56 3. FORMAS ESTRATÉGICAS DO MARKETING As estratégias de marketing, de modo geral, baseiam-se nos estudos detalhados das variáveis controláveis, ou relativamente controláveis, e das variáveis incontroláveis. As variáveis controláveis são aquelas passíveis de gerenciamento, que podem ser redimensionadas ou modificadas conforme as necessidades empresariais e as exigências do mercado: Políticas de Produto ou Serviços, Políticas de Preço, Políticas de Distribuição e Políticas de Comunicação. As variáveis incontroláveis se dividem em forças macroambientais e microambientais e não podem ser gerenciadas por nenhuma empresa, pois são forças externas que influenciam as ações de marketing de todos os competidores do mercado. (KOTLER, 2000) O microambiente inclui a empresa em si, os clientes, os fornecedores, os concorrentes, os intermediários de marketing e os públicos. Kotler (2000) identifica as principais forças microambientais como sendo: ambiente demográfico, ambiente econômico, ambiente natural, ambiente tecnológico, ambiente politico-legal e ambiente sociocultural. Os vários tipos de estratégias mercadológicas vêm levando a uma extensão das funções do profissional de marketing. Distinguem-se as atividades de marketing em dois blocos, a saber: • Marketing estratégico – é relativo às funções que precedem à produção e à venda do produto. Inclui o estudo de mercado, a escolha do mercado-alvo, a concepção do produto, a fixação do preço, a escolha dos canais de distribuição e a elaboração de uma estratégia de comunicação e produção. 57 • Marketing operacional – designa as operações de marketing posteriores à produção, tais como a criação e o desenvolvimento de campanhas de publicidade e promoção, a ação dos vendedores e de marketing direto, a distribuição dos produtos e merchandising e os serviços pós-venda. A função do marketing estratégico é seguir a evolução do mercado de referência, identificar os diferentes produtos-mercado e segmentos atuais ou potenciais, na base da análise de necessidades a satisfazer, e orientar a empresa para as oportunidades existentes ou criar oportunidades atrativas, ou seja, bem adaptadas aos seus recursos e ao seu saber-fazer, que oferecem um potencial de crescimento e rentabilidade. A essência do marketing estratégico é assegurar que as atividades de marketing da organização adaptem-se às mudanças ambientais externas e possuam os recursos de marketing para fazer isso efetivamente. (LEWIS; LITTLER, 2001, p. 174) Para uma determinada empresa, a atratividade de um produto mercado depende da sua competitividade, ou seja, da sua capacidade – face à sua concorrência – para melhor encontrar a procura dos seus compradores / consumidores. Essa competitividade existirá na medida em que a empresa detiver uma vantagem estratégica, seja pela presença de qualidades distintivas defensáveis que a diferenciam de seus rivais, seja pela produtividade superior que lhe dá vantagem de custo. A dimensão temporal do marketing situa-se no médio e no longo prazo; o seu objetivo é especificar a missão da Empresa, definir metas, elaborar uma 58 estratégia de desenvolvimento e cuidar da manutenção de uma estrutura equilibrada da carteira de produtos ou serviços. Como o ambiente é dinâmico e novas situações surgem a cada momento, ações estratégicas são tomadas pela empresa com a finalidade de retomar os rumos traçados, independentemente das dificuldades que possam surgir no percurso. As ações estratégicas são adaptativas, respondendo às contingências ambientais na medida em que elas ocorram, visando, com isso, o alcance dos objetivos estratégicos da empresa. O grande ponto a ser buscado é o equilíbrio, é a busca da manutenção da estabilidade com o reconhecimento da necessidade de mudanças, quando necessário. Objetivos Necessidade da do Empresa Mercado As decisões relativas ao marketing estratégico orientarão os gestores organizacionais no seu planejamento. Por isso, o termo planejamento estratégico significa planejar a estratégia, os meios para atingir os fins, os objetivos de uma empresa, (CAMPOMAR, 2006, p. 3-6) considerando determinado ambiente. 59 “O Ambiente de marketing é composto pelo conjunto de influências externas (ambiente externo) e internas (ambiente interno) que afetam a tomada de decisão de marketing e que têm impacto em seu desempenho.” Um plano estratégico só faz sentindo na medida em que inclua a visão de mercado (necessidades dos clientes), treinamento dos colaboradores internos e externos, estabelecimento de parcerias com intermediários e fornecedores e, principalmente, os objetivos dos acionistas e ou empresários. E, sem dúvida, deve-se estabelecer sempre a visão de curto, médio e longo prazo. Miopia em Marketing “Em 1960, Theodore Levitt, professor de Harvard, escreveu o artigo que se tornou um clássico da literatura de gestão, no qual sublinhou os perigos do marketing de vistas curtas (Miopia).” “Esta miopia consiste na atitude de concentração nos produtos da empresa (Enfâse no produto), sem atender aos mercados e à concorrência (Enfâse no mercado).” “Levitt ilustrou esta postura com o exemplo das companhias de trem norte-americanas, bastante poderosas no início deste século, mas que hoje agonizam no segmento de transportes de passageiros.” 60 “Elas não compreenderam que a grande ameaça estava no desenvolvimento das auto-estradas e dos transportes aéreos, e não nos problemas técnicos enfrentados pelas empresas.” “Faltou-lhes olhar para além do produto, um erro comum em muitas empresas até os dias atuais.” “Há outros critérios fundamentais para dar resposta às necessidades do mercado como comunicação adequada, conveniência através de um sistema de distribuição eficiente e um valor adequado às expectativas do consumidor (LEVIT, 1990, p. 147-173).” O novo marketing situa-se em um ambiente competitivo e desafiador. O poder migrou da indústria para o varejo, local mágico onde as coisas acontecem. Varejistas e fabricantes procuram compreender o comportamento do consumidor diante do nobre ato de comprar. E não medem esforços nem investimentos para desenvolver ferramentas de gestão que permitam anteciparem-se às exigências, preferências e aos anseios das pessoas quando transitam pelos novos templos de consumo erigidos pela sociedade moderna. Uma dessas ferramentas está mudando o relacionamento das indústrias com seus parceiros. É a nova fronteira da estratégia comercial das empresas. Trata-se de estratégias, táticas operacionais e modelos de gestão utilizados pela indústria para gerenciar de forma inteligente o processo de comercialização de seus produtos, passando por todos os degraus, desde a expedição até a casa ou a mesa do consumidor. A venda que o vendedor faz ao comprador de uma rede é apenas o começo, não o fim do processo. 61 É o Trade Marketing, ou Marketing de Ponto-de-Venda. Assim como os médicos especialistas em cirurgia do braço esquerdo, por exemplo, os profissionais do trade especializam-se em tudo o que diz respeito à interface da indústria com o varejo, trabalhando para que seus produtos sejam repetidamente comprados nas lojas. Em sintonia fina com o mercado. Acabou a época em que os vendedores empurravam produtos para seus clientes. O que se empurra, encalha nos centros de distribuição ou nas lojas, sem o glamour que o consumidor espera. Os gestores de trade marketing (os trade markers) procuram visualizar sob a ótica do varejo, a partir do pontode-venda. Só assim conseguem entender a operação de ponta a ponta e maximizar o processo de comercialização, puxando, não empurrando mercadorias. Evidente que a indústria não chega ao ponto de atender o cliente para o varejista, muito menos se imiscuir em suas responsabilidades. Mas chega a detalhes no que se refere à observação e interpretação das atitudes do consumidor no ponto-de-venda, compartilhando tais informações. O objetivo maior é buscar soluções conjuntas para maximizar espaços na loja. Engana-se quem imagina que nas relações business-to-business não devam existir afagos, informações consistentes e muita prestação de serviços. O marketing industrial requer a construção de parcerias sólidas e baseadas na confiança. Visão conjunta a respeito do futuro. Conseguir olhar para onde o cliente varejista está olhando e perceber o que ele realmente quer. Ser útil e demonstrar esta utilidade ao parceiro e seus operadores. Empatia, inter-relacionamento, ações em benefício da produtividade da loja e encantamento do consumidor. Não há como ter sucesso e conquistar share sem o senso de cooperação total. 62 Trade marketing representa o fim das tarefas estanques, cada um fazendo sua obrigação apenas. O varejo comprar e vender, por exemplo. A indústria produzir, dar um show de logística, dentro dos antigos “cinco certos” (produto certo, na quantidade certa, no tempo certo, no local certo e no preço certo). O certo e o normal não produzem mais os resultados que produziam. Cada elo deve agregar valor ao elo seguinte ao longo da extensão da cadeia produtiva. Agregar serviços aos produtos, contribuir com inteligência comercial para o varejo vender mais e melhor. Vender, colocar o produto na área de venda. Abastecer, repor e manter sempre atrativo para o consumidor. Estudar o processo de decisão das pessoas diante do produto. Analisar o desempenho da venda versus espaços disponíveis. Qualidade do atendimento e empenho de vendas dos vendedores. Propor novas ações para gerar fluxo e incrementar vendas. Mostrar ao varejista a contribuição que seus produtos representam na venda e no mix de margem da empresa. Evidenciar o quanto um é importante para o outro. Nesse processo entram profissionais diferenciados como key account (gestores de clientes-chave) e trade markers, promovendo uma evolução no relacionamento comercial entre as empresas. Venda tradicional. Venda de reposição. Transações por contrato. Venda em função de parcerias firmadas. Em seguida, aparece o marketing de PDV que representa um salto de qualidade no sistema, passando para transações comerciais duradouras e fundamentas em alianças estratégicas vencedoras. Ganha-Ganha. Em resumo, são estes os principais objetivos do trade marketing. Alinhar estratégias de marketing com os canais de distribuição. Gerenciar o relacionamento com os clientes, entendendo suas necessidades. Identificar oportunidades de crescimento de vendas e de lucratividade. Entender o 63 consumidor e atender seus anseios, sempre em sintonia com o varejo. Gerar demanda no ponto de venda, através de ações que agreguem valor. Fortalecer a marca no PDV e desenvolver relacionamento com os consumidores. 3.1. O MARKETING E A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO O objetivo principal de uma estratégia de marketing de uma empresa é garantir que suas capacidades internas sejam compatíveis com o ambiente competitivo do mercado (externo) em que atua ou deseja atuar, não apenas no presente, mas também no futuro previsível. O ambiente competitivo enfrentado pelas empresas e as constantes mudanças nos cenários sociais, políticos e econômicos vêm reforçando a necessidade de novos modelos de organização e gestão, passando de antigas formas burocráticas e rígidas de estruturas organizacionais às estruturas flexíveis, abertas e apoiadas em modernos sistemas da tecnologia da informação. “A Tecnologia da Informação (TI) é o conjunto de recursos não humanos dedicados ao armazenamento, processamento e comunicação da informação, e à maneira como esses recursos estão organizados num sistema capaz de executar um conjunto de tarefas.” “Portanto, a TI não se restringe a equipamentos (hardware), programas (software) e comunicação de dados.” 64 “Existem tecnologias relativas ao planejamento de informática, ao desenvolvimento de sistemas, ao suporte ao software, aos processos de produção e operação e ao suporte de hardware.” Dessa forma, a administração estratégica passou a ter um papel importante na gestão empresarial e na economia, vindo a ser uma ciência em franco desenvolvimento e vital para a sobrevivência das empresas. O chamado modelo de planejamento tradicional, caracterizado pela centralização de poder, de recursos financeiros, do planejar na primeira pessoa do singular, fechado, descontínuo e desarticulado do contexto, baseado em fórmulas e modelos que procuravam mudar a realidade sem levar em conta os valores e situações ambientais de mudanças, estático e de longo prazo, foi perdendo espaço por não dar respostas aos problemas que estavam a exigir ações rápidas e precisas. As empresas necessitavam buscar novas formas de planejamento que pudessem satisfazer às necessidades internas e do meio onde estavam inseridas, como a única alternativa viável para sua sobrevivência. Essas necessidades fizeram com que os gestores procurassem adotar um novo modelo de planejamento, o planejamento estratégico, que lhes permitisse coordenar suas atividades com mais segurança, dentro de um mercado competitivo, dando ênfase na análise do meio externo sem descuidar do interno, favorecendo o pensamento intuitivo e a informação qualitativa, desenvolvendo um processo de planejamento de forma aberta e participativa, flexível, descentralizado e integrado, permitindo tomar decisões a partir de uma perspectiva futura. 65 Não pode haver dúvida que o planejamento é essencial quando consideramos o ambiente cada vez mais hostil e complexo em que as empresas funcionam. Centenas de fatores externos e internos interagem de um modo desorientadoramente complexo afetando a maneira das empresas conduzirem seus negócios. (MACDONALD, 2004, p. 22) Passado Presente Estruturas Gestão Estruturas Rígidas Organizacional Flexíveis Planejamento Planejamento Tradicional Estratégico Portanto, os gerentes de marketing precisam de informações melhores e em maior número, confiáveis e no tempo certo. 3.2. ESTRATÉGIA DE REGISTROS INTERNOS, SERVIÇO DE INTELIGÊNCIA DE MARKETING E PESQUISA DE MARKETING A informação necessária aos profissionais de marketing pode ser obtida por intermédio de registros internos da empresa, serviço de inteligência de marketing e pesquisa de marketing. • Registros Internos – informação recolhida de fontes dentro da empresa para avaliar as performances de marketing e detectar problemas e oportunidades de marketing (ex: dados financeiros, vendas, cash-flow, produção, satisfação do cliente). 66 • Inteligência de Marketing – Informação diária sobre o desenvolvimento do ambiente do marketing, que ajuda aos gestores a preparem e a ajustarem os seus planos de marketing. Sistema de Inteligência: Bisbilhotando os Concorrentes 67 68 • Pesquisa de Marketing – Informação recolhida que diz o que o concorrente está a fazer ou prestes a fazer. Técnicas usadas para recolher a informação: o Recolher informação de artigos publicados e documentos públicos (relatórios anuais, fotografias aéreas, press-releases, publicidade); o Recolher informação por observação da concorrência e análise dos seus produtos; o Recolher informação através das pessoas que fazem negócios com a concorrência; o Recolher informação através de recrutamento e empregados dos concorrentes. • Análise de Informações – A função que liga o consumidor, o cliente e o público ao profissional de marketing através da informação. Informação usada para identificar e definir as oportunidades e problemas de marketing; para gerar, definir e avaliar as ações de marketing; para visualizar a performance de marketing e melhorar a compreensão do processo de marketing. O processo de pesquisa de Marketing: • Definição do problema e pesquisa de objetivos o Pesquisa exploratória – Pesquisa de marketing para reunir informação preliminar que ajudará a melhor definir os problemas e a sugerir hipóteses. 69 o Pesquisa descritiva – Pesquisa de marketing para melhor descrever os problemas de marketing, tais como o potencial de marketing de um produto ou as características demográficas e as atitudes dos consumidores. o Pesquisa casual – Pesquisa de marketing para testar hipóteses sobre relações causa-efeito. • Desenvolvimento do plano de pesquisa o Determinar as necessidades de informação; o Reunir informação secundária; o Fontes de informação comercial; o Fontes de informação on-line; o Vantagens e desvantagens de informação secundária; o Planejamento do conjunto de informação primária: • Pesquisa qualitativa (mede-se uma pequena amostra dos hábitos dos consumidores) – pesquisa exploratória usada para descobrir as motivações, atitudes e comportamento dos consumidores. • Pesquisa quantitativa (fornece informação estatística de uma grande amostragem de consumidores) – envolve a escolha de informação por correio ou entrevistas pessoais de uma quantidade suficiente de clientes de forma a permitir análise estatística. o Aproximações à pesquisa: 70 • Pesquisa por Observação (coleta de informação primária pela observação de pessoas relevantes, ações e situações); • Sistemas de Dados de Fonte Única (sistema de monitorização eletrônica que ligam os consumidores expostos a publicidade televisiva e ao que estes compram nas lojas- isto é feito pelo uso de scanners saída das lojas); • Pesquisa Experimental (coleta de informação primária do tipos causal pela seleção de grupos de experimentais, dando-lhes tratamentos diferentes e avaliando as diferenças entras as repostas finais) • Métodos de contato: o Questionários postais; o Entrevistas telefônicas; o Entrevistas pessoais (Individuais/Grupo) o Coleta de informação na Internet o Apresentar o plano de pesquisa; o Implementar o plano de pesquisa; o Interpretar e reportar a informação recolhida. Estimativa da procura Mercado – O conjunto de atuais e potenciais clientes de um produto ou serviço; Indústria – Grupo de empresas que oferecem um produto, ou uma classe de produtos substitutos uns dos outros. Conjunto de todos os vendedores de um produto ou serviço; 71 Mercado potencial – Conjunto de consumidores que demonstram um certo interesse num Mercado disponível - determinado produto ou serviço; O conjunto de consumidores que estão interessados e têm acesso a um determinado produto ou serviço; Mercado disponível e qualificado; Mercado servido (alvo); Mercado penetrado. Medir a procura corrente de mercado • Estimar a procura total de mercado: o Procura primária: procura total (no conjunto de todas as marcas) de um determinado bem ou serviço. o Procura secundária: procura dirigida a um determinada marca de um certo produto ou serviço. • Estimar as vendas atuais e a quota de mercado: o Para além de estimar a procura total do mercado, a empresa pretenderá também saber as suas vendas no seu mercado específico. Assim, terá de identificar os seus concorrentes e estimar as vendas destes. • Estimar procura futura • A arte de estimar a procura futura por antecipação daquilo que os consumidores gostariam de fazer debaixo de determinadas condições. • Procedimentos para realizar previsão de vendas: 72 • o Previsão do ambiente econômico; o Previsão industrial; o Previsão das vendas da empresa. Todas as previsões são elaboradas tendo por base uma de três fontes de informação: o O que as pessoas dizem; o O que as pessoas fazem; o O que as pessoas fizeram. • Intenções dos consumidores; • Composição das opiniões da força de vendas; • Opinião de peritos (vendedores, distribuidores, fornecedores, consultores de marketing); • Método do teste de mercado (muito útil quando se pretende introduzir novos produtos ou utilizar novos canais de distribuição). • Análise time-series; • Tendência; • Ciclo; • Sazonalidade; • Indicadores principais; • Análise estatística da procura – conjunto de procedimentos estatísticos usados para descobrir os fatores reais mais importantes que influenciam as vendas. • Análise da informação; • Estudos internacionais. 73 3.3. CLASSIFICAÇÃO E ESTRATÉGIAS DE PRODUTOS E DE MARCAS Para criar uma estratégia que atenda às necessidades de um mercado – alvo os profissionais de marketing precisam ter em mente como o produto seria categorizado para a maioria dos consumidores, a fim de elaborar um composto de marketing adequado. Duas classificações básicas levam em consideração se o produto destina-se a consumidores ou a organizações e se ele é durável ou não – durável: 74 Estratégia por Categoria Os profissionais de marketing também encontram oportunidades ao mudar a categoria de seus produtos por meio de alteração de atributos, assim, por exemplo, um produto de conveniência pode transformar-se em um produto de compra comparada e pode ser vendido com mais lucro. A categoria dos produtos industriais também influencia o composto de marketing, onde os profissionais de marketing enfatizam vendas pessoais para ajudar os compradores a fazer a seleção correta principalmente quanto aos produtos mais caros e não rotineiros. 75 Os produtos industriais devem ser projetados de forma a ajudar seus compradores a criar valor para os clientes deles, bem como, devem ser projetados para ajudar os compradores a reduzir o custo de produção e aumentar a qualidade dos produtos finais (Ex.: produção de componentes montados que requerem menos peças móveis ou substituindo tecnologia). Classificação dos Produtos Industriais 76 Estratégia por Categoria As vendas pessoais costumam desempenhar um papel significativo quando se comercializa bens duráveis, que os consumidores esperam que dure um longo tempo, geralmente usados por pelo menos três anos. Ao contrário, os compradores de bens não duráveis geralmente dão mais importância à conveniência e variedade, onde os profissionais de marketing quase sempre concentram-se em torna-los prontamente disponíveis para os consumidores, numa variedade de estilos, cores ou sabores. 77 Ciclo de Vida do Produto As estratégias de marketing que funcionam bem para jornais não são as mesmas que funcionam para programas de busca na Internet. Uma das diferenças mais importantes é que esses produtos estão em diferentes estágios de seu ciclo de vida. Padrão de Vendas e de Lucros ao Longo dos Estágios 78 Limitações em Relação ao Ciclo de Vida do Produto que Requerem Cautela no seu Uso para o Desenvolvimento de Estratégias: • O período de tempo que um produto permanecerá em cada estágio é desconhecido e não pode ser previsto com precisão; • Não se pode prever quando um estágio terminará e o outro começará, a fim de adaptar as estratégias no momento apropriado; • Os profissionais podem apostar erroneamente, prevendo um momento de estágio e implementar a estratégia inadequada; • Eles podem cortar custos de promoção no momento errado e fazer o produto declinar, quando ele poderia estar vendendo bem se a promoção não tivesse sido alterada; • Nem todos os produtos percorrem o ciclo de vida da mesma maneira; • Por variações no ciclo de vida como: o Moda: estilo de produtos aceitos e populares, onde os definidores de tendências adotam o estilo seguido por um estágio de imitação; econômico ou de uso em massa (disponível por preços do mercado); e, de declínio (sai de moda); o Modismos: são produtos que experimentam um período intenso, porém de breve popularidade, que pode ser tão breve que poucos concorrentes têm a chance de tirar proveito do modismo. Podem repetir sua popularidade após longos intervalos. 79 Recomendações Gerais para o Desenvolvimento da Estratégia em cada Estágio do Ciclo de Vida do Produto 80 Difusão e Adoção de Produtos Os compradores que experimentam o produto no início de seu ciclo de vida tendem a ter características diferentes daqueles que compram mais tarde, sendo que, o comportamento dos primeiros compradores tende a influenciar aqueles que compram depois. Para criar estratégias que atinjam um grupo que comprará em um determinado momento é importante saber que diferentes tipos de clientes compram em diferentes estágios. Categorias de Adotantes no Processo de Difusão • Inovadores: são os primeiros a comprar um novo produto, quando são compradores organizacionais tendem a pertencer a organizações que procuram permanecer na linha de frente por meio do uso das mais recentes tecnologias e idéias; • Adotantes Iniciais: compram um novo produto se a experiência dos inovadores for favorável e influenciam o grupo seguinte; • Maioria Inicial: tendem a evitar riscos e fazer compras com cautela; • Maioria tardia: não só evitam riscos, como também são cautelosos e céticos com relação às novas idéias, compram quando o produto torna-se comum; • Retardatários: relutam em fazer mudanças e sentem-se confortáveis com produtos tradicionais, mas podem acabar comprando uma alternativa bem estabelecida. 81 82 Formas de Estabelecer Marcas e seus Valores Termos que Descrevem os Elementos de uma marca: Estratégias para tipos de Marcas: • Demonstrar que as marcas oferecem valor superior para contrapor-se à popularidade de marcas próprias; • Competir com marcas próprias e genéricas reduzindo o preço de seus bens de marcas. Razões para fazer marcas genéricas para competir com marcas próprias: 83 Ter capacidade de produção em excesso; Ter revendedores de marcas próprias ou genéricas fazendo pedidos maiores do que o previsto; Porque a escolha de não fabricar esses produtos não elimina a concorrência. Critérios de Seleção de uma Marca 84 Processo de Seleção de uma Marca 85 Proteção de uma Marca Registrada 86 Desenvolvimento e Administração do Valor de uma Marca Uma boa estratégia de estabelecimento de marca é importante, porque ajuda os profissionais de marketing a desenvolver e manter uma imagem positiva entre os compradores. As organizações podem aumentar as vendas com custos mais baixos construindo uma reputação de qualidade e valor, atraindo novos clientes e incentivando os já existentes, quanto à fidelidade em relação à marca ou em relação à experimentação de outros produtos da mesma marca. Outra estratégia, diz respeito às associações positivas de marca que podem persuadir as pessoas a dar à organização uma segunda chance quando ela comete um deslize ou encontra problemas. Elementos do Valor da Marca 87 Estratégias de Compostos e Linhas de Produtos Um composto de produtos pode ser composto de várias linhas de produtos, ou seja, grupos de produtos que compartilhem características, canais, clientes ou usos comuns. A estratégia de extensão de linha envolve acrescentar novos produtos a uma linha de produtos existente, em geral, novos sabores, modelos, tamanhos, etc. Formas de Estratégia 88 89 Questões para Decisão de Eliminar um Produto 90 3.4. ESTRATÉGIA LOGÍSTICA Embora a Logística já estivesse contemplada na Gestão da Produção como uma área operacional de decisão relacionada à Integração Vertical e ao Planejamento e Controle da Produção e de Materiais, somente nos últimos anos esta passou a ser vista como fonte de vantagem competitiva sustentável para a empresa. Michael Porter, em sua obra “Vantagem Competitiva” (PORTER, 1989), trouxe valiosa contribuição a este cenário, ao apresentar seu conceito de cadeia de valor, e classificar as atividades de logística de entrada e de saída como primordiais no alcançar da vantagem competitiva. Como o custo é um fator importante para que as empresas possam atuar de forma competitiva no mercado, uma análise da cadeia de valor e, conseqüentemente, da participação da logística na mesma, pode permitir redução dos custos diretos e indiretos da manufatura, tendo impacto positivo nos custos finais dos produtos (NOVAES, 2001). Não se restringindo apenas aos custos, CHRISTOPHER (1997) afirma que a estratégia logística tem potencial para auxiliar a organização a alcançar tanto a vantagem em custo / produtividade como a vantagem em valor e, desta forma, deve desempenhar papel importante no contexto da estratégia organizacional. “Logística é o processo de planejar, implementar e controlar o fluxo e armazenamento eficaz e eficiente de bens, serviços e informações do seu ponto de origem até o ponto de consumo, com o propósito de satisfazer os requisitos do consumidor.” (Council of Logistics Management) 91 “A missão da logística é levar os bens certos ao lugar certo, no momento certo, e na condição desejada, enquanto desempenhando a maior contribuição para a firma”. (BALLOU) “A estratégia de logística é como um padrão de decisões coerente, unificado e integrativo, que revela propósito das atividades de logística em termos de objetivos de longo prazo da empresa, programas de ação e prioridades de alocação de recursos. A estratégia de logística procura suportar ou atingir uma vantagem sustentada de longo prazo, por meio da resposta adequada às oportunidades e ameaças no ambiente da empresa”. (DORNIER) Para BOWERSOX & CLOSS (1997), o nível de serviço logístico apresenta três dimensões fundamentais: disponibilidade, desempenho operacional e confiabilidade. A disponibilidade significa possuir estoques para atender de forma consistente a demanda do consumidor pelos produtos da empresa. Embora as práticas mais comuns para se atingir altas disponibilidades impliquem na manutenção de estoques (e seus custos associados), nos desenvolvimentos em gestão e tecnologia vêm permitindo redução nos níveis de estoque e simultâneo aumento da disponibilidade. Neste aspecto do nível de serviço, três medidas são consideradas importantes: 92 • Freqüência de stockouts (faltas de estoque), que representa a quantidade de vezes em que a demanda por determinado produto foi superior a sua disponibilidade; • Fill rate (taxa de preenchimento), a proporção de pedidos que são completamente atendidos dentro de determinado tempo; e, • Pedidos embarcados completos, representado pela quantidade de vezes que a empresa dispõe de todos os produtos solicitados pelo consumidor. O desempenho operacional lida com o tempo transcorrido entre o recebimento do pedido e sua entrega, especificando o desempenho desejado em termos de velocidade, consistência, flexibilidade e falhas/recuperação. A velocidade representa o quão rápido o cliente recebe seus produtos, após a colocação do pedido. Tanto o custo logístico quanto a disponibilidade são afetados por esta dimensão do desempenho, uma vez que sistemas mais rápidos permitem redução nos estoques (e consequentemente no capital investido nos mesmos), mas também podem implicar maiores investimentos no sistema logístico em si. A velocidade do serviço deve ser mantida ao longo das diversas entregas realizadas pela empresa. Essa constância na velocidade de entrega é chamada pelos autores de “consistência”, sendo tão ou mais importante que a própria velocidade, uma vez que o planejamento das necessidades ficaria comprometido caso o cliente recebesse seus bens após dois dias em algumas oportunidades, e após duas semanas em outras. 93 A flexibilidade se refere à habilidade da empresa em lidar com requisições incomuns e não esperadas dos clientes. Eventos que tipicamente requerem flexibilidade logística são: • Modificações na composição básica dos serviços, como mudanças no destino para um único embarque; • Suporte de programas raros de vendas e marketing; • Introdução de novos produtos; • Interrupção gradual na venda de determinados produtos; • Interrupção de fornecimento; • Recall (devolução) de produtos; • Customização de serviço para clientes e mercados específicos, entre outros. Ainda sobre o desempenho operacional, independentemente de quão bem ajustado está o sistema logístico da empresa, falhas poderão ocorrer. Produtos poderão ser danificados, a documentação poderá estar imprecisa, etc. Desta forma, é necessário antecipar as falhas que podem acontecer, e elaborar planos de contingência para se recuperar das mesmas. O terceiro aspecto do serviço logístico abordado por BOWERSOX & CLOSS (1997) é a confiabilidade. Este aspecto engloba os atributos de qualidade de logística, sendo o cumprimento dos níveis planejados de disponibilidade e desempenho operacional um aspecto chave. Compreendendo a qualidade como o atendimento às necessidades do cliente, a qualidade logística depende: 94 • Do planejamento correto dos níveis de serviço a serem oferecidos, considerando que estes níveis devem ser realistas e refletir as particularidades dos diversos clientes e mercados; • Da medição abrangente do desempenho alcançado tanto em termos de disponibilidade quanto de desempenho operacional; • Da melhoria contínua, considerando que as ações de melhoria devem ser priorizadas de acordo com os resultados dessas medições. Uma vez identificado o nível de serviço a ser provido, deve-se utilizar as informações e definições elaboradas para pautar as decisões a serem tomadas no âmbito das diversas atividades compreendidas pela logística. BALLOU (1999) apresenta três áreas de planejamento dentro da logística, relativas à localização de instalações (projeto da rede), às decisões de estoques e ao transporte. Estas atividades logísticas constituem o que o autor chama de “triângulo da tomada de decisão logística”, e deveriam ser planejadas conjuntamente. Além destas três atividades, pelo menos mais duas áreas devem ser consideradas: • Armazenagem, manuseio de materiais e embalagem; e, • Gestão das informações logísticas. Estratégia de Estoques Os requisitos de estoque de uma empresa dependem da estrutura da rede e do nível de serviço ao consumidor: o objetivo é atingir o nível de 95 serviço desejado comprometendo o menor número possível de estoque, buscando o menor custo total. Tanto o excesso quanto a falta de estoques podem ser resultantes de deficiências no projeto da rede logística, e de práticas inadequadas de gestão. A lucratividade das empresas pode ser melhorada aumentando-se o volume de vendas ou reduzindo-se os custos de operação (aqui inseridos os estoques). Aumentos nas vendas podem ser possíveis se maiores níveis de estoque levarem a uma maior disponibilidade do produto e a níveis de serviço mais consistentes. No entanto, baixos níveis de estoque podem reduzir a freqüência na completude dos pedidos e resultar em perdas de vendas. Segundo BALLOU (1999), embora seja uma tarefa complexa, é essencial definir o nível de disponibilidade e os locais de estocagem para atender o nível de serviço adequado e não gerar perda de vendas. Estratégia de Transportes A estratégia de transportes é uma das principais atividades logísticas, na visão de FIGUEIREDO & WANKE (2001). Além de representar a maior parcela dos custos logísticos na maioria das organizações, o transporte tem papel fortemente relacionado ao valor em termos de tempo e lugar. Dado o objetivo da logística, o transporte é fundamental para que o produto certo seja entregue na quantidade certa, na hora e lugar certo, e ao menor custo possível. É necessário também ressaltar o forte inter-relacionamento entre a gestão de transportes e o projeto da rede. A escolha das instalações estabelece uma estrutura de rede que cria um arcabouço de necessidades de transporte e simultaneamente limita as alternativas possíveis. Em outras palavras, a 96 estrutura da rede criada (aliada à alocação de estoques) determina os pontos de origem e destino das rotas, cabendo à gestão de transporte tomar decisões quanto à propriedade da frota, ao modal de transporte, à roteirização e programação de veículos, e à consolidação de fretes. Estratégia das Informações Logísticas As atividades relativas à gestão das informações logísticas também possuem caráter estratégico fortemente relevante. Segundo SLACK et al (2002), a gestão da informação pode atuar reduzindo os estoques ao longo da cadeia de suprimentos, e minimizando o efeito “chicote” (aumento das distorções a montante da cadeia). Dentre as atividades concernentes a esta área, duas são de particular interesse: a previsão da demanda e o gerenciamento e processamento de pedidos. Estratégia de Armazenagem, Manuseio de Materiais e Embalagem Segundo STOCK & LAMBERT (2001), a armazenagem pode ser definida como a parte do sistema logístico da empresa que armazena os produtos (matérias-primas, peças, material em processo, e produtos acabados) nos pontos de origem de consumo (assim como entre eles), e provê informação sobre o status, condição e disposição dos itens estocados. Dentro dos armazéns, os produtos devem ser recebidos, movidos, organizados e montados de acordo com os requisitos do pedido dos clientes. Estas atividades, conhecidas por manuseio de materiais, podem ser amparadas 97 por uma série de dispositivos disponíveis para este fim: empilhadeiras, robôs, esteiras, veículos auto-guiados, etc. De forma a aumentar a eficácia e eficiência dos sistemas de armazenagem e manuseio de materiais, os diversos produtos podem ser combinados em unidades maiores e embalados. A embalagem desempenha várias funções no contexto logístico: acomodação dos produtos para transporte, proteção contra avarias e perdas, unitização de volumes, marketing do produto e da empresa, e disponibilização de outras informações importantes como código de barras, empilhamento máximo, etc. 3.5. ESTRATÉGIA DE PRECIFICAÇÃO “Precificação (Pricing ) é a atividade de marketing preocupada com a colocação de preços para novos produtos e o ajuste de preços para produtos existentes.” “A preficificação faz parte do composto mercadológico e, do pontode-vista do consumidor, é elemento inseparável do produto (bem ou serviço). É através dessa relação que o consumidor pode avaliar a relação custo-benefício ou, em outros termos, sua possibilidade de extrair valor do dinheiro que ele dispende.” 100 OFERTA P R E Ç O DEMANDA 0 QUANTIDADE 100 98 Estratégia de precificação é o elemento de tomada de decisão da empresa preocupada com o estabelecimento de preços que atrairão o mercado-alvo, permitindo assim alcançar os objetivos de lucro. Na definição de sua estratégia a empresa se defronta com algumas opções que irão orientar sua política, em termos de quais variáveis serão predominantes na sua determinação, a saber: • O cliente; • Os competidores; e; • Custos. OPÇÕES ESTRATÉGICAS CENTRADAS NO CLIENTE Nesse tipo de estratégia, a empresa tem como ponto-de-partida para determinação de sua política de preços o cliente, ou seja: consideram-se primordialmente os aspectos de capacidade da demanda, posição do produto no seu ciclo de vida e características comportamentais do consumidor envolvidas no processo de compra de um produto em particular. Opções Freqüentemente Usadas: Precificação de Penetração de Mercado Uma abordagem de precificação em que um fabricante estabelece um preço relativamente baixo para um produto na fase introdutória de seu ciclo de vida, com a intenção de construir participação de mercado. 99 Estratégia de Preço Alto Uma abordagem planejada de precificação, apropriada em situações de demanda inelástica, em que uma organização decide manter seus preços altos; as razões para tal estratégia podem incluir: desenvolvimento de um segmento super premium do mercado, abarrotamento na parte inferior do mercado ou o desejo de criar uma imagem de prestígio para o produto. Também denominada Precificação Premium. Precificação de Ordenha do Mercado Uma abordagem de precificação em que o produtor fixa um preço introdutório alto para atrair compradores com um desejo forte pelo produto e também dispõem dos recursos para comprá-los, e então, gradualmente, reduz o preço para atrair as camadas subseqüentes do mercado. Inclinção da Curva de Demanda para Baixo Um método de precificação, em que o preço inicial é fixado no nível mais alto possível, e então gradualmente reduzido para atrair ondas sucessivas de compradores, na medida em que a demanda diminui. Precificação de Prestígio A estratégia de precificação em que os preços são fixados em um nível alto, reconhecendo-se que preços mais baixos inibirão as vendas em vez de encorajá-las, e que os compradores associarão o preço alto para o produto com qualidade superior; também denominada Precificação pela Imagem. 100 Precificação Baseada em Valor Abordagem de precificação em que o preço de venda de um bem ou serviço é baseado na avaliação da companhia do valor mais alto do produto para o consumidor; isto é, em que o consumidor está disposto a pagar por isto. Precificação por Comparação Um método de precificação, em que o preço para um novo produto é fixado comparando os benefícios que ele oferece, comparado aos de outros produtos da mesma categoria. Precificação Retroativa da Demanda Método precificação em que os preços são fixados pela determinação do que os consumidores estão dispostos a pagar; então os custos são deduzidos. Um método de precificação em que uma estimativa é feita sobre preço que os clientes estão dispostos a pagar por um produto dado; este preço é então comparado ao custo por unidade para ver se vai de encontro aos objetivos de lucro da firma. Precificação Diferencial A estratégia de precificação em que uma companhia fixa preços diferentes para o mesmo produto com base em diferentes tipos de clientes, época da compra etc.; também chamado Precificação Discriminatória, Precificação Flexível, Precificação Múltipla e Precificação Variável. 101 Método de tentativa de ajuste de preço. Abordagem de precificação, baseada no comprador, em que o pessoal de vendas, testa as reações dos revendedores ao preço proposto de um produto a chegar, antes que uma decisão final de preço seja feita. Precificação por Produto Complementar A precificação de um produto no nível ótimo (de máxima aceitação pelo mercado), não importando considerações de custo ou lucro, de forma que a demanda por outro produto que é usado com ele possa aumentar e então maximizar os lucros de ambos os produtos juntos. Preço diferenciado Precificação de diferentes produtos em uma linha de produtos em vários níveis de preço, dependendo de seus tamanhos e características, para torná-los disponíveis a um leque maior de clientes. OPÇÕES ESTRATÉGICAS CENTRADAS NOS COMPETIDORES As estratégias de precificação orientadas para a competição, consistem no conjunto de métodos em que a empresa determina o preço de seus produtos levando em consideração mais os preços de produtos semelhantes praticados por seus competidores (principalmente quando se trata de competidores poderosos) que por considerações de demanda do consumidor ou de custo de produção. A força motriz dessa estratégia de precificação é basicamente a ação da concorrência. 102 Estratégia de Precificação Siga-o-Líder Uma estratégia de precificação adotada por firmas que copiam os preços praticados pelo líder de mercado. Precificação para Afastar Novos Competidores Prática de precificação bem comum em situações de mercados oligopolísticos, em que as maiores empresas do mercado mantêm preços muito baixos para desencorajar competidores pequenos e deste modo proteger suas próprias participações de mercado. Precificação Indiferenciada Prática de precificação em que a empresa procura manter preços de mercado semelhantes aos de seus competidores principais, de modo a desencorajar a eclosão de "guerras de preço". Nesse tipo de competição as empresas buscam ganhar participação de mercado através da prestação de serviços ou da criação de outros diferenciais de marketing, que não o preço. Precificação Predatória A prática de precificação pela qual uma companhia espera inibir ou eliminar a competição cobrando preços mais baixos que os preços normais de seus produtos em determinadas regiões geográficas. 103 OPÇÕES ESTRATÉGICAS CENTRADAS NOS CUSTOS As estratégias de precificação orientadas para custos, consistem no conjunto de métodos em que a empresa determina o preço de seus produtos levando em consideração principalmente os aspectos de custos de produção e distribuição, bem como as expectativas de retorno financeiro. Precificação Baseada em Custo Total Estratégia de precificação em que todos os custos variáveis relevantes e a parte total de custos fixos diretamente atribuíveis ao produto são usados para estabelecer seu preço de venda. Precificação com Base no Incremento de Custos Abordagem em que o preço de todas as unidades adicionais produzidas, após descontados os custos fixos de produção, é baseado no custo variável ao invés do custo total. 104 Meta de Retorno sobre o Investimento Método de precificação que busca a realização de um retorno sobre o investimento desejado. Nesse método, uma fórmula é usada para calcular o preço a ser estabelecido para o produto, de modo a retornar um lucro desejado ou taxa de retorno sobre o investimento, assumindo que uma quantidade particular do produto seja vendida. Precificação de Custo Adicionado (Markup) Um método simples de precificação em que uma quantia ou porcentagem especificada, conhecida como margem padrão, é adicionada ao custo da unidade de produção ou de aquisição de um artigo para determinar seu preço de venda. Precificação pelo Custo Médio Método de precificação em que um markup para lucro é adicionado ao custo médio de produção ou de aquisição. Precificação baseada na Curva de Experiência A precificação de um produto em nível mais baixo que seu custo médio, na crença de que o custo diminuirá na medida em que a experiência de produção aumente. 105 Maximização de Lucro a Curto Prazo Objetivo de precificação, em que uma firma visa gerar tanto lucro quanto possível, tão depressa quanto possível; a máxima penetração de mercado e considerações de lucro a longo prazo são ignoradas. SITUAÇÕES ESPECIAIS DE PRECIFICAÇÃO Licitação Método de precificação em que organizações vendedoras entram em competição por um comprador. Normalmente a oferta vencedora é a de melhor preço. Prática determinada por legislação em vendas governamentais. Precificação Orientada para o Controle Sistema de precificação em que o preço do produto é controlado pelo governo ou por algum outro órgão de regulamentação. Ainda é o caso dos preços de medicamentos ao consumidor no Brasil, onde é estabelecido o Preço Máximo ao Consumidor. Em decorrência dessa política, as margens são calculadas pelo método "markdown" (de cima para baixo) e a competição de preços centram-se nos descontos em relação ao Preço Máximo. ASPECTOS DE DISTRIBUIÇÃO E LOGÍSTICA QUE AFETAM A PRECIFICAÇÃO Para empresas que trabalham em mercados amplos: internacional, nacional ou regional, as considerações sobre custos de distribuição e logística na determinação dos preços, são de importância crucial. 106 Determinar um preço único significa penalizar o consumidor próximo e subsidiar o consumidor distante. Determinar o preço de forma centralizada pode significar perder competitividade em face de competidores locais em pontos mais remotos. Assim, aspectos como centralização e flexibilidade são considerações obrigatórias para esse tipo de empresa. Abaixo se discriminam algumas práticas que, muitas vezes, são determinadas pelo próprio tipo de atividade. Precificação baseada na Distribuição Método usado na precificação, projetado para recuperar ou compensar os custos associados com a remessa de bens para os clientes distantes. Precificação a partir de um Ponto Básico Método de precificação em que são cobrados dos clientes os custos de frete a partir de um ponto básico; o ponto básico pode ser arbitrariamente escolhido, mas a localização da fábrica da companhia ou de sua central de distribuição são comumente usadas. Precificação de Absorção de Frete Método de precificação em que o fabricante absorve parte ou todos os custos de frete envolvidos no transporte dos bens para os clientes. Na verdade, embora o custo da distribuição não esteja explicitado no preço, com certeza ele é pago pelo cliente. 107 Precificação na Entrega Método de precificação em que o preço final para o comprador é ajustado de modo a incluir os custos de transporte. O vendedor fica com a responsabilidade de providenciar a entrega, mas adiciona o custo ao preço cotado. ASPECTOS DE PRECIFICAÇÃO LIGADOS AO MARKETING GLOBAL Abordagem Adaptativa de Precificação Abordagem comum no marketing global em que uma organização permite uma afiliada ou subsidiária determinar o preço mais desejável, desde que lucrativo, em sua própria região. Também denominada Abordagem Policênica. Abordagem Geocêntrica da Precificação Abordagem para precificação global em que companhias afiliadas ou subsidiárias fornecem informações sobre as condições de mercado local e a corporação então determina os preços de modo a maximizar os lucros em cada mercado nacional. Abordagem da Extensão de Precificação Abordagem para precificação global em que uma empresa determina um preço único para seus produtos em todo o mundo e espera que os 108 compradores paguem quaisquer frete e custos adicionais de importação que se apliquem. NOMENCLATURA USUAL DA PRECIFICAÇÃO No comércio internacional existem práticas consolidadas de precificação, normalmente conhecidas pelas suas siglas. A seguir discriminase as mais usuais. CIF - (Cost, Insurance and Freight) Precificação de Custo Seguro e Frete Uma prática de precificação comum em exportações; o preço cotado para o comprador inclui custo, seguro e frete. C&F - (Cost and Freight) Precificação de Custo e Frete Prática de precificação também usual em exportações; o preço cotado para o comprador inclui o custo e o frete, ficando o seguro por conta do comprador. FIS - (Free In Store) Precificação até o Ponto de Destino Método de precificação em que o produtor é responsável por todo frete e custos de entrega; os bens solicitados são entregues livres de frete para o cliente. 109 FOB - (Free On Board) Precificação Livre a Bordo Método de precificação em que o produtor absorve apenas os custos envolvidos até a entrega dos bens "livre-a bordo", ou seja: até o ponto de despacho de um transportador local. Nesse momento a propriedade dos bens passa para o comprador, que é responsável pelo remanescente dos custos de frete e seguro. FAS (Free Alongside Ship) Livre no Porto Método de precificação em que o fabricante paga os custos de frete até o porto. Os custos associados com carregamento, transporte e seguro são absorvidos pelo comprador. ASPECTOS TÁTICOS DA PRECIFICAÇÃO Na competição diária de mercado um dos elementos mais usados para atrair a atenção do consumidor é exatamente o aspecto do preço. De todos os elementos do composto mercadológico é aquele mais facilmente manipulável. Torna-se então a precificação uma das armas táticas mais usadas pelas empresas, no sentido de criar diferenciais competitivos. Reduções de preços são dirigidas para: • Realizar vendas; ou, • Aumentar, manter ou recuperar participação de mercado. Em todos esses casos, deve-se considerar o aspecto da elasticidade preço da demanda. Ou seja: reduções de preços de produtos que não resultem 110 em um aumento mais que proporcional nas vendas, irão, certamente, corroer as margens de lucro da empresa. Abaixo se discrimina algumas das práticas mais usuais nas táticas de precificação. Precificação de Líder de Perda Consiste na precificação de um produto abaixo do custo, para atrair compradores para um ponto de varejo, na expectativa de que eles comprarão artigos adicionais a preços normais. Precificação com Ímpares Método de precificação de forma que todos os preços terminem em um número ímpar, como: $19.99, $9.95. Tem grande efeito psicológico sobre os clientes, desde que os números ímpares se associam com uma noção de "não totalidade", parecendo assim mais baixos que os preços determinados com terminações pares, que parecem maiores. Precificação "Isca" Anunciar um artigo a um preço irrealmente baixo como "isca" para atrair clientes a um ponto de venda. Precificação de "Isca" e Troca Anúncio de um artigo a um preço irrealmente baixo como "isca" para atrair clientes para um ponto de venda e então tentar dirigí-los para artigos de preço mais alto. 111 Empacotamento A prática de oferecer dois ou mais produtos diferentes em um pacote único a preço especial. Precificação por Unidades Múltiplas Oferta de um preço mais baixo por unidade pela compra de duas ou mais unidades do mesmo produto, quando compradas conjuntamente. Precificação Promocional A precificação temporária de bens e serviços em níveis mais baixos que os normais, para facilitar um esforço especial de promoção. Precificação para Evento Especial Redução de preços, em lojas de varejo, em certos períodos do ano (por exemplo: logo após grandes períodos de vendas, como o Natal) com o objetivo de atrair clientes nos períodos de vales que se seguem a esses picos de vendas. ASPECTOS ÉTICOS DA PRECIFICAÇÃO Em muitos casos ocorrem as práticas de táticas de precificação em que as empresas se utilizam de artifícios de natureza ética e legal duvidosa no sentido de realizar vendas. Tais táticas se demonstram perigosas ao longo do tempo, pois tendem a colaborar para deteriorar a credibilidade, e 112 conseqüentemente, a imagem da empresa no mercado. A seguir são listadas algumas dessas práticas. Precificação Fictícia Prática pouco ética, possivelmente ilegal, de anunciar uma redução de preço (por exemplo: de $99,99 por $49,99) quando, de fato, não houve nenhuma redução do mesmo. Muito utilizada em falsas "liquidações". Precificação Enganosa A precificação de bens e serviços de modo a levar o cliente a ser enganado. Ocorre quando a quantidade de produtos anunciados àquele preço é tão pequena, que leva a maioria dos consumidores à frustração pela inexistência em estoque, por exemplo. Preço Maquiado Uma técnica de precificação monopolística em que o vendedor aproveita-se da falta de competição para colocar preços muito altos com relação aos custos dos produtos. Discriminação de Preço Estratégia de precificação, geralmente ilegal, em que um vendedor cobra preços diferentes, a intermediários de marketing, pelo mesmo produto. 113 Venda Casada Prática em que uma empresa (normalmente fabricante ou distribuidor) que tem um produto de alta demanda se aproveita desse fato para forçar o comprador (normalmente varejista) a adquirir uma certa quantidade de produtos sem rotação, como condição de realização da venda. PROCESSO DE PRECIFICAÇÃO 3.6. FORMAS ESTRATÉGICAS DE PROMOÇÃO E PROPAGANDA Propaganda Os anúncios são mais do que slogans atraentes, pois fornecem informações importantes para a audiência-alvo, como o nome e o local de um bom restaurante, as vantagens de um novo produto ou o horário de uma exposição em cartaz num museu de arte. Para influenciar as percepções e o comportamento do cliente, geralmente os profissionais de marketing utilizam palavras, figuras, ações, 114 imagens e símbolos. Em geral, as mensagens da propaganda contêm vários tipos de apelos. Um apelo racional focaliza os benefícios mensuráveis de se escolher o produto ou marca e são também comuns em anúncios de produtos organizacionais que poderiam ajudar uma companhia a ser mais eficiente. 115 116 Tipos, Vantagens e Desvantagens das Principais Mídias 117 118 119 120 121 122 123 Promoção de Vendas 124 Promoções ao Consumidor 125 Promoções ao Comércio 126 127 128 Publicidade 129 130 131 132 133 Como Administrar o Processo de Propaganda