II Congresso de Pesquisa e Extensão da FSG http://ojs.fsg.br/index.php/pesquisaextensao ISSN 2318-8014 ESTUDO DE CASO: A ANÁLISE DA INFLUÊNCIA DA SEGMENTAÇÃO DE MERCADO NO DESEMPENHO COMERCIAL DE UM COMÉRCIO DE TINTAS EM CAXIAS DO SUL Felipe Taufera, Günther Erich Beyer Zóboliª, Jasser Abu Hilu Rechª, João Chabar Netoª a Bacharelado em Administração. FSG – Faculdade da Serra Gaúcha. Informações de Submissão Autor Correspondente: Felipe Taufer, endereço: Av. Fênix, 164 – Bairro: Cruzeiro - Caxias do Sul - RS - CEP: 95076-580 Palavras-chave: Marketing. Segmentação. Consumidor. Resumo Este artigo possui o objetivo de analisar a influência da segmentação de mercado sobre dois comércios de tinta, cujo os nomes serão preservados em função da solicitação dos mesmos e da ética metodológica. Para a análise foi realizado um estudo de caso qualitativo, que visa a comparação das duas organizações, onde uma usa a segmentação de mercado para identificar os principais e possíveis clientes e a outra não usa e não acha necessidade do uso da mesma. Os indicadores usados na análise partem de fatores que influenciam no desempenho comercial das empresas, afim de conhecer a influência da segmentação de mercado no desempenho comercial de um comércio de tintas em Caxias do Sul. 1 INTRODUÇÃO De acordo com Kartajaya, Kotler e Setiawan (2010) o cenário econômico mundial está em um processo de mudanças rápidas e com constantes consequências drásticas para as organizações, sendo este cenário, o resultado de uma recente crise financeira. Kartajaya, Kotler e Setiawan (2010) relacionam que estes desafios exigem na reflexão do modo como o marketing é estudado e conceituado, podendo ser um contraponto à macroeconomia. Uma das consequências, afirmadas por Kartajaya, Kotler e Setiawan (2010), resultantes da economia atual é a notável atitude das empresas que expandem os segmentos dos produtos para os consumidores e, também, às questões sociais, onde o marketing deve suprir as necessidades de maneira lucrativa, porém obtendo como contrapeso a responsabilidade social de ser uma organização. A atividade do comércio de tintas em Caxias do Sul, tem enfrentado desafios com as constantes mudanças dos segmentos de mercado e dos tipos de produtos, que carregam a Caxias do Sul – RS, de 27 a 29 de Maio de 2014 II Congresso de Pesquisa e Extensão da Faculdade da Serra Gaúcha (FSG) 192 responsabilidade da empresa de vendas comercializar tintas que, além de suprir as necessidades e desejos dos consumidores, não sejam produtos prejudiciais à saúde humana e ao meio ambiente. Para isto, resolve-se estabelecer o objetivo principal dessa pesquisa de maneira que seja possível analisar a influência da segmentação de mercado no desempenho comercial de um comércio de tintas. Em decorrência disso, foram usadas duas empresas na pesquisa, a Empresa X e da Empresa Y, dois comércios de tintas, com a finalidade de comparar o efeito da segmentação sobre as vendas dessas empresas, que devem estar atualizando os produtos conforme as responsabilidades do novo cenário econômico. Por conseguinte, para alcançar o objetivo principal necessita-se da análise de um comércio de tintas que possui a segmentação e de mercado e o outro cujo não possua, assim podendo efetivar a comparação do estudo qualitativo como forma de identificar a influência da segmentação de mercado. 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 Marketing Churchill Jr. e Peter (2000) conceituam o marketing como um desenvolvimento de trocas, por meio do qual, os consumidores fazem parte por livre escolha e praticam transações com as empresas com o objetivo de trazer benefício para ambos. Kotler (2000) estabelece que o marketing seja distinguido entre as definições sociais e gerenciais. Para Kotler (2000), a parte social encarrega-se de mostrar o papel desempenhado pelo marketing na sociedade e conceitua o marketing como um processo por onde pessoas e grupos de pessoas encontram aquilo que necessitam ou desejam. A visão gerencial de marketing definida por Kotler (2000) refere-se como “a arte de vender produtos”, onde a venda não é o foco do marketing, mas sim o conhecimento sobre o consumidor. Segundo Drucker (1973 apud Kotler 2000, p. 30), a venda do produto ou serviço é apenas um dos estudos que compõe o marketing, afirma: “A meta é conhecer e compreender tão bem o cliente que o produto ou o serviço se adapte a ele e se venda por si só.”. A conceituação da palavra ganha a ampliação de sua semântica por Kotler e Keller (2007), ao definirem que a principal a função do marketing dentro das organizações é gerar Caxias do Sul – RS, de 27 a 29 de Maio de 2014 II Congresso de Pesquisa e Extensão da Faculdade da Serra Gaúcha (FSG) 193 lucro de um modo, no qual, as necessidades humanas e sociais sejam conhecidas, estudadas e satisfeitas. McCarthy (1982) seleciona produto, preço, praça (distribuição) e promoção (comunicação) como quatro integrantes que estariam presentes na definição do composto de marketing, mais tarde conceituado por Kotler e Keller (2007) como um mix de ferramentas a ser usado pelas organizações com a meta de atingir os resultados esperados pela administração de marketing estabelecendo vias para atividade comercial e do conhecimento do consumidor final. Conforme Kotler (2000), o processo de planejar exercer a função prática da concepção, determinação do preço, promoção e o diálogo das ideias, bens e serviços com o objetivo de sanar necessidades individuais e organizacionais é definido como a administração ou gestão de marketing. 2.2 A Segmentação de Mercado Segundo Solomon (2002), segmentação de mercado é a técnica aplicada para analisar, conhecer, estudar e identificar o contexto sociológico do público que forma o mercado-alvo de uma organização, como possíveis consumidores, em um determinado processo social que possibilite a empresa adotar uma estratégia de posicionamento, no qual o composto de marketing possa ser estabelecido e mais eficiente. Kotler (2000) esboça que uma organização deve conhecer o mercado-alvo a qual procura atingir e como segmentá-lo, para a utilizar o composto de marketing a seu favor, abrangendo os canais entre comunicação, distribuição, preço e produto para estabelecer quem é seu consumidor principal potencial, bem como, a localização e as necessidades e desejos do mesmo que devem ser atendidos. Dentro desse contexto, Kotler (2000, p. 30) apresenta a seguinte definição: “Segmentos de mercado podem ser identificados analisando-se diferenças demográficas, psicográficas e comportamentais existentes entre compradores.”. Kotler (2000) amplia a visão sobre de segmentos de mercado ao descrever que as decisões da empresa vão de encontro com as maiores oportunidades apresentadas pelos diferentes tipos de segmentos. Kotler (2000) classifica a segmentação em 5 tipos, sendo a segmentação geográfica, a responsável pela divisão do mercado em nações, estados, regiões, condados, cidades ou Caxias do Sul – RS, de 27 a 29 de Maio de 2014 II Congresso de Pesquisa e Extensão da Faculdade da Serra Gaúcha (FSG) 194 bairros, de certa forma, definindo onde o bem ou serviço deverá ser ofertado e, consequentemente, distribuído. A segmentação demográfica é definida por Kotler (2000) como características de grupos com variáveis básicas, como o tamanho da família, sexo, rendimento, ocupação, idade, nível de instrução educacional, religião, raça, geração, nacionalidade e classe social. Kotler (2000) estabelece que razão para isso acontecer é que as necessidades e desejos mudam conforme às variáveis na qual o grupo de possíveis consumidores está localizado. Segundo Kotler (2000) a segmentação pode ser psicográfica ou, ainda, comportamental. Sendo a primeira, responsável pela identificação do estilo de vida que as pessoas levam, da personalidade, ou seja, pessoas que levam os produtos comprados como personalidades de marca, as quais corresponderiam ao seu desejo como consumidor e, ainda, os valores que podem ser exemplificados como crenças e atitudes, determina Kotler (2000). A parte comportamental da segmentação, segundo Kotler (2000) está relacionada entre as ocasiões e os benefícios do mercado-alvo a ser identificado e atendido, bem como o status do usuário e o índice de utilização do produto ou serviço oferecido. 2.3 A Segmentação de Mercado e a Relação com o Composto de Marketing Ao aplicar o composto de marketing, Kotler e Keller (2007) afirmam que as organizações devem adotar estratégias de preço, conforme as variações demográficas e psicográficas da demanda identificada na segmentação, para cada caso de maneira específica e não determinar um preço único para o produto ou serviço em geral. Para McCarthy (1982), a diferença entre o produto e a oferta, está em como o consumidor analisa o que está sendo oferecido, já que os detalhes técnicos do produto por si só não fariam o bem ou serviço ser vendido. Essa visão de McCarthy (1982) está relacionada com a definição de segmentos de mercado por Kotler (2000), podendo-se afirmar que o consumidor verá o produto de maneira diferente, conforme o posicionamento em relação a região em que está sendo ofertado e as necessidades e desejos que procura anteder. A praça (distribuição) definida por McCarthy (1982) é referenciada por Kotler (2009) como ponto de venda, parte do composto de marketing que compreende canais, cobertura, sortimento, localização, estoque e transporte da organização, a relação desse integrante com a segmentação de mercado é o conhecimento de como o consumidor realiza a compra. Caxias do Sul – RS, de 27 a 29 de Maio de 2014 II Congresso de Pesquisa e Extensão da Faculdade da Serra Gaúcha (FSG) 195 Kotler (2009) define que os dois caminhos de venda estão divididos entre vender o bem diretamente ou vender pelo meio de agentes intermediários, muitas vezes essa atividade sendo atribuída ao representante comercial de alguma organização. Para Kotler (2009), a promoção engloba todo tipo de comunicação que dirige determinada mensagem para o mercado-alvo segmentado pela empresa, podendo obter 5 tipos de ferramentas, sendo elas a publicidade, promoção de vendas, relações públicas, força de vendas e o marketing direto. 2.4 A Influência do Consumidor do Cenário Econômico Atual na Segmentação de Mercado Kartajaya, Kotler e Setiawan (2010) definem que na era da informação, onde o consumidor é o centro das ações e estudos mercadológicos, o marketing pode ser classificado como marketing 2.0. Para Kartajaya, Kotler e Setiawan (2010) o termo estaria relacionado diretamente com a macroeconomia e, onde há uma contrapartida, na qual em que sempre que o cenário econômico sofre mudanças o comportamento do consumidor muda, assim acarretando em mudanças no marketing, o que poderá resultar no chamado Marketing 3.0. “Marketing 3.0 é a fase na qual as empresas mudam da abordagem centrada no consumidor para a abordagem centrada no ser humano, e na qual a lucratividade tem como contrapeso a responsabilidade corporativa.”. (KARTAJAYA, KOTLER e SETIAWAN, 2010, p. 14). Conforme Paixão (2011), tais mudanças, no cenário econômico brasileiro, no comportamento da população podem ser gerados por fatores como a abertura de mercados, a criação do Código de Defesa do Consumidor, a estabilidade da moeda e a entrada de concorrentes novos com novos nichos de mercado. Paixão (2011) defende que a mudança causada por esses fatores é a base para planejamentos mercadológicos e de processos decisórios do novo contexto da economia brasileira, onde o principal desafio do marketing é obter conhecimento sobre os segmentos de atuação da empresa e perfil e comportamento dos consumidores em relação à compra. Para Kotler (2000), é importante entender o comportamento da compra, tanto quanto os fatores considerados na hora aquisição quanto os que agregam mais valor, a fim de compreender que a satisfação do consumidor, a qualidade de produtos e serviços e a Caxias do Sul – RS, de 27 a 29 de Maio de 2014 II Congresso de Pesquisa e Extensão da Faculdade da Serra Gaúcha (FSG) 196 rentabilidade da empresa são aspectos que estão relacionados entre si. Com a importância do comportamento do consumidor sobre o desempenho comercial, definida por Kotler (2000), a segmentação tem seu papel social destacado, para atingir esses objetivos, podendo influenciar no desempenho comercial das organizações. 3 METODOLOGIA Segundo Gil (2002), a pesquisa realizada pelo grupo é classificada como um estudo de caso, pois foi construída e estruturada em um amplo e profundo estudo sobre um tema com poucos objetos de ação. Planejou-se a pesquisa bibliográfica para o relacionamento com os dados coletados e posteriormente analisados. O estudo de caso feito define-se como qualitativo, com afirmações de Merriam (1988), onde a autora diz que o estudo de caso qualitativo é algo de natureza própria, ou seja, determinado e com um objetivo definido, podendo o objeto de ação ser uma organização, como uma empresa ou uma instituição, ou apenas uma pessoa ou um grupo de pessoas. Gil (2002) afirma que o estudo de caso contém três modalidades, podendo ser intrínseco, instrumental ou coletivo. No caso desta pesquisa, onde o problema é o próprio objeto da pesquisa e há um profundo estudo sobre o tema, podendo haver pesquisa de campo ou não, sem a preocupação do desenvolvimento de uma nova teoria, o estudo de caso é classificado como intrínseco. A pesquisa realizada pelo grupo pode ser considerada de caráter exploratório, pois Gil (2002) afirma que esse método de pesquisa, geralmente, resulta em um estudo de caso. Santos (2013), amplia este conceito ao afirmar que a pesquisa de caráter exploratório depende das pesquisas bibliográficas e entrevistas com praticantes da área pesquisada, sendo estes, normalmente as lideranças do local. A fundamentação teórica, parte da pesquisa bibliográfica do grupo, foi realizada com a leitura, análise e analogia das principais obras de autores do marketing contemporâneo. Servindo como instrumento para a formulação das perguntas que fizeram parte da coleta de dados. A causa investigada tratou-se da influência que a segmentação de mercado exerce no desempenho comercial de um comércio de tintas em Caxias do Sul. A problematização analisada pelo grupo tem relevância social, pois, segundo Kotler (2000), o ambiente de Caxias do Sul – RS, de 27 a 29 de Maio de 2014 II Congresso de Pesquisa e Extensão da Faculdade da Serra Gaúcha (FSG) 197 marketing muda cada vez em um ritmo mais acelerado e, para isso, necessita-se de informações sobre o mercado em tempo real. A coleta de dados fundamentou-se em quatro fatores definidos por Gil (2002), como a busca de apoio nas lideranças locais e o link entre pessoas que tenham interesse na pesquisa e a pesquisa. Os outros dois indicadores para a coleta de dados, estabelecidos por Gil (2002), importantes na estruturação das pesquisa, foram a informação compartilhada com os participantes da pesquisa, após a análise dos dados e resultados e, por último, a preservação de identidade dos respondentes. Os locais da coleta de dados foram na Empresa X e na Empresa Y, lojas com atividade comercial para tintas prediais e automotivas da cidade de Caxias do Sul. A boa recepção contribuiu para o desenvolvimento da pesquisa em relação ao seu objeto. Os dados foram coletados conforme Gil (2002) nas empresas através de entrevistas com perguntas e respostas buscando apoio das lideranças do local, composta de questões baseadas na pesquisa bibliográfica e por meio da análise construtiva da situação atual da empresa e como suas ações estratégicas são interpretadas no mercado. Os responsáveis pelas atividades de setor de segmentação de mercado encontraram-se dispostos a ajudar a pesquisa, fornecendo dados concretos para a análise e o alcance do objetivo da pesquisa, conforme o link estabelecido por Gil (2002), de tal maneira, os mesmos líderes pediram que os nomes das organizações fossem preservados. O instrumento de coleta dos dados foi a entrevista de forma descritiva e qualitativa, com questionamentos referentes ao faturamento mensal da empresa e a quantidade de produto mais vendido, a fim de usar esses dois fatores como indicadores no desempenho comercial da empresa, levando em conta o mercado-alvo e o tempo de empresa no mercado. Posteriormente foram feitas perguntas com questionamento referente ao modo de atuação na empresa em relação aos consumidores, como elas realizam o processo de encontrar novos clientes e manter os clientes fidelizados e se usam a segmentação de mercado ou não, com perguntas que tiveram de base a fundamentação teórica deste artigo. Para a análise dos dados foram usados dois métodos definidos por Tresch (1990), como padrões para estudos de casos qualitativos, sendo o método interpretativo, com a finalidade de identificar, analisar e comparar os dados, conforme circunstâncias particulares e classifica-los para explicar o fenômeno estudado. A criação de um quadro com as respostas referente as principais perguntas para o destaque da influência da segmentação no desempenho comercial das empresas, serviu para Caxias do Sul – RS, de 27 a 29 de Maio de 2014 II Congresso de Pesquisa e Extensão da Faculdade da Serra Gaúcha (FSG) 198 comparar e analisar os efeitos provocados pela segmentação, assim como as outras perguntas foram discutidas na análise da forma em que atendem os objetivos específicos. Também usou-se a forma reflexiva de análise, estabelecida por Tresch (1990) que possui um caráter específico do julgamento dos dados pelo pesquisador, junto com a pesquisa bibliográfica, com objetivo de interpretar e relevar a importância social do estudo de caso. O método reflexivo de analisar os dados coletados nas entrevistas feitas pelo grupo, serviram para apresentar o caráter específico de cada organização, com o foco no tempo de mercado e em que tipos de segmentos de tintas atuavam, com a finalidade de interpretar a importância social da segmentação no desempenho comercial de um comércio de tintas. 4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Os fatores de maior relevância para a influência da segmentação de mercado no desempenho comercial das empresas entrevistas estão dispostos na tabela a seguir, que contém dados coletados das respostas das perguntas pelas lideranças do local onde a pesquisa foi realizada. Empresa X Empresa Y Segmentação de Mercado Sim Não Tempo no Mercado 2 anos 29 anos Faturamento R$ 460.000,00 R$ 220.000,00 Consegue identificar os principais tipos de cliente? Sim Sim Cliente com maior % no faturamento Construtoras Consumidor Final (Donos de Imóveis) Segundo cliente com maior % no faturamento Consumidor Final (Donos de Imóveis) Empresas de Pinturas Automotivas Base do Composto de Marketing para definir mercado-alvo Produto Produto Tipos de Produto Tintas Prediais Tintas Prediais e Automotivas Volume do produto mais vendido por mês 35.000l 20.000l Foco empresarial Suprir as necessidades do mercado Redução dos Custos Métodos para encontrar novos clientes Por meio da pesquisa, segmentar e identificar oportunidades no mercado. Procurar se adaptar as tendências e ao andamento do mercado. Caxias do Sul – RS, de 27 a 29 de Maio de 2014 II Congresso de Pesquisa e Extensão da Faculdade da Serra Gaúcha (FSG) Métodos para retenção de clientes 199 Promover a mudança com relação à tendência Promoções diferentes do mercado; para cada segmento do Promoções sazonais mercado; Identificação sem diferença para os das necessidades de segmentos. cada segmento. Fonte: dados das entrevistas. Interpreta-se que a Empresa X, que possui de maneira formal o uso da segmentação de mercado procura utilizar o método da pesquisa para a identificação de consumidores ou grupos de pessoas em potencial. A empresa X tende a conhecer o cliente de pelos métodos demográficos, psicográficos e comportamental, fazendo pesquisas para saber onde as construtoras, seu principal cliente, estão localizadas, quais os empreendimentos que pretendem realizar, a necessidade da quantidade de volume de tintas a ser usada no projeto e procurando conhecer a tendência de cores para cada estação, ano ou apenas a cor que leva em conta a preferência do consumidor final, no caso, o dono do apartamento. Com o conhecimento desses dados a empresa X realiza a promoção, integrante do composto de marketing, de forma específica para cada cliente, posicionando-se de forma a que possa atender as necessidades e desejos identificados em cada segmento. Por outro lado, a Empresa Y não apresenta nenhum tipo de pesquisa, procurando se adaptar de forma coloquial em relação as tendências e o andamento do mercado. Como não possui uma estrutura formal de segmentação para a determinação do público-alvo, esse comércio de tintas não tem conhecimento formal sobre as necessidades e desejos do cliente, assim realizando promoções aleatórias e sazonais para os clientes em geral, não definindo um atendimento diferente a cada tipo de segmento no qual atua. Embora as duas empresas possuam uma diferença enorme no tempo de duração, é possível o destaque da segmentação na determinação de um mercado-específico como o predial, definido pela Empresa X, trazendo foco para o atendimento em que é proposto a atuar. De outra forma, a Empresa Y possui além de produtos para tintas prediais, o segmento automotivo, porém, não sendo este o produto que mais vende em sua loja. Esta interpretação toma por base do dado coletado na Empresa Y, na qual o líder local afirma que os produtos que são destinados ao mercado automotivo não são os mais vendidos, sendo o produto da marca Killing, tinta predial à base d’água com a maior participação na compra por consumidores finais, cerca de 60%. Destaca-se o fato da Empresa X, se posicionar de forma a atender somente consumidores que procuram tintas prediais, ter o seu Caxias do Sul – RS, de 27 a 29 de Maio de 2014 II Congresso de Pesquisa e Extensão da Faculdade da Serra Gaúcha (FSG) 200 produto mais vendido como da marca Anjo Química, tinta predial a base d’água que está direcionada ao rendimento e cobertura, com um volume 75% maior, ao mês, do que a marca Killing do produto mais vendido pela Empresa Y. Reflete-se o fato de que a empresa que usa segmentação de uma maneira formal para o conhecimento e dedicação do seu produto ao mercado-alvo por meio da coleta de dados sobre o consumidor, no caso, a Empresa X, possuir um faturamento médio de R$ 460.000,00 mensal no ano de 2013, enquanto a Empresa Y, que afirma não possuir segmentação de mercado e não ver esse processo como uma ferramenta formal que pode ser eficaz para o uso mercadológico, possui R$ 220.000,00 de média em faturamento mensal no ano de 2013. Destaca-se a importância que as duas empresas identificam em receber feedback dos consumidores, porém, agem de diferentes maneiras em relação à esse contexto. A Empresa X afirma realizar promoções diferentes para os diferentes tipos de consumidores, sejam eles construtoras, consumidores finais ou pintores, atendendo as demandas de forma diferentes para conseguir realizar a atividade mercadológica com eficiência. Em contrapartida, a Empresa Y realiza promoções sazonais e gerais, onde a loja realiza promoções iguais para todos os tipos de consumidores que atende, não havendo um atendimento direcionado para cada tipo de segmento a ser alcançado de forma separada com atendimento personalizado. O modo de competição de cada comércio de tintas difere na estratégia. A Empresa Y vê como um grande desafio a redução dos custos, adotando esse desafio como meta no passar dos últimos 5 anos, visando aumentar a margem de lucro sobre a venda dos produtos e não desestabilizar a empresa financeiramente. Por outro lado, a Empresa X aposta na estratégia de competição com um cunho mercadológico com a meta de “aproximar-se cada vez mais do cliente e atender suas preferências”, para tentar suprir as necessidades e desejos dos consumidores e conquistar cada vez mais espaço no mercado, pelo fato de apenas ter 2 anos de empresa. Analisa-se a influência da segmentação de mercado em um comércio de tintas em Caxias do Sul, como um fator de alta intensidade no desempenho comercial, possibilitando a Empresa X um conhecimento melhor sobre o consumidor final, fazendo com que conheça as necessidades psicográficas, demográficas e comportamentais de cada consumidor, assim escolhendo o melhor nicho para atender, no caso, as construtoras. Nota-se que a Empresa Y, apesar de não usar a segmentação, conhece seu público-alvo, porém não possui o mesmo principal cliente da empresa que possui maior faturamento mensal. Caxias do Sul – RS, de 27 a 29 de Maio de 2014 II Congresso de Pesquisa e Extensão da Faculdade da Serra Gaúcha (FSG) 201 A análise de dados e resultados não foi formulada com a visão crítica com o fim de generalizar ou estereotipar um padrão para o caso estudado, mas sim, com a análise crítica em relação ao desempenho comercial das organizações, em sua devida situação econômica e mercadológica de método interpretativo e reflexivo. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS A análise apresentou resultados obtidos por meio do estudo de caso qualitativo, de forma interpretativa e reflexiva, fundamentados no item 2 deste artigo. Tais resultados permitem determinar as diferenças entre os dois comércios de tintas entrevistados e a diferença no desempenho comercial de cada um, concluindo-se que a Empresa X por usar segmentação de mercado possui um conhecimento maior sobre o mercado-alvo que busca encontrar e manter o que já fidelizou, enquanto a Empresa Y encontra como meta a redução dos custos, realizando o seu posicionamento de forma não tão eficaz quanto ao desempenho comercial. Em relação ao problema de pesquisa, o estudo define a resposta de que a influência da segmentação de mercado em um comércio de tintas em Caxias do Sul é no posicionamento das organizações, fazendo com que a Empresa X e Empresa Y utilizem ferramentas do composto de marketing de forma diferente para encontrar novos clientes e manter os consumidores fidelizados. Por conseguinte, conseguiu-se responder o objetivo da pesquisa de forma eficaz, tornando os objetivos específicos como ferramentas na definição da resposta do problema de pesquisa. De qualquer maneira, é necessário ressaltar as limitações das pesquisas por serem realizadas de maneira qualitativa e em apenas dois dos comércios de tintas em Caxias do Sul. 6 REFERÊNCIAS CHURCHILL JR., Gilbert; PETER, Paul J. Marketing – Criando Valor Para os Clientes. São Paulo: Saraiva, 2000. GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. - São Paulo: Atlas, 2002. KARTAJAYA, Hermawan; KOTLER, Philip. Marketing; SETIAWAN, Iwan. Marketing 3.0: As forças que estão definindo o novo marketing centrado no ser humano. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. Caxias do Sul – RS, de 27 a 29 de Maio de 2014 II Congresso de Pesquisa e Extensão da Faculdade da Serra Gaúcha (FSG) 202 KELLER, Kelvin L.; KOTLER, Philip. Administração de marketing. 12. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. KOTLER, Philip. 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