Publicação da Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil Ano XVII - nº 87 |março/abril| 2013 O tratamento que você precisa, você tem Conheça os critérios adotados na avaliação de materiais especiais para que sua necessidade seja atendida com segurança Pág. 6 EDITORIAL Negar procedimento não é negar tratamento Em minha carreira de 17 anos na CASSI, pude presenciar de perto várias histórias de superação. São casos de associados e participantes que, graças ao trabalho desenvolvido pela Caixa de Assistência e nossos serviços assistenciais, puderam se recuperar das mais variadas dificuldades e retomar seu dia a dia. São histórias de vida como as de dois participantes que venceram a batalha contra as drogas, como você pode conferir nas páginas 10 e 11. Exemplos como os deles e os de muitas outras pessoas que enfrentam e vencem a dependência química nos enchem de orgulho e reforçam cada vez mais a vocação de nossa Caixa de Assistência, gravada em nossa missão e que norteia o trabalho que cada colaborador aqui desenvolve: “assegurar ações efetivas de atenção à saúde por meio de promoção, prevenção, recuperação e reabilitação, para uma vida melhor dos participantes”. ANS - nº 34665-9 Para garantir ações efetivas de saúde, não é necessário recorrer, obrigatoriamente, a equipamentos de última geração. A matéria publicada na página 6 mostra um pouco do trabalho desenvolvido nesse sentido pela CASSI, na área de órteses, próteses e materiais especiais (OPME). Sabemos que, algumas vezes, ocorrem divergências entre o procedimento que o participante quer ou o que foi indicado pelo prestador, com aquilo que é realmente necessário sob a lógica da saúde. É natural que isso ocorra, dada a ansiedade e a expectativa que aparecem em momentos de tratamento de saúde. Mas é importante destacar, até para tranquilizar cada um de nossos Conselho Deliberativo Fernanda Duclos Carisio (Presidente) Antonio Cladir Tremarin (Vice-presidente) Carlos Alberto Araújo Netto (Titular) Vagner Lacerda Ribeiro (Titular) José Adriano Soares de Oliveira (Titular) Marco Antonio Ascoli Mastroeni (Titular) Sandro Kohler Marcondes (Titular) Loreni Senger Correa (Titular) Ubaldo Evangelista Neto (Suplente) Milton dos Santos Rezende (Suplente) Marcelo Gonçalves Farinha (Suplente) José Caetano de A. Minchillo (Suplente) Mário Fernando Engelke (Suplente) Maria Ines Oliveira Bodanese (Suplente) Gilberto Lourenço da Aparecida (Suplente) Íris Carvalho Silva (Suplente) Conselho Fiscal Eduardo César Pasa (Presidente) Frederico de Queiroz Filho (Vice-presidente) associados, que existe uma rotina estabelecida para avaliar os exames do paciente e decidir pelo procedimento. Nesse processo, a CASSI leva em conta aquilo que, comprovadamente, já foi considerado eficaz para outros casos, o que é mais seguro para nossos participantes. Falando em tecnologia, esta edição traz também uma entrevista com o doutor H. Gilbert Welch, renomado médico, pesquisador e professor do Instituto de Políticas de Saúde e Prática Clínica da Universidade de Darmouth, nos Estados Unidos. Conversando com exclusividade para o nosso jornal, Welch explica o grande dilema provocado pelo uso demasiado de tecnologia na saúde - “Procurar doenças ou buscar saúde?” e destaca que as inovações, ao mesmo tempo em que podem agregar valor, são capazes de encontrar anomalias mesmo em pessoas saudáveis. A incorporação de novas tecnologias é bem-vinda, mas não é garantia de sucesso na recuperação da saúde. É importante saber que a CASSI tem esse cuidado na avaliação das solicitações e que não autorizar um procedimento não significa negar um tratamento. Pelo contrário. Nosso olhar está voltado para aquilo que é eficaz. O nosso objetivo diário é conciliar a equação “melhor assistência” e “administração deste patrimônio” que não é apenas meu ou de quem trabalha aqui, é de todos nós. Esse é o nosso foco! Boa leitura. David Salviano (presidente) Carmelina P. dos Santos Nova (Titular) João Antônio Maia Filho (Titular) Rodrigo Nunes Gurgel (Titular) Rodrigo Santos Nogueira (Titular) Benilton Couto da Cunha (Suplente) César Augusto Jacinto Teixeira (Suplente) Claudio Gerstner (Suplente) José Eduardo Rodrigues Marinho (Suplente) Josimar de Gusmão Lopes (Suplente) Viviane Cristina N. Assôfra (Suplente) Diretoria Executiva David Salviano de Albuquerque Neto (Presidente) Geraldo A. B. Correia Júnior (Diretor de Administração e Finanças) Maria das Graças C. Machado Costa (Diretora de Saúde e Rede de Atendimento) Mirian Cleusa Fochi (Diretora de Planos de Saúde e Relac. com Clientes) Expediente Edição e Redação Jornalista responsável: Marcelo Raphael Fernandes (MTb-SP 030694) Jornalistas: Liziane Bitencourt Rodrigues (MTb-RS 8.058), Marcelo Delalibera (MTb-SP 43.896), Pollyana Gadêlha (MTb-DF 4.089) e Tatiane Cortiano (MTb-PR 6.834) Estagiária: Ana Carolina Alves Edição de arte Projeto gráfico: Luís Carlos Pereira Aragão Diagramação: Caroline Teixeira de Morais e Luís Carlos Pereira Aragão Produção Impressão: Fórmula Gráfica Tiragem: 150.683 exemplares Edição: março/abril 2013 Imagens: Divisão de Marketing, Dreamstime e Universidade Dartmouth (pág. 8) Valor unitário impresso: R$ 0,20 Publicação da CASSI (Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil). “É permitida a reprodução dos textos, desde que citada a fonte”. 2 Responsável Técnico Luiz Renato Navega Cruz Cargo: Gerente Técnico de Saúde CRM-DF 4213 Jornal CASSI Associados pra quem pode contar com os mais de 120 mil associados da cooperforte, seus sonhos estão assegurados. A Cooperforte é sólida porque tem a confiança e a força de seus associados. Por isto, pode realizar sonhos e dá segurança às suas realizações, oferecendo linhas de crédito, aplicações, benefícios e vantagens alicerçadas na solidariedade e na ajuda mútua que são sua essência cooperativista. Aqui, trabalhamos juntos para o bem de cada um. Conheça mais acessando www.cooperforte.coop.br e faça parte da Cooperforte. Junte sua força à nossa cooperativa. 3 DEPOIMENTOS 4 Carlos Roberto Giacon Jurema B. Santana São Caetano do Sul, SP Porto Alegre, RS “Eu tinha uma vida desregrada. Costumava beber muita cerveja, comer carne gorda, torresmo e doces. O resultado foi a elevação da pressão arterial, alteração dos índices de colesterol, de triglicérides e de glicose, e 115 quilos de peso. Sempre dizia: amanhã começo a fazer caminhada. E nada de mudar. “Desde que tive a oportunidade de me cadastrar na Estratégia Saúde da Família recebi muita orientação na CliniCASSI Porto Alegre Centro Norte. Tenho diabetes e para buscar o controle da doença era fundamental que eu mantivesse uma alimentação saudável. Até que em 2012 o coração “chiou”. Estava andando e, no meio da rua, tive um infarto do miocárdio, com parada cardiorrespiratória. Fiquei 20 minutos apagado e fui encaminhado ao hospital pelo resgate do corpo de bombeiros. Passei por angioplastia com a colocação de dois stents [material que abre espaço para o fluxo de sangue nas artérias]. Após esse fato, procurei a CliniCASSI ABC e até hoje faço acompanhamento com a equipe da Estratégia Saúde da Família. Consegui chegar aos 95 quilos, faço academia e meus exames estão normais. Repensei a forma de me alimentar e de agir. Posso dizer que estou renascendo.” Com o cuidado da minha equipe de Saúde da Família mudei meu estilo de vida, especialmente os hábitos alimentares. Eu tinha dificuldade em controlar a quantidade e a variedade dos alimentos. Com a ajuda dos profissionais da CASSI, aprendi que até fruta devo comer moderadamente. Antes, eu comia uma variedade grande de frutas de uma só vez. Hoje, com 75 anos de idade, frequento academia de ginástica, faço caminhada e pilates, além de me alimentar corretamente. Passei a consumir alimentos nas quantidades certas para meu biotipo e minha rotina de atividades e já apresentei melhora evidente nos níveis de glicemia [controle de diabetes].” Jornal CASSI Associados DEPOIMENTOS A coluna “Eu mudei” apresenta para você, leitor, os relatos de quem conseguiu colocar em prática as dicas dos profissionais de saúde para viver com mais qualidade. É uma forma de ajudar quem, diante do excesso de peso, do tabagismo, da hipertensão ou de outro problema de saúde, talvez encontre a mesma dificuldade para enfrentá-los. Os depoimentos desta coluna são de participantes do Plano que receberam e seguiram orientações dos profissionais da Caixa de Assistência, por meio das CliniCASSI. Para participar da coluna “Eu mudei”, contando sua experiência, entre em contato com a Unidade CASSI mais próxima. Norman Carvalho Bitner Curitiba, PR “Era sedentário. Comecei a praticar caminhada aos poucos, dando algumas voltas na quadra em que moro, por cerca de uma hora. Com o tempo, desenvolvi condicionamento físico e passei a participar de provas de rua. No início eram caminhadas e após alguns meses passei à corrida. Meu desempenho e meu ritmo melhoram a cada prova. Para este ano planejo participar de pelo menos uma prova por mês e atingir os mil quilômetros até o final do primeiro semestre. “Sempre querendo chegar ao peso ideal, pela saúde e pela estética, no início deste ano, nós três, pai, mãe e filha, fomos apresentados à nutricionista da CliniCASSI Copacabana. Ela nos ajudou a criar um programa bastante realista, montado a partir dos nossos hábitos e gostos. Fez uma programação alimentar que conseguimos adotar em conjunto e estamos entrando em forma. Muitas pessoas dizem não ter tempo para praticar atividade física, dão desculpa de que está frio, chovendo ou calor demais, ou marcam sempre para uma segunda-feira que nunca chega. Para começar é preciso força de vontade. O importante é dar o primeiro passo. Para os sedentários, as primeiras caminhadas serão difíceis, vai faltar fôlego e as pernas vão doer. Mas a pessoa não pode desistir diante da primeira dificuldade. É necessário persistência!” Somando o total eliminado pelos três, já emagrecemos aproximadamente 20 quilos (na data da foto eram apenas 13 a menos). Viajamos muito e, mesmo com todas as novidades e tentações que encontramos nessas ocasiões, seguindo as orientações nutricionais estamos conseguindo êxito, ainda que fazendo algumas concessões. Apostamos que, com persistência e boa vontade, chegaremos ao peso ideal e nos manteremos nele.” Família Zacharias Rio de Janeiro, RJ Colaboraram nesta edição as CliniCASSI ABC (SP), Curitiba (PR), Copacabana (RJ) e Porto Alegre Centro Norte (RS). Jornal CASSI Associados 5 CAPA CASSI garante o tratame Médicos auditores analisam, 24 horas por dia, se os pedidos Qual a primeira coisa que você pensaria se o Plano negasse um determinado material sugerido pelo seu médico? Provavelmente, que o Plano quer economizar. Ao conhecer os critérios adotados pela CASSI para a autorização de órteses, próteses e materiais especiais (OPME), você vai entender porque essa impressão, se existe, não corresponde à realidade. A Caixa de Assistência não deixa de autorizar os tratamentos previstos nos protocolos terapêuticos vigentes, reconhecidos pela comunidade científica e que permitem curar ou agregar benefícios reais à recuperação da saúde do participante. Os procedimentos cobertos pelo Plano já estão listados num sistema que dispõe das informações sobre órteses, próteses e materiais especiais. Isso permite reduzir o tempo de resposta às solicitações de autorização. Quando o tratamento proposto foge dos parâmetros estabelecidos, as solicitações são analisadas por profissionais que acompanham diariamente a incorporação de novas tecnologias em saúde. A CASSI conta com médicos auditores responsáveis pela regulação técnica. Eles não têm envolvimento com cotação de preços, não sofrem pressão por valores dos materiais, nem podem ter contato com fornecedores. Fazem uma análise com base no quadro clínico, na documentação laboratorial, como exames e laudos, e em outras informações fornecidas pelo médico. Nesta etapa, são usados estudos de medicina baseada em evidência que permitem hierarquizar o grau de eficácia, segurança e efetividade das opções terapêuticas disponíveis para um determinado problema de saúde. Quem negocia a compra é outra área, depois da avaliação médica. “Vimos até indicações extravagantes, como a de um neuro-estimulador com controle remoto para pessoas que sofrem de Parkinson. O controle remoto não acrescenta melhoria alguma para a saúde do paciente”, exemplifica o médico auditor Emerson Facury, um dos especialistas da Central CASSI que avalia os pedidos de OPME. Há também um exagero na indicação de artrodeses (procedimento para fixação da coluna, com uso de placas e parafusos) para tratamento de hérnias discais. Alguém que está com muita dor por conta da hérnia aceita prontamente se submeter à cirurgia para fixação da coluna, que acaba com aquela dor. Mas o enrijecimento da coluna tem outros efeitos nocivos à saúde. A alternativa à cirurgia pode ser um tratamento para desinflamar a região afetada e fortalecer a musculatura. Leva mais tempo, mas eliminam-se as consequências negativas que a colocação de placas e parafusos costuma gerar. 6 Jornal CASSI Associados CAPA nto necessário a cada caso para procedimentos, como cirurgias, são comprovadamente a melhor opção Facury defende que, diante de uma eventual negativa de autorização, o participante esteja atento, e procure uma segunda opinião. Em casos como o da cirurgia na coluna, a avaliação feita por um segundo profissional permite levar em conta outras terapias que talvez sejam mais adequadas àquele paciente em questão. O direito do paciente à segunda opinião está previsto inclusive no Código de Ética Médica. cita ainda casos de materiais com preços exorbitantes que chegam a ser usados e, depois, comprova-se que eram perigosos. O Infuse, enxerto que está em investigação pelo Federal Drug Administration (FDA), órgão regulador dos Estados Unidos, por potencial atividade cancerígena, é um exemplo. A suspeita levou à suspensão de sua utilização, mas o enxerto mesmo assim continua sendo usado no Brasil. Na pressa de se buscar uma solução, e diante do pouco ou rápido contato “Há pessoas que gostam de dizer terem próteses implantadas em entre médico e paciente, às vezes esse olhar mais global sobre cada caso seu corpo que poderiam ser comparadas, em preço, a um Mercepode ficar de fora. Essa avaliação mais ampla é feita pelos médicos au- des. Na verdade, estão pagando muito além do necessário para ter ditores da CASSI, levando o mesmo efeito terapêuem conta o bem-estar, a tico”, reforça o médico segurança e a resolubiliauditor. O Conselho Fedade para a queixa. Sederal de Medicina defigundo pesquisa divulgada ne que o médico indique em abril num fórum intertrês opções de marcas nacional de segurança do de OPME, porque as paciente, na Inglaterra, marcas diferentes são a reavaliação de 1.679 comercializadas por diEmerson Facury, médico auditor pacientes com indicaferentes distribuidores. ção para operar a coluna Isso reduz o risco de vinapontou que somente 683 tinham necessidade real de passarem pelo pro- culação dos prestadores de saúde aos fornecedores de materiais, cedimento. Ou seja, quase 60% tiveram contraindicação para cirurgia. O pois dessa forma, o plano negociará com empresas distintas. estudo foi feito em pacientes do Hospital Albert Einsten de São Paulo. O problema não atinge somente os planos de saúde. No final de março, Além de indicações equivocadas, existem ainda exemplos de exploração o Ministério da Saúde determinou, inclusive, uma auditoria nos hospitais de custos, como a de uma placa de aço usada em cirurgias ortopédicas, públicos por suspeita de exagero nas compras e aplicações de OPME, a cujo preço pode variar de R$ 600 a R$ 8 mil. A mais cara e a mais bara- partir de indícios de que muitos materiais solicitados e pagos pelo SUS ta têm mesma função e qualidade idêntica. Por isso, não há justificativa não chegavam a ser efetivamente usados nos pacientes, e a diferença de técnica para autorizar a placa de valor mais elevado. O médico auditor preços entre as regiões do País era absurda. “Há muito pedido com erro e indicações extravagantes”. OPME responde por 6% das despesas da CASSI Em 2012, a CASSI gastou R$ 150,468 milhões só na compra de órteses, próteses e materiais especiais (OPME) para beneficiar 12,466 mil pessoas (1,73% do total de participantes). A lista de OPME que a Caixa de Assistência autorizou ultrapassa os 77 mil itens. os R$ 100 mil. É o caso de implantes auditivos. A CASSI autorizou ainda eletrodos cerebrais ou de estimulação medular, cujo valor médio por beneficiado ficou em R$ 94 mil, por exemplo, atingindo R$ 230 mil o valor unitário, em alguns casos. Entre os materiais solicitados com maior volume de pedidos em 2012 estão os usados para fixação da coluna, cujo valor per capita ficou em torno de R$ 45 mil, e stents coronarianos, que custaram, em média, R$ 16,3 mil para cada beneficiado. Há itens cujo valor médio por usuário ultrapassou Os participantes não devem pagar qualquer material cobrado diretamente pelo prestador. Os materiais usados nos procedimentos de saúde devem ser pagos diretamente pelo Plano ao hospital ou ao médico. Comente essa matéria. Envie email para [email protected] Jornal CASSI Associados 7 SAÚDE Procurar doenças ou buscar saúde? Exagero na realização de exames preventivos leva pessoas saudáveis a tratamentos desnecessários, diz médico americano “Estamos vendendo doença em vez de saúde.” A afirmação é do médico, pesquisador e professor do Instituto de Políticas de Saúde e Prática Clínica da Universidade de Dartmouth, da cidade de New Hampshire, nos Estados Unidos, H. Gilbert Welch, em entrevista concedida por email ao Jornal CASSI Associados. O especialista em clínica médica, autor do livro Overdiagnosed: Making People Sick in the Pursuit of Health (Sobrediagnóstico: fazendo as pessoas doentes na busca por saúde), explica que as novas tecnologias em saúde são capazes de encontrar em pessoas saudáveis “anormalidades” que, na maioria dos casos, não causariam qualquer doença ou representariam riscos à saúde. Esse é o chamado sobrediagnóstico, que ocorre quando o excesso de exames preventivos encontra possíveis “Estamos vendendo doença em vez de saúde”. Foto: divulgação 8 Jornal CASSI Associados SAÚDE enfermidades em pacientes aparentemente saudáveis. “As tecnologias são uma faca de dois gumes: podem ser muito úteis para ajudar o médico a diagnosticar e tratar os pacientes doentes, mas também podem encontrar todos os tipos de coisas ‘erradas’”, explica. Ao serem rotuladas como portadores de uma “anomalia”, pessoas com riscos extremamente pequenos recebem tratamentos longos que não as beneficiariam. Como os médicos não sabem o que vai ou não vai representar algum problema futuro de saúde para o paciente, todos são tratados da mesma forma, doentes ou não. “O fato de receber um diagnóstico já afeta a saúde do paciente. É difícil se sentir bem quando um exame preventivo mostra que há algo diferente com você”. Falso resultado Welch aponta que os maiores problemas do sobrediagnóstico são os tratamentos em excesso (overtreatment), pois todos podem gerar algum dano, como dores de cabeça, cirurgias e até mesmo a morte. Os programas de rastreamento têm detectado casos de câncer em estágio inicial que jamais causariam sintomas ou morte, como é o caso dos cânceres de mama e de próstata. Muitos cânceres podem regredir ou progredir tão lentamente que jamais causariam riscos. De acordo com informações do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de mama é o tipo que mais acomete a população feminina em todo o mundo. Em 2012, a estimativa no Brasil para mulheres com câncer de mama foi de 52.680 casos, com um risco estimado de 52 casos a cada 100 mil pessoas. O médico explica que num grupo de mil mulheres, com idade a partir de 50 anos, acompanhadas por dez anos, aproximadamente, de 200 a 500 apresentarão um alarme falso em seus exames, no caso dos EUA, e cerca da metade desse número será submetida a uma biópsia para provar que é um alarme falso (falso-positivo). Finalmente, de quatro a 20 mulheres serão tratadas com cirurgia, quimioterapia/radioterapia para um câncer que nunca chegaria a incomodá-las. “É claro que os benefícios potenciais de se evitar uma morte por câncer de mama são evidentes. Mas o benefício também é muito menos certo - e muito menos comum - do que os malefícios. Cada mulher deve decidir o que é certo para ela. A mamografia de diagnóstico, realizada em uma mulher com um nódulo na mama é uma ferramenta importante. Ninguém discute isso.” O Inca também mostra que, no caso do câncer de próstata, segundo tipo mais frequente em homens, surgiram cerca de 915 mil casos novos no ano de 2008 no mundo. A taxa de incidência mundial cresceu 25 vezes. Segundo o Instituto, parte desse aumento pode ser reflexo das práticas de rastreamento por meio do teste Antígeno Prostático Específico (PSA). Como evitar Para evitar o sobrediagnóstico, Welch explica que o paciente precisa conversar com seu médico para entender os prós e os contras dos tratamentos, especialmente quando não há problemas de saúde aparentes. “Cada um pode escolher entre procurar doenças ou buscar saúde, mas sempre é preciso perguntar ao seu médico porque ele está indicando determinado exame.” Ao receber a indicação de um exame, o paciente deve argumentar sobre a real necessidade e sobre as evidências científicas que comprovem sua eficácia. Para o especialista, o paciente deve tomar suas próprias decisões e conversar abertamente com seu médico, porém, isso nem sempre é possível em uma consulta que dura de 15 a 20 minutos, por exemplo. “Precisamos lembrar aos médicos e aos pacientes que toda intervenção pode representar algum risco. Os danos são pequenos em relação ao potencial benefício em pacientes doentes. Porém, os danos são relativamente grandes para aqueles que estão bem”, argumenta. Welch, também pesquisador da área de detecção precoce de doenças, explica que é possível trabalhar com promoção da saúde e prevenção de doenças sem, necessariamente, expor o paciente a diversos exames preventivos, ou screening como são chamados nos Estados Unidos. Para ele, a prevenção é dividida em duas estratégias: promoção da saúde e detecção precoce. “A promoção da saúde inclui, por exemplo, conselhos que sua avó sempre dizia como não fumar, comer frutas e legumes e praticar atividade física. A detecção precoce, por outro lado, funciona com a alta tecnologia à procura de algo errado. Eu acredito que a promoção ainda seja a melhor alternativa.” Sobrediagnósticos mais comuns Asma – um estudo canadense sugere que 30% das pessoas com o diagnóstico podem não sofrer de asma, enquanto 66% delas podem não precisar de medicação. Câncer de mama – uma revisão sistemática sugere que até um terço dos casos de câncer detectados no rastreamento podem ser sobrediagnosticados. Colesterol alto – estima-se que até 80% das pessoas com colesterol quase normal tratadas a vida toda podem ser sobrediagnosticadas. Câncer de próstata – o risco de um câncer detectado pelo PSA ser sobrediagnosticado pode ser superior a 60%. Fonte: Preventing overdiagnosis: how to stop harming the healthy. (Prevenindo o sobrediagnóstico: como parar de prejudicar pessoas saudáveis). Ray Moynihan; Jenny Doust & David Henry. Revista BMJ, publicado em 29 de maio de 2012. Comente essa matéria. Envie email para [email protected] Jornal CASSI Associados 9 SUPERAÇÃO Reencontro com a vida Conheça a história de dois participantes que venceram a dependência química e hoje comemoram a liberdade conquistada sem drogas e álcool “Hoje sou um homem livre”. A afirmação do participante do Plano CASSI Família Marcelo* reflete os últimos 17 anos de sua vida, mas nada tem a ver com o período anterior, que foi dos 23 aos 33 anos. Embora tenha começado a fumar maconha aos 18, em festas com amigos, a dependência veio cinco anos depois, quando já frequentava os morros do Rio de Janeiro para comprar droga e o consumo era diário. Com 28 anos, passou a usar também cocaína. “É uma droga muito mais forte e destrutiva. Eu ia para o morro às 4h da manhã para comprar, em dia de semana. Passei a gastar boa parte do meu salário com isso”, afirma. Na busca pelo abandono das drogas, chegou a ficar 40 dias de abstinência, mas a angústia com a vida o fez voltar a consumir. Em 1995, aos 32, Marcelo, que é designer, começou a procurar um emprego fixo, pois até então vinha trabalhando em subempregos e fora de sua área de formação. No ano seguinte, após passar vinte dias sem usar nenhum tipo de droga, a compulsão apareceu novamente. “Fiquei três dias na rua, usando cocaína, pois maconha já não tinha mais efeito, e ingerindo bebida alcoólica. Quando voltei para casa, meu afilhado de oito anos me olhou e perguntou o que estava acontecendo comigo”. Abalado, nesse dia Marcelo teve um princípio de overdose. “Meu coração acelerou e tive medo de morrer. Rezei a noite toda e levantei determinado a mudar”. O dia que mudou para sempre a vida de Marcelo foi 10 de janeiro de 1996, quando ele procurou o Centro Vida, clínica de reabilitação credenciada à CASSI, no Rio de Janeiro (RJ). “As primeiras semanas foram difíceis, pois há compulsão, você dorme mal e fica irritado. É preciso ajuda, sozinho não há condições de parar”, avalia. Em 2008, após a inscrição no Programa de Saúde Mental, a coordenação de cuidados de seu tratamento passou a ser feita pela equipe de saúde da CASSI Rio de Janeiro. “Explicamos aos participantes a importância desse apoio e de que é necessário que 10 SUPERAÇÃO se comprometam com o autocuidado e com as orientações propostas. É uma oportunidade para percebermos as necessidades de cada um e de trazê-los de volta à realidade. Ajudamos na conscientização de que não devem se acomodar e que precisam ter responsabilidade com a vida”, afirma uma das psicólogas do programa no RJ, Maria Teresa Costa Paiva. Em abril deste ano, Marcelo completou 50 anos de idade e 17 de abstinência. “Fiz mestrado, doutorado, passei em um concurso público e hoje sou professor em uma universidade federal”. Além da satisfação com o lado profissional, o participante diz ter conquistado a vida que sempre quis ter. “Hoje, meu relacionamento com a família é maravilhoso, tenho namorada e amigos. Faço muitas coisas que me dão prazer, artes plásticas, academia, vou a shows de rock, corro, jogo futebol, viajo. Há muitas possibilidades de satisfação, as pessoas não ficam caretas sem as drogas, como costumam pensar.” Para manutenção do tratamento, ele segue com encontros duas vezes por semana na clínica. “Fico muito feliz por estar limpo há tantos anos. Dei uma guinada. Me sinto livre, com a vida em minhas mãos”, conclui. *Marcelo optou por ser identificado apenas pelo primeiro nome. Nas 65 CliniCASSI distribuídas pelo País, os participantes recebem assistência em saúde mental, por meio de ações de promoção, prevenção, diagnóstico precoce, tratamento e encaminhamento para especialistas, quando necessário. Nas cidades onde não há CliniCASSI, o beneficiário encontra atendimento nos serviços e profissionais da rede credenciada. Nova rotina sem as drogas Mais velho de quatro irmãos, o associado Antônio*, 42 anos, foi pai aos 23, e hoje tem dois filhos. “Eles são os amores da minha vida”, declara. Embora tenha sido presente durante a infância, o mesmo não aconteceu na adolescência deles. O distanciamento dos filhos, dos familiares e da companheira, e os conflitos de relacionamento com os colegas de trabalho foram algumas consequências da dependência de álcool e de drogas. “Perdi o que mais gostava, a minha família”, recorda. O uso de bebida alcoólica era corriqueiro durante a adolescência e, na faculdade, o consumo de maconha também era comum. Com o passar dos anos, Antônio conheceu drogas mais fortes, como a cocaína. “Eu queria fugir da realidade. Por isso, o uso começou a ser cada vez mais frequente.” O problema com ansiedade e depressão, que apareceu na época em que tomou posse no Banco do Brasil, há três anos, no interior de São Paulo, agravou a situação. “Insatisfeito com tudo, me isolei para consumir drogas todos os dias. Passei a perder peso e a brigar com traficantes. Eu queria chegar ao fim da minha vida”, conta. A vontade de mudar veio há mais ou menos um ano, com incentivo da ex-companheira. O associado iniciou tratamento, em julho de 2012, no Centro de Reabilitação e Desenvolvimento do Homem, clínica credenciada à CASSI, em São José dos Campos (SP). Lá, o associado conheceu “Os doze passos”, estratégia de recuperação com abordagem espiritual utilizada por grupos de ajuda mútua, como Alcoólicos Anônimos (A.A.) e Narcóticos Anônimos (N.A.). Ao final da internação de quase 30 dias, Antônio diz ter encontrado o despertar espiritual que precisava para seguir em frente. “Hoje, aplico no dia a dia os quatro primeiros passos: é um momento de aceitação do problema, em que acreditamos na força de um poder superior, corrigimos os desvios e reparamos os danos que causamos a nós e aos outros. Procuro remover meus defeitos, prevenir qualquer tipo de recaída e mudar meu comportamento”, diz. Depois de meses afastado do trabalho, o associado retornou a uma agência do interior paulista, em dezembro de 2012. Em abril deste ano, completou nove meses livre das drogas. A próxima meta é deixar o cigarro. “Hoje, faço atividade física diariamente e tenho mais qualidade de vida. Sou formado e pós-graduado em agronomia e pretendo atuar nessa área no Banco. Vivo um dia de cada vez e agradeço a Deus por estar limpo. Busco simplicidade e humildade para curar as doenças da alma.” *Antônio é nome fictício. Comente essa matéria. Envie email para [email protected] Jornal CASSI Associados 11 NOTÍCIAS DA CASSI Caixa de Assistência cria Ouvidoria antes de exigência da ANS As operadoras de saúde passaram, desde o dia 4 de abril, a ser obrigadas a criar ouvidorias em suas estruturas organizacionais. A determinação faz parte da Resolução Normativa nº 323 da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), publicada no Diário Oficial da União, com objetivo de aumentar a qualidade do atendimento oferecido pelas empresas. A norma não foi novidade para a CASSI. Antecipando-se em aproximadamente três anos, a Caixa de Assistência foi uma das primeiras instituições de saúde a implantar o serviço. Atenta em oferecer um atendimento recursivo de qualidade aos seus públicos e manter a integridade da imagem institucional, a Ouvidoria CASSI foi inaugurada em agosto de 2010, e oferecia, na ocasião, acesso ao canal por meio do site. Em junho de 2012, o serviço foi estendido ao público também por telefone, pelo 0800 729 0081. Em 2011, a ANS realizou uma pesquisa junto às operadoras e criou uma bonificação de estímulo para criação de unidades de ouvidorias. Como a CASSI já havia criado o serviço, em 2012 adquiriu o bônus ouvidoria, pois preenchia os requisitos exigidos, além de publicar no site da Caixa de Assistência, no mesmo ano, relatórios de desempenho do serviço. A existência da Ouvidoria CASSI contribuiu para que a Instituição atingisse a faixa mais alta do Índice de Desenvolvimento da Saúde Suplementar (IDSS), divulgado pela agência reguladora no fim do ano passado (veja matéria abaixo). CASSI é homenageada por alto índice de desenvolvimento da saúde suplementar A CASSI recebeu homenagem da União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde (Unidas), por ter alcançado a faixa mais alta do Índice de Desenvolvimento da Saúde Suplementar (IDSS), que qualifica as operadoras de saúde e é medido pela Agência Nacional de Saúde Suplementar. O evento aconteceu dia 15 de abril, em Brasília. A Caixa de Assistência passou da segunda para a primeira melhor faixa do índice referente ao ano de 2011, divulgado no final de 2012. A nota geral passou de 0,7850 em 2010, para 0,8157 em 2011. O Índice é composto por quatro faixas de avaliação que vão de zero (pior índice) a um (melhor índice), considerando as dimensões de atenção à saúde; econômico-financeira; estrutura e operação e satisfação dos beneficiários. Da esquerda para a direita, a diretora de Saúde e Rede de Atendimento da CASSI, Graça Machado, a presidente da Unidas, Denise Elói, e a diretora de Planos de Saúde e Relacionamento com Clientes da Caixa de Assistência, Mirian Fochi, durante a cerimônia Alinhada à agenda comemorativa do Ministério da Saúde, a CASSI intensificou ações nas CliniCASSI para marcar o Dia Mundial da Atividade Física (5/4), o Dia Nacional de Mobilização pela Promoção da Saúde e Qualidade de Vida (6/4), o Dia Mundial da Saúde (7/4), o Dia Mundial de Luta Contra o Câncer (8/4) e o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial (26/4). Mês da Saúde é marcado por ações pelo Brasil A CASSI realizou uma série de ações pelo País em abril, denominado Mês da Saúde. As iniciativas foram promovidas em praticamente todos os Estados, com o objetivo de difundir hábitos de vida saudáveis e o bem-estar entre os participantes. 12 Além disso, cada Unidade realizou uma programação de sensibilização e atividades como caminhadas, reuniões, palestras, oficinas temáticas, aferição de índices de saúde e distribuição de material educativo, contendo dicas sobre alimentação saudável, atividade física, prevenção contra o câncer e formas de controle do estresse. Jornal CASSI Associados NOTAS DE SAÚDE Cheiro bom também para a saúde Além dos benefícios ao coração causados pelo consumo do azeite de oliva, nutricionistas demonstram que o aroma do ingrediente pode também fazer bem à saúde. Recente estudo constatou que, comparado a outros óleos e gorduras, o azeite de oliva extravirgem tem maior probabilidade de elevar a sensação de satisfação do apetite de quem o consumiu numa refeição. Mas em outra fase, o estudo demostrou que o acréscimo do aroma de azeite de oliva a um alimento (pela adição de um extrato aromático) reduziu as calorias consumidas pelas pessoas e melhorou índices de açúcar no sangue. O objetivo do novo estudo foi analisar os fatores que levam alguns alimentos a produzir mais saciedade que outros. Os sentidos do olfato e do paladar estão fortemente interligados. Pesquisas anteriores já demonstraram que a manipulação do aroma de determinados alimentos pode influenciar o quanto as pessoas optam por comer. Cura contra a aids pode estar próxima Cientistas dinamarqueses aguardam o resultado de um experimento que, se der certo, significa a cura da aids, causada pelo vírus HIV, doença que afeta 33 milhões de pessoas em todo o mundo. A equipe estuda uma nova técnica que “remove” o vírus a partir do DNA humano e, em seguida, o destrói permanentemente pelo sistema imunológico do paciente. A nova estratégia deverá ser estudada em larga escala. Os pesquisadores do Hospital da Universidade de Aarhus, na Dinamarca, onde o estudo está sendo desenvolvido, consideram que os resultados são promissores. Anvisa cria regra para recall de alimentos A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) vai regulamentar o recall de produtos alimentícios no Brasil. A resolução que será criada obriga as empresas a comunicarem ao órgão problemas constatados em seus produtos e dá poderes para que a agência aponte prazos para o recolhimento de alimentos e a forma como a companhia deverá informar problemas para os consumidores. Segundo o diretor da Anvisa, José Agenor Álvares, a agência não dispõe no momento de instrumentos necessários para garantir que a empresa comunique a população sobre eventuais problemas com alimentos. No caso da recente contaminação de suco, o fabricante não era obrigado a informar à agência sobre o desvio de produção. “Não fomos comunicados. A informação foi dada num primeiro momento para o Departamento de Proteção de Defesa do Consumidor”, contou Álvares. O texto também prevê punições em caso de desrespeito. Os mecanismos existentes hoje permitem que as multas cheguem a R$ 1,5 milhão. Jornal CASSI Associados 13 EMAILS Fala ssociado ABERTURA DE CLINICASSI GASTO NOS ÚLTIMOS ANOS DE VIDA Gostaria de saber por que a CASSI não instala uma CliniCASSI aqui no Sul de Minas, nas cidades de Varginha, Pouso Alegre, Poços de Caldas e Três Corações. Aqui no interior, ficamos a mercê da má vontade dos médicos credenciados, que reclamam da burocracia para receberem seus honorários pela CASSI. Luiz Nogueria Barros – Três Corações (MG) Na edição 86, tanto o editorial como a entrevista do médico Marcos Bosi Ferraz conduzem à infeliz tentativa de mostrar aos associados que no “último ano de vida de cada um se concentram 70% dos gastos com saúde, e que mais da metade disso ocorrem nos últimos quatro meses de vida do paciente”. O assunto precisa ser debatido, sim, mediante um permanente e forte monitoramento dos médicos de família, para que os associados possam usufruir de uma velhice digna e com qualidade. O médico Ferraz aparenta ser moço, possivelmente cinquentão, pois se fosse mais velho e mais experimentado, não teria soltado a frase “infelizmente em situação como essa (ilusão de prorrogação da vida), temos que aceitar a morte desse indivíduo”. Carlos Passoni Junior – Florianópolis (SC) CASSI responde: Luiz, para que seja viável financeiramente a instalação e a permanência de uma CliniCASSI é necessário que morem na mesma localidade 1,2 mil participantes, sendo 800 do Plano de Associados. As cidades citadas pelo senhor não atendem ao critério populacional. O número de participantes, no entanto, não é uma deliberação da CASSI, pois depende, entre outros fatores, do aumento do quadro de funcionários do Banco do Brasil. REDE CREDENCIADA A propósito de matéria sobre a rede credenciada, Jornal CASSI Associados nº 85, sobre os médicos credenciados, desinteressados em atender, quero acrescentar que aqueles que ainda o fazem têm duas agendas: uma para particulares e outra para plano de saúde. Uma consulta “particular” se consegue até para o dia seguinte; quanto às consultas pela CASSI, a demora chega a quatro meses. Fernando Samuel Gonzalez Vidal – Votuporanga (SP) CASSI responde: Fernando, estamos mapeando sua região para que possamos melhorar o atendimento e suprir as carências em algumas especialidades. Quanto à sua afirmação sobre a existência de duas agendas, a CASSI atua para estreitar relações com os prestadores de serviços, diminuir o tempo de espera dos agendamentos e manter a qualidade do atendimento. 14 Envie seu comentário sobre as matérias para o [email protected]. Reclamações e solicitações sobre outros assuntos devem ser encaminhadas pelo Contato Eletrônico, disponível em www.cassi.com.br, link Fale com a CASSI. CASSI responde: Carlos, a CASSI não teve a intenção de desrespeitar os seus associados ou tratar friamente de um assunto como a saúde do participante, razão de ser da Caixa de Assistência. O entrevistado também não teve essa intenção ou tratou com menor importância a questão. Na matéria, o pesquisador mostrou os resultados da pesquisa: que mesmo concentrando fortemente os gastos no fim da vida, não se consegue prolongá-la ou garantir maior qualidade ao beneficiário. O estudo evidencia aspectos importantes que precisam ser levados em conta. Um deles é que, aproveitando-se da fragilidade das famílias e dos pacientes que estão próximos ao fim da vida, muitos serviços são oferecidos ilusoriamente como promessa de reverter o quadro, mas são revestidos de interesse econômico. O outro é a análise de dados da pesquisa que ratificam a estratégia da CASSI de investir em prevenção. Aplicar os recursos disponíveis para cuidar da saúde e evitar o adoecimento, por meio de ações de prevenção, como a CASSI vem fazendo há mais de 15 anos, parece mais lógico do que concentrar a oferta de serviços quando as condições de saúde estão tão críticas que não se consegue mais devolver boa qualidade de vida ao participante. Jornal CASSI Associados Ao usar adequadamente seu Plano, você contribui para a sustentabilidade financeira e a eficiência dos serviços da Caixa de Assistência. Conheça as principais dicas. Mantenha seu cadastro atualizado: acesse o www.cassi.com.br, faça login na página Associados e clique em Atualização Cadastral. Isso garante a chegada de informações importantes até você. Quem não tem cadastro no site deve, antes, clicar em Obter Senha de Acesso, no menu à esquerda, no alto da página. Consulte primeiro o site quando precisar de atendimento: o portal da Caixa de Assistência na internet oferece agilidade e comodidade para acessar vários serviços. Antes de ligar para a Central CASSI, conheça as funcionalidades disponíveis no site. Tenha um generalista como médico de confiança: ele acompanhará melhor sua saúde. Os participantes cadastrados na Estratégia Saúde da Família das CliniCASSI são acompanhados por equipe multiprofissional que inclui médico de família (generalista). Use as CliniCASSI: sempre que necessitar de consultas com médico de família ou generalista e atendimento ambulatorial. Há 65 CliniCASSI funcionando no País. Verifique a mais próxima pelo link Localize a CASSI do site. Saiba a diferença entre pronto-socorro e consulta: evite procurar pronto-socorro ou atendimento ambulatorial em hospitais para tratamentos ou ações preventivas, pois dificulta o acesso da assistência aos casos mais graves e custa mais caro do que consultas com hora marcada. Use a Central CASSI de forma adequada: tenha sempre o seu cartão de identificação em mãos ao ligar, anote o número do protocolo e dê preferência ao telefone fixo para fazer as ligações. A Central funciona 24h, todos os dias da semana. 16