70 anos de muitas histórias No dia em que a CASSI completou sete décadas, Bernardo (no colo) passou a fazer parte do mesmo Plano que seus pais e irmãos Pág. 6 a 8 Franqueamento autorizado: Pode ser aberto pela ECT. Ano XVIII - nº 89 | maio 2014 EDITORIAL Desafios de um ano especial Estamos vivenciando um ano especial na história da CASSI. Em 2014, completamos 70 anos de existência e de busca de soluções inovadoras para cuidar da saúde de nosso participante. Somos fruto da ousadia de um grupo de funcionários do Banco do Brasil que, em 1944, apostou na criação da Caixa de Assistência. Desde então, a ousadia tem se tornado característica marcante em nossa caminhada e permeado as iniciativas adotadas para enfrentar um mercado complexo, como o de saúde. Tivemos em 2013 um exemplo concreto da adoção de soluções ao mesmo tempo inovadoras e responsáveis. Para fazer frente ao crescimento das despesas assistenciais, ações estratégicas foram desenvolvidas e ajudaram a reduzir o déficit observado no ano anterior. Melhoramos em cerca de R$ 78 milhões o nosso resultado do ano passado, aprovado pelos associados que participaram na votação do Relatório Anual, realizada entre 28 de abril e 5 de maio de 2014. Ainda há pontos a melhorar. A estratégia é seguir aperfeiçoando o gerenciamento das despesas para atingirmos o equilíbrio nas finanças. Os desafios para este ano são ainda maiores. Um deles é buscar alternativas para minimizar o impacto pelo fim do recebimento do volume de contribuições sobre o BET. Alternativas que estamos aptos a encontrar por meio de conhecimento do mercado e da experiência acumulada pela CASSI ao longo destas sete décadas e de muito trabalho. Mas não é apenas no ponto financeiro que a ousadia se fará presente para 2014. Esta edição do Jornal CASSI, por exemplo, já traz novidades na forma como a Instituição pretende se comunicar com seus participantes. Além da versão impressa, enviada para os associados que fizeram a opção por continuar recebendo dessa forma, estreamos uma versão digital, com conteúdos mais completos, que você acessa pelo site da CASSI. Estamos trabalhando ainda para oferecer o Jornal pelos aplicativos para smartphones, permitindo que você passe a acessar o nosso conteúdo pelo seu aparelho celular. Recomendo nesta edição a leitura da entrevista com o presidente de um plano de saúde que surgiu inspirado na CASSI: a CASSEMS, que atende servidores do Estado do Mato Grosso do Sul. Ricardo Ayache fala dos desafios das operadoras de saúde, do papel dos beneficiários e de alternativas possíveis para melhorar o atendimento. Sobre a história de sucesso que inspirou a CASSEMS, também resgatamos, na matéria de capa, alguns capítulos para que você conheça a origem da nossa Caixa de Assistência. Boa leitura. David Salviano (presidente) Publicação da CASSI. É permitida a reprodução dos textos, desde que citada a fonte. 2 Conselho Deliberativo Fernanda Duclos Carisio (Presidente) Antonio Cladir Tremarin (Vice-presidente) Carlos Alberto Araújo Netto (Titular) Vagner Lacerda Ribeiro (Titular) José Adriano Soares de Oliveira (Titular) Marco Antonio Ascoli Mastroeni (Titular) Sandro Kohler Marcondes (Titular) Loreni Senger Correa (Titular) Ubaldo Evangelista Neto (Suplente) Milton dos Santos Rezende (Suplente) Marcelo Gonçalves Farinha (Suplente) José Caetano de A. Minchillo (Suplente) Mário Fernando Engelke (Suplente) Maria Ines Oliveira Bodanese (Suplente) Gilberto Lourenço da Aparecida (Suplente) Íris Carvalho Silva (Suplente) Conselho Fiscal Eduardo César Pasa (Presidente) Frederico de Queiroz Filho (Vice-presidente) Carmelina P. dos Santos Nova (Titular) João Antônio Maia Filho (Titular) Rodrigo Nunes Gurgel (Titular) Rodrigo Santos Nogueira (Titular) Benilton Couto da Cunha (Suplente) César Augusto Jacinto Teixeira (Suplente) Claudio Gerstner (Suplente) José Eduardo Rodrigues Marinho (Suplente) Josimar de Gusmão Lopes (Suplente) Diretoria Executiva David Salviano de Albuquerque Neto (Presidente) Geraldo A. B. Correia Júnior (Diretor de Administração e Finanças) Maria das Graças C. Machado Costa (Diretora de Saúde e Rede de Atendimento) Mirian Cleusa Fochi (Diretora de Planos de Saúde e Relac. com Clientes) Expediente Edição e Redação Jornalista responsável: Marcelo Raphael Fernandes (MTb-SP 030694) Jornalistas: Liziane Bitencourt Rodrigues (MTb-RS 8.058), Marcelo Delalibera (MTb-SP 43.896) e Pollyana Gadêlha (MTb-DF 4.089) Edição de arte Projeto gráfico: Luís Carlos Pereira Aragão Diagramação: Caroline Teixeira de Morais e Luís Carlos Pereira Aragão Produção Impressão: Fórmula Gráfica Tiragem: 5.000 exemplares Edição: maio 2014 Imagens: Divisão de Marketing e Shutherstock Valor unitário impresso: R$ 0,97 Responsável Técnico Luiz Renato Navega Cruz Cargo: Gerente Técnico de Saúde CRM-DF 4213 Um tempo para você é muito bom. Um tempo com a família é ótimo! A Cooperforte é feita de pessoas como você, com sonhos próprios e expectativas pessoais. Mas a gente sabe que a união das pessoas nos dá mais força para realizar aquilo que queremos. É como estar em família, contando com o apoio de todos para o bem de cada um. Assim é a Cooperforte. A força do cooperativismo a seu favor, com linhas de crédito, aplicações, benefícios e vantagens para você e sua família. Venha e compartilhe desta força. 3 DEPOIMENTOS Éder Casal Juiz de fora (MG) “Há cerca de um ano, tive consciência da necessidade inadiável de controlar o peso. Com 1,70 metro de altura e 90 quilos, passei a sofrer com obesidade, elevação das taxas nos exames e agravamento de lesões nos joelhos, que precisei operar. Além disso, estava com uma péssima qualidade de vida. A CASSI me deu a força que faltava. Nas reuniões, vieram a educação, o esclarecimento e a motivação. E então, procurando conter a ansiedade e o estresse, orientado pelos profissionais da CliniCASSI, controlei a alimentação e incluí o exercício físico na minha rotina. Nem foi tão difícil. Depois de um começo bem exigente, logo me adaptei e lá se foram 14 quilos. Contei, é evidente, com facilitadores importantes: a equipe de profissionais de saúde da CliniCASSI e um local privilegiado para a prática de atividades físicas com academia ao ar livre, quadras de esporte, pista para caminhada, piscina aquecida, tudo isto na AABB-JF. Esses facilitadores, entretanto, estão à disposição de todos os usuários. Um pequeno esforço pode mudar o que nos atormenta há muitos anos: o excesso de peso nos faz viver mal e destrói a nossa autoestima. Acabe com ele, vai valer muito a pena!” 4 José Maria Garavelli Campinas (SP) “Tudo é decisão de fazer. Eu não queria ser um diabético igual a minha sogra, que era dependente de insulina e sofria muito com isso, então resolvi mudar meu hábito alimentar e ver qual seria o resultado. Se não desse certo eu tomaria os remédios. Com a mudança de hábito e atividade física regular perdi 12,5 quilos. Estava pesando 84,5 quilos em fevereiro de 2013 e hoje estou com 72,5 quilos. Isso sem os remédios. É importante ter opinião e força de vontade de falar: vou fazer e pronto. E uma coisa importante também é ter um motivo para mudar, sem motivação você não faz nada. Precisa ter determinação: eu fiz corte radical de açúcar e carboidratos. E precisa mudar o jeito de pensar, é questão de conceito: o que é bom, o que é ruim? Hoje sinto a fruta mais doce, sinto melhor o sabor dos alimentos, o paladar fica mais apurado quando você muda a alimentação. Continuo com minha atividade física regular, com caminhadas e pilates. Antes fazia musculação, mas por causa de algumas dores nas articulações, faço pilates e mantenho o meu peso. O estímulo que eu dou para quem está lendo este depoimento é: pensar, sentir e agir. Eu tenho que querer fazer aquilo.” DEPOIMENTOS A coluna “Eu mudei” apresenta para você, leitor, os relatos de quem conseguiu colocar em prática as dicas dos profissionais de saúde para viver com mais qualidade. É uma forma de ajudar quem, diante do excesso de peso, do tabagismo, da hipertensão ou de outro problema de saúde, talvez encontre a mesma dificuldade para enfrentá-los. Os depoimentos desta coluna são de participantes do Plano que receberam e seguiram orientações dos profissionais da Caixa de Assistência, por meio das CliniCASSI. Para participar da coluna “Eu mudei”, contando sua experiência, entre em contato com a Unidade CASSI mais próxima. Luiz Carlos G. D. Teixeira Olinda (PE) “Num exame de rotina, em agosto de 2013, descobri a deterioração da válvula aorta, provocada por uma bactéria alojada provavelmente desde a infância. Aos 29 anos de idade eu tinha um coração de 60 anos. Trocar a válvula era considerado arriscado e, se optasse por isso, depois precisaria repetir esse procedimento a cada dez anos. Para evitar a cirurgia, eu deveria eliminar o peso excessivo e melhorar taxas de glicose e de colesterol. Em agosto, o médico de família da CliniCASSI Aflitos, em Recife, me encaminhou para a nutricionista da equipe. Com a dieta, reduzi 30 quilos em quatro meses, chegando a 77 quilos. Não podia fazer exercício, pela condição cardíaca, então tive de seguir uma dieta rigorosa. Minha glicose normalizou em um mês de tratamento e, em dois meses, já parei a medicação. Sigo tomando remédio só para controlar o colesterol e faço dieta para manter o peso, que já está controlado há quatro meses. Me surpreendeu, porque rejuvenesci. Em vez da cara de doente, que imaginava ficar pela perda de peso, tenho imagem de uma pessoa saudável.” Sergio dos Santos São Paulo (SP) “Tenho 58 anos de idade e fui atendido no início de agosto de 2013 pelo médico de família da CliniCASSI Leste, em São Paulo. Na época, estava com 118 quilos, circunferência abdominal de 122 centímetros, com colesterol elevado e não praticava atividade física. Iniciei acompanhamento na Estratégia Saúde da Família e quando retornei com alguns resultados de exames, foram programados meus retornos com a equipe, a princípio trimestrais. A partir de então, me empenhei para a mudança e estou com 93 quilos, 106 centímetros de circunferência abdominal e com colesterol controlado. Consegui alcançar essa melhoria por meio de reeducação alimentar com dieta saudável e fracionada e atividade física com caminhadas diárias de uma hora. Com isso, houve grande melhora na minha qualidade de vida. Agradeço à equipe da CliniCASSI Leste SP pelo apoio e atendimento atencioso, além das orientações prestadas pelo médico Moacyr, que está muito empenhado em me auxiliar nessa mudança de vida, agora com hábitos saudáveis.” Colaboraram nesta edição as CliniCASSI São Paulo Leste (SP), Campinas (SP), Juiz de Fora (MG) e Aflitos (PE) 5 HISTÓRIA Desde a criação da CASSI, em 27 de janeiro de 1944, no Rio de Janeiro (RJ), diferentes gerações de associados participaram do sonho de melhorar as condições de saúde dos funcionários do Banco do Brasil e de seus familiares. Os associados já vislumbravam um futuro promissor para a Instituição no texto de apresentação do primeiro Estatuto: “Não obstante estarmos na fase inicial do funcionamen- Parabéns, CASSI do Mário e do Bernardo Acompanhe, a partir desta edição, os fatos que marcaram os 70 anos de história da Caixa de Assistência Rogério está no Plano há 33 anos e o filho mais novo, Bernardo, ingressou no dia em que a CASSI completou 70 anos. Na outra página, Mário, que presenciou a fundação em 1944 Principais acontecimentos – de 1944 a 1974 1944. Criação da CASSI, com adesão de 3,5 mil funcionários do BB, do total de 7,2 mil. 6 1962. Caixa de Assistência cria regulamento próprio de auxílios e admite a adesão de aposentados e pensionistas. 1967. Crescimento da CASSI é impulsionado pela extinção do Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Bancários (IAPB), que deteriorou os serviços médico-hospitalares dos funcionários do BB e gerou uma corrida aos serviços da Caixa de Assistência. HISTÓRIA to da Caixa de Assistência, não é demais lançar vistas ao futuro e ver que a nossa Instituição, por meio da cooperação, boa vontade e dedicação de seus associados, e pelo aumento do número desses, poderá tornar-se um exemplo, em nosso País, do que pode a associação e a colaboração no campo da assistência social”. A previsão tornou-se realidade: hoje, a CASSI é a maior autogestão em saúde do Brasil. Em homenagem ao aniversário de 70 anos da Instituição, celebrado em 2014, o Jornal CASSI Associados resgata fatos que mostram a evolução da CASSI. A Instituição, que surgiu como caixa pagadora de despesas médicas para os 3,5 mil associados que ingressaram em 1944, e se tornou promotora da saúde de quase 800 mil participantes do Plano. Brasília, 20 de janeiro de 2014. Rogério Aparecido Silva, funcionário da Diretoria de Tecnologia do Banco do Brasil, trabalhou normalmente pela manhã. À tarde, acompanhou a esposa, Aline, na última consulta pré-natal. O nascimento do quarto filho seria dali a um mês. Do consultório, porém, o casal foi direto para a maternidade. O médico recomendou realizar o parto imediatamente. Bernardo Yuri Pereira Silva nasceu com 2,7 quilos e 47 centímetros, no oitavo mês de uma gestação de risco, em função da diabetes gestacional da mãe e de históricos dos partos anteriores. Na última hora, foi indicado que trocassem de hospital, pois o bebê poderia precisar de UTI. Só precaução. Bernardo não precisou de cuidados especiais. Dia 27 de janeiro, quando a CASSI completava 70 anos, o menino, com apenas uma semana de vida, passou a fazer parte do Plano de Associados. “Tivemos o cuidado de deixar a documentação pronta sabendo que o parto poderia ser antecipado, por conta dos riscos da gravidez”, conta Aline. a sala no 14º andar de um edifício na Avenida Rio Branco, no Rio de Janeiro (RJ), com funcionários do Banco do Brasil. O grupo chegou às 18h para uma reunião. Era a assembleia de constituição da Caixa de Assistência dos Funcionários do BB, a CASSI, e eleição dos Conselhos Administrativo e Fiscal, formados por funcionários do Banco. O local se tornava a primeira sede da CASSI. Mario tinha apenas 23 anos, e ainda hoje, aos 94, fala com orgulho desse dia. “Eu vi a CASSI nascer”. Ele pronuncia com cuidado o nome de cada organizador da fundação (página 8), como quem deseja preservar uma memória importante. “Foram cinco homens que fizeram a CASSI. É preciso que eles sejam conhecidos e homenageados”, reforça Mario, mencionando fatos e dirigentes atuais da Caixa de Assistência com a naturalidade de quem nunca deixou de acompanhar as notícias sobre a Instituição. O começo destas sete décadas de assistência à saúde também foi cuidadosamente preparado, recorda o então empregado da Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil Mário Dantas. O expediente do dia 27 de janeiro de 1944 quase chegava ao fim quando ele e os colegas precisaram dividir Na época, a adesão era voluntária e dos 7.162 funcionários do BB, 3.578 se associaram, considerados fundadores da CASSI. Em 1944, naquele 14º andar da Avenida Rio Branco, ninguém podia imaginar que o Plano se tornaria a maior autogestão em saúde do País, admite Mario. Mas é essa posição de liderança que ele projeta para a CASSI das próximas sete décadas. Um Plano capaz de acompanhar Bernardo e os irmãos, Aila, de 15 anos, André e Gustavo, de 12, e os pais deles pelo tempo que for necessário, garantindo qualidade no cuidado com a saúde a eles e aos outros quase 800 mil participantes da CASSI. A partir desta edição, você acompanha os fatos que marcaram a evolução da CASSI, até se tornar o plano de saúde do Bernardo. A propósito, o garotinho segue crescendo e esbanjando saúde. Aos dois meses de idade, ficou fortemente gripado, junto com a mãe, e tiveram de usar bastante o Plano. Recuperado, ele passa pelas consultas de rotina para bebês como se fossem passeios, conta Aline. “O nascimento de um filho é um marco e também é fonte de felicidade e preocupações. Fazer parte de um plano de tradição e qualidade só contribui para melhoria da qualidade de vida de nossa família”, completa o pai, Rogério, participante do Plano há 33 anos. 1970. CASSI credencia prestadores de serviços e unifica contribuição dos associados em 1% sobre os proventos; parte dos cargos da diretoria passa a ser indicada pelo BB. 1973. Filiação dos funcionários do BB à CASSI torna-se obrigatória. 1974. O BB contribui com o dobro do valor devido pelos associados. 7 HISTÓRIA Ressarcimento de despesas médicas A CASSI foi criada como um benefício social e oferecia auxílios para atender as despesas com intervenções cirúrgicas, internações ou doenças graves dos associados, esposas, filhos menores ou inválidos, filhas solteiras, pais ou parentes dependentes economicamente. A finalidade e as regras estavam descritas no primeiro Estatuto da Caixa de Assistência, de 1944. Os recursos eram gerados pela contribuição dos associados à Caixa de Assistência, divididos inicialmente em cinco classes (A, B, C, D e E), de acordo com o salário no Banco. O limite máximo da ajuda financeira que a CASSI poderia conceder variava conforme o teto de contribuição dos funcionários. O Banco também apoiou a iniciativa, com aporte financeiro, cessão de funcionários e assistência técnica prestada pelo Serviço Médico do BB. Essa situação motivou a reestruturação da Caixa de Assistência, em 1970, com a quinta alteração do Estatuto. Até então, a CASSI ressarcia despesas médicas e hospitalares pelo sistema de livre escolha: o associado escolhia o médico ou o hospital para atendê-lo, entre todos os existentes, e pedia reembolso. Após a reforma, a Instituição passou a credenciar prestadores de serviços e a articular a rede de assistência médico-hospitalar. Outra mudança foi a escolha de parte dos dirigentes da Instituição. Os cargos de presidente, diretor executivo e um titular e um suplente do Conselho Fiscal passaram a ser indicados pela direção do Banco do Brasil. Os demais (dois diretores e dois membros do Conselho) continuaram a ser escolhidos pelos associados, por meio de eleição. O papel da Caixa de Assistência, desempenhado até meados da década de 60, era o de complementar a assistência fornecida por esse atendimento médico do Banco e pelo Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Bancários (IAPB), criado no Governo Vargas, em 1934, e possuía uma rede de médicos por todo o País. Nos anos que se seguiram, reformas estatutárias elevaram os limites do auxílio e o donativo mensal concedido pelo Banco, já que, desde o início, a CASSI ressarcia João Marques dos Reis - presidente do BB no ano de fundação da CASSI os associados em valores superiores ao montante arrecadado mensalmente. Em 1953, quase uma década após sua criação, aproximadamente 60% dos funcionários já havia aderido voluntariamente à CASSI. Em 1962, a Instituição admitiu a adesão de aposentados e pensionistas, criou nova tabela de ressarcimentos e simplificou o sistema de contribuições, dividindo os associados em três classes (A, B e C). A extinção dos institutos das categorias profissionais durante o governo militar, em 1967, aumentou a procura dos associados pela assistência oferecida pela CASSI. A situação financeira da Caixa de Assistência, porém, era precária, pois as contribuições dos associados sofriam reajustes em percentual equivalente ao aumento salarial e não acompanhavam os crescentes custos dos serviços médicos. As contribuições dos associados, herdeiros e viúvas foi unificada em 1%, assim como foram unificados os ressarcimentos, terminando com a concessão de benefícios diferentes por categorias distintas de funcionários. Também foi institucionalizada em 1% a contribuição financeira do Banco, que dobrou em 1974. Nas décadas seguintes, a CASSI passou de pagadora de gastos com doença para promotora da saúde dos associados. Você acompanha essa evolução nas reportagens das próximas edições do Jornal CASSI em 2014. Fundadores: Organizadores João Candido de Andrade Dantas Mario Martins de Melo Orlando Tomaso Gelio Manoel Bezerra de Oliveira Lima Francisco Vieira de Alencar Comente essa matéria. Envie email para [email protected] 8 Encarte Especial CASSI 70 Anos SUPERAÇÃO Mudança radical Aposentado conta como superou o vício do álcool, perdeu 28 quilos e melhorou a autoestima com a ajuda da família e da CliniCASSI Salvador Uma mudança radical. É dessa forma que o aposentado Luiz Gonzaga Lima Nunes, 71, morador de Salvador, resume sua vida nos últimos três anos. Em 2011, os problemas com alcoolismo e com fumo se agravaram, ele passou a pesar 125 quilos e ficou dislipidêmico (taxa de colesterol acima do normal). “Após a aposentadoria, há 20 anos, eu tinha muito tempo livre e a bebida acabou sendo uma forma, ou desculpa, para preencher a ociosidade com uma ida ao bar. Bebia praticamente todos os dias e nos últimos anos isso se agravou.” A esposa, Rita Maria Firmato Reis Nunes, 68, e os dois filhos foram grandes incentivadores da mudança. Dona Rita, hoje, inclusive, auxilia outras famílias que sofrem com o alcoolismo contando sua história e como, com o apoio dos parentes, é possível deixar o vício. “Antes de tudo, é preciso que a pessoa tenha força de vontade e procure ajuda. Também é fundamental o suporte da família. A doença do meu marido me mostrou o desprendimento das coisas materiais, pois, no final, nenhum bem importa. O que realmente interessa é a harmonia em casa.” Após perceber que a bebida estava se tornando algo permanente na sua vida, Luiz decidiu que era o momento de procurar ajuda, pois o álcool estava atrapalhando o convívio familiar e a sua saúde. Ele já era cadastrado na Estratégia Saúde da Família (ESF), mas não costumava ir à CliniCASSI. O aposentado, então, resolveu mudar seus hábitos e procurou ajuda no Serviço Próprio de Salvador. “Eu não tinha força de vontade para mudar e precisava de alguém que me orientasse. Foi aí que decidi procurar ajuda da CASSI para ter uma instrução segura.” A médica de família Maria Olivia Fernandes da Cunha, juntamente com a equipe da CliniCASSI Salvador, acompanham o progresso do aposentado. A médica relata que desde a alta da clínica de desintoxicação, há dois anos, e com o apoio da equipe da ESF e da família, o aposentado fortaleceu sua autoestima, aderiu à terapia proposta e hoje está com suas taxas de glicose e colesterol equilibradas. “A doutora Maria Olivia é a minha referência para tudo atualmente”, brinca Luiz Gonzaga. O processo de mudança não foi fácil no início. Luiz passou a seguir todas as indicações da equipe multidisciplinar para conseguir melhorar sua qualidade de vida e também foi encaminhado para uma clínica para tratamento da dependência química. Assim, um dia após seu aniversário de 69 anos, o aposentado foi internado e passou 45 dias em processo de desintoxicação. “Eu precisava desse empurrão inicial. Fui determinado a virar uma nova pessoa, livre do álcool. Era preciso mudar radicalmente os meus hábitos”, conta. Além de ter abandonado o álcool e o fumo, Luiz também trocou seus hábitos alimentares e acrescentou exercícios diários a sua rotina. Com isso, ele diminui 28 quilos, saindo de 125 para 91 quilos. “Minha meta é chegar aos 80 quilos. Nada de álcool nem cigarro. Nas refeições, geralmente como muita salada e apenas carnes grelhadas. Também faço minha caminhada diariamente.” A esposa conta que Luiz segue rigorosamente a dieta passada pela nutricionista, mas que ela não consegue seguir uma alimentação equilibrada como a do marido e come frituras às vezes. “Ele é muito determinado”, enfatiza. Comente essa matéria. Envie email para [email protected] 9 ENTREVISTA “O desafio é mudar o modelo” Começar atendimento por um generalista melhora assistência, afirma médico Pagar os serviços médicos por resultados em vez de remunerar cada procedimento é uma das alternativas apontadas pelo cardiologista Ricardo Ayache para fazer frente ao que ele define como “indústria dos equipamentos médicos e dos medicamentos”. Ele é presidente da Caixa de Assistência dos Servidores do Estado de Mato Grosso do Sul (CASSEMS), um plano de autogestão ainda jovem, que surgiu espelhado na CASSI. Na entrevista abaixo, Ayache levanta pontos a serem considerados pelos planos e pelos beneficiários para garantir mais saúde à população e à sustentabilidade dos Planos. Ayache fala também porque a CASSEMS, criada há 13 anos por servidores do Estado, escolheu a CASSI como modelo de atuação. Jornal CASSI – Por que foi escolhido o modelo da CASSI para criar o plano de saúde dos funcionários do Estado do Mato Grosso do Sul? democrática e participativa, conseguiremos chegar num caminho de sustentabilidade de médio e longo prazos. Ricardo Ayache – Em 2001, quando surgimos, havia a vontade de termos um plano que os próprios servidores públicos gerenciassem. Encontramos na CASSI um modelo muito próximo ao que gostaríamos de implantar: um plano de autogestão com a participação dos servidores nos conselhos de administração e fiscal e na própria presidência. E principalmente pela qualidade do atendimento que a CASSI oferece. Jornal CASSI – A CASSEMS está partindo para mudança na forma de custeio do plano? Jornal CASSI – A CASSEMS surgiu há 13 anos, praticamente dentro do atual cenário de crescimento exagerado dos custos, em função do envelhecimento da população e intensificação do uso de tecnologias. Já nasceu então preparada para enfrentar essa situação? Ayache – Não. Temos enfrentado bastante dificuldade, principalmente nos últimos três anos, em que temos observado um crescimento assustador nos custos assistenciais. Isso tem trazido para nós uma dificuldade enorme, mas temos caminhado com profissionalização da gestão e crescimento dos programas de promoção à saúde para tentar resultados de médio e longo prazos, para melhor controle dos custos assistenciais. Estamos buscando um ajuste da nossa receita média per capita, que ainda é bastante baixa. Acreditamos que com uma discussão, de forma 10 Ayache – Exatamente. Fizemos um cálculo atuarial e observamos culminar num ajuste no custeio do plano. Para a pessoa continuar a ter um serviço de qualidade, considerando o aumento dos custos, a contribuição vai ter de ser revista. Há uma discussão entre os servidores de se buscar junto ao patronal um aumento na participação do estado. Hoje temos 8,75% da folha, com 5.25% de contribuição do trabalhador e 3,5% do Estado. Jornal CASSI – O que torna um plano de saúde eficiente hoje, sob os pontos de vista do cuidado da população e da gestão? Ayache – Nosso grande diferencial é que buscamos atender de forma integral o beneficiário. Isso traz um compromisso com quem precisa do atendimento. Nosso compromisso é dar o melhor ao beneficiário. Por outro lado, para que isso ocorra, tomamos as decisões administrativas de forma compartilhada, buscando o entendimento desse usuário para as medidas necessárias para que o plano se torne, além de efetivo e organizado, sustentável. Esse é um grande desafio frente ao crescimento ENTREVISTA assustador do custo assistencial. Mas a gente não encontra outra forma que não seja compartilhar com o usuário as decisões para que tenhamos um futuro sustentável. Jornal CASSI – A gestão compartilhada favorece esse entendimento de que o beneficiário não é um cliente que vai lá e gasta o que quiser. Mas o senhor acha que a CASSEMS, já tendo surgido nesse formato de gestão compartilhada, já existe essa consciência mais fácil? Ayache – Existe, sim. Claro que há aqueles que acham ter na CASSEMS simplesmente uma fonte de atendimento e de uso sem ter responsabilidade para com a empresa. Mas não é assim na grande maioria. Nós temos aqui uma forte participação dos servidores públicos, das entidades sindicais na construção da CASSEMS e isso tem sido muito importante. Jornal CASSI – O que poderia ocorrer sem essa corresponsabilidade? Ayache – Seria muito difícil porque estaríamos em campos opostos. O usuário achando que o plano impõe restrições, limites, e nós achando que o beneficiário quer usar de forma indiscriminada o plano. Quando a gente compartilha, consegue ter um equilíbrio maior entre as partes. Jornal CASSI – Mesmo sendo cardiologista, uma especialidade médica, o senhor defende a figura do médico generalista. Por quê? É mais eficiente o acompanhamento quando feito por alguém que tem a visão do todo? Ayache – Com toda a certeza. Se nós não mudarmos o modelo de formação médica no Brasil, para que passe a ser voltado à formação de generalistas, permitindo um uso mais racional de todo o sistema de saúde, teremos muita dificuldade para sustentabilidade dos sistema de saúde no médio prazo. Tanto o público como o privado. Esse modelo de saúde que existe atualmente, feito para financiar a indústria de equipamentos médicos e indústria de medicamentos, tornará o modelo insustentável, e nós temos discutido isso de forma bastante enfática, de forma coletiva: gestores públicos e gestores da saúde suplementar para construir um novo modelo. Ou nós fazemos isso ou estaremos juntos num cenário muito desfavorável para todo mundo. Jornal CASSI – Esse modelo que o senhor relaciona ao financiamento da indústria de equipamentos e de medicamentos impacta só a sustentabilidade do plano ou é menos efetivo também para a saúde? Ayache – O que percebemos hoje é que esse modelo centrado em hospitais, em especialidades médicas e em tecnologia tem trazido uma tensão entre todas as partes. Os gestores, com dificuldade para manter o equilíbrio econômico-financeiro, o usuário insatisfeito porque é um modelo que desgastou a relação médico-paciente – hoje o usuário não está satisfeito com o atendimento que recebe e o profissional de saúde não está satisfeito com a forma de remuneração. Temos, com isso, as três pontas insatisfeitas. Precisamos mudar esse modelo por outro centrado no paciente, no resultado para o paciente. Não podemos trabalhar mais com um modelo de saúde que se preocupa apenas com a quantidade de atendimentos realizados. Hoje precisamos medir a qualidade, a resolução dos serviços que os prestadores oferecem para os usuários do sistema de saúde. Esse é o novo conceito que temos que implantar pela frente. Jornal CASSI – Por que o senhor diz que esse modelo de busca a diversos especialistas desgastou a relação médico-paciente? Ayache – Porque é fragmentado, não há uma preocupação com o todo, com o ser humano. Há uma preocupação com o órgão desse paciente: com o coração, com o joelho, com o cérebro. O paciente não é visto de uma forma integral, no seu contexto físico, social e mental. Isso é o que o generalista traz de benefício: o enfoque global do paciente, holístico. E é isso que nós precisamos buscar para resgatar a credibilidade do paciente no modelo assistencial que hoje está muito desgastada. Jornal CASSI – Como se alcança essa mudança? Basta estimular as pessoas a buscarem médicos generalistas como primeira opção? Porque na prática, faltam médicos generalistas. Ayache – Além de estimular e de oferecer o médico generalista, precisamos mudar a formação médica. Hoje a grande maioria das faculdades tende a formar o especialista. O acadêmico de medicina já entra na faculdade pensando qual especialidade vai fazer. E hoje, mais ainda, quer fazer estética, oncologia, dermatologia, oftalmologia. Não há um entendimento de que o médico deve atender, sobretudo, a necessidade do paciente. Com certeza, 75% dos casos dos pacientes teriam seus problemas resolvidos por um médico generalista. Jornal CASSI – Existe alguma ação para estimular essa mudança, fazer chegar essa consciência às universidades? Ayache – Já existe uma visão do Ministério da Saúde e do Ministério da Educação nesse sentido de fazer uma mudança curricular. Mas os resultados só virão ao médio e longo prazos. Para formar um médico hoje você vai levar de oito a 10 anos. Jornal CASSI – Se os planos remunerassem melhor os generalistas do que especialistas isso poderia ter impacto na opção por essa formação? Ayache – É uma boa pergunta e, particularmente, não tenho resposta ainda para ela. Passa, sim, pela remuneração, a partir do momento em que tivermos uma remuneração estruturada. Hoje temos uma remuneração por procedimento realizado e isso causa uma distorção: quanto mais 11 ENTREVISTA atendimentos forem realizados, mais o profissional vai ganhar. O que nós precisamos avaliar é que se esse tipo de remuneração está adequado. Se não deveríamos remunerar por qualidade de atendimento, por resolução do serviço prestado. Jornal CASSI – Há como medir o quanto o atendimento de um prestador de serviço de saúde é resolutivo? Ayache – Existe, sim. Você pode avaliar se um paciente que procurou o médico, se ele teve necessidade de buscar uma segunda opinião. Agora isso exige de nós [os sistemas de saúde] um outro preparo para acompanhar esse paciente. Se é hipertenso, ele está com a pressão controlada ou não está? Esse médico está dando condições ou ambientações que mudem o perfil ou a história natural da doença? Precisamos ter critérios estabelecidos para o acompanhamento desse paciente. Um paciente submetido a uma cirurgia: ela produziu o resultado esperado? Nós, hoje, não fazemos esse acompanhamento. Precisamos começar. tante do que só curar e esse é um grande desafio – são tantos que a gente não consegue efetivamente ter uma definição exata do que é mais importante. O envelhecimento populacional é uma grande conquista, mas que traz questões desafiadoras: como manter uma população saudável por um tempo maior? Qual o tipo de vida longa que nós queremos? Isso passa sem dúvida pela intensificação dos programas de atenção à saúde. Nós precisamos realmente fazer com que a população faça atividade física, mantenha uma alimentação equilibrada e seu peso dentro dos padrões de normalidade, visto que temos observado um crescimento muito grande dos índices de obesidade na população brasileira. O que é extremamente preocupante e, sem dúvida, um enorme desafio. Jornal CASSI – Como enfrentar a propaganda da indústria alimentícia? Ayache – Não há outra maneira que não conscientizar a população. É interessante: temos uma influência muito grande da alimentação americana. Não vimos nos países europeus e no Japão os índices de obesidade que encontramos aqui. Existem hoje algumas ações que trarão benefícios. Recentemente foram proibidos nas escolas alimentos fritos e industrializados. Isso, com certeza, trará benefícios à população. São medidas desse tipo, que se iniciam na base, que vão trazer uma conscientização maior à população. Claro que isso iremos observar depois de algumas gerações. É um trabalho longo, mas que precisa ser iniciado de forma bastante intensiva. “Como manter idosos saudáveis por um tempo maior?” Jornal CASSI – Qual o maior desafio das autogestões, como a CASSI e a CASSEMS? A sustentabilidade já é amplamente discutida, mas, diante disso, para que a busca por ela seja efetiva, o maior desafio é convencer os participantes para o uso racional do Plano? É convencer os médicos da necessidade de uma remuneração não mais por procedimento, mas por resolução dos problemas? Ayache – É um trabalho muito árduo que todos nós teremos, mas que temos que fazer essa discussão de forma mais ampla, através de nossas instituições, buscando a união delas de forma efetiva para que a gente faça parte do debate. Esse modelo de assistência à saúde não começou hoje. Começou em 1910, quando Flexner (Abraham Flexner) estruturou o modelo de formação médica dessa forma. Tem mais de cem anos. Não mudaremos isso de uma hora para outra. Será um debate grande, duro, mas que precisa ser feito. Se não começar, a gente não chega a ponto algum. Mas esse é o grande desafio: mudar o modelo assistencial. Os planos de saúde podem começar a implementar isso tudo, mas é preciso atacar a origem do problema, que é a formação médica. Implica mudar toda uma cultura que também envolve o paciente, hoje acostumado a procurar o especialista, induzido pela mídia, que estimula esse modelo assistencial vigente. Jornal CASSI – O que hoje as pessoas esperam de um plano é uma ação curativa. Mas por essa visão que o senhor apresenta, o papel seria garantir saúde, evitar que adoecesse. Como fazer para mudar essa percepção? Ayache – Com certeza, garantir uma população saudável é mais impor- Jornal CASSI – Que reflexo a chamada judicialização da saúde pode ter para o paciente submetido, por força judicial, a atendimento que o plano não autorizou por considerar inadequado? Como evitar que a ilusão de que tecnologia resolve se torne até nocivo para o beneficiário? Ayache – Temos inúmeros casos de tratamentos ou terapias experimentais que são autorizadas judicialmente e que podem colocar em risco a vida do paciente. E isso ainda traz outras consequências como o aumento do custo assistencial. Porém, nós temos a obrigação de filtrar o que realmente é benéfico para o usuário daquilo que pode trazer malefício. Mas não tem sido uma tarefa muito fácil. Temos buscado conscientizar o usuário, mas temos também procurado dialogar com o poder judiciário. No Mato Grosso do Sul, temos pleiteado ao judiciário uma câmara técnica para a saúde suplementar, para que a gente possa minimizar os conflitos e realmente encontrar um caminho de equilíbrio entre as partes, mas, sobretudo, de garantia de assistência de qualidade à saúde do nosso usuário. Essa câmara é no âmbito estadual, mas, recentemente, estivemos no tribunal de justiça. E recentemente o CNJ fez uma recomendação manifestando essa preocupação junto ao judiciário de todos os estados, e percebemos uma abertura para isso. Comente essa matéria. Envie email para [email protected] 12 NOTÍCIAS Consulte autorizações pelo site e pela Central CASSI cria segunda opinião para tratamento de doenças de coluna e bucomaxilofacial O Hospital Israelita Albert Einstein e a BMF Medicina em Odontologia, de São Paulo, são os dois novos parceiros da CASSI para o tratamento de coluna e bucomaxilofacial, respectivamente. O Einstein emite parecer médico para patologias de coluna vertebral, por meio do Projeto Locomotor. O objetivo é garantir o tratamento mais adequado ao quadro clínico do participante com problemas e indicação de cirurgia de coluna. O projeto é exclusivo para pacientes sem acesso àquele hospital, que prevê um protocolo de atendimento para cada tipo de tratamento de patologias de coluna. Quando a Central CASSI recebe solicitação cirúrgica para um participante do Plano, a Caixa de Assistência entra em contato com essa pessoa para detalhar o projeto e autorizar o acesso ao Einstein. Após avaliação médica no hospital, se for identificada a necessidade de cirurgia, é possível optar pela continuidade do tratamento – inclusive realizar a operação – no próprio Einstein ou com o médico de confiança do participante. Se não houver indicação cirúrgica, é possível seguir com o tratamento conservador (fisioterapia, acupuntura, hidroterapia) no Einstein ou na rede credenciada à CASSI. A parceria, válida inicialmente para participantes re- sidentes na Grande São Paulo, oferece o acompanhamento por cirurgiões de coluna, ortopedistas e neurocirurgiões, além de um centro médico especializado. A Caixa de Assistência desenvolveu também um projeto de segunda opinião com a BMF Medicina em Odontologia para participantes com indicação de cirurgia bucomaxilofacial, para que seja consultado um outro especialista sobre a necessidade do procedimento indicado. A parceria com a BMF oferece parecer de segunda opinião e serviços eletivos, como consultas e cirurgias. Há um ano e meio a CASSI realizou um projeto-piloto com essa especialidade, em São Paulo, para, posteriormente, expandi-lo para todo o País. Os beneficiários podem acompanhar o andamento das solicitações de autorizações de procedimentos pelo site e pela Central CASSI. O objetivo é garantir mais transparência ao processo e gerar mais agilidade na resolução de pendências. Pelo site, para acompanhar o andamento, é necessário acessar o perfil (Associados ou CASSI Família), inserir email e senha, clicar na opção Consulta de Autorização e selecionar a data do pedido. Para aqueles que não tiverem acesso à internet, é possível acompanhar por meio da Central CASSI (0800 729 0080). Basta escolher a opção Participante (número 2), digitar número do cartão CASSI ou CPF, e teclar a opção 5. Outra melhoria, ainda em fase de testes e apenas em SP e DF, é a assessoria ao participante, feita pela Central, que entra em contato com os beneficiários que tiverem alguma pendência de documentação ou autorizações negadas. O contato telefônico é feito por atendentes especializados, no momento da solicitação pelo prestador ou após a negativa. A ideia é explicar os motivos de uma eventual não autorização e oferecer alternativas para os beneficiários, orientando-os sobre como devem proceder. O estudo prévio em bucomaxilofacial ocorreu devido ao aumento considerável do número de procedimentos nos últimos anos, à ausência de critérios de alguns prestadores para solicitar cirurgias e materiais, aos casos de pacientes encaminhados diretamente para cirurgias sem tentativa de tratamentos conservadores, além da alta taxa de participantes que eram submetidos a mais de uma cirurgia seguidamente. Por meio da segunda opinião é possível averiguar o melhor tratamento, além de analisar os riscos e os benefícios de um procedimento para o paciente. Comente essa matéria. Envie email para [email protected] 13 SAÚDE Lave bem as mãos! Hábito aprendido na infância previne infecções corriqueiras Você mesmo pode reduzir o risco de ter diarreia, gripe, conjuntivite, dor de garganta e as gastrointerites mais acentuadas, como as provocadas por rotavírus, que causam vômito e diarreia intensos. Como? Lavando as mãos! O hábito que aprendemos na infância é uma forma eficiente e segura de evitar as infecções mais comuns. Embora nunca tenha deixado de valer como cuidado em saúde, a lavagem de mãos vem ganhando destaque diante de pesquisas recentes. Segundo dados da Unicef, lavar as mãos com sabão pode reduzir a incidência de em até 44% de doenças diarreicas e infecções respiratórias agudas, que matam mais de 3,5 milhões de crianças menores de cinco anos no mundo. Em 2009, a pesquisa “Real Life Clinical Trial”, coordenada pela médica sanitarista, Dra. Myriam Sidibe, realizada na Índia em 2009, comprovou a redução de 25% na ocorrência de diarreia, 15% no número de infecções respiratórias e 46% de infecções nos olhos entre crianças que passaram a lavar as mãos com água e sabão antes das refeições e após uso do banheiro. O estudo sobre higiene global realizado pelo International Dettol HABIT Study (Hygiene: Attitudes, Behaviour, Insight and Traits) comprovou que o hábito reduz a ocorrência de doenças infecciosas. 14 Dentre os pesquisados, quem lavava a mão ao menos seis vezes por dia raramente foi atingido por diarreias e resfriados. Por outro lado, as doenças infecciosas evitáveis pela lavagem correta das mãos matam mais de 13 milhões de crianças e jovens adultos por ano no mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). A pesquisa Desafio Global de Infecção, que levantou dados mais específicos sobre o assunto, foi realizada com mais de 18 mil pessoas em 18 países, incluindo o Brasil. No País, a pesquisa revelou que apenas 6% da população acha que doenças infecciosas podem ser contraídas dentro de casa. Isso preocupa porque, ignorando que estão correndo risco em sua própria residência, os brasileiros deixam de se prevenir como poderiam, ficando doentes com maior frequência. A lavagem correta das mãos leva de 15 a 20 segundos, envolve uso de água e sabão e procedimento simples (veja na página ao lado). Bastam dois minutos para repetir o procedimento nas seis vezes ao dia, mínimo recomendado, considerando que é fundamental lavar antes das refeições, depois de ir ao banheiro ou tocar objetos sujos ou contaminados – isso vale para o aperto de mão de alguém que pode estar com alguma virose ou infecção bacteriana. Estudos anteriores do Conselho Global de Higiene indicam que apenas 68% dos adultos lavam as mãos com água e sabão todas as vezes que vão ao banheiro, apesar de reconhecerem a boa higiene como algo importante. SAÚDE Cuide-se Os microrganismos responsáveis pelas infecções mais comuns, como gripes, conjuntivite, diarreia, vômitos e outros problemas gastrointestinais sobrevivem fora do organismo humano por tempo suficiente para contaminarem outro organismo. Alguém com gripe que tenha contido um espirro na própria mão, ou com rotavírus, que não tenha lavado adequadamente as mãos após ir ao banheiro, ao apertar a mão de alguém transmite as bactérias ou vírus para a pessoa. Se esta pessoa colocar a mão na boca ou ingerir algum alimento com a mão suja, será contaminado. Comente essa matéria. Envie email para [email protected] 15 16