conexão mente e corpo

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Promovendo Saúde na Contemporaneidade:
desafios de pesquisa, ensino e extensão
Santa Maria, RS, 08 a 11 de junho de 2010
CONEXÃO MENTE E CORPO: PERCEPÇÃO DOS PACIENTES QUE NÃO RECEBERAM
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CONTINUIDADE NOS ATENDIMENTOS DOS SERVIÇOS MÉDICOS
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Venturini, I. V. ; Vieiro, E. V.
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Trabalho Final de Graduação _UNIFRA
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Curso de Psicologia do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA), Santa Maria, RS, Brasil
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Professora Orientadora do Centro Universitário Franciscano (UNIFRA), Santa Maria, RS, Brasil
E-mail: [email protected]
Diariamente, um número significativo de pacientes procura atendimento de diferentes especialidades
médicas queixando-se de sintomas físicos que não apresentam comprovação orgânica. Tais
sintomas, comunicados através do corpo, continuam a se fazer presentes no paciente de forma real,
mesmo após o médico constatar que não existe doença orgânica. Este fato dificulta a relação entre
fatores somáticos e psíquicos na percepção destes pacientes.
De acordo com Perez (2005), quando o médico olha apenas para o corpo do paciente não existem
técnicas de tratamento indicadas para o problema, o paciente é então dispensado, devido à
impossibilidade de prosseguirem os atendimentos e ocorre a rotatividade pelos serviços de saúde.
O presente trabalho teve por objetivo compreender como se articulam fatores somáticos e psíquicos
na percepção dos pacientes que perpassaram por diversos serviços médicos e que, por seus
sintomas não apresentarem origem orgânica, não receberam continuidade nos atendimentos, bem
como quais os sentimentos e atitudes frente ao fato. Além de identificar como estes participantes
significam seus sintomas físicos após receberem o resultado da avaliação médica de que “não tem
nada”.
Para tanto foram realizadas quatro entrevistas, semi-estruturadas, com pessoas do sexo feminino,
com, idades entre 22 e 50 anos, pacientes do serviço de psicologia do Núcleo de Práticas
Profissionais do Centro Universitário Franciscano- Santa Maria-RS, que apresentavam sintomas
físicos sem comprovação orgânica, selecionadas através de triagem aos prontuários.
A pesquisa foi do tipo qualitativa, a análise dos dados Fenomenológica e as entrevistas seguiram o
“critério de saturação”, proposto por Muchielli (1990).
Os resultados indicaram que a compreensão referente à origem dos sintomas é ambivalente, ora
acreditam ser físico, ora psíquico, o que comprova a dificuldade de conexão entre mente e corpo na
percepção das participantes; a motivação para a realização de atendimento psicológico é externa e
estas, ou seja, só ocorre a partir de encaminhamentos e após perpassarem por diversas
especialidades médicas; percebem-se como “loucas” após a fala dos médicos de que “não tem nada”;
diante disso e da incredibilidade nas dores por parte da família sentem-se solitárias, confusas e
utilizam-se da automedicação.
O estudo obteve como conclusão a necessidade de entendimento do paciente como um complexo
psique-soma-ambiente por parte da equipe técnica; a importância de desenvolver um espaço de
escuta, além do trabalho interdisciplinar que contemple a pessoa como um todo integrado em suas
partes, só assim será possível perceber a existência de sofrimento em tais queixas. É fundamental
ainda, auxiliar na melhor qualidade de vida desses pacientes, para tanto é necessário o abandono da
compreensão de doença oriunda do modelo da somatogênese e da psicogênese, uma vez que o
processo de adoecimento ocorre na relação entre fatores somáticos e psíquicos, conforme propõem
os atuais estudos em psicossomática.
Palavras-chave Percepção-mente-corpo; Psicossomática; Interdisciplinar.
REFERÊNCIAS
MUCHIELLI, A. Los Méthodes Qualitatives. Coleção Que sais-je? Paris: França Presses
Universitaires de Frances, 1990.
PEREZ, G. H. O Psicólogo na Unidade de Emergência. In: A Prática Psicológica e sua Interface com
a doença. São Paulo: Casa do Psicólogo. 2005.
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