em evidência na integral. A outra dificuladade é que r é a distância do elemento de carga dq ao ponto de observação, e não a distância radial à origem. Ignorar estes detalhes conduz ao resultado errado. Uma possibilidade é usar coordenadas cartesianas. Nesse caso terı́amos três integrais para calcular. Outra possibilidade é seguir o exemplo do nosso texto. O campo elétrico de uma casca esférica uniformemente carregada foi calculado no texto de fı́sica 3a, Cap. 4, pg. 74, Exemplo 4.4. O procedimento para calcular o campo elétrico de uma bola de carga de densidade uniforme ρ0 e raio R é similar. R b a(z ′ ) b z′ b z A principal diferença entre este cálculo e o exemplo do texto é o elemento de integração que aqui será o campo de um disco uniformemente carregado e de raio variável. O campo elétrico de um disco de raio a uniformemente carregado com uma densidade superficial de carga σ sobre um ponto do eixo Oz perpendicular ao plano que contém o disco e que passa por seu centro é dado por (veja o texto ou um dos livros da bibliogarfia complementar): A C Tort 1/2009 3 Ez (z) = σ 2ǫ0 1− √ z , a2 + z 2 z > 0. Para z < 0, o campo é dado por: Ez (z) = − σ 2ǫ0 z , 1+ √ a2 + z 2 z < 0. Vamos começar calculando o campo em um ponto externo à esfera z > R. E suficiente considerar o resultado acima para o caso z > 0. Nesse caso, fazendo-se as substituiç ões: σ → ρ dz ′ e z → z − z ′ , o campo de um disco infinitesimal de raio a(z ′ ), veja a figura, se escreve: ρ0 dz ′ dEz (z, z ) = 2ǫ0 ′ # " (z − z ′ ) , 1− p 2 ′ a (z ) + (z − z ′ )2 onde (teorema de Pitágoras): a2 (z ′ ) = R2 − z ′ 2 , veja a figura. O campo total sobre um ponto do eixo z será: Z Ez (z) = dEz (z, z ′ ), ou, fazendo as substituições requeridas: ρ0 Ez (z) = 2ǫ0 +R Z −R " (z − z ′ ) 1− p 2 R − z ′ 2 + (z − z ′ )2 # dz ′ . Como no texto fazemos a mudança de variável: ω := z − z ′ dω = −dz ′ , e rescrevemos a integral na forma: ρ0 Ez (z) = 2ǫ0 z−R ω dω. 2 R − z 2 + 2zω z+R Efetuando a integral, veja em uma tabela a integral pertinente, obtemos: Ez (z) = Z 1− √ Q ρ (4 π R3 /3) = , 2 4πǫ0 z 4πǫ0 z 2 z > R. Dada a simetria esférica do problema, podemos airmar que não há nada particular a respeito do eixo Oz e podemos fazer a substituição z → r, onde r é a distância radial à origem. Portanto: E(r) = Q , 4πǫ0 r 2 r > R. Consideremos agora um ponto interior à distribuição, 0 < z < R. Este cálculo requer um pouco mais de cuidado. b b b b b O z′ < z z z′ > z R A C Tort 1/2009 4 Se z ′ < z, escrevemos: ρ0 dz ′ dEz (z, z ′ ) = + 2ǫ0 # " (z − z ′ ) , 1− p 2 ′ a (z ) + (z − z ′ )2 pois o campo do disco infinitesimal deve apontar da esquerda para a direita. Se z ′ > z, escrevemos: ρ0 dz ′ dEz (z, z ) = − 2ǫ0 ′ # " (z − z ′ ) , 1+ p 2 ′ a (z ) + (z − z ′ )2 pois o campo do disco infinitesimal deve apontar agora da direita para a esquerda. Como antes, nos dois casos: a2 (z ′ ) = R2 − z ′ 2 , O campo no ponto interior z < R será dado por: ρ0 Ez (z) = 2ǫ0 Z z −R dz ′ " # (z − z ′ ) ρ0 1− p 2 ′ − ′ 2 2ǫ a (z ) + (z − z ) 0 Z R z dz ′ " # (z − z ′ ) 1+ p 2 ′ . a (z ) + (z − z ′ )2 Fazendo as substituiç ões requeridas, mudando a variável de integração como antes e fazendo uso de uma tabela de integrais, obteremos, finalmente: ρz , 0 < z < R. 3ǫ0 A simetria esférica tira qualquer importância que o eixo Oz possa ter, e podemos rescrever este resultado em função da variável radial r: Ez (z) = Ez (z) = ρr , 3ǫ0 0 < r < R. A idéia básica por trás deste cálculo, que não deve ser confundida com os detalhes técnicos, é simples: escolhemos um campo conhecido, apropriado, no caso o campo de um disco, que serve como contribuição elementar, a seguir invocamos o prinı́pio da superposição, et voilá, obtemos a solução. Você poderia empregar o mesmo método para calcular o campo de uma distribuição cilindrı́ca uniforme, finita, sobre o eixo principal de simetria. O disco seria o elemento de integração apropriado. Aprecie agora a simplicidade com que estes resultados podem ser obtidos com a lei de Gauss. Lei de Gauss Como temos simetria esférica, podemos escrever: E(r) 4πr 2 = Q(r) , ǫ0 onde Q(r) é a carga envolvida pela superfı́cie gausssiana, aqui, uma superfı́cie esférica de raio r. Para uma distribuição de carga uniforme: ρ(r) = ρ0 = Q 4 πR3 3 . Segue que: Q(r) = ρ0 Substituindo o valor de ρ0 teremos: 4 π r3, 3 0 ≤ r ≤ R. A C Tort 1/2009 5 r3 . R3 Para um ponto dentro da bola ( r < R), a lei de Gauss leva à: Q(r) = Q E(r) = ρ0 r Qr = . 3 4πǫ0 R 3ǫ0 Para um ponto fora da bola ( r > R), a lei de Gauss leva à: Q ρ0 R3 = . 2 4πǫ0 r 3ǫ0 r 2 E(r) = Observe que o campo elétrico é contı́nuo em r = R. Isto se dá porque estamos tratando com uma distribuição de carga e não um condutor. O cálculo do campo elétrico da bola de carga por meio da lei de Gauss é apresentado como exemplo em praticamente todos os textos de fı́sica básica. Quando há um grau muito elevado de simetria, a lei de Gauss é o modo mais fácil de calcular o campo. Potencial elétrico Como no caso do cálculo via lei de Coulomb do campo elétrico, dividamos a esfera em discos uniformemente carregados de raio variável, veja a a figura. Recordemos o potencial de um disco de raio a uniformemente carregado com uma densidade superficial de carga σ sobre um ponto do eixo Oz perpendicular ao plano que contém o disco, e que passa por seu centro geométrico, é dado por (veja o nosso texto ou um dos livros da bibliogarfia complementar): σ p 2 a + z 2 − |z| , 2ǫ0 V (z) = Fazendo as substituiç ões: σ → ρ0 dz ′ , |z| → |z − z ′ | = ρ0 dz ′ dV (z, z ) = 2ǫ0 q ′ z ′ )2 (z − −∞ < z < ∞. p − (z − z ′ )2 , temos: a2 (z ′ ) − q (z − z ′ )2 . Consideremos primeiramente o caso em que z > R, i.e.: o potencial em um ponto externo à esfera. Nesse caso, V (z) = ρ0 2ǫ0 Z +R q (z − z ′ )2 + R2 − z ′ 2 − (z − z ′ ) −R dz ′ . Fazendo a mudança de variável de integração que fizemos antes, temos: ρ0 V (z) = 2ǫ0 Z z+R z−R O resultado da integral é: V (z) = p R2 − z 2 + 2zω − ω dω. Q ρ0 2 R3 = , 2ǫ0 3 z 4πǫ0 z z > R. Que pode ser rescrito em razão da simetria esférica: V (r) = Q , 4πǫ0 r z > R. O caso em que o ponto de observação está no interior da esfera, z < R, deve ser tratado com um certo cuidado. Como no cálculo do campo elétrico, temos de saber se z ′ é maior ou menor do que z. De fato, se você pensar um pouco sobre o resultado original para o disco verá que: A C Tort 1/2009 6 dV (z, z ′ ) = ρ0 dz ′ q (z − z ′ )2 − a2 (z ′ ) − (z − z ′ ) , 2ǫ0 z ′ < z; dV (z, z ′ ) = ρ0 dz ′ q (z − z ′ )2 − a2 (z ′ ) + (z − z ′ ) , 2ǫ0 z ′ > z. e Portanto, ρ0 V (z) = 2ǫ0 Z z −R q (z − z ′ )2 − a2 (z ′ ) − ρ0 (z − z ) dz + 2ǫ0 ′ Z ′ R z q (z − z ′ )2 − a2 (z ′ ) ′ + (z − z ) dz ′ . Procedendo como anteriormente, V (z) = ρ0 2ǫ0 Z 0 z+R q (R2 − z 2 + 2zω − ω dω + ρ0 2ǫ0 Z 0 z−R q (R2 − z 2 + 2zω + ω dω. Efetuando as integrais com o auxı́lio de uma tabela (levando em conta que z < R para não cair em contradição) obteremos finalmente: V (z) = − ρ0 z 2 ρ0 R2 + , 6ǫ0 2ǫ0 0 ≤ z ≤ R. Como já mencionamos antes, a simetria esférica permite escrever o resultado trocando z por r: V (r) = − ρ0 r 2 ρ0 R 2 + , 6ǫ0 2ǫ0 0 ≤ r ≤ R. Para obter o campo elétrico basta calcular o gradiente dos resultados obtidos: ∂V (r) . ∂r Desnecessário dizer que obtemos o mesmo resultado dos itens anteriores. Há outra possibilidade de calcular o potencial da esfera: usar coordenadas esféricas! Nesse caso, o ponto de partida é: Er (r) = − 1 V (r) = 4πǫ0 Z dq , kr − r ′ k onde r é o vetor de posição do ponto de observação, e r ′ é o vetor de posição do elemento de carga dq. Se escolhermos o eixo polar z com origem no centro da distribuição e passando pelo ponto de observação, então: ρ0 V (r) = 4πǫ0 Z 2 r ′ dr ′ sen θ ′ dφ ′ dθ ′ √ , r 2 + r ′ 2 − 2rr ′ cos θ ′ onde r é o módulo de r e r ′ é o módulo de r ′ . O ângulo θ ′ , é o ângulo entre r e r ′ . O mesmo procedimento poderia ser empregado para calcular o campo elétrico, mas nesse caso é preciso não esquecer que o vetor unitário radial depende de θ e de φ. Quando não há simetria suficente para calcular o campo por meio da lei de Gauss, só nos resta calcular o potencial, analı́tica ou numericamente. Para configuraçõess eletrostáticas muito complicadas, de baixa simetria, pense, por exemplo, na carga que uma asa de avião pode acumular por atrito com o ar, utiliza-se um poderoso instrumento chamado método dos elementos finitos, que permite calcular o potencial e o campo numericamente. A C Tort 1/2009 7 (b) A (auto) energia eletrostática de uma bola de carga uniformemente distribuı́da é: W= 3 Q2 , 5 4πǫ0 R onde Q = ρ (4/3) π R3 , é a carga total da bola. Para obter este resultado podemos usar a expressão: 1 2 W= Z Z Z ρ(r)V (r) d3 x, que é discutida no nosso texto. Aqui: V (r) = V (r) = ρ0 r 2 ρ0 R 2 + , 0 ≤ r < R; − 6 ǫ0 2 ǫ0 Q , 4πǫ0 r 2 e, ρ(r) = r > R. ρ0 , 0 ≤ r < R; 0, r > R. Como o potencial e a distribuição de carga têm simetria esférica, podemos escrever: ρ0 W= 2 Z R 0 ρ0 r 2 ρ0 R 2 + − 6 ǫ0 2 ǫ0 ! 4πr 2 dr. Efetuando a integral obteremos o resultado mencionado acima. Outra possibilidade é calcular a integral: ǫ0 E2 d3 x, 2 sobre todo o espaço, i.e.: dentro e fora da bola de carga, onde: Z E(r) = ρ0 r êr , 3 ǫ0 ρ0 R3 − ê , 2 r 3 ǫ0 r 0 ≤ r ≤ R; r ≥ R. Há uma terceira possibilidade que é calcular o trabalho realizado para construir a esfera de carga trazendo camadas esféricas do infinito até a posição final. Isto foi feito na AP3 2/2008, veja o final deste gabarito. De qualquer modo que você faça o cálculo da energia eletrostática da bola de carga uniforme, o resultado final deve ser o mesmo, isto é: W= 3 Q2 !!! 5 4πǫ0 R A C Tort 1/2009 8 (c) Como para r > R a bola de carga comporta-se como uma carga puntiforme: W′ = Qq0 . 4πǫ0 (2R) Note que este resultado é refere-se a energia de interação entre duas distribuições de carga. O resultado anterior nos dá a auto-energia, o trabalho gasto para montar a bola de carga. Se você calcular a auto-energia de uma carga puntiforme verá que ela é infinita! (d) A força que a bola de carga exerce sobre a carga puntiforme é: F= Qq0 êr . 4πǫ0 r 2 Pelo princı́pio da ação e reação, a força que a carga puntiforme exerce sobre a bola de carga é: F ′ = −F = − Qq0 êr . 4πǫ0 r 2 Este resultado vale somente se a carga puntiforme estiver em um ponto tal que r > R. Se nos colocarmos a carga puntiforme dentro da distribuição esférica em um ponto tal que r < R, e supusermos que esta não fica alterada, então a carga puntiforme sentirá uma força igual: F = q0 E = q0 ρr êr . 3ǫ0 Portanto, nesse caso: F ′ = −F = −q0 ρr êr . 3ǫ0 Problema 2 Em uma determinada válvula eletrônica, os elétrons são emitidos por uma superfı́cie plana metálica aquecida (a placa emissora) e coletados por uma outra superfı́cie plana metálica paralela à primeira (a placa coletora) colocada a uma distância D, veja a figura ilustrativa abaixo. A diferença de potencial elétrico entre as placas é dada por V (x) = κx4/3 . Suponha que as dimensões lineares das placas sejam muito maiores do que a distância que as separa. (a) (1pt) Faça o gráfico do campo elétrico entre as placas. (b) (2pts) Use a lei de Gauss na forma diferencial e calcule a densidade volumar de carga ρ(x) para 0 < x < D. Faça o gráfico da densidade volumar de carga obtida. (c) (1pt) Calcule a densidade superficial de carga σ da placa coletora. Repita o cálculo para a placa emissora. A C Tort 1/2009 9 D fluxo dos elétrons x placa emissora placa coletora S OLUÇ ÃO 2: (a) Como as dimensões lineares das placas são muito maiores do que a distância que as separa, podemos considerar as mesmas como tendo extensão infinita. Neste caso, o campo elétrico dependerá somente de x. De fato, é por esta mesma razão que o potencial depende somente de x! O campo elétrico é: 4 dV (x) = − κ x1/3 . dx 3 A figura acima mostra o gráfico do campo elétrico entre as placas: Ex (x) = − 0.0 E(x) –0.5 –1.0 0.0 0.5 x 1.0 Por simplicidade, fizemos κ = 3/4 e D = 1 (unidades arbitrárias). (b) Eis um modo simples de obter a lei de Gauss na forma diferencial para o problema que temos de resolver: como podemos supor simetria planar, entre as placas podemos considerar a situação desenhada abaixo: A C Tort 1/2009 10 ρ Ex (x) Ex (x + ∆ x) −n n x x + ∆x Seja A a área das superfı́cies hipotéticas planas paralelas às placas e separadas por uma distância ∆ x. O fluxo do campo elétrico será: ΦE = [Ex (x + ∆ x) − Ex (x)] A = [Ex (x + ∆ x) − Ex (x)] A ∆ x. ∆x De acordo com a lei de Gauss: Q , ǫ0 onde Q é a carga contida no volume gaussiano, (em cinza no desenho acima). A carga Q pode ser escrita como: ΦE = Q = ρ(x) A ∆ x. Segue que: [Ex (x + ∆ x) − Ex (x)] A ∆ x = ρ(x) A ∆ x. ∆x Simplificando e tomando o limite ∆ x → 0, obtemos: dEx (x) ρ(x) = . dx ǫ0 Este resultado é uma caso particular da relação mais geral: ∇·E= ρ(x, y, z) ∂Ex (x, y, z) ∂Ey (x, y, z) ∂Ez (x, y, z) + + = . ∂x ∂y ∂z ǫ0 Voltando ao problema em questão, a densidade de carga pode ser calculada com: ρ(x) = ǫ0 4κ ǫ0 dEx (x) = − 2/3 , dx 9x 0 < x ≤ D. A C Tort 1/2009 11 rho(x) 0 –40 –80 –120 0.0 0.4 0.8 x (c) Usando a lei de Gauss na forma integral, podemos ver que o fluxo é nulo muito próximo da placa emissora, pois o campo é nulo em x = 0. Mas, próximo da placa coletora, o fluxo vale: 4 Φ = Ex (D)A = − κ D 1/3 A. 3 Como Φ = q/ǫ0 = σ A/ǫ0 , segue que: 4 σ = − κ ǫ0 D 1/3 . 3 Outro modo de obter a densidade superficial de carga é calcular: Z σ= D ρ(x)dx, 0 verifique! Complemento: problema 3 AP3 2/2008 Calcule a energia eletrostática de uma bola de carga uniformemente carregada de raio R e carga total Q. Sugestão: lembre-se que para uma distribuição localizada de carga, o potencial eletrostático pode ser interpretado como o trabalho realizado por unidade de carga trazida do infinito até a sua posição atual. Comece com uma bola de carga de raio r. Para acrescentar uma camada esférica adicional de carga dQ à bola, o trabalho realizado é d W = V (r) dQ. Daqui em diante é com você. dQ r Q(r) A C Tort 1/2009 12 Solução: dU = V (r)dQ = Mas Q(r) = Q(r) dQ. 4πε0 r Q r3 3 (4/3) πr = Q , (4/3) πR3 R3 logo, dQ = 3 Q 2 r dr. R3 Segue que dU = Qr 3 Q 2 Q2 3 r dr = 3 r 4 dr, 4πε0 rR3 R3 4πε0 R6 ou ainda Q2 U =3 4πε0 R6 ZR 0 r 4 dr = 3 Q2 . 5 4πε0 R