ENZIMAS Propriedades - Nomenclatura -Aplicabilidade - INTRODUÇÃO - DEFINIÇÃO ENZIMAS Aminoácidos: H R C* Definição: Catalisadores biológicos; NH2 Longas cadeias de pequenas moléculas chamadas aminoácidos. COOH Função: Viabilizar a atividade das células, quebrando moléculas ou juntando-as para formar novos compostos. Com exceção de um pequeno grupo de moléculas de RNA com propriedades catalíticas, chamadas de RIBOZIMAS, todas as enzimas são PROTEÍNAS. ENZIMAS – CARACTERÍSTICAS GERAIS Apresentam alto grau de especificidade; São produtos naturais biológicos Reações baratas e seguras; São altamente eficientes, acelerando a velocidade das reações (108 a 1011 + rápida); São econômicas, reduzindo a energia de ativação; Não são tóxicas; Condições favoráveis de pH, temperatura, polaridade do solvente e força iônica. ENZIMAS – NOMENCLATURA Século XIX - poucas enzimas identificadas - Adição do sufixo ”ASE” ao nome do substrato: * gorduras (lipo - grego) – LIPASE * amido (amylon - grego) – AMILASE - Nomes arbitrários: * Tripsina e pepsina – proteases ENZIMAS – CATALISADORES Aceleram reações químicas Catalase H2O2 Ex: Decomposição do H2O2 Condições da Reação H2O + O2 Energia livre de Ativação KJ/mol Kcal/mol Velocidade Relativa Sem catalisador 75,2 18,0 Platina 48,9 11,7 2,77 x 104 Enzima Catalase 23,0 5,5 6,51 x 108 1 ENZIMAS – CATALISADORES Não são consumidos na reação H2O2 Catalase E+S H2O + O2 E+P ENZIMAS – CATALISADORES Atuam em pequenas concentrações 1 molécula de Catalase decompõe 5 000 000 de moléculas de H2O2 pH = 6,8 em 1 min Número de renovação = n° de moléculas de substrato convertidas em produto por uma única molécula de enzima em uma dada unidade de tempo. ENZIMAS – CATALISADORES Não alteram o estado de equilíbrio •Abaixam a energia de ativação; •Keq não é afetado pela enzima. Não apresenta efeito termodinâmico global •G não é afetada pela enzima. Energia de ativação sem enzima Diferença entre a energia livre de S e P S P Energia de ativação com enzima Caminho da Reação ENZIMAS COMPONENTES DA REAÇÃO E+S ES Substrato se liga ao SÍTIO ATIVO da enzima P+E ENZIMAS – SÍTIO ATIVO Região da molécula enzimática da reação com o substrato. que participa Pode possuir componentes não protéicos:cofatores. Possui aminoácidos auxiliares e de contato. Porção protéica Cofator APOENZIMA HOLOENZIMA Grupamento prostético Ativador:Íons inorgânicos que condicionam a ação catalítica das enzimas. Fe²+ Coenzima: molécula orgânica complexa.NAD+ ENZIMAS – COFATOR Algumas enzimas que contêm ou necessitam de elementos inorgânicos como cofatores ENZIMA COFATOR PEROXIDASE Fe+2 ou Fe+3 CATALASE CITOCROMO OXIDASE Cu+2 ÁLCOOL DESIDROGENASE Zn+2 HEXOQUINASE Mg+2 UREASE Ni+2 ENZIMAS – COENZIMAS Maioria deriva de vitaminas hidrossolúveis Classificam-se em: - transportadoras de hidrogênio - transportadoras de grupos químicos Transportadoras de hidrogênio Coenzima Abreviatura Reação Origem catalisada Nicotinamida adenina NAD+ Oxi-redução Niacina ou dinucleotídio Nicotinamida adenina NADP+ dinucleotídio fosfato Flavina adenina FAD dinucleotídio Vitamina B3 Oxi-redução Niacina ou Vitamina B3 Oxi-redução Riboflavina ou Vitamina B2 ENZIMAS Oxidorredutases: São enzimas que catalisam reações de transferência de elétrons, ou seja: reações de oxi-redução. São as Desidrogenases e as Oxidases. Transferases : Enzimas que catalisam reações de transferência de grupamentos funcionais como grupos amina, fosfato, acil, carboxil, etc. Como exemplo temos as Quinases e as Transaminases. Hidrolases : Catalisam reações de hidrólise de ligação covalente. Ex: As peptidades. Isomerases: Catalisam reações interconversão entre isômeros ópticos geométricos. As Epimerases são exemplos. de ou Ligases: Catalisam reações de formação e novas moléculas a partir da ligação entre duas já existentes, sempre às custas de energia (ATP). São as Sintetases. ENZIMAS – LIGAÇÃO ENZIMA - SUBSTRATO Emil Fischer (1894): alto grau de especificidade das enzimas originou Chave-Fechadura , que considera que a enzima possui sitio ativo complementar ao substrato. ENZIMAS – LIGAÇÃO ENZIMA - SUBSTRATO Koshland (1958): Encaixe Induzido , enzima e o o substrato sofrem conformação para o encaixe. O substrato é distorcido para conformação exata do estado de transição. ENZIMAS – ATIVIDADE ENZIMÁTICA Fatores que alteram a velocidade de reações enzimáticas: - pH; temperatura; concentração das enzimas; concentração dos substratos; presença de inibidores. ENZIMAS – INFLUÊNCIA DO PH O efeito do pH sobre a enzima deve-se às variações no estado de ionização dos componentes do sistema à medida que o pH varia. Enzimas grupos ionizáveis, existem em ≠ estados de ionização. Lipídios Lipídios ENZIMAS – INFLUÊNCIA DA TEMPERATURA temperatura dois efeitos ocorrem: (a) a taxa de reação aumenta, como se observa na maioria das reações químicas; (b) a estabilidade da proteína decresce devido a desativação térmica. Enzima temperatura ótima para que atinja sua atividade máxima, é a temperatura máxima na qual a enzima possui uma atividade cte. por um período de tempo. Influência da concentração de substrato sobre a atividade enzimática •Mantidas fixas as condições de - temperatura ótima - pH ótimo - [enzima] [S] Lipídios Influência da concentração de substrato sobre a atividade enzimática Baixa concentração de substrato S + E E E E S E E E E E E E E + P P Formação do produto é PROPORCIONAL à concentração de substrato Lipídios Influência da concentração de substrato sobre a atividade enzimática 3/4 de saturação do centro ativo da enzima S S + S E E E E S E E E E S P E E E E P + S P P P P 100 % de saturação do centro ativo da enzima S S S S + E E E E S E E S E S E P E E E E S Formação do produto é PROPORCIONAL à concentração de substrato + P P P P P P P Influência da concentração de substrato sobre a atividade enzimática [Substrato] em excesso S S S S S + S S S E E E E S E E E E S S S E E P E E + P P P S S S S Velocidade da reação independe da [S] S S P P P P S S Influência da concentração de substrato sobre a atividade enzimática Em baixas concentrações de substrato a velocidade de reação é de primeira ordem – isto é, é proporcional a concentração de substrato Em altas concentrações de substrato, a velocidade da reação é de ordem zero – isto é, é constante e independente da concentração de substrato [S] Lipídios Atividade Enzimática Depende também: presença e concentração do cofator poder catalítico da enzima capacidade da enzima de transformar o substrato ligado ao complexo ES em produto por unidade de tempo ES E + P afinidade pelo substrato (Km) afinidadeda daenzima enzima pelo substrato (Km) maior ou menor capacidade da enzima de se ligar ao substrato E + S ES Lipídios Enzimas Cinética enzimática 1913 Leonor Michaelis -Enzimologista Maude Menten - Pediatra Representaram uma reação enzimática em 2 etapas K1 E+S ES K2 K3 E +P K4 K= constante de velocidade= [produto] [substrato] Enzimas - Cinética enzimática K1 E+S ES K2 K3 E +P K4 Estabilidade do complexo ES pode ser expressa pela relação entre as velocidades de dissociação e de formação do complexo Km = K2+ K3 K1 Específico para cada enzima Enzimas - Cinética enzimática Km Constante de Michaelis Medida da afinidade do complexo enzima-substrato (ES) Específico para cada enzima Cinética enzimática V V máx Vmax 2 Km= [S] [S] Numericamente, Km pode ser expresso como a [substrato] necessária para que a velocidade da reação seja metade da velocidade máxima Cinética enzimática Conclusões sobre Km Km Pequena [substrato] é necessária para a reação atingir metade da Vmáxima Afinidade da enzima pelo substrato Km Grande [substrato] é necessária para a reação atingir metade da Vmáxima Afinidade da enzima pelo substrato Cinética enzimática Km Afinidade da enzima pelo substrato Km Afinidade da enzima pelo substrato Conclusões sobre a Cinética Michaeliana Quando a [S] for menor que o Km (até atingir a saturação da enzima) a velocidade da reação é proporcional à [S] Reação de 1a ORDEM Quando a [S] é muito maior que Km a velocidade da reação é constante e igual a Vmax Reação é de ORDEM ZERO [S] Gráfico característico é uma hipérbole Inibição Enzimática Quanto ao tipo: inespecífica - inibidor a atividade de todas as enzimas ex: agentes desnaturantes específica - inibidor a atividade de uma única enzima ou de um grupo restrito de enzimas irreversível reversível competitiva não-competiti Lipídios Inibição Enzimática Inibição Enzimática Irreversível • inibidor se combina com um grupo funcional (sítio ativo) da enzima • inibidor se liga à enzima formando um complexo ESTÁVEL • forma-se uma ligação COVALENTE entre o inibidor e a enzima Inibição Enzimática Irreversível Ex: Inibição da enzima ciclo-oxigenase pelo acetilsalicilato Ciclo-oxigenase Ácido araquidônico Lipídios Prostaglandinas Processos fisiológicos, ex. sensação de dor Inibição Enzimática Irreversível Lipídios Inibição Enzimática – Inibição Enzimática Reversível • • • inibidor forma com a enzima um complexo INSTÁVEL inibição NÃO envolve modificação COVALENTE Tipos de inibidores reversíveis competitivos não competitivos incompetitivos DIGESTÃO DOS LIPÍDIOS - O Orlistat é um inibidor irreversível da lipase - Bloqueia a absorção de mais ou menos 30% da gordura presente na dieta - Uma publicação da tradicional revista médica Lancet relata que pacientes que tomaram três cápsulas de Xenical diárias, de 120 mg, em conjunção com uma dieta branda de baixas calorias, perderam 70% de peso a mais do que aqueles que tinham sido submetidos apenas à dieta. DIGESTÃO DOS LIPÍDIOS No tratamento da obesidade pode usar-se um fármaco (orlistat; xenical) que é um inactivador (= inibidor irreversível) da lipase pancreática. O orlistat reage com uma serina (formando uma ligação covalente e irreversível) situada no centro ativo da enzima bloqueando a sua actividade. Inibição Competitiva Inibidor competitivo Estrutura semelhante à do substrato Liga-se ao Sítio Ativo da Enzima E+S + I EI ES E+P Inibição Competitiva Enzima S S Sítio Ativo S P P S S IC S P P S IC P P S IC IC IC S Lipídios Inibição Competitiva Na presença do inibidor competitivo afinidade da enzima pelo substrato [substrato] necessária para que a enzima funcione normalmente Km aparente da enzima Inibição Enzimática Competitiva Inibidor tem semelhança estrutural com o substrato O inibidor se liga no sítio ativo da enzima Aumento da [substrato] diminui a inibição Km aparente da enzima AUMENTA Em uma concentração suficientemente alta de substrato a VELOCIDADE da reação atinge a Vmáx observada na ausência do inibidor Inibição Enzimática Competitiva Inibidor tem semelhança estrutural com o substrato O inibidor se liga no sítio ativo da enzima Aumento da [substrato] diminui a inibição Km aparente da enzima AUMENTA Em uma concentração suficientemente alta de substrato a VELOCIDADE da reação atinge a Vmáx observada na ausência do inibidor Inibição Competitiva Análise Gráfica Inibição Competitiva Intoxicação por Metanol URINA Metanol Formaldeído Álcool desidrogenase Infusão EV Etanol Causa lesão tecidual cegueria Inibição Competitiva Exemplo:Tratamento de hipercolesterolemia Inibição Não-Competitiva Inibido não-competitivo NÃO se liga ao sítio ativo da enzima E+S + I ES + I EI + S EIS E+P Inibição Enzimática Não-Competitiva Inibidor não tem semelhança estrutural com o substrato NÃO se liga no sítio ativo da enzima Aumento da [substrato] não diminui a inibição Km aparente da enzima NÃO se altera A VELOCIDADE máxima DIMINUI na presença do inibidor Inibição Não-Competitiva Diminui a concentração de enzima ativa Velocidade Máxima da Reação Exemplos: Metais pesados - Pb+2 Inibição Não-Competitiva Análise Gráfica