CAMPANHA NACIONAL DAS ESCOLAS DA COMUNIDADE FACULDADE CENECISTA DE CAPIVARI - FACECAP CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGIAS DE MARKETING PARA INSTITUIÇÕES DE ENSINO THOMAZ VERGARA RODRIGUES Capivari - SP 2012 CAMPANHA NACIONAL DAS ESCOLAS DA COMUNIDADE FACULDADE CENECISTA DE CAPIVARI - FACECAP CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGIAS DE MARKETING PARA INSTITUIÇÕES DE ENSINO THOMAZ VERGARA RODRIGUES Monografia de Pesquisa do Trabalho de Conclusão de Curso de Administração da FACECAP/CNEC Capivari. Prof. Orientador: Prof. Ms. Jorge José Elias CAPIVARI 2012 Monografia defendida e aprovada em 27 de Novembro de 2012, pela Banca Examinadora constituída pelos seguintes professores: Orientador: Prof. Ms. Jorge José Elias Corretor: Prof. Murilo Kerche Corretor: Prof. Paulo César Elias Coordenador: Prof. Ms. Marco A. Armelin III Dedicamos este trabalho a todas as pessoas que nos ajudaram de alguma forma na sua elaboração. Em especial a Joaquim Schincariol Rodrigues. IV AGRADECIMENTOS Em primeiro lugar a minha esposa Marília S. S. Rodrigues por toda ajuda e compreensão em todos os meus anos de estudo. Ao meu filho Joaquim S. Rodrigues que veio ao mundo neste ano de 2012, e mudou completamente minha vida, trouxe alegria e muita felicidade para todos. Aos meus amigos e familiares por toda paciência, ajuda e compreensão durante a elaboração do trabalho. Aos professores da Cnec por todo ensinamento transmitido nesses anos de convívio. Em Especial ao Prof. Ms. Jorge José Elias, pela ajuda nas dúvidas e elaboração do trabalho e ao Prof. Ms. Marco Antonio Armelin pela paciência e dicas na elaboração e formatação do trabalho. V Você pode criar, conceber e construir o mais belo lugar do mundo, mas serão os homens que permitirão que o sonho se torne realidade”. Walt Disney VI Thomaz Vergara Rodrigues. Estratégias de Marketing para Instituições de Ensino. Monografia de Conclusão de Curso. Curso de Graduação em Administração. Faculdade Cenecista de Capivari – CNEC. 37 páginas, 2012. RESUMO O marketing hoje em dia é uma ferramenta usada para que as empresas coloquem sua marca em evidência. As estratégias de marketing foram criadas para que se faça uma análise de todo o relacionamento que a empresa tem com o seu cliente, desde a criação do produto/serviço até a descoberta do seu público-alvo. O objetivo é demonstrar as estratégias de marketing que podem ser usadas pelas instituições de ensino, no âmbito interno e externo, e no relacionamento com seu cliente. Analisando os autores e pesquisando, podemos dizer que as estratégias de marketing em especial a Matriz BCG e a Matriz da GE são ferramentas que as empresas possam usar para organizar e definir qual rumo seguir. Palavras-chave: 1.Marketing; 2.Estratégias de Marketing; 3. Relacionamento; 4. Matriz BCG. VII Thomaz Vergara Rodrigues. Marketing Strategies for Educational Institutions. Monograph of Course Completion. Undergraduate Course Directors. Faculty Cenecista Capivari CNEC. 37 pages, 2012. ABSTRACT Marketing today is a tool for companies to put their brand in evidence. Marketing strategies were created in order to do an analysis of the entire relationship the company has with its customer, from creating the product / service to the discovery of your target audience. The goal is to demonstrate the marketing strategies that can be used by educational institutions, domestically and abroad, and in the relationship with your customer. Analyzing and researching the authors, we can say that the marketing strategies in particular Matriz BCG and Matriz GE are tools that businesses can use to organize and define which direction to follow. Keywords: 1.Marketing; 2.Marketing Strategies; 3.Relationship; 4. Matriz BCG. VIII SUMÁRIO RESUMO ..................................................................................................................... VII ABSTRACT ............................................................................................................... VIII LISTA DE ILUSTRAÇÕES ......................................................................................... X LISTA DE TABELAS ................................................................................................. XI INTRODUÇÃO ............................................................................................................12 Capítulo 1 – APRESENTAÇÃO DO TRABALHO ..................................................13 1.1 Problema......................................................................................................13 1.2 Objetivo do Trabalho ..................................................................................14 1.3 Justificativa do Tema ..................................................................................14 1.4 Metodologia ................................................................................................15 Capítulo 2 – O MARKETING E AS INSTITUIÇÕES DE ENSINO .......................16 2.1 Conceito e Definições de Marketing ...........................................................16 2.2 Marketing de Serviços .................................................................................17 2.3 Estratégias de Marketing .............................................................................18 2.4 Matriz BCG (Boston Consulting Group) ....................................................21 2.5 Matriz General Eletric (GE) ........................................................................24 2.6 Criticas a Matriz BCG e a Matriz General Eletric (GE) .............................26 2.7 Benefícios do Marketing e Sua Importância ...............................................27 2.8 As Cinco Forças Competitivas de Porter ....................................................27 Capítulo 3 – CONCLUSÃO ..........................................................................................33 BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................35 IX LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 Processo de Planejamento Estratégico ................................. ..........19 Figura 2 Planejamento de Marketing e Sistemas de Controle ............ ..........20 Figura 3 Matriz BCG (Boston Consulting Group) ............................. ..........21 Figura 4 Forças que Dirigem a Concorrência na Industria ................. ..........28 X LISTA DE TABELAS Tabela 1 Forças e Fraquesas ............................................................... ..........19 Tabela 2 Oportunidades e Ameaças .................................................... ..........19 Tabela 3 Principais Características dos Quadrantes da Matriz BCG .. ..........22 Tabela 4 Classificação Matriz GE (General Eletric) .......................... ..........25 XI XII INTRODUÇÃO As instituições de ensino nos dias de hoje mudaram muito. Em um passado não muito distante elas somente forneciam o ensino como serviço. Nos dias atuais elas fornecem muito mais que somente o ensino e a educação. O marketing é uma ferramenta usada para que as empresas coloquem sua marca em evidência. As estratégias de marketing foram criadas para que se faça uma análise de todo o relacionamento que a empresa tem com o seu cliente, desde a criação do produto até a descoberta do seu público-alvo. O objetivo é demonstrar as estratégias de marketing que podem ser usadas pelas instituições de ensino. Por atuar em um setor onde o “produto” que será oferecido é um produto intangível, toda ação de comunicação deve ser com o seu público, mostrando que sua identidade é formada por serviços de educação e que seu principal foco é a valorização do aspecto pedagógico, aumentando a percepção dos valores que o colégio oferece para formar seres humanos e cidadãos. Com o crescimento da renda do brasileiro, e o fato de hoje pai e mãe trabalharem fora, surgiu a necessidades de se ter um lugar seguro para se deixar seu filho. Essa necessidade, fez com que algumas instituições de ensino passassem a ofertar novos cursos extraclasse como: aulas de teatro, treino de futebol, aulas de música, aulas de judô e muito mais. Otero e Piñol (2002), as instituições precisam considerar na elaboração de suas estratégias e no contexto de sua atuação, quem são seus clientes e que necessidades estes demandam. Dessa forma surgiu uma necessidade de se mostrar o “algo mais” que se oferece, surgindo aí, as estratégias de marketing para instituições de ensino. 13 CAPITULO 1 – APRESENTAÇÃO DO TRABALHO 1.1 Problema O problema que se apresenta é que a escola tem se tornado uma loja de “R$1,99”, onde o foco deixa de ser a educação de qualidade e passa a ser massificação do ensino. Com a massificação do ensino, às instituições de ensino tiveram a necessidade de mostrar sua marca. Dados do Censo Escolar de 2010 aponta que o Brasil tem 51,5 milhões de estudantes matriculados na educação básica pública e privada – creche, pré-escola, ensino fundamental e médio, educação profissional, especial e de jovens e adultos. Dos 51,5 milhões, 43,9 milhões estudam nas redes públicas (85,4%) e 7,5 milhões em escolas particulares (14,6%). (IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2010) Após a reorganização da pré escola, e a implantação do ensino fundamental de nove anos, o censo registrou 4.692.045 matrículas em classes da pré escola, uma queda de 3,6% em relação a 2009 que pode ser atribuída a mudança do ensino fundamental de nove anos, em 2009 a pré escola teve 4.866.268 alunos. (IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2010) No ensino fundamental, estão matriculados 31 milhões de jovens e adultos, sendo que 16,7 milhões nos anos iniciais e 14,2 milhões nos anos finais. (IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2010) Já no ensino médio houve um aumento de 0,2% nas matrículas com 20.515 novos alunos. No total, o ensino médio registra 8.357.675 alunos, em 2009 eram 8.337.160, sendo que, a rede estadual é responsável por 85,9% das matrículas, enquanto a rede privada responde por 11,8%. (IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2010) Este trabalho tem como foco fazer uma análise das estratégias disponíveis no mercado para as instituições de ensino, assim podendo responder a questão: Quais as estratégias mercadológicas disponíveis para as instituições de ensino? 14 1.2 Objetivo do Trabalho Este trabalho tem por objetivo: A – Averiguar na literatura quais das principais estratégias de marketing disponíveis podem ser adequadas para as instituições de ensino; B – Estudar, ainda que laconicamente essas estratégias; C – Apresentar “Soluções” estratégicas para implementação do marketing nesse tipo de empresa. 1.3 Justificativa do Tema As instituições de ensino atuam em um setor da economia em cuja composição de custo predomina a mão de obra e corresponde ao comércio e aos serviços, como transporte, educação, saúde, comunicação e sistema financeiro. Este setor é denominado: setor terciário da economia. O setor Terciário é o que apresenta crescimento mais acentuado nos últimos anos, com o desenvolvimento de novas tecnologias e a informatização. Devido à adoção de tecnologia poupadora de mão de obra pelo setor secundário, os trabalhadores estão migrando para o setor terciário, necessitando fazer um trabalho mais criativo em vez de executar tarefas mecânicas. Este setor da economia esta apresentando características de uma sociedade pós-industrial, dirigida pelas altas finanças, impulsionada pela informática e pela robótica, preocupado com a produtividade e voltado ao consumo, marca também a crescente desigualdade socioeconômica, onde parte da mão de obra ociosa passa a fazer parte da economia informal, pois a informática e a robótica passam a atuar como poupadoras de mão de obra. (Souza, 2009). Sob este aspecto este trabalho justifica-se: 1 – Pela importância do assunto em 2 (dois) níveis: A – O Acadêmico; B – O prático dentro das organizações. 2 – Justifica-se também como uma fonte de conhecimento para futuros trabalhos nesta área de conhecimento. 15 1.4 Metodologia No presente estudo foi realizada uma pesquisa literária em livros, revistas, sites de internet. Foram feitos fichamentos das principais estratégias de marketing em instituições de ensino, interpretando estudos, implicando na seleção, leitura e análise de conceitos ligados ao tema analisado. Metodologia da pesquisa ou, como normalmente se denomina, Métodos e Técnicas de Pesquisa – disciplina acadêmica construída a partir do principio aceito de que não há produção de conhecimento cientifico, ou melhor, de ciência, a não ser através de pesquisa. Mas, como há ciência e ciência, assim, há pesquisa e pesquisa (Salomon, 2000, p.09). A pesquisa pode ser considerada um procedimento formal com método de pensamento reflexivo que requer um tratamento cientifico e se constitui no caminho para se conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais (Marconi e Lakatos, 2010). Por tanto é essencial a pesquisa bibliográfica, para que se possa fazer uma pesquisa literária com base e conhecimento do que se quer expor. Nesse sentido, citamos Marconi e Lakatos (2010) “A pesquisa bibliográfica pode, portanto, ser considerada também como o primeiro passo de toda a pesquisa cientifica.”. 16 CAPITULO 2 – O MARKETING E AS INSTITUIÇÕES DE ENSINO 2.1 Conceito e Definições de Marketing De acordo com Philip Kotler, professor de marketing da Northwestern University mundialmente reconhecido, que atua também como consultor para várias empresas importantes, o conceito de marketing é um avanço em relação ao conceito de vendas. No conceito de vendas, o principal enfoque de uma empresa está em encontrar um comprador para o produto que ela fabrica, e de alguma forma “vender” a esse cliente a idéia de desfazer-se de seu dinheiro em troca do produto que a empresa tem a oferecer. Em contrapartida, no conceito de marketing (que reflete uma visão mais contemporânea do campo), a obsessão da empresa é fazer o que o cliente deseja. (Sheth et.al., 2008). Pode-se dizer que o marketing é uma ferramenta para as empresas buscarem no seu nicho de mercado aquilo que o cliente deseja, e não somente fabricar ou disponibilizar seu produto/serviço. Kotler e Keller (2006), citam uma definição da American Marketing Association (AMA), que define: O marketing é uma função organizacional e um conjunto de processos que envolve a criação, a comunicação e a entrega de valor para os seus clientes, bem como a administração do relacionamento com eles, de modo que beneficie a organização e seu público interessado. Sendo assim, de acordo com Kotler e Fox (1994, p. 23), “Marketing é uma atividade central das instituições modernas, crescendo em busca de atender eficazmente alguma área de necessidade humana”. A ideia de que as organizações podem satisfazer seus objetivos de longo prazo, como a lucratividade, coordenando e concentrando todas as suas atividades na identificação e satisfação das necessidades e desejos dos consumidores. O conceito de marketing se baseia em três princípios: 1 – Uma orientação para o cliente; 2 – A coordenação e integração de todas as atividades de marketing; 3 – Uma orientação para o lucro. (Nickels e Wood, 1999, p. 9) Podemos dizer que a função do marketing é a de aproximar a empresa do cliente, demonstrando o produto/serviço que é oferecido, suas qualidades e o seu propósito, a fim de satisfazer as metas organizacionais e individuais, tanto da empresa, quanto do cliente. Las Casas (2002, p.15) define : Marketing poder ser definido como: A área do conhecimento que engloba todas as atividades concernentes às relações de troca, orientadas para satisfação dos desejos e necessidades dos consumidores, visando alcançar determinados objetivos da organização ou indivíduo e considerando sempre o 17 meio ambiente de atuação e o impacto que estas relações causam no bem estar da sociedade. Neste mesmo sentido Goia et.al. (2010, p.6) define: “Marketing pode ser entendido como o processo de dinamização e intensificação das trocas entre pessoas e organizações, com o objetivo de alcançar a satisfação recíproca de consumidores e produtores.” Para Churchill e Peter (2011, p.4), “A essência do marketing é o desenvolvimento de trocas em que organizações e clientes participam voluntariamente de transações destinadas a trazer benefícios para ambos.” Podemos concluir então que, o marketing trata de forma geral e abrangente a relação entre empresa e cliente, atendendo da melhor forma possível as necessidades de ambos. 2.2 Marketing de Serviços Para entender e começar a adentrar na matéria do estudo, temos que falar um pouco sobre serviços, pois, as instituições de ensino são empresas do setor terciário que é o setor de serviços. Las Casas (2002) cita uma definição da American Marketing Association (AMA), que define serviços como “aquelas atividades, vantagens ou mesmo satisfações que são oferecidas à venda ou que são proporcionadas em conexão com a venda de mercadorias”. Segundo Kahtalian (2002), “Uma boa definição pode ser a seguinte: Serviço é um desempenho, essencialmente intangível, que não resulta na propriedade de algo. O serviço pode ou não estar ligado a um produto físico.”. Para Zeithaml et.al. (2011, p.39), “Nos termos mais simples possíveis, serviços são atos, processos e atuações oferecidos ou co-produzidos por uma entidade ou pessoa, para outra entidade ou pessoa.” Neste sentido para Ribeiro et.al. (2006, p.97), “O serviço não é algo físico; é um ato ou desempenho oferecido de uma parte a outra e que ao final resulta em satisfação ou insatisfação”. Las Casas (2002, p.17) define: “Serviços constituem uma transação realizada por uma empresa ou por um indivíduo, cujo objeto não está associado à transferência de um bem.”. Assim podemos chegar à conclusão de que serviço nada mais é do que um esforço, uma ação, um ato ou um desempenho, que é oferecido ao seu cliente. No estudo em 18 questão, é uma instituição de ensino, que oferece um produto de consumo durável (educação) e altamente intangível. Las Casas (2002, p.23): “Portanto, nota-se um consenso nos autores de que quanto mais intangível o serviço, mais ele afasta-se do marketing tradicional”. Zeithaml et.al. (2011, p.41): “Em primeiro lugar, os conceitos e as estratégia do marketing de serviços foram desenvolvidos em resposta ao imenso crescimento do setor, o que aumentou sua importância para as economias norte-americana e do restante do mundo”. 2.3 Estratégias de Marketing As estratégias de marketing só vieram a ser adotadas há pouco tempo pelas instituições de ensino, principalmente devido a nova e grande demanda de matrículas. Aplicando o planejamento estratégico no âmbito da gestão educacional, poderemos analisar melhor sua realidade interna (forças e fraquezas) e o mercado externo (oportunidades e ameaças). Conforme Colombo (2004, p.68): À medida que o tempo passa os mantenedores ficam imaginando o que os espera. O motivo da preocupação não é apenas o fato de haver mudanças, mas da velocidade acelerada que ocorrem. As instituições nem sempre percebem que as necessidades do seu público alvo estão mudando; quando percebem, poderá ser tarde. Para que se possa fazer uma estratégia de marketing devemos primeiro elaborar um planejamento estratégico, que é definido por Kotler e Fox (1994, p.97): Como o processo de desenvolver e manter um ajuste estratégico entre metas e capacidade da instituição e suas oportunidades mutantes de marketing. Implica no desenvolvimento de um missão institucional clara, apoio as metas e objetivos, estratégia sólida e implementação adequada. O passo seguinte é uma análise ambiental, pois, conforme Kotler e Fox (1994 p.99), a primeira etapa do planejamento estratégico é analisar o ambiente porque qualquer mudança no mesmo, geralmente, exige novas estratégias institucionais. Esta análise pode ser feita interna e/ou externamente. Conforme Colombo (2004 p.69): 19 Ambiente interno é todo recurso que está disponível ao gestor, tal como o sistema de ensino, as instalações, as remunerações dos funcionários, a qualificação dos profissionais, a estratégia da mensalidade, a comunicação, etc. O Ambiente Externo é toda situação mercadológica em que se encontra inserida a instituição, como região, política, concorrência, legislação, situação econômica, impostos, fornecedores, etc. Para que possamos fazer a análise de ambiente é necessário que se faça uma análise SWOT, termo em inglês que significa: S de strong (forte); W de weak (fraco); O de opportunity (oportunidade); T de tendency (tendência). Forças Recursos Financeiros Marcas bem conhecidas Habilidades tecnológicas Fraquesas Falta de direção estratégica Altos Custos Instalações Obsoletas Tabela: 1 Fonte: Livro Gestão Educacional – p 70. Oportunidades Novos mercados potenciais Novos produtos potenciais Queda de barreiras comerciais internacionais Tabela: 2 Ameaças Nova concorrência Crescimento lento do mercado Novas Regulamentções Fonte: Livro Gestão Educacional – p 70. O quadro acima mostra alguns exemplos do que podemos analisar para iniciarmos uma análise SWOT, para o processo de planejamento estratégico de mercado da instituição de ensino. Conforme demonstra Kotler (2000), iniciando na missão do negócio, podemos analisar os ambientes, formular as metas, as estratégias e os programas de ação que irão viabilizar a implantação e o controle dos principais objetivos do negócio. Missão do Negócio Análise do Ambiente externo (oportunidades e ameaças). Análise SWOT Formulação de metas Análise do Ambiente interno (forças e fraquezas). Figura 1: Processo de Planejamento Estratégico Formulação de estratégias Formulação de programas de ação Implementação Feedback e controle Fonte: Kotler (2000, p.98) 20 Analisando o modelo acima de Kotler (2000), poderemos compreender cada uma das etapas: A Missão do negócio: deve-se compreender a missão, seu posicionamento, o foco da instituição de ensino. Segundo Churchill (2000), “a missão é propósito específico da organização”. Análise SWOT: pode-se dizer que é a etapa do diagnóstico que é verificar a real situação em que se encontra a instituição de ensino, identificando quais são os pontos principais da gestão da empresa, definindo as prioridades de atuação e identificar os riscos que precisam ser evitados e os problemas que precisam ser resolvidos. Através dessa análise é possível também, prever as condições de mercado e potenciais da empresa. Formulação de metas: nesta etapa a instituição de ensino deve deixar claro quais são suas metas, objetivos e aonde quer chegar. Formulação Estratégica: esta é a etapa em que se formula o plano estratégico, ou seja, é o momento em que se passam para o papel, as informações sobre como atingir os objetivos. Formulação de Programas de Ação: a instituição de ensino deve nesta etapa elaborar um programa de apoio detalhado. Este programa dará suporte ao desenvolvimento das principais estratégias. Implementação: para que a estratégia seja bem implementada, a instituição de ensino deve ter uma estratégia clara e programas de apoio muito bem elaborados, caso contrário ela seria inútil. Feedback e Controle: é o acompanhamento da implementação das estratégias, fazendo-se o monitoramento dos ambientes externo e internos. Na figura abaixo demosntramos o planejamento estratégico de marketing e o sistema de controle (Kotler e Fox, 1994 p.112). Planejamento Identificação de mercadosalvos atraentes Execução Implementação de Execução programas de ação Desenvolvimento de estratégias de marketing Desenvolvimento de programas de ação Figura 2: Planejamento de Marketing e Sistemas de Controle Controle Mensuração de Resultados Diagnóstico de Resultado Tomada de ações corretivas Fonte: Kotler (1994, p.112). 21 2.4. Matriz BCG (Boston Consulting Group) A Matriz BCG é uma análise gráfica do crescimento e participação, criada para avaliar unidades de negócios de uma empresa. Desenvolvida por Bruce Henderson para a empresa de consultoria empresarial americana Boston Consulting Group em 1970, seu objetivo é suportar a análise de portfólio de produtos ou de unidades de negócio baseado no conceito de ciclo de vida do produto. Ela é utilizada para alocar recursos em atividades de gestão de marcas e produtos (marketing), planejamento estratégico e análise de portfólio. Esta matriz é uma das formas mais usuais de representação da integração da empresa nas envolventes externas e internas. Segundo Mintzberg et.al. (2000, p.76), nas palavras do homem que construiu a Matriz BCG, Bruce Henderson: Para ter sucesso, uma empresa precisa ter um portfólio de produtos com diferentes taxas de crescimento e diferentes participações de mercado. A composição deste portfólio é uma função do equilíbrio entre fluxos de caixa. Produtos de alto crescimento exigem injeções de dinheiro para crescer. Produtos de baixo crescimento devem gerar excesso de caixa. Ambos são necessários simultaneamente. Estrelas Pontos de Interrogação ? ? Crescimento do Mercado (%) ? Vaca Leiteira Animais de Estimação Participação de Mercado (%) Figura 3: Matriz de Crescimento e Participação do Boston Consulting Group – Matriz BCG Fonte:Kotler(2000, p.91) 22 Kotler (2000, p.91) explica a divisão por células da Matriz BCG (figura 3). 1. Pontos de Interrogação: são negócios que operam em mercados de alto crescimento, mas que tem baixas participações relativas. A maioria dos negócios inicia como ponto de interrogação quando a empresa tenta entrar em um mercado de alto crescimento em que já existe um líder, esse negócio ponto de interrogação, exige alto investimento e uma análise da permanência desse produto. 2. Estrelas: se o negócio ponto de interrogação for bem sucedido, ele se torna uma estrela. Uma estrela é líder em um mercado de alto crescimento. Mas não produz, necessariamente, um fluxo de caixa positivo. A empresa deve gastar recursos substanciais para acompanhar a alta taxa de crescimento e repelir ataques dos concorrentes. 3. Vaca Leiteira: quando a taxa anual de crescimento de mercado cai para baixo de 10 por cento, a estrela se torna uma vaca leiteira se ainda tiver a mais alta participação relativa naquele mercado. Uma vaca leiteira gera muito caixa. A empresa não tem que financiar expansões de capacidade porque a taxa de crescimento do mercado já diminuiu. Como o negócio é líder, desfruta de economias de escala e de maiores margens de lucro. A empresa utiliza seus negócios vaca leiteira para pagar as contas e apoiar seus outros negócios. 4. Animais de Estimação: são negócios com pequenas participações em mercados de baixo crescimento. Geram baixos lucros ou até mesmo prejuízo. Através de uma Matriz BCG a instituição de ensino poderá trabalhar estrategicamente, programando quais de seus cursos deveram receber ou não recursos/investimentos. A tabela abaixo demonstra o perfil de cada quadrante com as suas principais características: Matriz BCG Crescimento do Mercado Participação de Mercado Característica do Produto Objetivos Estratégicos Vaca Leiteira Animal de Estimação Interrogação Estrela Pequeno Em Queda Rápida Expansão Rápida Expansão Elevada Em Queda Em Queda Alta Rentável Consome Recursos Demanda Investimentos Colher Recursos Retirar ou Sobreviver Desenvolver ou Retirar Exige Investimentos Transformar em Vaca Leiteira Tabela 3: Principais características dos quadrantes da Matriz BCG Fonte: Portal do Marketing Kotler (2000, p.90) explica: A taxa de crescimento do mercado representada no eixo vertical indica a taxa de crescimento anual do mercado em que o negócio opera.”, e continua: “ A participação relativa de mercado, representada no eixo horizontal, refere-se à participação de 23 mercado da UEN, em relação a seu maior concorrente no segmento. Serve como avaliação da força da empresa no segmento de mercado pertinente. Podemos adaptar a Matriz BCG em uma instituição de ensino dentro dos seus cursos, assim, poderemos identificar quais são os cursos rentáveis e quais precisam de novos investimentos, podendo, assim, aumentar ou diminuir a disponibilidades de vagas paras os cursos. Com a Matriz BCG feita, a instituição de ensino define qual objetivo, estratégia e orçamento que deve ser atribuído para cada curso. Kotler (2000, p.92), define quatro estratégias que podem ser seguidas. 1. Construir: o objetivo, neste caso, é aumentar a participação de mercado, mesmo que isso signifique renunciar a lucros de curto prazo. Construir é adequado para os pontos de interrogação cujas participações no mercado precisam crescer para se tornar estrela. 2. Manter: o objetivo, aqui, é preservar a participação de mercado. Essa estratégia é adequada para vacas leiteiras fortes, caso se deseje que elas continuem rendendo grandes fluxos positivos de caixa. 3. Colher: o objetivo é aumentar o fluxo de caixa de curto prazo, independentemente do efeito a longo prazo. Colher envolve a decisão de se retirar de um negócio, pela implementação de um programa de redução contínua de custos. A esperança é reduzir os custos a um ritmo mais rápido do que o de qualquer redução em potencial nas vendas, o que pode resultar em um aumento no fluxo de caixa positivo. Essa estratégia é adequada a vaca leiteiras fracas, cujo futuro é pouco claro e das quais se exige mais fluxo de caixa, mas também pode ser utilizada para pontos de interrogação e animais de estimação. A empresa que desenvolve essa estratégia depara com questões sociais e éticas espinhosas a respeito de quanta informação compartilhar com os vários grupos de interessados. 4. Abandonar: o objetivo, nesse caso, é vender ou liquidar o negócio, porque os recursos podem ser mais bem utilizados em outros lugares. Essa estratégia é adequada para animais de estimação e pontos de interrogação que representem um peso para os lucros da empresa. É preciso decidir se a melhor estratégia, para um negócio fraco, é colher ou abandonar. Colher reduz o valor futuro do negócio, e portanto o preço pelo qual poderia ser vendido mais tarde. Uma decisão rápida em relação ao abandono do negócio, em compensação, provavelmente produzirá ofertas interessantes caso esteja em condições relativamente boas e tenha mais valor para outra empresa. A definição da estratégia a ser adotada pode e deverá ser escolhida de acordo com o que foi analisado na Matriz BCG. Com o tempo, haverá mudanças nas posições na Matriz BCG, por isso, devemos analisar sua posição nos últimos anos, assim, poderemos fazer uma previsão de onde se estará nos próximos anos. Não podemos esperar que todos os cursos da instituição de ensino tenham a mesma taxa de crescimento ou retorno. Devemos notar que cada curso terá um retorno diferente, pois tem objetivos próprios. 24 Deve-se ter em mente que não podemos cometer erros, deixando poucos recursos para a vaca leiteira ou que retenha caixa em excesso, que animais de estimação recebam investimentos necessários para que possam inverter sua situação, investir o suficiente em pontos de interrogação, pois estes devem dominar o mercado ou ser abandonados. O que podemos notar na Matriz BCG é o quanto ela é simples, ela junta o modelo clássico da escola do design, com uma seleção chave para cada uma, ordenando em dois eixos divididos em alto e baixo, inserindo em cada um dos quadrantes rótulos de estratégias genéricas. 2.5. Matriz GE (General Eletric) Segundo Capalonga (2009): A Matriz GE foi desenvolvida na década de 70 pela General Eletric, com o auxílio de McKinsey and Company, uma empresa de consultoria, e por esse motivo leva o nome de GE. Essa matriz tem muita semelhança com a Matriz BCG justamente porque utiliza duas dimensões: a atratividade do setor (baixo, médio e alto) e a outra representa o poder da empresa (fraca, média ou forte), classificando dessa forma, as unidades de negócios em todos esses níveis, conhecidas como UN’s. Como na Matriz BCG, a Matriz GE é também um método de análise de produtos, marcas e unidades de negócio, que pode ajudar as instituições de ensino a decidir onde investir ou se devemos adicionar ou abandonar um curso ou produto. Segundo Serrano (2011), Matriz GE adiciona mais 5 (cinco) quadrantes na Matriz BCG, assim a Matriz GE (figura 4) tem 9 (nove) quadrantes, contra apenas 4 (quatro) quadrantes da Matriz BCG. 25 FORÇA DO NEGÓCIO ATRATIVIDADE DO MERCADO MATRIZ GE FORTE MÉDIA BAIXA ALTA 1 2 3 MÉDIA 4 5 6 BAIXA 7 8 9 Tabela 4: Classificação na Matriz GE Fonte: Kotler, 2000. Kotler (2000) explica a tabela acima: Na realidade, a matriz da GE é dividida em nove células, que por sua vez concentram-se em três zonas. As três células no canto superior esquerdo indicam UENs fortes, em que a empresa deveria investir. As células diagonais que vão do canto inferior esquerdo ao canto superior direito indicam UENs que tem atratividade global média. A organização deve buscar a produtividade e gerenciar essas UENs para o lucro. As três células no canto inferior direito indicam UENs que tem atividade global baixa: a empresa deve pensar seriamente em colher ou abandonar. Serrano (2011) cita alguns fatores que podem influenciar na atratividade do mercado e na força do negócio: Fatores que influenciam a atratividade do mercado: Tamanho do mercado; Segmentação do mercado; Preços e suas tendências; O crescimento do mercado; Rentabilidade do mercado; Oportunidade de diferenciar produtos e serviços; Estrutura de distribuição e logística. Fatores que influenciam a força competitiva: A força da marca; A força da empresa; A participação de mercado; A fidelidade do cliente; A força logística; A inovação. 26 2.6. Criticas a Matriz BCG e a Matriz GE (General Eletric) Tudo que se cria pode gerar benefícios, mas não podemos esquecer que também pode-se ter um lado não muito produtivo. Kotler (2000, p.95) alerta: Os modelos de carteira de negócios, no entanto, devem ser utilizados com cautela. Eles podem levar uma empresa a colocar ênfase exagerada no crescimento da participação de mercado e a entrar em negócios de alto crescimento, ou a desprezar seus negócios atuais. Kotler (2000, p.95) prossegue: “os modelos não deixam claras as sinergias entre dois ou mais negócios, o que significa que tomar decisões para um negócio de cada vez seria arriscado”. Devemos então, analisar com cautela os dados gerados nas carteiras de negócio e sempre tentar equilibrar os investimentos nos negócios atuais e os com alto crescimento. Mintzberg et.al (2000, p.78) cita John Saeger, que emitiu uma opinião que não era favorável a Matriz BCG: Entretanto, como salientou John Saeger (1984) em seu artigo, não muito favorável a tudo isso, aquilo que parece ser uma estrela pode já ser um buraco negro, ao passo que um cão pode ser o melhor amigo de uma corporação. E as vacas podem gerar novos produtos, chamados bezerros, além do velho leite – mas, em ambos os casos, somente enquanto o fazendeiro estiver disposto a investir periodicamente a atenção de um touro. Para ampliar sua mistura de metáforas, o BCG daqueles tempos impetuosos pode ter misturado a vaca leiteira comum com a gansa que botava ovos de ouro. Kotler (2000, p.95) explica John Saeger: “Há o perigo de encerrar uma unidade deficitária, mas que na realidade fornece uma competência central necessária para as outras unidades”. Análisando os autores, podemos dizer que, devemos sempre análisar os dados fornecidos pelos modelos de carteira de negócios, e que muitos gerentes podem utilizar os dados como um auxílio na tomada de decisões. 27 2.7. Benefícios do Marketing e Sua Importância O Marketing conforme Kotler (2000, p.30), “É um processo social por meio do qual pessoas e grupos de pessoas obtêm aquilo de que necessitam e o que desejam com a criação, oferta e livre negociação de produtos e serviços de valor com os outros. Os benefícios e a sua importância estão diretamente ligados com as necessidades das pessoas e seu grupo social. Assim, podemos dizer que fazendo uma análise do composto mercadológico e suas variáveis, criamos a administração de marketing, que se preocupa com as ações de marketing, que devem se preocupar com o mercado, que segundo Goia et.al. (2010, p.8), é a arena do marketing, em que diferentes empresas buscam oferecer seus serviços, bens e marcas aos consumidores. Usualmente, é sinônimo de “demanda” de um produto. A demanda é o mercado que a empresa deseja, orientada com relação a ele. Para conhecê-la devemos fazer uma análise do ambiente em todos os sentidos: econônico, político-legal, tecnológico, sociocultural, natural e competitivo. Assim poderemos saber o que fazer para satisfazer o cliente que desejamos atingir. 2.8. As Cinco Forças Competitivas de Porter Concebida por Michael Porter, as forças competitivas foram criadas para analisar as competições entre empresas de vários segmentos. Estas forças devem ser analisadas pelas instituições de ensino, pois, elas irão servir de fonte de estratégias. “Esse modelo de análise explica os fatores que influenciam o mercado e que afetam o comportamento de compra. Tem como principais objetivos entender o ambiente competitivo e identificar ações e estratégias futuras para se obter vantagem no mercado.” (TULESKI, 2009, p.1) As cinco forças, segundo Porter são: • • • • • Rivalidade entre os concorrentes Ameaça de entrada de novas empresas (entrantes) Ameaça de produtos e serviços substitutos Poder dos fornecedores Poder dos compradores (clientes) (TULESKI, 2009, p.1). 28 A força de uma empresa é conceituada como um fator microambiente, sendo fator fundamental num melhor atendimento a clientes e obtenção de lucros. Mudança de força ou de foco dessa força leva uma empresa a um novo processo de pesquisa, avaliação de mercado e planejamento. (REBOUÇAS, 2010). ENTRANTES POTENCIAIS AMEAÇA DE NOVOS ENTRANTES PODER DE NEGOCIAÇÃO DOS FORNECEDORES CONCORRENTES NA INDÚSTRIA PODER DE NEGOCIAÇÃO DOS COMPRADORES FORNECEDORES COMPRADORES RIVALIDADE ENTRE AS EMPRESAS EXISTENTES AMEAÇA DE PRODUTOS OU SERVIÇOS SUBSTITUTOS SUBSTITUTOS Figura 4: Forças que dirigem a concorrência na indústria. Fonte: Porter, 2004. A seguir analisaremos as cinco forças competitivas de Porter. 1. A Rivalidade entre Concorrentes A rivalidade entre concorrentes é a mais importante nesse estudo, pois é necessário considerar e conhecer o ponto forte de seu concorrente direto, ou seja, aquela empresa que vende um produto ou serviço similar ao seu num mesmo segmento. (REBOUÇAS, 2010). ”Todos os fatores anteriores convergem para a rivalidade, que constitui um cruzamento entre a guerra aberta e a diplomacia pacífica. As empresas manobram para conquistar posições. Elas podem atacar-se umas às outras ou concordar taticamente em coexistir, talvez até formando alianças”. (CHIAVENATO, 2003, p.547) Chiavenato (2003), acha que devemos analisar as ameaças, poder de barganha dos fornecedores, poder de barganha de clientes, ameaças de produtos substitutos e por último a rivalidade entre as empresas. Achamos que para uma instituição de ensino, devemos primeiro analisar a rivalidade entre concorrentes, começando pelas forças (dos concorrentes), pois, devemos saber seus 29 pontos fortes e o que eles oferecem de diferente. Podemos citar alguns pontos que devem ser avaliados: • • • • • • • Número de concorrentes e repartição de quotas de mercado; Taxa de crescimento; Diversidade de concorrentes; Complexidade e assimetria informacional; Nível de publicidade; Grau de diferenciação dos produtos; As barreiras à saída . (WIKIPÉDIA, 2012) Conforme salientam Kotler e Keller (2006), um segmento não é atraente se já possui uma ameaça de rivalidade intensa no segmento, quer dizer que não vale apena se os concorrentes são agressivos, poderosos ou numerosos. Analisando uma analise da rivalidade a instituição de ensino poderá ter uma noção de como ela está com relação aos seus concorrentes, e o que é necessário fazer para que a instituição fidelize seu cliente (aluno) e conquiste o cliente (aluno) indeciso. 2. Barreiras à Entrada de Concorrentes “A ameaça de entrada em uma indústria depende das barreiras de entrada existentes, em conjunto com a reação que o novo concorrente pode esperar da parte dos concorrentes já existentes. Se as barreiras são altas, o recém-chegado pode esperar retaliação acirrada dos concorrentes na defensiva; a ameaça de entrada é pequena.” (PORTER, 2004, p.7) As barreiras à entrada de concorrentes diminui a possibilidade de surgimento de novos concorrentes surgirem no setor. Segundo Rebouças (2010), as principais barreiras à entrada de concorrentes são: • Economia de Escala; • O capital necessário; • O acesso aos canais de distribuição. Achamos que nas instituições de ensino devemos citar como barreira à entrada de concorrentes à diferenciação de produtos, as políticas governamentais e marca. Segundo Kotler e Keller (2006, p.336), “a atratividade de um segmento varia conforme se configuram as barreiras à entrada e à saída desse segmento. O mais atraente é aquele em que as barreiras à entrada são grandes e as barreiras à saída são pequenas.” 3. Poder de Barganha dos Clientes 30 Kotler e Keller (2006, p.337), alertam “um segmento não é atraente se os compradores possuírem um poder de barganha grande ou em crescimento”. O poder dos compradores é grande quando: - A concentração dos compradores em relação às empresas vendedoras é maior; - O volume de compra é alto; - Há pouca diferenciação de produto entre as empresas do mercado; - Existe forte possibilidade dos clientes comprarem as empresas fornecedoras; - Os compradores têm bom conhecimento dos custos e da estrutura das empresas vendedoras; - A lucratividade dos compradores é alta; - A redução de custos por meio dos produtos comprados é pequena; - A importância do fornecedor para a qualidade do produto final do comprador é baixa; - A porcentagem de gastos dos compradores em produtos dos fornecedores é alta. (TULESKI, 2009, p. 11). Com relação às instituições de ensino, alguns clientes buscam preço, mas para a maioria dos clientes que buscam as instituições de ensino privada procuram o diferencial que elas oferecem. Este ai é o poder de atratividade das instituições de ensino privadas. 4. Poder de Barganha dos Fornecedores Como os fornecedores querem cobrar os preços mais altos possíveis pelos seus produtos, surge a luta de poder entre as empresas e seus fornecedores. A vantagem pende para o lado que tem mais opções ou com menos a perder com o término da relação. (CHIAVENATO, 2003, p.546) Na etapa de fornecimento de insumos e serviços ao setor de compras de uma empresa, os fornecedores possuem poder de barganha em setor monopolizado por poucos fornecedores, quando o produto fornecido é exclusivo (ou quando a recisão e troca de fornecedor gera aumento dos custos), ou quando a empresa comprada não interessa muito. (REBOUÇAS, 2010). O poder de barganha dos fornecedores é alto só em caso de monopólio, de um produto e/ou serviço, caso contrário à competição deixará um preço mais justo do insumo oferecido. O poder de barganha dos fornecedores é alto quando: - A concentração dos fornecedores em relação à concentração de compradores no mercado é alta; - A disponibilidade de produtos substitutos é baixa; - A importância do comprador para o fornecedor é baixa; - A diferenciação dos produtos e serviços dos fornecedores é alta; - Os custos de troca do comprador são altos; - A ameaça dos fornecedores comprarem empresas compradoras é alta. (TULESKI, 2009, p14) Kotler e Keller (2006, p.337), destacam que “um segmento não é atraente se os fornecedores da empresa puderem elevar os preços ou reduzir as quantidades fornecidas”. 5. Ameaça de Produtos ou Serviços Substitutos 31 Conforme Chiavenato (2003, p.547), “Como ninguém é insubstituível, a concorrência depende da extensão em que os produtos em uma indústria são substituíveis por produtos de outra”. Rebouças (2010), diz “Os bens substitutos são os produtos de um concorrente que não são similares ao da sua empresa, mas que atendem a mesma demanda de necessidade dos clientes. Não competem na mesma proporção, mas tiram uma fatia de seu mercado”. Produtos substitutos perigosos segundo Tuleski (2009, p.9), são: “- Estão sujeitos a tendências que melhorarão sua competitividade em preço; - Provocam inovações tecnológicas; - Produzem mudanças significativas em custos relativos e qualidade.” Produtos substitutos fortes segundo Tuleski (2009, p.10), são: “- O ganho na relação custo/benefício do produto substituto é alto; - A lucratividade desse mercado na produção de produtos substitutos é elevada; - Os custos de troca pelo comprador do produto são baixos” As instituições de ensino que podem inovar e mudar conforme a necessidade do seu cliente terá uma vantagem competitiva, mesmo com o surgimento de um produto substituto. Como preconiza Porter (2004), as empresas descobriram diversas formas de atingir o seu objetivo, e a melhor estratégia de uma dada empresa nem sempre é a melhor para outra. E em um sentido mais amplo, existem três estratégias genéricas que podem ser usadas isoladamente ou de forma combinada. Porter (2004, p. 36) destaca que: “Ao Enfrentar as cinco forças competitivas, existem três abordagens genéricas potencialmente bem-sucedidas para superar as outras empresas em uma indústria”. Segundo Chiavenato (2003, p. 547): “As empresas precisam fazer uma opção entre três estratégias genéricas para alcançar desempenho acima da média na indústria: Liderança em custo, diferenciação e foco”. 1. Liderança em custo: podemos dizer que é quando a empresa determina uma ação em preços baixo, nas instituições de ensino, podemos dizer que seria a massificação do ensino. Segundo Kotler e Keller (2006, p. 54): “a empresa se esforça para conseguir os menores custos de produção e de distribuição, de modo que possa oferecer preços mais baixos que os dos concorrentes e obter uma grande participação no mercado”. 32 2. Diferenciação: a instituição de ensino oferece algo que é diferente de seus concorrentes diretos, cursos, aulas, etc. Conforme Chiavenato (2003, p. 547): “Envolve o desenvolvimento de produtos ou serviços únicos, com base na lealdade à marca do cliente”. 3. Foco: para as instituições de ensino seria as especialização em um segmento, educação infantil, ensino fundamental I e II, ensino médio ou ensino superior. Segundo Kotler e Keller (2006, p. 54): “o negócio concentra-se em um ou mais segmentos estritos de mercado. A empresa acaba por conhecê-los intimamente e busca a liderança em custo ou diferenciação dentro do seguimento-alvo”. 33 CAPÍTULO 3 – CONCLUSÃO O marketing nos dias de hoje envolve não só a criação, a comunicação e a entrega de valor, o marketing é muito mais que isso, é o planejamento da empresa. O marketing é a chave para a comunicação entre cliente e empresa, é uma troca de valores para ambas as partes. As instituições de ensino por atuarem em um setor da economia onde a entrega de valor é intangível, a empresa deve se esforçar para que o resultado seja a satisfação do cliente. Assim, podemos notar certo afastamento do marketing tradicional, onde a meta é atingir somente o cliente, já o marketing de serviço além de atingir o cliente, deve satisfazê-lo. Um aluno satisfeito e fiel pode ser mais rentável e viável para o colégio, pois, este aluno já conhece os professores, a estrutura e o sistema de ensino. Para a captação de novos clientes (alunos) a empresa teria que executar diversas ações de marketing, que necessitam de um investimento financeiro. Assim julgamos extremamente importante fidelizar o seu cliente (alunos), adequando-se as suas necessidades, corrigindo erros e resolvendo algumas necessidades identificadas pelo colégio. As estratégias de marketing são usadas para que as empresas façam um planejamento estratégico, seguindo de uma análise ambiental tanto interna quanto externa de suas forças, fraquezas, ameaças e oportunidades, ou seja, uma análise SWOT. Existem diversas estratégias de marketing que podem ser usada para este tipo de empresa. Analisando as teorias existentes resolvemos optar por uma abordagem diferente que seria a utilização da Matriz BCG e Matriz GE. As matrizes são ferramentas que podem ser utilizadas em qualquer tipo de instituição de ensino desde a Educação Infantil ao Ensino Superior. O método seria o de analisar seus concorrentes diretos, internamente e externamente, os cursos oferecidos e os diferenciais disponíveis. Com base na pesquisa realizada neste estudo, podemos considerar que tanto a Matriz BCG, quanto a Matriz GE, são ferramentas muito eficientes para se realizar uma análise de mercado a fim de que a instituição de ensino possa avaliar melhor sua estratégia de marketing. 34 A instituição de ensino que usar a Matriz BCG ou a Matriz GE poderá elaborar uma estratégia melhor no seu ambiente de atuação, quem são seus reais clientes e suas necessidades, e também quem são seus concorrentes. Após todas as análises com uma ou as duas Matrizes feitas, à instituição de ensino pode, ainda, realizar uma análise das cinco forças competitivas de Porter, para ter um resultado mais amplo da sua real situação com relação aos seus a concorrentes, mesmo que concorrentes indiretos. A instituição de ensino poderá também adotar uma das três estratégias genéricas de Porter, sendo líder em custo, gerando a massificação do ensino e deixando a qualidade menor; diferenciando, oferecendo um produto diferente dos concorrentes; e com foco, que seria focar em uma especialização em um segmento, da educação que pode ser: a educação infantil, o ensino fundamental I e II, o ensino médio ou o ensino superior. Fazendo uma análise sobre o que seu público deseja, a instituição de ensino poderá desenvolver ações e suprir as necessidades de seus clientes, auxiliando na criação e/ou ampliação de sua estrutura e no aumento e/ou supressão de turmas. 35 BIBLIOGRAFIA CAPALONGA, Giovani. Matriz BCG e Matriz GE. Disponível em http://www.pessoal.fancesa.com.br/capalonga/files Acesso em 18 dez 2009. Pesquisado pelo site: http://www.infoescola.com/administracao_/matriz-ge/. Acessado em 06/08/2012 às 16h. CARVALHO, José Crespo de; FILIPE, José Cruz. 2008. 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