O PROCESSO DE FORMAÇÃO DE PREÇO DO SUPERMERCADO DANY1 GABBI, Jones2; NORO, Greice de Bem3; BIRRER, Ana Giovaneta Bolson4; KNEIPP, Renata5; TEIXEIRA, Davi6; NUNES, Rodrigo Ferreira7; JUNIOR, Telmo Antonio de8 1 Trabalho de Pesquisa _UNIFRA Curso de Administração do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA), Santa Maria, RS, Brasil 3 Curso de Administração do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA), Santa Maria, RS, Brasil 4 Curso de Administração do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA), Santa Maria, RS, Brasil 5 Curso de Administração do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA), Santa Maria, RS, Brasil 6 Curso de Administração do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA), Santa Maria, RS, Brasil 7 Curso de Administração do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA), Santa Maria, RS, Brasil 8 Curso de Administração do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA), Santa Maria, RS, Brasil E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected] 2 RESUMO Com a concorrência cada vez maior em todos os setores, torna-se necessária a definição de estratégias competitivas para que a organizações sobrevivam em suas atividades e, uma das principais ferramentas que mantém laços próximos dos consumidores alvos de uma organização é a formação de preço. Através do preço, pode-se definir e controlar variáveis imperiosas para a organização, como liquidez e participação de mercado. Por tudo isso, o processo de precificação é de suma importância para a vitalidade organizacional. Com base nestas premissas, este estudo teve como finalidade, Analisar o processo de formação de preço do Supermercado Dany de Faxinal do Soturno. No que tange aos procedimentos metodológicos, o presente estudo classifica-se como uma pesquisa qualitativa. De acordo com os objetivos, o estudo pode ser classificado como exploratório e descritivo, quanto aos procedimentos técnicos, por sua vez, configura-se como um estudo de caso. Palavras-chave: Marketing; Mix de marketing; Precificação. 1. INTRODUÇÃO O varejo vem assumindo uma importância crescente no panorama empresarial no Brasil e no mundo, e é certamente umas das atividades empresariais que atravessa maior ritmo de transformação, respondendo às modificações do ambiente tecnológico, econômico e social em que está inserido (PARENTE, 2000). Neste sentido, para se manter ativas e competitivas, as empresas varejistas precisam adotar estratégias de formação de preços eficazes, pois o preço é a ferramenta gerencial que mais rapidamente afeta a competitividade, o volume de vendas, as margens e a lucratividade das empresas. Por tudo isso, a correta precificação de produtos e serviços é uma importante atividade ligada a pontos essenciais e vitais das organizações. Com o mercado cada vez mais globalizado e competitivo, as empresas necessitam atuar de maneira ágil e flexível para responder às novas demandas do mercado. A necessidade de um bom planejamento estratégico na formação de preço é ainda maior nos dias de hoje, especialmente quando a atuação é mais próxima do consumidor final, como no caso do comércio varejista. 1 Tendo em vista o tema apresentado, o objetivo geral do presente estudo foi analisar o processo de formação de preço do Supermercado Dany de Faxinal do Soturno. O estudo tem justificativa amparada na constatação de que, a realidade atual é de uma era de transformações rápidas, com profundos reflexos em todas as dimensões da vida social e econômica, sendo que a globalização da economia, crescente concorrência, rápida obsolescência tecnológica, mudanças culturais, políticas e econômicas tem gerado uma complexa gama de oportunidades e desafios para as organizações empresariais. Todas as organizações precisam buscar incessantemente uma maior flexibilidade e competitividade, para que consigam manter-se e desenvolver-se. Neste contexto, é imprescindível que empresas varejistas pratiquem uma gestão empresarial baseada em valores e necessidades adequados, ainda mais com a proximidade existente com o cliente consumidor. Este estudo também visa contribuir para a área de estudo pois este estudo terá como finalidade, ampliar o conhecimento e identificar resultados de pesquisas sobre o processo de formação de preço e as particularidades do varejo neste processo. 2. MARKETING “O marketing é uma atividade de negócios complexa e integrada, responsável por decisões relacionadas como projeto, preço, comunicação e distribuição do produto.” (SEMENIK & BAMOSSY, 1995, p. 3). De acordo com Kotler (2001) marketing é um processo social por meio do qual pessoas e grupos de pessoas obtêm aquilo de que necessitam e o que desejam com a criação, oferta e livre negociação de produtos e serviços de valor com outros. Assim, o marketing pode ser considerado como a tarefa de criar, promover e fornecer bens e serviços a clientes, lidando com a identificação e o atendimento das necessidades humanas e sociais. Camargo (2009) difere especificamente o marketing de varejo do tradicional, focado em aspectos da marca e do produto, pois o marketing de varejo tem como principal diferencial a comunicação com o consumidor no qual descreve pouco sobre os produtos em si, preocupando-se principalmente em destacar uma ocasional oferta ou preço promocional. Neste contexto Las Casas (2004) afirma que o varejo é importante elemento de marketing que permite criar utilidade de posse, tempo e lugar. Além da relevante importância mercadológica e econômica, pelo qual as empresas comercializam produtos e serviços diretamente ao consumidor, girando a economia e criando empregos. À medida que as empresas varejistas se expandem, passam a adotar avançadas tecnologias de informação e de gestão, e desempenham papel cada vez mais importante na modernização do sistema de distribuição e da economia (PARENTE, 2000). 2 O marketing ostenta uma rica variedade de conceitos e ferramentas e, na visão de Kotler (2001, p. 37) “profissionais de marketing utilizam diversas ferramentas para obter as respostas desejadas de seus mercados-alvo”. Essas ferramentas constituem o mix de marketing, também conhecido como compostos de marketing, por se tratar do conjunto de elementos que compõem as atividades de marketing (TORRES, 2008). Kotler (2001) reforça que decisões de mix de marketing devem ser tomadas para que se exerça influência sobre os canais, bem como sobre os consumidores finais. Segundo Godoy e Nardi (2006) o composto de marketing foi classificado em quatro grandes grupos amplos denominados 4 Ps do marketing, a saber: produto, preço, praça e promoção. • Produto refere-se ao objeto de venda da empresa, algo físico, bem como um serviço. Este produto ou serviço é a alma do negócio, o inicio da cadeia sem o qual não existiria os outros Ps. • Preço é um dos fatores que situa o produto no mercado, uma fonte de recursos, através do cruzamento de informações de potencial de compra ou disposição de compra, público-alvo mais custo fixo, custo variável e margem de contribuição. • Praça é a maneira de realizar a decisão das vendas diretamente, através de lojas próprias e vendedores treinados ou de intermediários, lojas especializadas que distribuirão e representarão a empresa perante o mercado consumidor. • Promoção, de acordo com Las Casas (2004), significa a comunicação com o mercado, com o objetivo de gerar tráfego de clientes, através de várias técnicas como promoção de mercadoria, programas educacionais, prêmios e concursos entre outros. Através da exploração das carências que não estejam sendo exploradas pelo setor varejista as empresas devem procurar orientar a utilização do mix de marketing através dos 4 P’s, a fim de maximizar os resultados diante dos consumidores (GODOY e NARDI, 2006). 2.1 Preço Preço para Coelho (2009, p. 07) “é a expressão monetária do valor de um produto ou serviço, podendo ser amplamente definido como o elemento mais flexível do composto de marketing“. Na concepção de Godoy e Nardi (2006) o preço é o P do mix de marketing que mais envolve administradores e consumidores, já que sua característica principal e seu diferencial em relação ao restante do mix é o fato dele gerar receita. Enquanto que os outros itens, em contrapartida, só geram custos para a organização. Las Casas (2004) considera que para obter o retorno do investimento em mercadorias é preciso adotar uma política eficiente de preços. Os preços são expressivos componentes do composto de marketing para a formação de imagem, no qual podem ser 3 adotadas distintas políticas de preços, por exemplo, produtos que visam atingir um segmento da população de nível de renda mais alto, pode ter uma política que objetiva tão somente criar status. O autor salienta que no varejo geralmente tem-se a possibilidade de administrar os preços com maior freqüência. Mercadorias têm seus preços aumentados e reduzidos conforme uma série de fatores, seja para enfrentar concorrências, atender demandas, ou outro qualquer, mas de modo geral sempre seguindo as leis do mercado, da oferta e da procura. Diferente de outras decisões, como localização, apresentação, promoção, mix de produtos e atendimento, a decisão de preço é a que mais afeta a competitividade, o volume de vendas, as margens e a lucratividade das empresas varejistas (PARENTE, 2000). Para Coelho (2009), no que diz respeito à precificação, ela pode apresentar três abordagens: • Formação de preço baseada em custos: precificação adotada com a intenção de obter lucro compatível com os investimentos e, portanto, obter receita que cubra os custos operacionais e gerar um lucro; • Formação de preço baseada em percepção de valor: identificada como precificação em função do cliente, esta abordagem é independente dos custos dos produtos, desta maneira busca-se mensurar quanto os clientes estão dispostos a pagar em troca de um bem ou serviço. O custo é irrelevante para a determinação do preço, serve apenas para conhecermos o nível de lucratividade de cada produto (ZORNIG, 2007); • Formação de preço baseada na concorrência: a tomada de decisão dos consumidores está intimamente ligada à simples comparação do preço de um produto com outro do concorrente. Com isso, a empresa estabelece seu preço em um patamar acima, igual ou abaixo ao preço de seu concorrente. De acordo com estudo realizado por A. T. Kearney (2004, p. 2) define que além da precificação baseada no valor do produto ou serviço, as demais abordagens mais comuns para precificação, admitindo que as duas apresentem falhas óbvias, pois ambas desconsideram o “valor do valor”: a primeira se baseia em custos e, em geral, parte de uma questão-chave: “Qual preço cobre nossos custos com uma margem razoável?”. Apesar de prudente do ponto de vista financeiro, essa estratégia é falha, uma vez que a definição dos custos fixos depende do volume de vendas – que, por sua vez, também está associado à questão do preço. A segunda abordagem, chamada de “precificação competitiva”, busca responder à pergunta: “Qual é o preço permitido pelo mercado?”. Assim, estabelecem-se os preços dos produtos e serviços levando-se em conta o que os concorrentes cobram. Esse método, além de reforçar a noção de que produtos são commodities, 4 tem as desvantagens adicionais de estimular guerras de preços e de deixar o setor à mercê dos fornecedores de menor custo. Quanto aos objetivos dos preços Las Casas (2004) é categórico ao afirmar que entre os mais comuns estão retorno de investimento, fatia de mercado e fluxo de caixa. • Retorno de investimento: ao investir em estoque a primeira preocupação do comerciante será com seu retorno, para poder estimar os lucros. Por isso, os investimentos dependem da expectativa de vendas e da situação do mercado financeiro. É comum que compras varejistas sejam reduzidas de acordo com a situação econômica. Para Parente (2000, p. 162) “a otimização de lucros é um dos objetivos principais de qualquer empreendimento varejista”; • Fatia de mercado: é expresso em termos da posição relativa de vendas da empresa, em relação ao volume de vendas conseguido por todos os concorrentes em uma determinada região (PARENTE, 2000). Las Casas (2004) expõe que isto é mais freqüente em grandes empresa, nas pequenas e médias dificilmente é adotado, pois, dependendo da estrutura mercadológica, fica complicado determinar o nível de concorrência e os respectivos faturamentos; • Fluxo de caixa: segundo Las Casas (2004) fluxo de caixa são os pagamentos e os recebimentos efetivos de dinheiro para a empresa. Ainda de acordo com o autor, os preços são importantes na geração de caixa, uma vez que tudo vai depender da política de preços adotada que pode causar aumento ou redução. Em relação às políticas de preço, Parente (2000) expõe que os varejistas precisam definir e decidir em que colocação ficarão os preços de suas lojas: acima, abaixo ou equivalente aos preços de mercados. Independentemente da política escolhida, seja ela orientada pelo mercado, ou pelos custos, em determinadas situações, a empresa deverá considerar os fatores adicionais para definir o preço final (SOUZA et al., 2006). Já para Las Casas (2004) ele acrescenta outras políticas de preços para orientar as decisões varejistas. • Preço único: o preço é o que está marcado na mercadoria ou em uma lista de preços, não havendo negociação ou barganha, e todos os consumidores pagam os mesmos preços para as mesmas mercadorias; • Preço negociado: neste caso há margens para negociação e os varejistas negociam os preços com os clientes; • Preço de linha: é comum varejistas comercializarem linhas diversificadas de produtos, que apresentam preços muito próximos uns dos outros. Algumas mercadorias como alimentos e produtos de higiene não se ajustam ao preço de linha; 5 • Loss leader: esta política determina a redução de certos itens com o objetivo de atrair consumidores, dos quais se espera que comprem também os produtos de preços regulares; • Redução automática: ocorre quando o varejista faz uma previsão de redução caso não venda; • Preços psicológicos: preços elaborados com o objetivo de dar a idéia, aos consumidores, de redução: ex: preços como R$ 19,80 e R$ 9,99; • Preços com estímulos: estimular a compra dos consumidores através de brindes, jogos ou cupons de desconto. Outro aspecto influenciador na precificação, segundo Assef (2001) é a estrutura tributária, que em nosso país é extremamente complexa e de fundamental importância. Pois vários impostos são correlacionados diretamente aos preços de venda praticados, porém deve-se distinguir corretamente tributos de encargos sociais, o que não raro são confundidos. Os tributos incidem sobre o faturamento ou os lucros, já os encargos sociais sobre a folha de pagamento. Portanto, na formação de preço deve ser levado em conta apenas os tributos considerados custos variáveis, ao contrário dos encargos que são custos fixos. Para Bruni e Famá (2002, p.289): A compreensão dos custos e, sobretudo, dos preços e das margens de lucro requer análise cuidadosa dos tributos incidentes sobre a operação. Embora os impostos não sejam registrados contabilmente nos custos dos produtos, já que possuem mecânica própria de registros e compensação, são muito importantes no processo de formação de preços. Outra estratégia possível, mas não recomendada mercadologicamente, é a precificação a partir da margem de contribuição desejada. O preço de venda com base no conceito de margem de contribuição pode ser realizado levando em consideração a analise do mercador de atuação em que a empresa esta inserida ou ainda, definindo a margem de contribuição real objetivada (ASSEF, 2001). Margem de contribuição é conceituada como diferença entre receita e soma dos custos e despesas variáveis (MARTINS, 1998 apud OLIVEIRA, 2005). Autores como Bruni e Famá (2002) definem que preço com base na taxa de retorno exigida sobre o capital investido pode ser outro método usado para estimar preço, baseando-se em taxa predeterminada de lucro sobre o capital investido. Considerando ainda os métodos e estratégias de precificação os autores afirmam que muitas vezes pode-se empregar também o chamado Mark-up, do inglês marca acima, índice que permite a obtenção do preço de venda aplicado sobre os gastos de determinado bem ou serviço. Mark-up é aplicado sobre o custo de um bem ou serviço para a formação do 6 preço de venda, tendo por finalidade cobrir os impostos sobre vendas, taxas variáveis sobre vendas, despesas administrativas fixas, despesas de venda fixa, custos indiretos de produção fixos e lucro (SANTOS, 1995). Neste contexto Zornig (2007) defende que, mesmo que ocorra o fato de que duas estratégia de preços são mais difundidas hoje no mercado ficam a quem da possibilidade de otimizar os lucros, que são o percentual de Mark-up e a lucro pretendido, os preços deveriam ser formados através do valor percebido pelo cliente em conjunto com sua disposição e disponibilidade de recursos. Entretanto, por vários motivos como economia de escalas, estratégias de marketing, controles e outros, se torna pouco prático oferecer preços diferenciados para cada cliente. No que se refere à participação de mercado, Nueno (2002) afirma que o preço é, cada vez mais, elemento-chave da estratégia competitiva. Relacionado com as finanças, marketing e as vendas o preço pode ser o responsável por aumentar ou reduzir a participação no mercado. Dependendo da decisão de curto ou longo prazo deve-se usar estratégias diferentes de preços. No longo prazo costuma-se utilizar a estratégia de desnatação, isso é, fixar preços altos ao lançar um novo produto e depois baixar à medida que obtêm mais clientes. No curto prazo a estratégia adotada é a de penetração, que consiste em não cobrar um preço elevado dos primeiros clientes e sim dos clientes que ingressarem mais tarde que pagarão mais. Por tantos fatores influenciadores, é difícil afirmar a existência de uma maneira absoluta que defina formação de preços dos produtos e/ou serviços. Isso porque uma empresa dependendo da circunstância mercadológica, de oportunidades e sazonalidade calculará valores distintos para um mesmo produto (COELHO, 2009). Entretanto, ainda de acordo com o autor, a dinâmica da formação de preços exige que o gestor compreenda os processos internos da empresa, tenha sensibilidade de interpretar como seu cliente entende valor, o quanto isso está correlacionado com a estrutura de mercado e com o ciclo de vida do produto, e ainda tentar alinhar o valor cobrado com a estratégia da empresa, com isso, garantindo rentabilidade suficiente para a manutenção das operações. 3. METODOLOGIA Este presente estudo caracteriza-se como uma pesquisa de natureza qualitativa, que de acordo Severino (2007) método que faz referência mais a seus fundamentos epistemológicos do que propriamente a especificidades metodológicas, e exploratória e descritiva quanto aos objetivos. A pesquisa é exploratória e descritiva, por ser orientada para descobertas e devido ao pequeno volume de informações acumuladas sobre o tema 7 preços no varejo e ter como objetivo descrever as características de determinado fenômeno, no caso, o processo de formação de preços em uma determinada empresa. Quanto aos procedimentos técnicos à pesquisa caracteriza-se como um estudo de caso que, segundo Severino (2007) estudo de caso é uma pesquisa que se concentra no estudo de um caso particular, sendo a coleta dos dados e sua análise similares as formas de pesquisas de campo, em geral. Como plano de coleta de dados, inicialmente, realizou-se uma pesquisa bibliográfica e um estudo de trabalhos recentes (livros, teses, artigos, etc.) em bibliotecas de universidades, em anais de congressos e na Internet. Posteriormente, foi definida a unidade de análise do estudo de caso que foi a empresa denominada “Supermercado Dany”. Para a coleta de dados, utilizados na pesquisa utilizou-se de entrevista estruturada, de acordo com o formulário estruturado, além da análise de documentos da organização em estudo. Após a coleta os dados foram interpretados e analisados sob a ótica qualitativa. 4. ANÁLISE DOS RESULTADOS Para responder os objetivos propostos por este trabalho, foi realizado uma entrevista, com o responsável pelo processo de precificação da empresa Supermercado Dany, composta por um formulário com 4 questões abertas. A aplicação do formulário visou à realização de uma análise no processo de formação de preço da empresa. Além da entrevista realizou-se uma análise in loco e documental para o levantamento de informações relevantes sobre a empresa. O Supermercado Dany é uma empresa familiar do setor varejista localizada na cidade de Faxinal do Soturno na região central do Rio Grande do Sul. Fundado no ano de 1990, com Razão Social Sarzi & Rossato Ltda, passou por algumas alterações como quadro societário, endereço e área física. Atualmente possuí Razão Social denominada Nelci Sarzi & Cia Ltda e é composto por quatro sócios, que são: Nelci Antonio Sarzi, Lucilda Sarzi Sartori Sarzi, Carlize Sarzi Sartori Sarzi e Daniel Sarzi. Treze colaboradores formam o quadro de funcionários que é composto por caixas, motoristas, repositores, açougueiros, auxiliares de padaria, padeiro e serviços gerais. Não existe formalmente um cargo administrativo, sendo a função financeira responsabilidade de um dos sócios e a contabilidade é feita por um escritório contábil terceirizado. Em mais de 20 anos de atuação no mercado nunca houve registros de que tenha passado por crises financeiras ou qualquer problema de outra natureza. Quanto a área de marketing da empresa, constatou-se que ela não possui área de marketing formal. Está localizada na cidade de Faxinal do Soturno, cidade da Quarta 8 Colônia de imigração italiana no centro do estado do Rio Grande. A empresa atua na venda de produtos diversificados, mas como principais os produtos alimentícios e sua distribuição ocorre através de instalação física própria e abastecimento da demanda do município e da região. A estratégia de comunicação adotada pela empresa são principalmente através de mídia local e patrocínio de eventos. Com base na entrevista realizada com o responsável pela formação de preço, constatou-se que a formação de preço da empresa é baseada tanto em percepção de valor, pelo cliente, quanto na concorrência. Porém, a predominância é o preço baseado nos custos, onde se busca recuperar os valores investidos e obter lucro para que possa dar continuidade ao ciclo de estoque e rentabilidade organizacional. Quanto às políticas de preços utilizadas, a empresa adota políticas variadas e de acordo com as necessidades, demanda e oportunidades, que podem ser influenciados por fatores como sazonalidade, controle de estoque, fluxo de caixa, fornecedores entre outros. Em relação aos principais objetivos da empresa com a formação de preço, destacase retorno de investimento, pois tem-se a necessidade de cobrir os custos com mercadorias e fluxo de caixa, que através de pagamentos e recebimentos dá o suporte necessário para os negócios da empresa. Já em relação aos métodos empregados para a formação do preço, a empresa busca sempre métodos convencionais e bastante difundidos no setor varejista. Tenta sempre explorar uma determinada margem de contribuição em que o preço de alguns produtos defenda outros pouco significativos em relação rentabilidade, pois, só assim é possível manter diversas linhas de produtos como é o caso do ramo supermercadista. 5. CONCLUSÃO O processo de formação de preço por ter estreita relação e ligação entre as áreas de marketing e finanças é considerado uma das principais ferramentas estratégicas que auxilia nas tomadas de decisão. No presente trabalho, procurou-se verificar os objetivos, estratégias e métodos de formação de preço adotados pela empresa para que possa ter os resultados esperados e garantir-se competitiva entre as organizações do setor varejista. Partindo do objetivo traçado e a partir dos dados obtidos, conclui-se que o Supermecado Dany apesar de não apresentar áreas formais tanto de marketing quanto de finanças pratica uma precificação com eficácia, pois se trata de uma empresa sólida que consegue cumprir com suas obrigações e ainda obter significativa rentabilidade. Ao concluir este trabalho que se propôs a analisar o processo de precificação do Supermercado Dany de Faxinal do Soturno, destaca-se uma mescla de estratégias adotadas, já que o supermercado trabalha com linhas e segmentos diversificados de 9 produtos. No entanto, a precificação poderia ser melhorada através de uma melhor segmentação dos produtos. Neste sentido, parece pertinente a posterior delegação da precificação aos responsáveis pelos determinados segmentos e setores para direcionar estratégias específicas de preço para conseguir um melhor resultado deste processo. 6. REFERÊNCIAS ASSEF, Roberto. Guia prático de formação de preços: aspectos mercadológicos, tributários, e financeiros para pequenas e médias empresas. Rio de janeiro: Campus, 1997. BRUNI, Adriano Leal; FAMÁ, Rubens. Gestão de custos e formação de preços: com aplicações na calculadora HP 12C e Excel. São Paulo: Atlas, 2002. CAMARGO, Caio – Marketing de varejo. 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