(Aula02-Top2-Texto Complementar) LIMITES COM E 1 Aula03-Top2-Texto Complementar (Link ) LIMITES COM E Este texto trata de limites e continuidades com o rigor matemático em que tradicionalmente tal estudo é realizado, é a parte deste módulo em que o leitor sentirá menos facilidade para dominar; entretanto, tudo é uma questão de familiaridade. Inicialmente, aborda-se o conceito de limite, então serão desenvolvidos os resultados decorrentes de tal conceito e onde serão demonstrados os teoremas e corolários usados no tópico 1 desta aula. No estudo de limites, no nível que será tratado neste parágrafo, não é comum problemas práticos; entretanto, tal estudo é uma poderosa ferramenta teórica e que será utilizada em vários resultados importantes do Cálculo e de outras áreas afins da Matemática. Na definição de limite bilateral (dada no tópico 1 desta aula), foi estabelecido que: lim f ( x) L, se à medida que a distância de x a c (independendo de x c ou xc x c ) vai diminuindo, implica que a distância de f ( x) a L se torna cada vez menor. Em outras palavras: lim f ( x ) L , se a distância de f ( x) a L pode se tornar tão x c pequena quanto se deseja, desde que se considere a distância de x a c suficientemente pequena. A fim de entender a definição de limite, baseando-se nas noções de distâncias, x 1 se x 1 considere a função f ( x ) x se x 1, em que lim f ( x) não existe, pois não será x1 possível controlar a distância de f ( x) a nenhum valor L. Para melhorar o esclarecimento de tais fatos, considere o gráfico de f , que está na figura seguinte. Y 2 1 X O -1 Observando a figura, verifica-se que: o lim f ( x) não é igual a 1, pois (por x1 exemplo) não é possível ter f ( x) ( 1) 0, 5 com x à esquerda de 1; também lim f ( x) não é 2, pois (por exemplo) é impossível ter f ( x) 2 1 com x à direita x1 de 1. É claro que para qualquer outro valor L diferente de 1 e 2, é possível estabelecer uma situação análoga. É muito comum usar as letras gregas (lê-se, épsilon) e (lê-se, delta), para expressar a definição de limite através dessas noções de distâncias. Assim, tem-se que: se f é uma função definida num intervalo aberto contendo c, exceto (Aula02-Top2-Texto Complementar) LIMITES COM E 2 possivelmente em c, diz-se que lim f ( x) L, xc se para qualquer 0 existe 0 tal que 0 | x c | implica que f ( x ) L . A condição 0 | x c | é necessária, pois é de interesse as imagens f ( x) dos valores de x próximos de c e não para x c. Exemplo Resolvido. Usar a definição de limite, para mostrar o limite indicado: (a) lim ( 2 x 1) 3; (b) lim x 2 2x 1 2. x 1 x2 Solução. (a) Sendo f (x) 2x 1, deve-se mostrar que, dado qualquer 0 existe 0 tal que 0 | x (2) | | f (x) (3) | , ou seja, 0 | x 2 | | (2x 1) ( 3) | 2 | x 2 | | x 2 | . 2 Logo, considerando 2 , tem-se 0 | x 2 | 0 | x 2 | Isto mostra que 2 | x 2 | | f (x) ( 3) | . 2 lim (2 x 1) 3. Qualquer valor 1 com 0 1 2 , pode também x2 ser considerado como o que se procurava. (b) Sendo g(x) x2 2x 1, deve-se mostrar que, dado qualquer existe 0 tal que 0 0 | x 1| | g(x) 2 | | x 1| | x 3 | . Da experiência obtida no item (a), para encontrar um que satisfaça tal condição, deve-se achar uma inequação envolvendo apenas | x 1| dependendo de x, para tanto é necessário determinar um valor que majore o fator | x 3|. Sendo assim, como se deseja que os valores de x estejam próximos de 1, é possível considerar (por (Aula02-Top2-Texto Complementar) LIMITES COM E 3 exemplo) que | x 1| 1 (ou seja, é possível considerar que o procurado seja menor ou igual a 1), logo | x 1| 1 1 x 1 1 3 x 3 5 3 | x 3 | 5, | x 3| isto é, o valor 5 majora | x 1|| x 3 | | x 1| 5. se | x 1| 1. Assim, se | x 1| 1 então Deseja-se que | x 15 | , ou seja, | x 1 | 5 . Portanto, tomando como o menor dos dois valores 1 e obtém-se então 5 escreve se, mín. 1, 5 , daí 1 e 5 , 0 | x 1| | x 1| 1 e | x 1| 5 | x 3 | 5 e | x 1| | g(x) 2 | | x 3 || x 1| . 5 Exemplo Proposto. Usar a definição de limite, para mostrar o limite indicado: (a) lim (2x 1) 1 onde ; (b) lim x 2 x 1 1 onde mín. 1, . 2 2 x 1 x 1 Na definição do limite bileteral usando e , não está explícito que o valor limite de uma função deve ser único (como foi enfatizado na definição dada em (III) do tópico 1 desta aula), o próximo teorema estabelece tal unicidade. Teorema (Unicidade do limite) 1. Se lim f ( x) L e lim f ( x) M, então L M. xc xc Demonstração. Suponha que L M, então para demonstrar o teorema, deve-se provar que esta suposição conduz a uma afirmação absurda. Como lim f ( x) L, para qualquer 0 existe 1 0 tal que xc 0 | x c | 1 | f (x) L | ; também, como lim f ( x) M, existe 2 0 tal que xc 0 | x c | 2 | f (x) M | . Logo, para qualquer 0 existem 1 0 e 2 0 tais que 0 | x c | 1 e 0 | x c | 2 | L M | | L f (x) f (x) M | | L f (x) | | f (x) M | 2. (Aula02-Top2-Texto Complementar) LIMITES COM E 4 Seja mín. 1 , 2 , então 0 < | x - c | < d Þ | L - M | < 2 e. Como esta última afirmação vale para qualquer 0, considerando 12 | L M |, tem-se 0 | x c | | L M | | L M | . Sendo impossível ter | L M | | L M |, não se pode supor L M, logo L M. O que conclui a demonstração. Os dois teoremas seguintes, referem-se aos teoremas 1 e 2 do tópico 2 desta aula, respectivamente, que agora podem ser demonstrados. Teorema 2. Se a e b são números reais fixos, então lim (ax b) ac b. x c Demonstração. Deve-se provar que para qualquer 0 existe 0 tal que 0 | x c | | (ax b) (ac b) | . Inicialmente, suponha que a 0, então | (ax b) (ac b) | | a || x c | | x c | , a logo tomando a , a implicação se verifica. Se a 0, então | (ax b) (ac b) | 0 para todo x, logo tomando como qualquer valor positivo, a implicação se verifica. O que conclui a demonstração. Teorema 3. Se lim f ( x) L e lim g( x) M, então: xc (a) lim f (x) g(x) L M; x c (d) lim n xc xc f (x) L se M 0; x c g(x) M (b) lim [ f ( x) g( x)] LM ; (c) lim xc f ( x) L se L 0 e n é inteiro 2 ou L é qualquer valor e n ímpar n 3. Demonstração. (a) Será demonstrado que lim f (x) g(x) L M, o limite da diferença é x c tratado similarmente e sua demonstração está sugerida no exercício 13 do exercitando deste texto. (Aula02-Top2-Texto Complementar) LIMITES COM E Como lim f ( x) L, dado xc 2 5 0 existe 1 0 tal que 0 | x c | 1 | f (x) L | ; 2 também, como lim g( x) M, existe 2 0 tal que xc 0 | x c | 2 | g(x) M | . 2 Seja mín. 1 , 2 , então 1 e 2 , daí 0 < | x - c |< d Þ 0 < | x - c | < d1 e 0 < | x - c | < d2 Þ | f (x) - L | < e e e | g(x) - M | < . 2 2 Portanto, tem-se 0< | x - c| < d Þ [f (x) + g(x) ]- [L + M ] = [f (x) - L ]+ [g(x) - M ] £ £ f (x) - L + g(x) - M < e e + = e. 2 2 O que conclui a demonstração de (a). (b) Para demonstrar que lim f (x)g(x) LM, é necessário os dois seguintes x c resultados: (i) Se lim f ( x) L (existe), então f é limitada em torno de c, isto é, existem k 0 e xc 0 tal que 0 | x c | | f (x) | k. Para justificar esta afirmação, observe que se lim f ( x) L, pela definição de limite, dado 0 existe 0 tal que xc 0 | x c | | f ( x ) L | L f ( x ) L . Se L 0, então L (L ) e assim 0 | x c | ( L) f ( x ) L | f ( x ) | L, logo basta tomar k L. Se L 0, então (L ) L e assim 0 | x c | (L ) f ( x ) L | f ( x ) | L , logo basta tomar k L . (ii) Se lim f ( x) 0 e g é limitada em torno de c, então (mesmo que lim g( x) não xc xc exista) lim f ( x)g( x) 0. A prova está sugerida no exercício 14 do exercitando xc (Aula02-Top2-Texto Complementar) LIMITES COM E 6 deste texto. Tem-se f (x)g(x) LM f (x)g(x) f (x)M f (x)M LM f (x)g(x) M f (x) LM. Como lim f ( x) existe, por (i), f é limitada em torno de c; além disso, xc lim g(x) M 0 decorrente da parte (a). Logo, por (ii), lim f (x) g(x) M 0. x c x c Analogamente, encontra-se que lim f (x) L M 0. Portanto, pela parte (a), x c lim f (x)g(x) LM lim f (x) g(x) M lim f (x) L M 0, x c x c x c ou seja, lim f (x)g(x) LM. O que conclui a demonstração da parte (b). x c (c) Tem-se f (x) L Mf (x) Lg(x) Mf (x) Lg(x) 1 . g(x) M g(x)M g(x)M Pelas partes (a) e (b), e pelo teorema 2, tem-se lim Mf (x) Lg(x) 0. x c Como lim g( x) M 0, por (b) decorre que lim g( x) M M 2 , logo para xc xc M2 2 existe 0 tal que M2 M2 M2 g(x)M M 2 2 2 2 2 2 M 3M 2 1 2 g(x)M 2 2 2 2 g(x)M M 3M 0 | x c | g(x)M M 2 assim, 1 g( x )M 1 2 2; g(x)M M é limitada em torno de c. Portanto, sendo lim Mf ( x) Lg( x) 0 e xc (ii) da demonstração da parte (b), 1 g( x )M limitada em torno de c, por (Aula02-Top2-Texto Complementar) LIMITES COM E 7 f (x) L lim lim Mf (x) Lg(x) 1 0, g ( x ) M g ( x ) M x c x c ou seja, lim f (x) x® c g(x) = L. M O que conclui a demonstração de (c). (d) A demonstração será feita no caso particular em que n 2 e assim com L 0. As demonstrações nos outros casos, estão sugeridas no exercício 19 do exercitando deste texto. Inicialmente, suponha que L 0 , então para mostrar que deve-se provar que para qualquer 0 existe 0 tal que 0 | x c | lim xc f ( x) 0, f (x) . Como lim f ( x) L 0, para 2 (onde é qualquer valor positivo) existe 1 0 tal que xc 0 | x c | 1 f (x) 0 f (x) 2 . Para que tenha sentido estabelecer o lim f ( x) , tem que existir 2 0 tal que xc 0 | x c | 2 f (x) 0. Seja mín. 1 , 2 , então 0 | x c | f (x) 2 e f (x) 0 0 f (x) 2 0 f (x) f (x) . Suponha agora que L 0, então para demonstrar que lim mostrar que, para qualquer 0 existe 0 tal que 0 | x c | xc f ( x) L , deve-se f (x) L . Considere 0 L, sendo assim, o número 2 L 2 é positivo. Como lim f ( x) L, para 2 L 2 existe 0 tal que xc (Aula02-Top2-Texto Complementar) LIMITES COM E 8 0 | x c | f (x) L 2 L 2 2 L 2 f (x) L 2 L 2 2 L 2 L 2 L 2 f (x) L 2 L 2 (L )2 f (x) (L ) 2 L f (x) L f (x) L f (x) L . Caso seja L, a demonstração é análoga e está sugerida no exercício 17 deste tópico. O teorema 1 deste tópico 3 permite uma prova simples da parte (d) do teorema 3, veja o exercício 2 do exercitando do texto complementar indicado no final do tópico 3 desta aula. O teorema seguinte, refere-se ao teorema 5 do tópico 2 desta aula, que agora pode ser demonstrado. Teorema 4. Sejam f, g e h funções definidas num intervalo aberto I contendo c, exceto talvez em c, onde f ( x) g( x) h( x) para todo x em I com x c. Se lim f ( x) L e lim h( x) L, então lim g( x) L. xc xc Demonstração. Como 1 0 e 2 0 tais que xc lim f ( x) lim h( x) L, para qualquer xc xc 0 existem 0 < | x - c | < d1 Þ f (x) - L < e Û L - e < f (x) < L + e e 0 < | x - c | < d2 Þ h(x) - L < e Û L - e < h(x) < L + e. Seja mín .{1, 2}, então 0 < | x - c | < d Þ L - e < f (x) < L + e e L - e < h(x) < L + e Þ L - e < f (x) £ g(x) £ h(x) < L + e Þ L - e < g(x) < L + e Û g(x) - L < e. O que conclui a demonstração. Teorema 5. Se lim f ( x) L e lim g( x) M com L M, então existe 0 tal que xc xc 0 < | x - c |< d implica que f ( x) g( x). Demonstração. Como L M, tem-se M L 2 0. Sendo lim f ( x) L xc e (Aula02-Top2-Texto Complementar) LIMITES COM E lim g( x) M, para x 9 existem 1 0 e 2 0 tais que M L 2 0 | x c | 1 f (x) L e 0 | x c | 2 g(x) M ML 3L M LM f (x) 2 2 2 ML ML 3M L g(x) . 2 2 2 Seja mín.{ 1 , 2 }, então 3L M LM f (x) 2 2 LM f (x) g(x). 2 0 | x c | e ML 3M L g(x) 2 2 O que conclui a demonstração. Os dois resultados seguintes, seguem-se do teorema 5 e suas demonstrações estão sugeridas nos exercícios 20 e 21 do exercitando deste texto. Corolário 1. Se lim f ( x) L 0, existem 1 0 e 2 0 tais que: xc (a) Se L 0 e 0 | x c | 1 implica que f ( x) 0; (b) Se L 0 e 0 | x c | 2 implica que f ( x) 0. Corolário 2. Se f ( x ) g( x ) para todo x num intervalo aberto contendo c, exceto talvez em c, lim f ( x) L e lim g( x) M, então L M. xc xc Os limites unilaterais podem também ser expressos, usando-se os símbolos e , da seguinte forma: (a) Se f é uma função definida num intervalo aberto tendo c como extremo superior, lim f (x)L, se para qualquer diz-se que 0 existe 0 tal que xc x c 0 f ( x ) L ; (b) Se f é uma função definida num intervalo aberto tendo c como extremo inferior, lim f (x)L, se para qualquer 0 existe 0 tal que diz-se que xc 0 x c f ( x ) L . Observe que x c não aparece entre as barras de valor absoluto nas definições dos limites unilaterais, pois x c e x c nas definições dos limites à esquerda e à direita, respectivamente. Os resultados para limite com x c , já expressos neste seção, valem para os limites unilaterais. As demonstrações de alguns de tais resultados estão sugeridas no (Aula02-Top2-Texto Complementar) LIMITES COM E 10 exercício 22 do exercitando deste texto. O critério de existência do limite bilateral, a partir dos limites unilaterais (dado no tópico 1 desta aula), agora pode ser enunciado como um teorema. lim f ( x) L Teorema 6. O (existe) se, e somente se, xc lim f (x) L x c e lim f (x) L. x c Demonstração. Suponha que lim f ( x) L, então para todo 0 existe 0 tal que, xc (0 < | x - c | < d Þ f (x) - L < e) Û (- d < x - c < d com x ¹ c Þ f (x) - L < e) Û (- d < x - c < 0 e 0 < x - c < d Þ f (x) - L < e) Û (- d < x - c < 0 Þ f (x) - L < e e 0 < x - c < d Þ f (x) - L < e). Isto prova que lim f ( x) L e lim f ( x) L. xc xc Se lim f ( x) lim f ( x) L, para qualquer 0 existem 1 0 e 2 0 tais xc xc que 1 x c 0 f ( x) L e 0 x c 2 f ( x) L . Seja mín .{1, 2}, então x c 0 f (x) L 0 | x c | e 0 x c f (x) L f (x) L . Isto prova que lim f ( x) L. O que conclui a demonstração. xc Agora, serão tratatos com e , os limites indicados pelos símbolos e lim f ( x) L lim f ( x) M, estes são os limites no infinito, conforme x x classificação dada no tópico 1 desta aula. Usando os símbolos e , os conceitos de limites finitos no infinito, são os seguintes: (a) Se f é uma função definida num intervalo ilimitado inferiormente, diz-se que existe tal que lim f ( x) L, se para qualquer 0 0 x x f ( x ) L ; (Aula02-Top2-Texto Complementar) LIMITES COM E 11 (b) Se f é uma função definida num intervalo ilimitado superiormente, diz-se que lim f ( x) L, se para qualquer 0 existe 0 tal que x f ( x) L . x Os teoremas de limite com x c (isto é, os teoremas 1 a 5 deste texto), valem para limites finitos no infinito, desde que sejam feitas as devidas adaptações e quando forem necessárias. As demonstrações de tais teoremas estão sugeridas no exercício 23 do exercitando deste texto. O teorema seguinte, refere-se ao teorema 3 do tópico 2 desta aula, que agora pode ser demonstrado. Teorema 7. Se n é um número inteiro positivo, então: 1 1 (a) lim n 0; (b) lim n 0. x x x x Demonstração. Será demonstrada a parte (a), a outra parte tem demonstração análoga e está sugerida no exercício 25 do exercitando deste texto. Para demonstrar que existe 0 tal que lim x® - ¥ 1 xn = 0, deve-se mostrar que, para qualquer 0 x 1 ; xn mas 1 1 1 x n | x | n x Logo, tomando 1 1 n 1 n 1 x 1 n 1 ou 1 x n . é verificada a afirmação. O que conclui a demonstração. Não se tratou também anteriormente dos limites representados pelos símbolos lim f ( x) e lim f ( x) (onde x c pode ser substituído por x c , xc xc x c , x ou x ), este são os limites infinitos, conforme classificação dada no tópico 1 desta aula. Existe uma definição para cada um destes limites, usando os símbolos e . Por exemplo, se f é uma função definida num intervalo aberto contendo c, exceto talvez em c, diz-se que: (a) lim f ( x) , se para qualquer xc f (x) ; 0 existe 0 tal que 0 | x c | (Aula02-Top2-Texto Complementar) LIMITES COM E (b) lim f ( x) , xc 0 < | x - c |< d Þ 0 se para qualquer 0 existe 12 tal que f (x) . As definições de limites infinitos com e , onde x c , x c , x ou x , são formuladas similarmente. O teorema seguinte, refere-se ao teorema 4 do tópico 2 desta aula, que agora pode ser demonstrado. Teorema 8. Sejam lim f (x) L 0, lim g(x) 0 e lim x c x c f (x) x c g(x) M , então: (b) M se L 0 e g(x) 0 ; (a) M se L 0 e g(x) 0 ; (c) M se L 0 e g(x) 0 ; (d) M se L 0 e g(x) 0. Demonstração. Será demonstrada a parte (a), as outras partes têm demonstrações análogas e estão sugeridas no exercício 27 do exercitando deste texto. Para demonstrar a parte (a), deve-se mostrar que, para qualquer 0 existe 0 tal que 0 < | x - c |< d Þ Como lim f ( x) L 0, para 0 xc 0 | x c | 1 f (x) L Sendo 2 0 tal que lim g( x) 0, para xc 0 | x c | 2 g(x) L 2 f (x) > e. g(x) existe 1 0 tal que L L 3L L f (x) f (x) . 2 2 2 2 L 2 (onde é positivo e arbitrário) existe L L g(x) pois g(x) 0. 2 2 Seja mín .{1, 2 }, então L f (x) L L 0 | x c | f (x) e g(x) 2 . L 2 2 g(x) 2 Como é arbitrário, a demonstração está concluída. O teorema 2 continua válido se x c for substituído por x c , x c , x ou x . (Aula02-Top2-Texto Complementar) LIMITES COM E 13 Quanto aos teoremas (de limites finitos) 1 e 3 a 6 enunciados neste texto, em geral, não podem ser adaptados para limites infinitos. Algumas adaptações que são possíveis, têm suas demonstrações sugeridas nos exercícios 29 a 35 do exercitando deste texto. EXERCITANDO Nos exercícios 1 a 8, usando a definição de limite, mostre que: 1. lim (3x 2) 2; 2. lim (2 x 5) 1; 3. lim x 2 1; 4. lim x 2 2 x 3 2; x 0 x 2; x 1 5. lim x 2 6. lim x 1 1 ; x 1 x 1 x2 x 1 2 x1 8. lim x sen x 0. 7. lim x cos x 0; x 2 x 0 2 9. Mostre, usando a definição de limite, que lim x 2 c 2 para todo c. x c 10. Mostre, usando a definição de limite, que lim x c para todo c 0. xc 11. Mostre, usando a definição de limite, que lim 1 1 para todo c 0. x c x c 12. Se f ( x ) g ( x ) para todo x num intervalo aberto contendo c, exceto possivelmente em c, além disso lim f ( x) e lim g( x) existem, mostre que f e g têm o mesmo xc xc valor limite quando x c. 13. (Teorema 3a deste texto). Se lim f (x) g(x) L M. lim f ( x ) L x c e lim g( x ) M , x c mostre que x c 14. Se lim f (x) 0 e g é limitada em torno de c, mostre que lim f (x)g(x) 0. x c x c 15. Mostre que é falsa a recíproca do resultado (i) na demonstração da parte (b) do teorema 3 deste texto. 16. Se lim f ( x) L, usando a definição de limite, mostre que lim f (x)L L2 . x c xc 17. Na demonstração do caso particular do teorema 3(d) deste texto, foi considerado 0 L. Faça a demonstração para L. Sugestão: considere 2 2 L para 0 e use que lim f ( x) L. xc 18. Se lim f ( x) L, mostre que lim f ( x) L . xc x c (Aula02-Top2-Texto Complementar) LIMITES COM E 14 19. (Teorema 3d deste texto). Se lim f (x) L, mostre que lim n f ( x ) n L se L 0 e x c x c n é inteiro 2 ou L é qualquer valor e n é ímpar 3. 20. (Corolário 1 do Teorema 5 deste texto). Se lim f (x) L 0, mostre que: x c (a) Se L 0, então f é positiva em torno de c; (b) Se L 0, então f é negativa em torno de c. 21. (Corolário 2 do Teorema 5 deste texto). Se f ( x ) g ( x ) para todo x num intervalo aberto contendo c, exceto talvez em c, lim f (x) L e lim g(x) M, x c x c mostre que L M . 22. Reformule os enunciados dos teoremas 4 e 5 deste texto, para limites unilaterais e faça suas demonstrações. 23. Reformule os enunciados dos teoremas 1 a 5 deste texto, para limites finitos no infinito e faça suas demonstrações. No caso do teorema 2, somente se a 0. 24. Suponha que os limites finitos com x e x , são limites unilaterais de x . Mostre que no teorema 6 deste texto, o valor de c pode ser substituído por , c por e c por . 25. (Teorema 7b deste texto). Se lim x® + ¥ 1 xn n é um número inteiro positivo, mostre que = 0. 26. Formule as definições para cada um dos limites representados pelos símbolos indicados, usando e : (a) lim f (x) ; (b) lim f (x) ; (c) lim f (x) ; (d) lim f (x) ; x c x c x c (e) lim f (x) ; (f) lim f (x) ; x x c (g) lim f (x) ; x x (h) lim f (x) . x 27. (Teorema 8b a 8d deste texto). Se lim f (x) L 0 e lim g(x) 0, mostre que: x c (a) lim f (x) x c g(x) x c se L 0 e g( x) 0 ; f (x) se L 0 e g( x) 0 ; g(x) f (x) (c) lim se L 0 e g( x) 0 . x c g(x) (b) lim x c 28. Reformule o teorema 8 deste texto, substituindo x c pelo símbolo indicado e faça a demonstração: (a) x c ; (b) x c ; (c) x ; (d) x . Nos exercícios 29 a 31, mostre que: (Aula02-Top2-Texto Complementar) LIMITES COM E 15 29. Se lim f (x) e lim g(x) L, então lim f ( x) g( x) ; x c x c x c 30. Se lim f (x) e lim g(x) L 0, então (i) lim f (x)g(x) se L 0 e (ii) x c x c x c lim f (x)g(x) se L 0; x c 31. Se lim f (x) e lim g(x) L 0, então (i) lim f (x)g(x) x c x c x c se L0 e (ii) lim f (x)g(x) se L 0. x c 32. Mostre que valem os resultados dos exercícios 29 a 31, se x c for substituído por x c , x c , x e x . 33. Seja f ( x ) g ( x ) para todo x em algum intervalo aberto contendo c, exceto talvez em c, além disso lim f (x) . Mostre que lim g(x) . x c x c 34. Seja f ( x ) g ( x ) para todo x em algum intervalo aberto contendo c, exceto talvez em c, além disso lim g(x) . Mostre que lim f (x) . x c x c 35. Se lim f (x) L e lim g(x) , mostre que f ( x ) g ( x ) para todo x em algum x c x c intervalo aberto contendo c, exceto talvez em c. RESPOSTAS (Exercícios ímpares) 1. ; 3. mín.1, ; 5. mín.1 , ; 7. ; 3 3 2 2 | c | 2 9. se c 0, e c 0 então mín.| c | , 2 ; 11. mín. , c ; 2 5| c| 2 2 15. Se f ( x) x 2 1 e g(x) , então lim f (x)g(x) 0, lim f (x) 0 e g não é limitada x x 0 x 0 em torno de 0.