capítulo 3 – características da coleta/documentação de requisitos

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO CONTINUADA
Trabalho de Conclusão de Curso
Projeto Padrão para o Trabalho de
Conclusão de Curso
Flávio Augusto Braga Soares
2012
Flávio Augusto Braga Soares
Projeto Padrão para o Trabalho de
Conclusão de Curso
Trabalho apresentado à disciplina Trabalho de
Conclusão de Curso do curso Pós Graduação em
Gerenciamento de Projetos da Pontifícia
Universidade Católica de Minas Gerais, como
requisito para a obtenção do título de especialista.
Orientador: Lauro Costa de Castro Luz
Belo Horizonte
2012
RESUMO
O gerenciamento de escopo de projetos é essencial para as organizações, que atuam num
mercado cada dia mais competitivo, com recursos muitas vezes limitados e clientes mais
exigentes, pois precisa de processos que facilitem a identificação das reais necessidades dos
clientes. Nesse processo, o levantamento das coletas de requisitos tem que ser bem definido e
documentado com as características dos produtos e serviços do projeto que irão satisfazer as
necessidades e expectativas das partes interessadas, pois as oportunidades de negócios que
surgem a todo o momento são essências para sobrevivências das empresas. Os projetos devem
ser conduzidos com precisão e detalhes, visto que o trabalho a ser executado é baseado no
escopo, que será a base do que vai ser cobrado. O presente trabalho consiste na apresentação e
definição das entradas, ferramentas utilizadas e saídas da gestão da coleta de requisitos no
gerenciamento de escopo proposto pelo Guia PMBOK
(R)
. Foi apresentada uma análise dos
levantamentos de coletas de requisitos apresentados pelo MPMG, estudo comparativo dos
custos e prazos e porcentagem das solicitações de mudanças antes e depois da instituição do
escritório de projetos. Cada projeto tem sua particularidade, sendo assim o objetivo dessa
dissertação não é apontar quais características devem ser escolhidas ou até mesmo usadas e
sim auxiliar o pesquisador e/ou gerente de projetos, a elaborar as características de acordo
com as necessidades do cliente.
Palavras-Chave:
Gerenciamento de Projetos, escopo, coleta de requisitos.
ABSTRACT
The project scope management is essential for organizations that operate in the market increasingly competitive, with often limited resources and more demanding customers, it needs
to processes that facilitate the identification of real needs of customers. In this process, a
survey of collection requirements must be clearly defined and documented with the
characteristics of products and services that the project will meet the needs and expectations
ne-stakeholder, because the business opportunities that gem the sur-all times are essential for
survival of companies. Projects must be conducted with precision and detail, since the work to
be performed is based on the scope, which is the basis of what will be charged. The present
work is the presentation and definition of inputs, outputs and tools used in the management of
collection requirements on the management of scope proposed by PMBOK (R). It presents an
analysis of surveys of collections of requirements presented by MPMG, comparative study of
cost and time and percentage of change requests before and after the institution of the project
office. Each project has its particularity, and thus the goal of this dis-sertação not indicate
which features should be chosen or even used but help researchers and / or project manager to
develop the features according to customer needs.
Key-word:
Project Management, scope, requirements gathering.
SUMÁRIO
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 1
1.1 HISTÓRICO ....................................................................................................................................... 1
1.2 JUSTIFICATIVA ................................................................................................................................. 2
1.3 OBJETIVO ........................................................................................................................................ 6
1.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................................................................. 6
1.5 METODOLOGIA ................................................................................................................................ 6
1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO ............................................................................................................. 8
CAPÍTULO 2 – REVISÃO DA LITERATURA................................................................................. 10
2.1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 10
2.2. COLETA DE REQUISITOS ............................................................................................................... 10
2.2.1 Entradas ............................................................................................................................... 12
2.1.2 Ferramentas ......................................................................................................................... 13
2.1.3 Saídas ................................................................................................................................... 19
CAPÍTULO 3 – CARACTERÍSTICAS DA COLETA/DOCUMENTAÇÃO DE REQUISITOS
ANTES E APÓS A INSTITUIÇÃO DO ESCRITORIO DE PROJETOS NO MPMG .................. 23
3.1 CARACTERÍSTICAS DA COLETA/DOCUMENTAÇÃO DE REQUISITOS ANTES DA INSTITUIÇÃO DO
ESCRITÓRIO DE PROJETOS NO MPMG ................................................................................................. 24
3.2 CARACTERÍSTICAS DA COLETA/DOCUMENTAÇÃO DE REQUISITOS APÓS A INSTITUIÇÃO DO
ESCRITÓRIO DE PROJETOS NO MPMG ................................................................................................. 26
CAPÍTULO 4 – ESTUDO COMPARATIVO ..................................................................................... 29
CAPÍTULO 5 – CONCLUSÕES ......................................................................................................... 34
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 35
i
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 01 - PROCESSOS DE GERENCIAMENTO DE PROJETOS DISTRIBUÍDOS AO
LONGO DAS FASES DO PROJETO. .............................................................................................................. 10
FIGURA 02 - MAPA MENTAL DO PROCESSO DE COLETAR REQUISITOS. ....................... 12
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 – PROJETOS ANTES DO ESCRITÓRIO DE PROJETOS......................................... 26
TABELA 2 – PROJETOS DEPOIS DO ESCRITÓRIO DE PROJETOS. ...................................... 28
TABELA 3 – ESTUDO COMPARATIVO DE PRAZOS E CUSTOS. ............................................ 30
TABELA 4 – ESTUDO COMPARATIVO DE SOLICITAÇÃO DE MUDANÇAS. ...................... 31
ABREVIATURAS
MPMG
Ministério Publico de Minas Gerais
PMBOK
Project Management Body of Knowledge
WBS
Work Breakdown Structure
EAP
Estrutura Analítica do Projeto
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO
1.1 Histórico
A relação entre globalização e competitividade tem sido, hoje, um dos desafios
apresentados para as empresas, reforçando a necessidade de inovações, aquisições de novas
tecnologias de informação, modernização dos processos de produção, flexibilização das
relações de trabalho e qualificação dos recursos humanos. São questões que exigem
constantes mudanças e geram instabilidade e resistências, ao mesmo tempo em que sinalizam
para oportunidades de negócios, novos mercados e exigem novos arranjos organizacionais e
soluções inovadoras. Tais demandas têm levado as organizações a repensarem seus modelos
de gestão, inovando nas práticas gerenciais e produtivas na busca por maior agilidade,
melhores preços e maior qualidade na prestação de seus serviços.
Essas abordagens serviram de base para estudos e sistematizações que ocorreram
gradualmente até se chegar ao que hoje é denominado de planejamento estratégico, o qual se
constitui numa metodologia gerencial que permite estabelecer a direção a ser seguida pela
organização visando maior grau de interação com o ambiente.
Hoje, o gerenciamento de projetos é utilizado por organizações dos mais diversos
ramos de atividade, inclusive na área pública, e tem sido de fundamental importância para
transformar o planejamento em resultados, otimizar a alocação de recursos, diminuir as
surpresas, trazendo maior eficiência à gestão de projetos.
A utilização de boas práticas em gerenciamento de projetos no setor público é ainda
mais recente. Porém, a exigência crescente dos cidadãos por serviços públicos de qualidade
reforçam a importância desta prática em todas as esferas do poder público.
O trabalho por projetos tem-se mostrado um meio efetivo para que as organizações
transformem seus objetivos em realidade, contemplando, inclusive, atividades que
1
normalmente não seriam abordadas dentro dos limites operacionais convencionais. Uma nova
ordem que prima por transparência, eficácia e eficiência originada de pressões da sociedade
obriga as instituições a um contínuo aprimoramento de seus processos, produtos e serviços,
visando oferecer maior assertividade, agilidade e qualidade com melhor alocação dos escassos
recursos públicos. Por isso, o aprofundamento das pesquisas nesse ramo de conhecimento é
tão importante.
O trabalho proposto aprofundará na discussão da área de conhecimento do
gerenciamento de escopo de projeto, especificamente no processo de coleta de requisitos,
requisitos, que tem por finalidade definir e documentar as características dos produtos e
serviços do projeto que irão satisfazer as necessidades e expectativas das partes interessadas.
A coleta de requisitos é de fundamental importância para a definição não só do escopo, mas
também dos objetivos do projeto, e, portanto fator importante no sucesso do projeto.
1.2 Justificativa
No ano de 2010, o MPMG iniciou o mapa estratégico do Ministério Público de Minas
Gerais (MPMG) através da elaboração do planejamento estratégico 2010/2023 com a
implantação da gestão de projetos, utilizando as diretrizes expressas no Guia PMBOK
(R)
,
partindo dos seguintes pressupostos:
1) O MPMG Instituição apresentava dificuldades em gerenciamento de projetos,
assim como controlar a qualidade e responsabilidades dentre os diversos projetos
da organização;
2)
Indicadores de projetos não eram medidos periodicamente de forma a controlar
resultados e orientar adaptações. Como consequência, as contingências eram
administradas com dificuldade, já que os planos não eram adaptados periodicamente;
2
3)
Havia dificuldade em padronizar processos de gestão e gerenciar o
conhecimento gerado por projetos, de maneira a elencar a gestão de projetos como um
dos primeiros passos para solucionar essas deficiências.
4)
O MPMG hoje “funciona, mas que também pode funcionar melhor, de maneira
mais eficiente e de forma a protagonizar a transformação da realidade social mineira,
com o adequado, célere, eficaz e comprometido atendimento ao cidadão”, e os planos,
“alinhados à missão, à visão e à estratégia institucional, formarão a “carteira de
projeto” do MPMG, e, para eles, serão canalizados os recursos necessários à sua
execução, sendo todas as iniciativas traduzidas em metas e indicadores de seu alcance
com o fim de avaliarmos o cumprimento dos grandes objetivos consolidados no mapa
estratégico”;
5)
Por fim, a gestão de projetos estava para ser introduzida conforme o Guia
PMBOK (R).
Nesse ambiente, o MPMG lançou o conceito de gerenciamento de projetos, por
iniciativa do Procurador-Geral de Justiça, determinando o início da implementação do
planejamento estratégico mineiro, contando com apoio e a participação dos membros e
servidores, que possibilitará extrair iniciativas para a melhoria e inovação no âmbito
institucional, enriquecendo ainda mais a carteira de projetos.
Nessa ocasião o primeiro passo foi sensibilizar os membros e servidores sobre o
gerenciamento de projetos, suas ferramentas e potencialidades. Foi apresentada documentação
que formalizaria a gestão de projetos na Instituição. Ainda no mesmo período, foi realizada
uma apresentação de gestão de projetos, sendo introduzidas as 9 áreas de conhecimento que
compõem o gerenciamento de projetos segundo o Guia PMBOK (R), são elas:

Gerenciamento da Integração;

Gerenciamento de Escopo;
3

Gerenciamento de Prazo;

Gerenciamento de Custo;

Gerenciamento da Qualidade;

Gerenciamento de Recursos Humanos;

Gerenciamento de Comunicação;

Gerenciamento de Risco;

Gerenciamento de Aquisições
O próximo passo foi discutir como cada uma dessas áreas poderia ser gerenciada
dentro do MPMG.
O que se observou de imediato nesse primeiro momento de sensibilização em gestão
de projetos foi a barreira cultural, pois os projetos não tinham controle tão rígido de suas
atividades.
A implantação da gestão de projetos é, em muitos casos, considerada como uma
mudança revolucionária, já que altera os processos operacionais, e que, por isso, encontra
resistências às mudanças motivadas pela apreensão com relação à mudança.
Judson (1980) enumera algumas variáveis que podem causar comportamentos de
resistência às mudanças:
a) a ameaça à segurança;
b) a incompreensão do que seja ou possa significar a mudança proposta, ou seja, seu
objetivo, o modo como essa mudança será implementada e quais os seus benefícios e
desvantagens, etc.;
c) o não envolvimento dos indivíduos no processo de mudança, principalmente nas
decisões relativas a esse processo [10].
4
Destacaram-se algumas barreiras comumente encontradas nas implantações de
sistemas de gestão de projetos no MPMG: barreiras na comunicação e no entendimento,
barreira na disponibilização de informações, barreira na mudança do processo de rotina,
barreira de novas tecnologias e barreiras na falta de entendimento especifico de um
determinado assunto.
Ressalta-se, que por mais que os membros e servidores soubessem administrar
contingências, antever problemas não fazia parte da rotina de projetos do MPMG.
Adicionalmente, havia muitas diferenças entre as formas com que cada setor conduzia
o planejamento seus projetos.
Descobriu-se então que colocar em prática a disciplina de gerenciamento de projetos
só seria possível com a conscientização de todos os servidores e com a adoção de
procedimentos mais simples e rápidos, através de benchmarking. O benchmarking é um
processo de pesquisa que permite realizar comparações de processos e práticas "instituição a
instituição" buscando identificar o “melhor do melhor” e alcançar um nível de superioridade,
melhor modelo de trabalho e, respectivamente, melhoria na alocação de recursos, sejam estes
humanos, materiais ou financeiros.
O MPMG recebeu um curso de extensão em gerenciamento de projetos por um dos
especialistas no assunto que relatou procedimentos padrões dos principais problemas da
instituição: gestão do conhecimento, sistema de medição de desempenho e definição de
serviços. Desde então, optou-se pela difusão da conscientização em gerenciamento de projetos
para os membros e servidores da instituição. A adoção de WBS para todos os projetos
também contribuiu para a criação de rotina e disciplina de planejamento e acompanhamento
dos projetos desenvolvidos na instituição.
Desde então, optou-se pela difusão da conscientização em gerenciamento de projetos
para os membros e servidores da instituição.
5
A adoção de WBS para todos os projetos também contribuiu para a criação de rotina e
disciplina de planejamento e acompanhamento dos projetos desenvolvidos na instituição.
A partir da implantação do gerenciamento de projetos no Ministério Publico de Minas
Gerais (MPMG) surgiu a motivação para este trabalho, afinal, aprofundar no levantamento e
controle efetivo dos requisitos de um projeto ajudará a diminuir as mudanças de escopo
durante a sua execução, que é a principal proposta deste trabalho, evitando impactos
principalmente no que se referem à qualidade, recursos, prazos, riscos, custos e orçamentos de
seus projetos.
1.3 Objetivo
O objetivo geral deste trabalho é realizar um estudo comparativo de coleta de
requisitos na fase de escopo realizada antes e após a instituição do escritório de projetos no
MPMG.
1.4 Objetivos específicos

Identificar e entender os problemas e dificultam a coleta de requisitos;

Definir boas práticas para coleta de requisitos no gerenciamento do escopo;

Avaliar como a prática Gestão de Projetos está contribuindo para a instituição.

Avaliar como a prática Gestão de Projetos está contribuindo para a instituição.
1.5 Metodologia
A metodologia para o desenvolvimento do trabalho foi composta de:
6
1) Levantamento de referências bibliográficas;
2) Compilação de projetos executados e em execução no MPMG;
3) Observação e levantamento do ambiente de estudo;
4) Elaboração do relatório dos dados através de tabela comparativa.
A fase de compilação de projetos executados e em execução avaliou diversos projetos
bem ou mal sucedidos.
A fase de observação e levantamento do ambiente de estudo contemplou o
levantamento das informações sobre a coleta de requisitos de projetos do MPMG. A coleta de
requisitos antes da instalação do escritório de projetos baseava-se, na maioria das vezes, em
reuniões sem critérios, dependentes exclusivamente de observação, não se apoiando em teoria
nenhuma.
Dentre as ferramentas e técnicas que foram utilizadas com a nova metodologia
implantada encontram-se:
a) entrevista: abordagem formal ou informal para descobrir informações das partes
interessadas, geralmente realizada por meio de perguntas preparadas ou espontâneas e
anotação ou gravação das respostas. As entrevistas consistem em geral de um entrevistador e
um entrevistado, mas pode haver vários entrevistados ou vários entrevistadores;
b) questionários e pesquisas: são conjuntos de questões destinadas a acumular
rapidamente informações de um número grande de entrevistados. Questionários e pesquisas
são mais apropriados para grandes populações, quando a forma de obtenção dos dados é
rápida e onde a análise estatística é adequada;
c) Observações: maneira direta de ver as pessoas em seu ambiente e como eles
realizam seus trabalhos ou tarefas e execução de processos. É particularmente útil para os
processos de execução quando as pessoas que usam o produto têm dificuldade ou estão
7
relutantes em articular as suas necessidades. Geralmente é realizada pela observação do
usuário enquanto executa o seu trabalho. A observação também pode ser feita por um
"observador participante", que realmente executa um processo ou procedimento para
experimentar como é feito para descobrir necessidades ocultas.
O levantamento de referências bibliográficas foi importante para elaboração desse
trabalho, principalmente pelo fato de ajudar nos esclarecimentos e visualização de conceitos
em gerenciamento de projetos largamente difundidos, mas pouco divulgados quando à sua
forma de aplicação.
A partir da análise das referências bibliográficas, buscou-se relacionar as
características da coleta de requisitos antes e após a instituição do escritório de projeto no
órgão estudado.
Finalmente, a elaboração do relatório dos dados através de tabela comparativa, com as
conclusões e observações sobre o tema desenvolvido.
1.6 Estrutura do Trabalho
Este trabalho está organizado em cinco capítulos conforme descrito abaixo:
Na Introdução, são apresentados o histórico, justificativa, objetivo, objetivo
específicos, metodologia utilizada e estrutura do trabalho;
O Capítulo 2 (Revisão de literatura) aborda outros estudos e projetos relacionados ao
tema e objetivos deste trabalho.
No capítulo 3, característica da coleta de requisitos na instituição do MPMG antes e
após escritório de projetos, o trabalho levantado;
O Capítulo 4 é um estudo comparativo gerado.
8
Finalmente, o capítulo 6 (Conclusões) apresenta o que foi realizado durante o trabalho,
as dificuldades encontradas, se os objetivos propostos foram alcançados.
9
CAPÍTULO 2 – REVISÃO DA LITERATURA
2.1 Introdução
O gerenciamento do escopo do projeto inclui os processos necessários para garantir
que o projeto inclua todo o trabalho necessário, e somente ele, para terminar o projeto com
sucesso. O gerenciamento do escopo do projeto trata principalmente da definição e controle
do que está e do que não está incluído no projeto. Na figura 01, podem ser observados os
processos de gerenciamento de escopo nas suas respectivas fases. [5]
Figura 01 - Processos de Gerenciamento de Projetos distribuídos ao longo das fases do projeto.
Fonte: (VARGAS, 2009, p. 59)
2.2. Coleta de Requisitos
O sucesso do projeto é diretamente influenciado pela atenção na captura e
gerenciamento dos requisitos do projeto e do produto. Os requisitos incluem as necessidades
quantificadas e documentadas e as expectativas do patrocinador, clientes e outras partes
interessadas. Estes requisitos precisam ser coletados, analisados e registrados com detalhes
suficientes para serem medidos uma vez que a execução do projeto se inicie.
10
Coletar os requisitos é definir e gerenciar as expectativas do cliente, isto é, entender o
escopo na visão do cliente. Estes requisitos facilitam o processo de Definição de Escopo do
Projeto e se transformam na fundação e formação da EAP (Estrutura Analítica do Projeto). O
planejamento do custo, cronograma e da qualidade são todos construídos com base nesses
requisitos. O desenvolvimento dos requisitos começa com uma análise da informação contida
no termo de abertura do projeto e no registro das partes interessadas [7].
Dentro dos processos do Guia PMBOK
(R)
, a coleta de requisitos é uma tarefa do
planejamento do escopo do projeto que deve ser vista com uma cautela imensa visto que a
partir da coleta de requisitos pode ser feita a definição de escopo, tempo, risco, custo e
cronograma do projeto e servir como documento formal para execução, monitoria e controle
do mesmo [7].
O processo “Coletar Requisitos” vem atender a equipe do projeto que tem que
entender as necessidade e expectativas dos principais envolvidos em um projeto. Os requisitos
são condições ou capacidades que devem ser supridas pelo produto, serviços ou resultados do
projeto, a fim de satisfazer um contrato ou outro documento formal. Eles precisam ser
definidos, analisados e reportados em um nível de detalhe suficiente para ser acompanhado e
controlado durante a execução do projeto [4].
Segundo o Guia PMBOK (R), coletar requisitos é o processo de definir e documentar as
funções, funcionalidades e características do projeto e do produto necessárias para atender as
necessidades e expectativas das partes interessadas e dos stakeholders [5, 7]. Documentar é
escrever o que foi pedido, solicitado e combinado. Funcionalidades e características do
produto são detalhar precisamente como deve ser o produto em sua concepção final.
Segundo VARGAS (2009), o documento dos requisitos do projeto registra os
requisitos necessários para atender as necessidades do projeto. Os requisitos podem começar
em um nível alto e tornarem-se progressivamente mais detalhados conforme o projeto é
11
desenvolvido. Antes da linha de base, os requisitos devem ser inequívocos (mensuráveis e
verificáveis), rastreáveis, completos, consistentes e aceitáveis para as principais partes
interessadas.
Ainda segundo VARGAS (2009), o plano de gerenciamento de requisitos do projeto
descreve os procedimentos que serão utilizados para documentar como os requerimentos
serão analisados, documentados e gerenciados através do projeto.
A figura 02 demonstra os documentos necessários para iniciar o processo de “Coletar
os requisitos”, as ferramentas que podem ser utilizadas na extração dos requisitos e os
documentos gerados no final do processo.
Figura 02 - Mapa mental do processo de coletar requisitos.
Fonte: (VARGAS, 2009, p. 59)
2.2.1 Entradas
Para que seja possível realizar uma boa coleta de requisitos e documentar com
qualidade as necessidades e expectativas das partes interessadas do projeto, o gerente de
projetos deverá considerar as seguintes entradas como apoio para este processo [6]:
12

Termo de abertura de projeto: obtido no processo de Desenvolver o Termo de
Abertura do Projeto

Registro das partes interessadas: Obtido no processo de Identificar as Partes
Interessadas
2.1.2 Ferramentas
As ferramentas para coletar requisitos propostas pelo Guia PMBOK
(R)
são as
seguintes:

Entrevistas: é um meio formal ou informal de, através de conversas diretas,
recolher informações das partes interessadas. As entrevistas, que podem decorrer
individualmente ou em grupo, baseiam-se no registro das respostas a um determinado
conjunto de perguntas. Estas podem ter sido previamente preparadas – a entrevista
obedece a um guia predefinido - ou ser realizadas de forma espontânea à medida que a
conversa decorre. O registro das respostas e conversas mantidas durante a entrevista,
através de anotações ou de gravações devidamente autorizadas pelos intervenientes, é
fundamental para que se possa proceder à avaliação posterior do que foi dito e à
comparação entre as respostas dos diversos entrevistados.
Quando usadas no âmbito da coleta de requisitos, a entrevista de participantes
experientes, clientes e restantes das partes interessadas relevantes e especialistas das
áreas de conhecimento em causa podem auxiliar na identificação e definição das
características e funções a incluir no produto ou serviço a entregar.
As entrevistas são particularmente adequadas para obter:
13

Opiniões – A procura de opiniões em vez de fatos pode revelar problemas
críticos escondidos;

Impressões gerais sobre o sistema atual – São úteis para compreender a cultura
da organização e os aspetos positivos e negativos do sistema atual;

Objetivos pessoais e organizacionais – São um meio por excelência para
explicitar objetivos;

Procedimentos ou processos informais – Perceber aquilo que as pessoas fazem
habitualmente, mas que não está documentado. É um fator determinante do sucesso do
projeto.
Em termos gerais podemos ter 03 tipos de entrevistas:

Informais e não estruturadas – Conversa em que o entrevistador apresenta o
tema a tratar. O entrevistado expõe as suas ideias sobre o assunto, fazendo o
entrevistador perguntas para clarificar ou aprofundar determinado aspecto do que foi
dito. Exige entrevistador experiente e conhecedor dos assuntos abordados. A gravação
é a forma mais adequada de registrar as respostas. A análise das respostas é morosa e
difícil. Aconselha-se que o entrevistador disponha de um guia de temas a tratar o que
minimiza o risco de apagar “à posteriori” assuntos que não foram abordados pelo
entrevistado ou em relação aos quais a informação recolhida é incompleta, ou contém
contradições e ambiguidades.
A informação capturada neste tipo de entrevistas é muito rica em termos qualitativos,
mas de análise quantitativa difícil. Apesar de existir software para o tratamento
quantitativo de dados qualitativos, seu custo é em geral elevado.

Altamente estruturadas com base em questionários de resposta fechada -
são aqueles em que as opções de resposta às perguntas constam do próprio
questionário, não sendo dada ao entrevistado a possibilidade de responder fora da
14
escala definida. Perguntas de resposta fechada podem ser:

Resposta simples (Sim / Não; Verdadeiro / Falso);

De resposta múltipla (apresentação de várias opções de resposta podendo o
entrevistado escolher uma e só uma; ou várias das opções disponibilizadas);

De resposta simples com base numa escala de Likert ou outra;
Os questionários estruturados com respostas fechadas têm a vantagem de permitir um
fácil tratamento quantitativo da informação recolhida. No entanto o limitar das
respostas do entrevistado às opções constantes na pergunta não permite conhecer
dados novos sobre o assunto questionado. Neste tipo de questionário pressupõe-se que
o entrevistador sabe tudo sobre o assunto e que só pretende recolher a opinião do
entrevistado. Desse ponto de vista o conteúdo da informação recolhida é bastante
pobre.

Semi-estruturada com base em questionários de resposta aberta – De
forma a aproveitar a facilidade de tratamento dos dados, proporcionada pelos
questionários fechados e, ao mesmo tempo, minimizar as suas limitações, podemos
realizar entrevistas com base em questionários abertos [9].

Dinâmica de grupo: reunião dos interessados pré-qualificados e especialistas no
assunto para aprender sobre suas atitudes e expectativas sobre um produto proposto,
serviço ou resultado. O moderador guia o grupo formado através de um debate
interativo, criado para ser mais do que uma conversa cara-a-cara.

Oficinas: focadas no encontro das principais partes interessadas das diversas áreas
envolvidas no projeto, para em conjunto definir os requisitos do produto. Oficinas são
consideradas técnicas básicas para definição de requisitos interfuncionais e conciliar
as partes interessadas. Devido a sua natureza de interação em grupo, as oficinas
promovem relacionamento e melhora a comunicação das partes interessadas. Outra
15
vantagem desta técnica é que as questões podem ser descobertas e resolvidas mais
rapidamente do que em entrevista individuais;

Técnicas de criatividade em grupo (bainstorming, mapas mentais, etc): podem ser
aplicadas com Delphi que é um método de tomada de decisão em grupo que se
caracteriza pelo fato de cada membro do grupo apresentar as suas ideias, mas nunca
face a face com os restantes elementos. Cada elemento é assim isolado da influência
dos restantes. Como não ocorre a presença física dos participantes numa reunião, este
método pode ser usado quando os elementos do grupo se encontram distantes
geograficamente. Apresenta, contudo, alguns inconvenientes, entre os quais o maior
consumo de tempo na tomada de uma decisão e a perda dos benefícios associados ao
intercâmbio pessoal de ideias proporcionado por outros métodos. Características das
atividades do método Delphi:

Identificação do problema, construção do questionário e apresentação do
mesmo cada um dos elementos do grupo;

Resposta ao questionário de forma anônima e independente por cada um dos
elementos do grupo;

Compilação das respostas e sua distribuição pelos membros do grupo
acompanhado do questionário revisto;

Resposta ao novo questionário da mesma forma descrita na fase 2, isto é, de
forma anônima e independente;


Repetição das terceira e quarta fases até se atingir uma solução de consenso.
Técnicas de tomada de decisões em grupo: técnica de avaliação de múltiplas
alternativas onde uma resolução é escolhida entre unanimidade, maioria, pluralidade
ou ditadura. Esta decisão irá gerar ações futuras que podem ser usadas para gerar,
classificar e priorizar os requisitos dos projetos;
16

Questionários e pesquisas: são conjuntos de questões escritas destinadas a acumular
rapidamente informações de um número grande de entrevistados. São questionários
em que, algumas ou a totalidade das perguntas, têm opções de resposta fechada
seguidas de uma caixa de texto em que o entrevistado pode incluir outras alternativas
de resposta ou comentários adicionais que permitam clarificar a resposta que deu.
Questionários e / ou pesquisas são mais apropriados para grandes populações, quando
forma de obtenção dos dados é rápida e onde a análise estatística é adequada;

Observações (Job Shadowing): fornece uma maneira direta de examinar o dia-a-dia
de uma empresa ou individuo no seu ambiente próprio, desempenhando o seu trabalho
e executando processos. A observação é usada para documentar processos existentes
ou nos casos em que se pretenda recolher informação que permita melhorar um
determinado processo. O método consiste em observar as pessoas enquanto elas fazem
o seu trabalho, permitindo entender como o trabalho é de fato efetuado (o que pode ser
diferente de como ele deveria ser efetuado, ou de como o processo ou as instruções
dizem que é feito, ou de como os gestores pensam que é feito).
Quando aplicada no âmbito do processo de coleta de requisitos, é uma técnica
particularmente útil para descrever detalhes de processos que as pessoas que usam o
produto ou serviço têm dificuldade em expressar, tornando possível encontrar
requisitos do projeto, produto ou serviço que de outra forma poderiam passar
despercebidos quer devido á relutância dos interessados em expressar esse requisito,
quer porque o mesmo está tão presente no seu dia-a-dia que passou a ser entendido
como algo natural e, portanto, difícil de ser identificado de forma clara.
Com relativa frequência muitos dos processos de trabalho não estão escritos, ou o que
está escrito encontra-se desatualizado, e só as pessoas que, de fato, desempenham o
trabalho sabem como ele é feito. Por vezes as pessoas são incapazes de descrever de
17
forma clara como o trabalho é feito, e nestes casos a observação é o melhor método
para a coleta de informação sobre o trabalho realizado. A observação é uma técnica
ótima para usar quando o objetivo é compreender o que é feito, podendo fornecer
rapidamente indicações importantes sobre a forma como um determinado processo
pode ser melhorado.

Existem duas formas de observação Passiva (Invisível) e Ativa (Visível):

Observação Passiva (Invisível) – O observador não interfere nem interage
com o observado (não faz perguntas nem participa no trabalho). Neste tipo de
observação o observador apenas observa, por vezes sem conhecimento do
observado e toma notas. Só após o observado ter concluído o processo, o
observador pode fazer perguntas sobre o que observou. Este tipo de observação
deve ser usado nos casos em que o trabalho não pode ser interrompido. Por
exemplo, linhas de montagem ou controle de tráfego são tipos de trabalho em
que a observação deve ser passiva.

Observação Ativa (Visível) – Aqui o observado tem plena consciência do
processo de observação que está a decorrer. O observador pode interromper o
processo do trabalho e fazer as questões que entenda de forma a eliminar
dúvidas ou clarificar situações (Se a observação detectar uma exceção que
obrigue a um procedimento alternativo, por exemplo, se o preenchimento de
um formulário não pode prosseguir por falta informação que tem de ir buscarse a outro sistema, o observador deve inquirir sobre a frequência com que este
tipo de exceções acontece porque eventualmente estará aqui uma possibilidade
de melhoria do processo).
18
Em certas situações o observador pode desempenhar algumas tarefas para melhor as
compreender ou parar se detectar eventuais dificuldades, ou atuar como aprendiz de
forma a validar a compreensão e a integridade das notas que recolheu.
Na observação passiva o observador interfere menos e obtém-se uma representação
mais verdadeira sobre a forma como o trabalho é realizado, mas a observação ativa
permite ao observador uma melhor compreensão do processo e possibilita que dúvidas
que surjam durante o processo de observação sejam de imediatas esclarecidas.
Como qualquer técnica de coleta de requisitos, a observação pode ser usada como
técnica complementar ou para confirmar a informação recolhida por alguma outra
técnica. Por outro lado, podem ser necessárias várias sessões de observação para
descrever um determinado processo, e mesmo assim alguns processos dificilmente
serão completamente compreendidos e descritos a depender unicamente da
observação, quando então a observação deve ser complementada com entrevistas que
permitam acrescentar informação que não pode ser observada [8].

Protótipos: método de obtenção de uma opinião inicial sobre os requisitos,
fornecendo um modelo de funcionamento do produto esperado antes de construí-lo.
Como os protótipos são tangíveis, os interessados podem experimentar um modelo do
seu produto final em vez de apenas discutir representações abstratas das suas
necessidades.
2.1.3 Saídas
Documentação de requisitos: O formato de um documento de requisitos pode variar
de um simples documento listando todos os requisitos discriminados por partes interessadas e
19
prioridade, para formas mais elaboradas contendo resumo executivo, descrições detalhadas,
entre outros e descreve como os requisitos individuais atendem as necessidades do negócio
para o projeto. Esses documentos podem começar em alto nível e progressivamente se tornar
mais detalhados conforme mais detalhes são conhecidos, sendo que a ideia é que este
documento seja composto no mínimo pelos seguintes componentes [11]:
 Titulo do projeto;
 Nome da pessoa que elaborou o documento;
 Descrição básica do projeto e da oportunidade;
 Objetivos do negócio, podendo ser rastreados;
 Requisitos funcionais desejáveis (priorizados)
descrevendo
processos
do
negócio;
 Requisitos
não
funcionais
(relacionados
ao
desempenho,
segurança,
confidencialidade etc.);
 Requerimentos principais de qualidade;
 Potenciais impactos do projeto em outras áreas;
 Critérios de aceitação do projeto;
 Restrições consideradas na criação dos requerimentos;
 Requisitos de suporte e treinamento;
 Premissas e restrições dos requisitos;
 Registro de alterações no documento de requisitos;
 Aprovações.

Plano de gerenciamento dos requisitos: Segundo VARGAS (2009), o plano de
gerenciamento de requisitos do projeto é auxiliar ao plano de gerenciamento de
projetos e descreve os procedimentos que serão utilizados para documentar como os
requerimentos serão analisados, documentados e gerenciados do início ao fim do
20
projeto. No plano de gerenciamento dos requisitos deve estar documentado no mínimo
[11]:
 Titulo do projeto;
 Nome da pessoa que elaborou o documento;
 Critério de priorização dos requisitos;
 Como as atividades dos requisitos serão planejadas, rastreadas e relatadas;
 Atividades de gerenciamento da configuração;
 Sistema de controle de mudanças nos requisitos;
 Níveis de aprovação de mudanças nos requisitos;
 Outros assuntos relacionados ao gerenciamento de requisitos do projeto não
previstos no plano de gerenciamento dos requisitos;
 Estrutura de rastreabilidade dos requisitos, ou seja, como será montada e qual
será o conteúdo da matriz de rastreabilidade dos requisitos;
 Registro de alterações no documento;
 Aprovações;

Matriz de rastreabilidade dos requisitos: Documento em forma de tabela que liga os
requisitos às suas origens e os rastreia durante todo o ciclo de vida do projeto dentro
da EAP, determinando seu status, teste e requisitos relacionados. Tem como objetivo
garantir que cada requerimento adicione valor ao objetivo do projeto e esteja
perfeitamente ligado ao escopo de atividades. Este documento contém os seguintes
campos [11]:
 ID do requisito;
 Nome do requisito;
21
 Descrição do requisito;
 Tipo do requisito;
 Prioridade do requisito
 Elemento(s) da EAP onde o requisito está associado;
 Outros requisitos associados e relacionados;
 Status do requisito;
 Critério de aceitação e conclusão;
 Comentários.
22
CAPÍTULO 3 – CARACTERÍSTICAS DA COLETA/DOCUMENTAÇÃO DE REQUISITOS
ANTES E APÓS A INSTITUIÇÃO DO ESCRITORIO DE PROJETOS NO MPMG
Especificar um requisito implica em compreender exatamente o que deve ser feito e que se espera receber como resultado. O requisito é
uma condição cuja exigência deve ser satisfeita. Se a condição é produzir algo, diz-se que o requisito é funcional. Requisitos funcionais estão
relacionados com o comportamento de um determinado produto do projeto, ou seja, é tudo aquilo que descreve o que o produto do projeto deve
fazer à listagem de todas as coisas que o sistema deve fazer;
Se a condição é caracterizar algo (propriedade, comportamento, restrição, etc,...), diz-se que o requisito é não-funcional. Requisitos não
funcionais são restrições e qualidades que se colocam sobre como o projeto deve realizar seus requisitos funcionais e são classificados em:

Usabilidade: requisitos que selecionam ou afetam a usabilidade do projeto;

Confiabilidade: Tratamento de falhas, possibilidade de previsão;

Desempenho: Velocidade, eficiência, precisão, tempo de recuperação, uso de recurso;

Portabilidade: restrições sobre os projetos nas quais o sistema será implantado;

Segurança: Permissões gerais do projeto.
23
Foram disponibilizados alguns projetos antes da instituição do escritório de projetos no MPMG e através do levantamento das
características da coleta/documentação de requisitos mínimos de projetos em geral, elaborou-se uma planilha comparativa entre os projetos.
3.1 Características da coleta/documentação de requisitos antes da instituição do escritório de projetos no MPMG
Legenda:
X = ocorrência dos processos de requisitos
- = não ocorrência dos processos de requisitos
Projetos antes do
escritório de
projetos
Projeto
Estruturação do
CAO PJ Defesa da
Saúde
Projeto Audiência
Públicas MPMG
(Junho/2006 com
revisão em
Maio/2008)
Projeto O que
você tem a ver
com a corrupção?
(Fev/2010)
(Fev/2003)
Projeto Balcão de Direitos
do Jequitinhonha –
Parceria com a Defensoria
Pública
(Abril/2006)
01) Titulo do projeto
X
X
X
X
02) Nome da pessoa que elaborou o documento
X
-
X
X
Descrição dos requisitos
24
Projetos antes do
escritório de
projetos
Projeto
Estruturação do
CAO PJ Defesa da
Saúde
Projeto Audiência
Públicas MPMG
(Junho/2006 com
revisão em
Maio/2008)
Projeto O que
você tem a ver
com a corrupção?
(Fev/2010)
(Fev/2003)
Projeto Balcão de Direitos
do Jequitinhonha –
Parceria com a Defensoria
Pública
(Abril/2006)
03) Descrição básica do projeto e da oportunidade
X
X
X
X
04) Objetivos do negócio, podendo ser rastreados.
X
X
X
X
05) Requisitos funcionais desejáveis
(priorizados) descrevendo processos do projeto.
06) Requisitos não funcionais (relacionados ao
desempenho, segurança, confidencialidade etc.)
X
X
X
X
-
X
X
X
-
-
-
-
X
X
X
X
X
X
X
X
10) Restrições consideradas na criação dos
requerimentos
11) Requisitos de suporte e treinamento
-
-
-
-
-
-
-
-
12) Premissas e restrições dos requisitos
-
-
X
X
13)
-
-
-
-
Descrição dos requisitos
07) Requerimentos principais de qualidade
08) Potenciais impactos do projeto em outras áreas
09) Critérios de aceitação do projeto
25
Projetos antes do
escritório de
projetos
Projeto
Estruturação do
CAO PJ Defesa da
Saúde
Descrição dos requisitos
Projeto Audiência
Públicas MPMG
(Junho/2006 com
revisão em
Maio/2008)
Projeto O que
você tem a ver
com a corrupção?
(Fev/2010)
(Fev/2003)
Projeto Balcão de Direitos
do Jequitinhonha –
Parceria com a Defensoria
Pública
(Abril/2006)
-
-
X
X
Registro de alterações no documento de requisitos
14) Aprovações
Tabela 1 – Projetos antes do escritório de projetos.
FONTE: Próprio autor
A Tabela 1 apresenta as não-ocorrências no atendimento de requisitos nos projetos elaborados antes da instituição do escritório de
projetos e de acordo com a metodologia do Guia PMBOK (R).
3.2 Características da coleta/documentação de requisitos após a instituição do escritório de projetos no MPMG
Legenda:
X = ocorrência dos processos de requisitos
- = não ocorrência dos processos de requisitos
26
Projetos depois do
escritório de
projetos
Projeto Combate a cartéis e
fraudes em licitações
(Março/2011)
Projeto MP Itinerante:
Ações necessárias à
execução
(Set/2011)
Projeto Criação e
implementação da
Procuradoria de Justiça de
Habeas Corpus
(Março/2012)
01) Titulo do projeto
X
X
X
02) Nome da pessoa que elaborou o documento
X
X
X
03) Descrição básica do projeto e da oportunidade
X
X
X
04) Objetivos do negócio, podendo ser rastreados.
X
X
X
05) Requisitos funcionais desejáveis (priorizados)
descrevendo processos do negócio
06) Requisitos não funcionais (relacionados ao
desempenho, segurança, confidencialidade etc.)
X
X
X
X
X
X
X
X
X
08) Potenciais impactos do projeto em outras áreas
X
X
X
09) Critérios de aceitação do projeto
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Descrição dos requisitos
07) Requerimentos principais de qualidade
10) Restrições consideradas na criação
requerimentos
11) Requisitos de suporte e treinamento
12) Premissas e restrições dos requisitos
dos
27
Projetos depois do
escritório de
projetos
Projeto Combate a cartéis e
fraudes em licitações
(Março/2011)
Projeto MP Itinerante:
Ações necessárias à
execução
(Set/2011)
Projeto Criação e
implementação da
Procuradoria de Justiça de
Habeas Corpus
(Março/2012)
X
X
X
X
X
X
Descrição dos requisitos
13)
Registro de alterações no documento de requisitos
14) Aprovações
Tabela 2 – Projetos depois do escritório de projetos.
FONTE: Próprio autor
A Tabela 2 apresenta um significativo avanço na qualidade da coleta de requisitos nos projetos elaborados depois da instituição do
escritório de projetos. Essa superação se deve a criação do escritório de projetos adequando-os a metodologia do Guia PMBOK (R).
28
CAPÍTULO 4 – ESTUDO COMPARATIVO
Adotou-se, no estudo comparativo, a abordagem de estudo de caso. Com a disponibilização dos projetos antes e após a instituição do
escritório de projetos no MPMG, apresentamos na tabela 3 e na tabela 4 o mensuramento dos percentuais de prazos e custos nos projetos nas
duas situações citadas bem como porcentagem de solicitação de mudanças nos projetos.
29
Projeto
Prazo Planejado Prazo Realizado Custo Planejado
(dias corridos) (dias corridos)
R$ (mil)
Custo Realizado
R$ (mil)
Projeto Estruturação do CAO PJ Defesa da Saúde
(Fev/2003)
Projeto Balcão de Direitos do Jequitinhonha – Parceria
com a Defensoria Pública (Abril/2006)
Não existia um controle efetivo do prazo e custo planejados e realizados
Projeto Audiência Públicas MPMG (Junho/2006 com
revisão em Maio/2008)
Projeto O que você tem a ver com a corrupção?
(Fev/2010)
Projeto Combate a cartéis e fraudes em licitações
(Março/2011)
Aumento de 22,5%
Aumento de 13%
Projeto MP Itinerante: Ações necessárias à execução
(Set/2011)
Aumento de 21%
Aumento de 10%
Projeto Criação e implementação da Procuradoria de
Justiça de Habeas Corpus (Março/2012)
Aumento de 15%
Aumento de 11%
Tabela 3 – Estudo comparativo de prazos e custos.
FONTE: Próprio autor
30
Projeto
Projeto Estruturação do CAO PJ Defesa da Saúde
(Fev/2003)
Projeto Balcão de Direitos do Jequitinhonha – Parceria com a Defensoria
Pública
(Abril/2006)
Solicitação de mudanças
Não existia controle interno
Projeto Audiência Públicas MPMG
(Junho/2006 com revisão em Maio/2008)
Projeto O que você tem a ver com a corrupção?
(Fev/2010)
Projeto Combate a cartéis e fraudes em licitações
(Março/2011)
Aumento de 12%
Projeto MP Itinerante: Ações necessárias à execução
(Set/2011)
Aumento de 10,5%
Projeto Criação e implementação da Procuradoria de Justiça de Habeas
Corpus
(Março/2012)
Aumento de 10%
Tabela 4 – Estudo comparativo de solicitação de mudanças.
FONTE: Próprio autor
31
Devido à política de proteção da informação no MPMG, os dados absolutos dos
projetos não foram disponibilizados, sendo que apenas em porcentagem foi apresentada.
Acredita-se que isso não irá prejudicar a análise do trabalho, já que se tem um parâmetro de
comparação nas tabelas 3 e 4.
Algumas considerações sobre a análise da gestão de escopo dos projetos escolhidos no
MPMG são descritas abaixo:

Antes do escritório de projetos não existia um controle efetivo dos projetos e
não se tinha controle e mensuramento sobre as solicitações de mudanças impedido de
apresentar se houve aumento ou redução de custos e prazos;

Após o escritório de projetos, houve um controle na elaboração dos projetos
através do planejamento de escopo. O planejamento do escopo tem como foco o
escopo do trabalho. Pode ser definido como o processo de elaboração e documentação
progressiva do trabalho a ser desenvolvido;

Houve aumento de 10% a 15% das solicitações de mudanças e isso se deve a
vários fatores:
 Mudança de patrocinador. Esse novo patrocinador possui uma visão diferente
e há um redirecionamento do projeto. Além disso, uma possível causa para a
diferença de expectativa dos stakeholders é que o documento de abertura do
projeto (project charter), onde é descrito o escopo e a WBS, pode não estar
detalhados o suficiente.
 Redução do tamanho do pacote de trabalho o que, segundo o gerente, não
causaria grandes impactos no custo e prazo, mas algumas ideias importantes que
seriam desenvolvidas foram suprimidas, reduzindo o escopo inicialmente previsto
para esse pacote;
 Surgimento de uma nova parceria que não estava prevista no início do projeto.
32
 Inclusão de novos estudos que não estavam previstos no início do projeto,
aumentando seu escopo;
 Com o aumento das solicitações de mudanças, os prazos e custos dos projetos
sofreram alterações sendo que para o gerenciamento de prazo foi na faixa de 15%
a 25% e para o gerenciamento de custo, na faixa de 10% a 15% do projeto inicial.
33
CAPÍTULO 5 – CONCLUSÕES
Acredita-se que o presente trabalho alcançou os objetivos propostos. O autor teve a
oportunidade de ampliar seus conhecimentos sobre gestão de escopo em gestão de projetos e
pode realizar um estudo de caso em uma empresa com a implantação do escritório de
projetos.
A revisão bibliográfica teve uma abordagem sobre a gestão dos requisitos. Foram
abordadas as entradas, ferramentas e saídas da coleta de requisitos descritos pelo Guia
PMBOK (R).
O objetivo principal desse trabalho de levantamento e descrição das ferramentas
utilizadas na coleta de requisitos que dão suporte à gerência de projetos foi atingido
plenamente, no capítulo 2, onde foi feita uma introdução à gestão da coleta de requisitos
acrescentados ao gerenciamento de escopo do Guia PMBOK (R), sendo explicadas as entradas,
ferramentas e saídas para a coleta de requisitos.
Já no capítulo 3 foram apontadas as
principais características mínimas das coletas de requisitos em geral e comparadas em cada
projeto disponibilizado. Essa análise permitiu que fossem identificadas falhas nos processos
de gerenciamento de escopo praticados na área estudada. Após a análise dos projetos antes e
depois da instituição do escritório de projetos, capítulo 4, foi possível destacar a variação dos
prazos, custos e solicitação de mudanças entre os projetos disponibilizados. Essa análise
permitiu que o autor do trabalho vivenciasse a aplicação prática das teorias abordadas,
trazendo uma valiosa contribuição para a sua formação.
As dificuldades encontradas pelo autor desse trabalho são referentes ao tempo
disponível para pesquisa bibliográfica e para a realização de uma pesquisa de campo mais
aprofundada com a implantação do escritório de projetos e à bibliografia um pouco restrita
sobre o tema.
34
REFERÊNCIAS
[1] REGO, M. M., SILVA, T.R. Desafios na Implantação do Escritório de Gerenciamento de
Projetos em um Governo Estadual. Revista Economia e Gestão da PUC Minas - ISSN: 1984660, V. 11, N. 27 (2011), set/dez. 2011.
[2] PESTANA, C. V. S.; VALENTE, G. V. P. Implantação de Escritórios de Projetos na
Administração Pública: a experiência da Secretaria de Estado de Gestão e Recursos
Humanos do Espírito Santo (SEGER) [Artigo]. In: I Congresso de Gestão Pública do ES
(CONGEP). Vitória, 2009. Anais eletrônicos. Vitória: 2009.
[3] LUKOSEVICIUS, A. P. Fundamentos de gerenciamento de projetos. Rio de Janeiro:
FGV, 2009.
[4] Karolina Poznyakov, K. O novo processo de Gerenciamento de Escopo agosto, 2008
[5] PMI. PMBOK - Um guia do Conjunto de Conhecimentos em Gerenciamento de Projetos 4ª Edição - Pensilvânia: PMI, 2008.
[6] http://www.fabiocruz.com/pmbok%C2%AE/planejando-2/
[7]
http://projetoseti.com.br/gestao/gerencia-de-projetos-pmp/gp-escopo/escopoplanejamento-do-projeto-definir-o-escopo/ - Acesso em 21/04/2012.
[8] http://pm2all.blogspot.com.br/2011/09/pmbok-tecnicas-coleta-requisitos_13.html - Acesso
em 01/06/2012.
[9] http://pm2all.blogspot.com.br/2011/09/pmbok-tecnicas-coleta-requisitos_12.html - Acesso
em 01/06/2012.
[10] JUDSON, A.S. Relações humanas e mudanças organizacionais. São Paulo: Atlas, 1980.
[11] http://pt.scribd.com/doc/50827279/29/Coleta-de-requisitos-saidas-necessarias - Acesso
em 21/05/2012.
[12] http://julianakolb.com/2011/01/19/5-1-coletar-requisitos/ - Acesso em 21/05/2012.
35
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