Matriz de atividade individual* Módulo: 4 Fórum Título: Discutir a relevância do modelo CAPM no Brasil Aluno: JULIO UMEKITI ISHIKAWA JUNIOR Disciplina: Adm. Financ: Dec. Turma: A Investimentos Introdução Na 169ª Reunião do COPOM realizada em 28 e 29 de Setembro passado, conforme ata publicada no site do BACEN, foi anunciada a taxa SELIC mais baixa em sua história, sendo 7,5% a.ano, muito inferior à taxa de 45% em 1999. Essa decisão se deve a desaceleração da economia, como conseqüente a queda do PIB (Produto Interno Bruto) e tendo uma meta de inflação em 4,5% (+- 2p.p) para 2012. Conseqüentemente, vários investimentos em renda fixa renderão próximo ou inferior á inflação acumulada (hoje aprox. 5,24 IPCA ult. 12 meses, 12/09/12) segundo o BACEN. Conforme reportagem “O BRASIL MELHOROU. A VIDA DO INVESTIDOR, NÃO” publicada no GUIA EXAME – INVESTIMENTOS PESSOAIS 2012: Os investimentos mais seguros e com liquidez diária [...] servem para quem quer guardar dinheiro e sacá-lo a qualquer momento, mas não para quem quer ganhar dinheiro. (NAPOLITANO; FILGUEIRAS, 2012, p. 5 a 9). Nessa mesma reportagem é afirmado que para quem quer ganhar dinheiro, uma boa opção é o mercado de renda variável, temos as “Ações” como uma boa opção ao investidor, seja através de fundos de investimentos ou não. Ao investir em “Ações”, o investidor assume um risco superior ao de renda fixa, conseqüentemente espera um retorno também superior a esta. Para especificar o relacionamento de RISCO X RETORNO, o mais famoso método conhecido internacionalmente é o CAPM - Capital Asset Princing Model. A lógica do CAPM parece simples: o custo de capital próprio deve corresponder a uma taxa de juro livre de risco - associada ao ativo com menor risco do mercado financeiro -, adicionada de um prêmio de risco consistente com a empresa que se considera. Ou seja, por correr o risco de investir na empresa, o proprietário merece um prêmio acima da taxa de juro correspondente ao ativo de menor risco do mercado – lembrando que na visão de investidores globais, mercados emergentes ainda requerem um prêmio adicional para compensar o chamado risco-país. (APIMECMG, 2012) O CAPM especifica o relacionamento entre riscos e taxas requeridas de retorno de ativos inseridos em carteiras bem diversificadas (SALIM, 2012, P.106). Desenvolvido na década de 60 por William F. Sharpe, 1 prêmio Nobel em 1990 por esta e outras contribuições, com base na teoria de carteiras de Harry Markowitz, o CAPM conquistou uma legião de fãs, críticos, céticos e perplexos [...] Ele é o modelo de apreçamentos mais empregado no mundo.(ROCHMAN, 2009) Risco-país O risco país tem uma grande influência quando queremos mensurar o custo de capital próprio e uma empresa, principalmente quanto a países emergentes como o Brasil. Definimos o termo Risco-País como: Índice que mede a confiança do mercado mundial em relação à capacidade de um determinado país em arcar seus compromissos externos. Quanto maior a possibilidade de calote, maior o risco do país. [...] O J.P. Morgan – banco de investimentos é a instituição responsável pelo calculo do risco país. O cálculo tem como base: o valor da taxa de juros prometida aos investidores, crescimento econômico, situação fiscal e política, etc. O elemento extra, que é o prêmio risco - Brasil, costuma ser mensurado pela diferença entre a taxa de juros oferecida por títulos públicos brasileiros negociados no mercado internacional e a taxa de remuneração dos T-bonds americanos.(SALIM, 2012, p.111) Assim podemos adaptar o modelo CAPM de forma mais favorável a mensurar de forma mais próxima o custo do capital da realidade de determinado país. Mercado acionário Podemos utilizar dois tipos de análises para determinar o preço das ações, sendo a Análise Técnica e a Análise Fundamentalista. Segundo Abreu (2012) pode definir: Análise Técnica, ou gráfica estabelece projeções para os preços das ações baseadas na observação do comportamento passado: sua demanda e oferta na evolução passada dos volumes negociados e os preços das ações. Em resumo, a análise estuda as movimentações nos preços passados e, a partir daí, explica a sua evolução futura Análise Fundamentalista, afirma que há um valor para cada ação baseado no desempenho econômico- 2 financeiro das empresas do mesmo setor, setores diferentes e análise conjunturais, considerando variáveis internas e externas à empresa e suas influências sobre o valor da ação. Portanto, a análise Fundamentalista utiliza-se de informações quanto à empresa, ao setor a que ela pertence, ao mercado de ações e à conjuntura econômica. O CAPM é uma das principais formas de se realizar a análise técnica, sendo uma resposta em medir o risco sistemático: baseando em um período determinado, comparando a um índice de mercado. Mesmo sendo o principal método para determinação do custo de capital, não é um modelo totalmente seguro, segundo SALIM (2012): Do modo que o CAPM é ensinado, ele oferece aos participantes de finanças uma estimativa imprecisa (e superestimada) do custo de capital, principalmente em função da metodologia de estimação dos parâmetros utilizada. O IBOVESPA, principal índice brasileiro utilizado para comparação quando utilizado o CAPM, segundo Rocha (2012): O principal índice acionário brasileiro, o Ibovespa, ainda é muito concentrado em ações de commodities e setor bancário. Apenas cinco companhias – Petrobras, Vale, Itaú Unibanco, Bradesco e Itaúsa – representam 38% do índice. Dessa forma, a economia brasileira não é bem representada pelo Ibovespa. Considerando um método que fosse calculado com dados e estatísticas perfeitas, não teríamos garantia que o comportamento futuro fosse igual ao comportamento passado. Conclusão Existe uma grande diferença entre o mercado acionário dos Estados Unidos (EUA) em relação ao brasileiro, conforme o analista André Rocha (2012) em sua coluna “O Estrategista” (Jornal Valor Econômico) menciona que já faz parte da rotina dos americanos: O mercado acionário explica parte da pujança da economia americana. O incentivo à iniciativa privada proporciona espaço para o surgimento de personalidades como Steve Jobs, Bill Gates, Warren Buffett, Mark Zuckerberg. A bolsa é a vitrine do “selfmade man”, alimentando o sonho da população.” O mercado acionário brasileiro precisa evoluir de forma mais rápida, segundo ROCHA (2012) ainda engatinhamos. 3 Apesar do crescimento a partir de 2004, a bolsa nacional ainda apresenta um número reduzido de empresas com liquidez razoável. A boa notícia é que há muitas companhias de capital fechado e com qualidade que podem acessar o mercado no médio prazo. [...] Faltam mais opções de empresas na bolsa cujas atividades sejam voltadas ao mercado doméstico e que tenham ações com liquidez.[...] Falando de quantidade: desse universo de mil empresas, apenas 202 companhias apresentam ações negociadas em bolsa. Esse grupo apresentou melhor desempenho em 2011 do que o das mil empresas do ranking. [...] Falando de qualidade: a publicação do Valor também elenca as campeãs em 26 setores econômicos levando em conta sete indicadores: crescimento sustentável (variação da receita líquida sobre variação do patrimônio líquido – em pontos), receita líquida, geração de valor (EBITDA sobre receita líquida), rentabilidade, margem da atividade, liquidez corrente e giro do ativo. Das melhores empresas em cada segmento, apenas 12 são de capital aberto. O CAPM quando adaptado para o Brasil, apesar de ser o modelo mais utilizado, continua sendo inseguro no seu objetivo. O investidor também precisa amadurecer, com a taxa básica de juros em seu menor patamar, para quem quiser ganhar dinheiro, um dos caminhos é investir em ações, para isso não deve acreditar em apenas um método para avaliar seu investimento, deve obter o máximo de informações sobre a empresa, o mercado e a situação política e econômica que podem influenciar no valor das ações. Referências bibliográficas BACEN. Disponível em <http://www.bcb.gov.br/ptbr/paginas/default.aspx> Acesso em 12 set 2012. SALIM, Jean Jacques. Administração Financeira – Decisões de Investimento e Financiamento. Material FGV, 2012. ROCHA, André. Os entraves ao desenvolvimento da bolsa. 27 ago. 2012. Disponível em <http://www.valor.com.br/valor-investe/oestrategista/2805350/os-entraves-ao-desenvolvimento-da-bolsa> Acesso em 12 set. 2012. ROCHA, André. Mercado acionário brasileiro ainda engatinha . 11 set. 2012. Disponível em <http://www.valor.com.br/valor-investe/oestrategista/2825470/mercado-acionario-brasileiro-ainda-engatinha> Acesso em 12 set. 2012. Luz, câmera, ‘ação’! Bolsa é mais do que investimento. 23 jul. 2012. Disponível em < http://www.valor.com.br/valor-investe/oROCHA, André. estrategista/2761598/luz-camera-%E2%80%98acao%E2%80%99- 4 bolsa-e-mais-do-que-investimento> Acesso em 12 set. 2012. ROCHMAN, Ricardo. Colunista InfoMoney: O CAPM (parte I). 01 jun 2009. Disponível em <http://www.infomoney.com.br/mercados/noticia/1590210> Acesso em 13 set 2012. ABREU,Edgar. Apostila CPA 20. 22 ago 2012. Disponível em <http://www.edgarabreu.com.br/download/CPA%2020%20Blog.pdf> Acesso em 12 set 2012. GUIA EXAME – INVESTIMENTOS PESSOAIS 2012 (SETEMBRO/2012) COMO entender o significado da expressão risco país. [S.l.: s.n.]. RISCO e incerteza no mercado acionário. Valor Econômico, São Paulo, 14 out. 2002. APIMECMG. Apontando a simplicidade e a complexidade do modelo CAPM. *Esta matriz serve para a apresentação de trabalhos a serem desenvolvidos segundo ambas as linhas de raciocínio: lógico-argumentativa ou lógico-matemática. 5