10 1 INTRODUÇÃO 1.1 Justificativa Em um mercado cada vez mais concorrido, a competitividade passou a ser fator determinante para sobrevivência de qualquer empreendimento, levando administradores a questionarem os seus métodos tradicionais de gestão, buscando subsídios necessários para desenvolverem estratégias eficazes. O desempenho de pequenas, médias e grandes empresas que operam basicamente em todos os setores da economia, está condicionado por alguns fatores de extrema relevância que determinam a formulação e implantação de uma estratégia baseada em segmentos de mercado, para maior efetividade e evitar a competitividade direta com os líderes de mercado e serem duravelmente competitivas. As indústrias gráficas e empresas de outros segmentos objetivam melhorias contínuas e maximização dos lucros, sendo de fundamental importância à percepção do ambiente de mercado entre produto e consumidor, ou seja, necessitam estabelecer relações positivas com clientes, de modo que cumpram o papel de atendê-los com produto ou serviço extremamente ajustado às suas necessidades. A globalização está causando transformações que influenciam diretamente em mudanças estruturais nas empresas e indústrias, diante deste contexto, a segmentação surge como ferramenta fundamental de marketing que proporciona a capacidade de identificar as oportunidades, definir mercados e aumentar o desempenho efetivo da empresa, sendo que, exigirá menores investimentos pelo fato de ser aplicada a segmentos específicos, tendo melhor adaptação às realidades da empresa e às potencialidades de seus produtos e serviços. 1.2 Tema A estratégia de segmentação de mercado como vantagem competitiva para a industria gráfica de pequeno porte na região de Criciúma/SC 11 1.3 Problema Em um cenário, altamente competitivo em que as empresas encontramse na atualidade em função da crescente concorrência, onde a demanda do mercado vem tornando-se cada vez menor que as ofertas disponíveis, as empresas necessitam de diferenciais competitivos para focar suas atividades e atender melhor seus clientes a fim de manter os já existentes e conquistar novos clientes no mercado. Novas tecnologias, mudanças organizacionais e sociais vêm alterando de forma significativa o comportamento dos clientes e por conseguinte das empresas. Diante do exposto, o presente trabalho busca responder a seguinte pergunta: Como uma pequena indústria no setor gráfico na região de Criciúma, pode utilizar a estratégia de marketing de segmentação de mercado para gerar competitividade mercadológica a fim de manter e atrair novos clientes? 12 2 OBJETIVOS 2.1 Objetivo geral √ Analisar no mercado atual do setor gráfico, quais são as melhores formas de sustentar vantagem competitiva através da estratégia de segmentação de mercado. 2.2 Objetivos específicos √ Desenvolver uma pesquisa bibliográfica que dê suporte ao tema proposto. √ Identificar os elementos que determinam os níveis de competição entre a concorrência. √ Averiguar os segmentos de mercado atrativos existentes na região de Criciúma para uma pequena indústria gráfica. √ Evidenciar a importância no desenvolvimento de produtos e serviços para segmentos de mercado. 13 3 REVISÃO DA LITERATURA 3.1 História das gráficas Segundo a Fortunecity (www.fortunecity.com) “As antigas civilizações do Extremo Oriente desenvolveram as primeiras formas conhecidas de impressão. No século VIII os chineses produziram 1 milhão de cópias de textos budistas usando blocos xilográficos, e há evidências de impressão com tipos separados de madeira na China e na Coréia a partir do século XI. No Ocidente, os monges utilizavam blocos xilográficos no final do século 14 para imprimir imagens de santos. Contudo, Gutenberg, em 1450, na Alemanha, foi quem realmente deu início ao desenvolvimento da impressão na Europa, ao inventar um molde de composição tipográfica para confeccionar tipos móveis em metal. O novo ofício de imprimir difundiu-se rapidamente por toda a Europa. O desenvolvimento da impressão tornou seu custeio mais acessível do que o das cópias manuscritas, bem como permitiu a disseminação de idéias para um universo de leitores bem maior. Erasmo e Lutero, por exemplo, exploraram o potencial da imprensa (em 1529 Lutero publicou 183 panfletos). Universidades e médicos beneficiaram-se de uma maior quantidade de textos. Durante os três séculos seguintes, artistas, moldadores de tipos, artesãos e impressores contribuíram para o progresso, planejamento e elevação da qualidade da impressão. Tipos novos e sofisticados foram desenhados, o uso da ilustração e da ornamentação aumentou e o cobre foi utilizado em gravuras de alta qualidade. Vários processos de impressão que não utilizam o alto-relevo, tais como a litografia e a gravura, foram também desenvolvidos. Aperfeiçoamentos foram feitos na prensa básica que operava com parafuso, houve inclusive a substituição deste pela alavanca e a introdução de uma base de metal no lugar da madeira. Entretanto, a produção permanecia relativamente baixa em razão da necessidade de redistribuir os tipos antes de uma nova impressão, da lentidão das prensas manuais e da necessidade de umedecer o papel antes de imprimir.” Apesar da baixa qualidade e da lentidão no processo de impressão o aperfeiçoamento na reutilização dos mesmos tipos para compor diferentes textos mostrou-se eficaz e é utilizada até aos dias de hoje. Mesmo com o chegada dos computadores e da editoração eletrônica dos textos, a tipografia ainda permanece 14 viva em algumas indústrias gráficas, sendo utilizadas principalmente em formatações, grafias, numerações e em serviços com cortes e vincos especiais. Figura 1: Catálogo tipográfico da Caslon (1732) Fonte: http://tipografos.net/tipos/caslon.html 3.1.1 O surgimento da impressão Off-set Segundo a Fortunecity, (www.fortunecity.com) “O século XIX testemunhou um surto de inventividade mecânica que incluiu o desenvolvimento da prensa de chapa, na qual uma placa pressiona o papel contra o tipo; da prensa cilíndrica, na qual uma estrutura imersa em tinta contém os tipos de metal que se movem por trás de um cilindro que faz o papel rodar; e da prensa rotatória, que usa placas de impressão curvas que giram contra o papel, que é fornecido em folhas individuais ou em rolos (folha contínua). Mais tarde, durante esse século, foram feitos progressos na tecnologia da composição tipográfica com o desenvolvimento do linotipo, do monotipo, da composição com estereótipos e da ilustração. Os princípios dos meiotons, da litografia off-set*, da impressão a cores e fotografias para a confecção de placas de impressão foram também desenvolvidos durante esse período, de modo que por volta do início do século 20 a maioria das formas básicas de impressão tipográfica, impressão litográfica e de entalhadura estava estabelecida. Entre as 15 duas grandes guerras, a engenharia da impressão foi bastante aperfeiçoada e os métodos fotográficos cresceram em importância, enquanto que a eletrônica moderna vem causando um grande impacto desde 1950”. A partir de 1962, chegaram no Brasil as primeiras impressoras off-set monocolor importadas da Alemanha, sendo que mais tarde, as indústrias passaram a utilizá-las, substituindo as menos produtivas por tipos. Sendo a técnica de impressão mais difundida atualmente, grande parte das indústrias gráficas brasileiras já possuem impressoras off-set computadorizadas quatro cores, que são capazes de imprimir várias camadas de cores por etapa de impressão e são ajustadas automaticamente. 3.2 Tipos de gráficas 3.2.1 Tipografia Segundo a Copiadoras Satélite (www.copiadorassatelite.com.br) “Tipografia é o mais antigo dos métodos de impressão. Existem ainda em uso equipamentos tipográficos de todos os portes e velocidades. Este método presta-se para impressos comerciais, livros, jornais, embalagens e afins. A matriz é composta de pequenos tipos (carimbos reaproveitáveis com letras e símbolos diversos, que podem ser padrão ou feitos sob encomenda) colocados em uma grade que os mantém na ordem desejada. A manutenção dessa matriz montada não é economicamente viável, apesar de demandar elevada mão-de-obra para sua confecção, já que os mesmos tipos podem constituir uma nova matriz e tem, um custo unitário elevado. A característica desse método é uma impressão sem definição, um defeito que faz todas as letras e símbolos terem suas bordas irregulares, parecido (mas em menor escala) à um carimbo comum de escritório. _________ *Offset: sm (ingl) Tip Moderno processo de impressão litográfica em que a imagem, gravada numa folha de metal flexível, geralmente zinco ou alumínio, é transferida para o papel por meio de um cilindro de borracha. (Dicionário Michaelis, 2006) 16 Devido à pressão que a matriz faz sobre o papel e à necessidade de doses maciças de tinta, algumas vezes a impressão de um lado surge no verso. A tipografia vem sendo gradativamente substituída por métodos mais modernos e precisos, mas é ainda usada, por exemplo, para entradas de shows, pequenos jornais sem fotos, notas fiscais, numeração, corte e vinco (usando tipos especiais com lâminas), etc. Mesmo em tiragens relativamente pequenas tem um custo unitário baixo, porém não permite desenhos detalhados ou impressões delicadas”. Necessariamente a tipografia ainda permanece no dia-a-dia da maioria das gráficas de pequeno e médio porte. Apesar de seu método de produção ser relativamente baixo, as mesmas máquinas tipográficas usadas no passado para imprimir com tipos, hoje são utilizadas fundamentalmente para numeração de blocos, cortes e vincos em embalagens e em cartões e convites com alto-relevo. No entanto, os tipos das impressoras tipográficas foram praticamente abolidos dos parques gráficos e os tipógrafos, que projetavam e imprimiam os textos, perderam seus empregos. 3.2.2 Flexografia Segundo a Copiadoras Satélite (www.copiadorassatelite.com.br) “Flexografia é uma forma de tipografia que usa uma grade flexível, ao invés de rígida, para poder imprimir em superfícies curvas. Nessa grade flexível são colocados tipos também flexíveis e assim pode-se imprimir, por exemplo, em latas de refrigerante, copos, bolsas e outros materiais flexíveis ou de formato não plano. É bom método para se imprimir grandes áreas de cor sólida em materiais não planos, em grande escala. As tintas são de secagem rápida, baseadas em água ou solvente sintético e podem ser aditivadas para se conseguir diferentes texturas, maior brilho, maior aderência, etc. Tem um custo relativamente alto para pequenas tiragens”. Esse tipo de impressão não é comum nas indústrias gráficas de pequeno e médio porte tampouco nas grandes indústrias devido ao seu alto custo em pequenas tiragens. No entanto, em grandes tiragens, a gráfica possui como opção para esse tipo de impressão, o rótulo ou etiqueta adesiva em papel ou vinil, na qual possuem as mesmas características, durabilidade e com um valor unitário menor que a flexografia. 17 A flexografia é usada esporadicamente na indústria gráfica quando não há possibilidade da impressão off-set preencher toda uma área sólida de uma folha de grande formato como por exemplo: catálogos, placas para amostra de revestimentos cerâmicos, etc. 3.2.3 Rotogravura Segundo a Copiadoras Satélite (www.copiadorassatelite.com.br) “Enquanto a tipografia usa vários tipos com caracteres e símbolos em alto relevo para montar a matriz de impressão, na rotogravura ocorre o oposto: Usam-se superfícies em baixo relevo para imprimir imagens complexas, coloridas ou não. Em termos gerais, cada matriz é formada por um único tipo que é feito artesanalmente, por profissionais altamente habilidosos, e consiste em um cilindro ou chapa com os desenhos feitos em áreas contínuas ou divididos em milhares de pontos individuais escavados um a um de forma à formarem uma imagem em negativo daquela que queremos imprimir. Chapas são usadas para impressão em folhas soltas e rolos para quando o equipamento opera com bobinas. A superfície dessa matriz é então embebida em tinta e uma lâmina de alta precisão retira o excesso, deixando tinta apenas nos pontos de baixo relevo, que é transferida para o papel por impressão direta, com a matriz pressionando o papel contra si. Notas de dinheiro e selos postais são exemplos desse tipo de impressão. É necessária uma tiragem mínima muito mais elevada que os demais métodos para se conseguir um custo unitário viável, devido ao custo da matriz”. 3.2.4 Silk-Screen Segundo a Copiadoras Satélite (www.copiadorassatelite.com.br) “Este método usa um matriz feita de material poroso ou finamente perfurado, tais como telas de *náilon ou **dácron, ou ainda de aço inox, montada em uma moldura rígida. _________ *náilon: (ingl nylon) Cada um dos numerosos materiais sintéticos, consistindo em poliamidas produzidas de ácido dicarboxílico, em forma de fibras, filamentos, fios de seda ou folhas, de largo uso na indústria têxtil.(Dicionário Michaelis, 2006) **dácron: Nome comercial de uma fibra de poliéster, produzida em forma de filamentos e de fibra têxtil, caracterizada por sua grande elasticidade, e muitas vezes misturada com outras fibras (como lã) em tecidos. (Dicionário Michaelis, 2006). 18 Mecanicamente ou através de um processo de fotosensibilização, as áreas em branco da impressão têm os furos da matriz tapados, enquanto que nas áreas de impressão a matriz permanece com suas perfurações abertas. A impressão é feita colocando o papel ou outro substrato abaixo da matriz e forçando a passagem da tinta pelos seus pequenos furos com um tipo especial de rodo de borracha. A matriz é relativamente cara, porém pode ser reutilizada muitas vezes. Versatilidade é a principal vantagem deste processo. Qualquer superfície pode ser impressa: madeira, vidro, metal, plástico, cortiça, etc., em qualquer formato, cor ou tamanho. Apesar disso, o silk-screen é usado predominantemente para camisetas, banners*, materiais promocionais, painéis e cartões plásticos e cartões de visitas com impressão em relevo. O custo é alto para pequenas tiragens e a varia em proporção direta com a qualidade que se exige da impressão”. O silk-screen é geralmente usado em estamparias (impressões em tecidos) ou serigrafias (impressões em painéis, chapas de metal, adesivos externos e internos para carros, etc). Seu custo é bastante elevado para pequenas quantidades, sendo substituído por grande parte das serigrafias pelo Plooter (adesivo por recorte). Já em grande tiragens o silk-screen foi gradativamente substituído pelo adesivo vinil para impressora off-set. 3.2.5 Off-set Segundo a Copiadoras Satélite (www.copiadorassatelite.com.br) “Atualmente é o mais popular dos processos de impressão. Em relação a matriz, o princípio do off-set difere dos outros processos gráficos convencionais: não há incisão, cortes ou relevos, mas um método chamado "planográfico", onde a imagem e as áreas de não-impressão estão essencialmente em um mesmo plano da matriz, sendo esta atualmente feita com uma fina folha de alumínio, sendo que a distinção entre uma ou outra é feita quimicamente, por meio de uma emulsão fotossensível. São duas diferenças básicas entre a litografia e os outros métodos de impressão: • Ela é baseada em um princípio físico que não permite que a água e a tinta offset (que é oleosa) misturem-se; _________ *banners: faixa com dizeres ou mensagens. (Dicionário Michaelis, 2006) 19 • A tinta é transferida da matriz para um cilindro de borracha intermediário, e depois, desse cilindro para o papel. Na matriz de off-set, a imagem a ser impressa é feita repelente à água e receptiva à tinta, enquanto que as áreas em branco são, ao contrário, receptivas à água e repelentes à tinta. Essa matriz é então montada num rolo especial da impressora que, ao rodar, a coloca em contato sucessivo com rolos umedecidos com água e rolos umedecidos com tinta. A água adere às áreas que são receptivas à ela, ou seja, às áreas em branco, e previne que a tinta se fixe nessas áreas. A tinta, por sua vez, faz o mesmo nas áreas a serem impressas (e que são receptivas à ela). A imagem, já entintada, é transferida para um cilindro de borracha intermediário que a transfere para o papel, por pressão. A técnica de transferir a imagem da matriz para um cilindro de borracha intermediário antes de transferi-la para o papel é chamada de técnica off-set. Tipografia, rotogravura e litogravura também podem operar pelo mesmo princípio. Entre as maiores vantagens da técnica de off-set, podemos destacar a durabilidade da matriz, que não atrita diretamente com o papel, e a possibilidade de poder imprimir em uma ampla variedade de superfícies absorventes de tinta, tanto lisas como rugosas, com um mínimo de pressão. Isso minora os problemas impressão com bordas irregulares e manchadas (diz-se "explodida") da tipografia e rotogravura comuns. Permite também um melhor controle da impressão em frente-everso, inclusive com equipamentos que imprimem as duas faces do papel simultaneamente. Essas características dão ótima relação custo/benefício às impressões off-set. Sendo a técnica de impressão mais difundida atualmente, existem equipamentos de todos os tamanhos e velocidades à disposição, apesar de terem um custo mais elevado que muitos dos outros tipos. Praticamente tudo que conhecemos como material impresso pode ser feito por este processo: Livros, catálogos, panfletos, cupons, embalagens, etc; Porém é necessária uma tiragem mínima relativamente elevada, comparada às técnicas digitais, para ser economicamente viável, devido ao custo da matriz (chapas e fotolitos) e às perdas iniciais para regulagem do equipamento, especialmente quando o serviço envolve várias camadas de cores”. 20 O mix de produtos que a impressão off-set oferece em pequena indústria gráfica até uma de grande porte envolve e atende praticamente todos os setores do mercado. Da pequena lanchonete, que utiliza o bloco de nota fiscal, o panfleto, o bloco de controle e o cardápio, até para as grandes industrias que utilizam os catálogos coloridos, as pastas, os informativos, as etiquetas adesivas, os cartões de visitas, as embalagens e papelaria em geral. As indústrias gráficas também operam intensamente no comércio. Impressões promocionais, blocos e sacolas de papel são solicitadas freqüentemente no comércio da região. 3.2.6 Duplicação Digital Segundo a Copiadoras Satélite (www.copiadorassatelite.com.br) “A técnica de duplicação digital tem suas origens nos duplicadores mimeógrafos que eram, e ainda são, usados em muitas escolas pelo Brasil afora. Para os que não conheceram essas pequenas máquinas inventadas no início do século, fazia-se manualmente, ou com a ajuda de uma máquina de escrever, uma matriz em papel impermeável com perfurações que permitiam a passagem da tinta, normalmente a base de álcool. Estas máquinas ajudaram a alfabetizar a maioria da população mundial neste século! Colocava-se a matriz num pequeno cilindro poroso cheio de tinta e giravase uma manivela que o punha a rodar. A força centrífuga impelia a tinta através da matriz e esta imprimia diretamente o papel. O custo é extremamente baixo, mas a impressão muitas vezes é até ilegível, sendo o processo muito trabalhoso e desgastante, especialmente para quem gira a manivela. O mimeógrafo continuou praticamente o mesmo até a década de oitenta, quando surgiram máquinas computadorizadas que, utilizando o mesmo princípio básico, mantiveram o custo extremamente baixo do stencil mas com grande melhora na qualidade da impressão. Impressões de qualidade razoável, feitas rapidamente e a um custo baixo. Nesses equipamentos, um scanner digitaliza o original impresso e grava uma matriz com pelo menos 300dpi (pontos por polegada) em um papel especial, afixado automaticamente num cilindro pelo qual flui a tinta, agora bombeada de forma constante por meios mecânicos, que imprime diretamente o papel. Circuitos digitais 21 comandam a posição e qualidade da imagem, assim como o fluxo de tinta e a velocidade de impressão, que variam segundo a capacidade de absorção de tinta pelo papel, com o operador presente apenas para acompanhar o processo e intervir se necessário. Estas máquinas começaram a chegar ao Brasil no início da década de noventa em São Paulo. O mercado típico para este tipo de impressão são: panfletos, apostilas e demais impressos definidos como "traço e texto", assim chamados aqueles que não contenham meios-tons, pois o duplicador digital não tem boa performance quando imprimindo tons de cinza. Mas, infelizmente, estas cópias são vendidas como xerográficas, a preços baixíssimos, enganando os clientes incautos”. 3.2.7 Eletrografia (Fotocópia) Segundo a Copiadoras Satélite (www.copiadorassatelite.com.br) “A impressão xerográfica foi inventada na década de sessenta pelo fundador da Xerox Corp. (EUA) e usa toner seco (líquido nas primeiras máquinas) pigmentado e eletricamente carregado (carga negativa) para imprimir em papel. O processo até os dias atuais é analógico, usando espelhos e lentes, mas rapidamente está sendo substituído por sistemas que transferem de forma digital, através de laser, a imagem para o cilindro, e depois deste para o papel. Outra vantagem dessa nova tecnologia é a sua conectividade com sistemas de computador, que permite uma transferência direta para a máquina copiadora, evitando a perda de qualidade oriunda da impressão do original e sua posterior leitura na máquina. Nas copiadoras xerográficas analógicas, o original impresso é iluminado por uma forte lâmpada e a luz refletida direcionada através de espelhos e lentes para um cilindro fotoimpressionável, que ioniza-se positivamente nas partes correspondentes às áreas a serem impressas. O toner, que é negativo, adere ao cilindro nessas áreas e por transferência direta imprime o papel. O papel impresso passa então por um forte e rápido aquecimento que funde o toner, fazendo-o aderir ao papel e evitando que saia com a gordura presente nas mãos de quem o manipulará.” O uso da xerografia, ou fotocópia, é usado na região em grande maioria 22 por acadêmicos, engenheiros e em pequenas empresas, por não possuírem demanda a ponto de adquirirem uma copiadora própria. Apesar desse tipo de impressão ser muito utilizado em diversas gráficas da região tornando um atrativo para entrada de outros impressos, a xerografia está atualmente em declínio devido aos constantes lançamentos desse tipo de impressora com baixo custo para uso doméstico e para pequenas empresas. Nos próximos anos o mercado para as xerografias tende a reduzir drasticamente. 3.3 Mercado e tendências 3.3.1 Conceito de Mercado Mercado conceitua-se como o processo pelo qual as empresas ou pessoas procedem a trocas de bens por uma unidade monetária ou por outros bens em comum. Para cada produto ou serviço, há um mercado com características e necessidades singulares que tendem a equilibrar-se pela demanda e oferta. O conceito de troca leva ao conceito de mercado. O mercado é o grupo de compradores reais e potenciais de um produto. Esses compradores tem uma necessidade ou desejo específico que pode ser satisfeito através da troca. Assim, o tamanho de um mercado depende de um número de pessoas que apresentam necessidades, têm recursos para fazer trocas, estão dispostas a oferecer esses recursos em troca do que desejam. (KOTLER, 1998, p. 07) Segundo o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social BNDES (1997,<www.bndes.gov.br>) “A indústria gráfica no Brasil compreende uma gama variada de firmas, abrangendo desde pequenos estabelecimentos até empresas com estrutura e processos produtivos tipicamente industriais. Essas empresas atuam em segmentos distintos, utilizando-se de vários tipos de materiais, com as mais diversas finalidades. A maior parte dos serviços gráficos usa papel ou cartão como suporte, sendo freqüente, também, a impressão sobre plásticos e metais e, em menor escala, vidro e tecidos. Essa diversidade torna complexa a tarefa de agregar informações sobre o setor, uma vez que as diversas associações de classe existentes agrupam conjuntos de empresas/informações com numerosas duplicações e interseções. 23 As gráficas, em função das características de seus produtos finais, podem ser classificadas em oito grupos principais. São eles: Embalagens, que compreende a impressão de cartuchos, caixas, rótulos e outras embalagens; Editorial, que abrange a edição e impressão de livros, revistas e periódicos; Formulários, planos ou contínuos; Promocional, que inclui, principalmente, pôster, cartazes, catálogos e volantes; Artigos de Papelaria, incluindo papel para carta, formulários oficiais; Préimpressão, compreendendo a criação e o desenvolvimento de mídia impressa; Impressos Comerciais, abrangendo, entre outros, talonários, agendas, cartões postais; Diversos, que inclui baralhos, produtos para festas como copos, pratos e guardanapos, papel de presente, cardápios, brinquedos, etc. (Ver Figura 2) Cerca de 90% do número de estabelecimentos emprega menos de 20 funcionários e, apenas 0,3%, emprega mais de 500 funcionários. Esses dois grupos, no entanto, detêm quase a metade do total de funcionários do setor. A indústria gráfica nacional, segundo estimativa da Associação Brasileira das Indústrias Gráficas - ABIGRAF, compreende 13.634 empresas e empregava, em junho de 1997, 193.720 funcionários, o que corresponde a uma média de 14 empregados por estabelecimento. Os países da União Européia (como um todo) também apresentam o mesmo número médio de funcionários (14) e nos Estados Unidos da América esse número é de 19,5 empregados por empresa. O faturamento estimado para o setor gráfico no Brasil, no ano de 1996, foi de US$ 5,9 bilhões, sendo inexpressivo perante os US$ 81 bilhões faturados nos países da União Européia ou os US$ 132 bilhões dos Estados Unidos.” (Ver Figura 3) Brasil: Segmentação por Setor Gráfico-1996 Com erciais Pré-Im pressão Papelaria Prom ocional Diversos Form ulários Editorial Em balagens Figura 2: Brasil: Segmentação por Setor Gráfico - 1996 Fonte: BNDES (apud DECES; ABIGRAF) 24 O gráfico da figura 2 apresenta os segmentos do setor gráfico que possuem maior representatividade na economia nacional, como por exemplo o setor de Embalagem, Editorial e de Formulários. Entretanto, a realidade para as gráficas da região de pequeno e médio porte não corresponde às mesmas dos grandes centros como Rio de Janeiro e São Paulo, na qual estão instalados os maiores parques gráficos. Podemos citar como exemplo a Dixie Toga do segmento de embalagens, a Abril S/A no segmento editorial e a American Bank no segmento de formulários. Apesar de serem segmentos promissores, o segmento de formulários e editorial necessitam de um alto investimento em maquinário e pessoal, impossibilitando as pequenas e médias indústrias gráficas de atuarem nesses mercados. Em se tratando do mercado comercial e industrial da região de Criciúma/SC, na qual a maioria das pequenas e médias gráficas atua, o setor comercial, promocional e papelaria têm maior destaque atendendo diretamente essa parcela do mercado. Faturamento por Segmento - 1996 (em milhões US$) Em balagens Editorial Form ulários Prom ocional Art. Papelaria Pré-Im pressão Impressos Com erciais Diversos Figura 3: Brasil: Faturamento por Segmento - 1996 (em milhões US$) Fonte: BNDES (apud DECES; ABIGRAF) O gráfico da figura 3 representa o faturamento por segmento na qual possuem basicamente as mesmas proporções em relação à participação de cada segmento gráfico na economia nacional. Os segmentos de Embalagens, Editorial e Formulários, em conjunto, representam aproximadamente 1/3 do faturamento total verificado em 1996. 25 3.3.2 Perspectivas do Setor Segundo dados levantados pelo BNDES (1997,<www.bndes.gov.br>), as perspectivas para o setor são otimistas, pois “a abertura da economia provocou um impacto considerável no setor gráfico. O crescimento exponencial das importações, a partir de 1993, mostrou a fragilidade da estrutura existente. A resposta foi rápida, com o reaparelhamento do parque gráfico. Mas, além de oportunidades, investimentos significam, em geral, dívidas. Por isso, estará garantida a continuidade sadia do setor, ou partirão as empresas para disputar um mercado interno que pode não apresentar o mesmo fôlego nos anos vindouros? Como ficará o retorno dos investimentos realizados? Grandes desafios deverão ser enfrentados pelos diversos segmentos do setor gráfico. Na velocidade com que as mudanças tecnológicas vêm ocorrendo, torna-se necessária uma rápida resposta da indústria, especialmente no que se refere à constante renovação de suas máquinas e à formação de mão-de-obra capaz de operá-las. A criação do curso superior de tecnologia gráfica deve ser incentivado, para que a indústria possa dispor, de forma contínua e programada, de um contingente adequado de especialistas.” Como mencionou o BNDES, a capacidade produtiva das indústrias gráficas pode mostrar-se insuficientes para atender a determinados segmentos de mercado, pelo fato de haver mudanças constantes no processo produtivo, sendo que, para acompanhar a essas mudanças podem gerar investimentos altos, necessitando também de pessoal qualificado para operação das máquinas, mas o mercado para as indústrias gráficas está em constante crescimento através da procura pelo serviço o que favorece a iniciativa para investir em tecnologia para acompanhar a essa demanda. 3.3.3 Segmento de Embalagens Segundo o BNDES, (1997,<www.bndes.gov.br>) Já no segmento mais promissor, o de embalagens, tornou-se o mais “ameaçado pela concorrência externa e pela pressão dos grandes compradores. O *global sourcing vem obrigando a constante diminuição dos custos, sob a ameaça iminente de perda de mercado. 26 Essa acirrada competição mundial exige o aperfeiçoamento contínuo de produtos e serviços. Parte importante da indústria gráfica é afetada pela rápida evolução nos tipos de embalagem, onde, a cada dia, surgem diferentes demandas. Novos tipos de embalagens de cartão associado a outros materiais usados para o acondicionamento de líquidos vêm tendo um mercado crescente. No entanto, ao mesmo tempo, em função da maior dificuldade em sua reciclagem, aumentam as resistências por parte de grupos ambientalistas ao uso dessas embalagens. As mudanças que estão ocorrendo na economia do País vêm permitindo oportunidades de crescimento significativas na área de embalagens. Os segmentos de **fast-food e de alimentos resfriados/congelados apresentam boas perspectivas. 3.3.4 Segmento Editorial Segundo o BNDES, (1997,<www.bndes.gov.br>) “A grande vertente do segmento editorial, a dos livros didáticos, depende em larga escala da continuidade dos programas governamentais de estímulo à educação (PNLD*** e outros). Igualmente dependente dessa ação está o segmento de cadernos. Por exemplo, hoje, de cada 100 crianças que entram na 1ª série, apenas 56 concluem a 5ª série. O baixo consumo de livros no Brasil, de cerca de 2,5 livros/hab.ano, poderá ser alavancado com as mega-livrarias e os lançamentos de títulos a preços reduzidos, como as edições de livros populares vendidos em bancas de jornais. _________ *Global Sourcing: É a busca por fornecedores que estão localizados em outros países ou regiões distantes, ou seja, existe uma independência da localização geográfica. (http://www.craweb.org.br) **fast-food: (ingl) Nome genérico dado às refeições rápidas, como os sanduíches. Aplica-se comumente à comida vendida em lojas pertencentes a grandes redes. sm Estabelecimento comercial onde se faz e vende esse tipo de refeição. (Dicionário Michaelis, 2006) ***PNLD: O Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) tem por objetivo oferecer a alunos e professores de escolas públicas do ensino fundamental, de forma universal e gratuita, livros didáticos e dicionários de Língua Portuguesa de qualidade para apoio ao processo ensino-aprendizagem desenvolvido em sala de aula. A Secretaria de Educação Básica coordena o processo de avaliação pedagógica sistemática das obras inscritas no PNLD, desde 1996. Esse processo é realizado em parceria com universidades públicas que se responsabilizam pela avaliação de livros didáticos nas seguintes áreas: Alfabetização, Língua Portuguesa, Matemática, Ciências, História,Geografia e Dicionário da Língua Portuguesa. A compra e distribuição das obras estão sob a responsabilidade do FNDE. Portal MEC - Sitio SEB. Disponível em http://portal.mec.gov.br/seb Acesso em 25 nov. 07. 27 No segmento de jornais e revistas, a informática com seu enorme potencial de reduzir a bytes* parte do material impresso é a grande ameaça Nos países mais desenvolvidos, vem ocorrendo a saturação desse mercado, fato que ainda não acontece no Brasil, onde o crescimento das tiragens é auxiliado pelo esquema de promoções de fascículos, livros, fitas de vídeo, etc. A sustentabilidade desse volume, a longo prazo, exigirá um grande esforço de criatividade por parte das editoras desse segmento. Esse esforço deverá agregar os avanços da tecnologia da informatização para, por exemplo, produzir revistas personalizadas ou jornais, onde o leitor possa optar pelos cadernos que quer receber, ou, ainda, determinar que grupos de notícias lhe interessa. 3.3.5 Segmentação Promocional Segundo o BNDES, (1997,<www.bndes.gov.br>) “A estabilidade e a abertura econômicas, permitindo um alinhamento dos preços e uma maior competição, alavancou os gastos em encartes publicitários por parte das grandes redes de lojas e das cadeias de supermercados. Também a veiculação de propaganda por mala direta apresenta-se cada vez mais utilizada. Espera-se que o mercado publicitário brasileiro cresça 15% no ano de 1997 e, em média, 10% a.a. até o ano 2000, refletindo-se em demanda de serviços para o parque gráfico.” O segmento promocional define-se como serviços gráficos e mídia impressa para serem utilizados em curto prazo de tempo, como bons exemplos: pôsteres, catálogos, panfletos, etc. O mercado publicitário é o mais atrativo no segmento promocional, mostrando-se em constante percentual de crescimento, o que pode ser um forte indicador para aumentar à procura por serviços gráficos a este tipo de segmento. *bytes: (baites) (do ingl B(inar)y Te(rm)) Inform Em processamento de dados, grupos de dígitos binários, geralmente oito, que o computador opera como uma unidade simples. B. por polegada, Inform: medida da capacidade de armazenamento de dados de uma fita magnética. (Dicionário Michaelis, 2006) 28 3.4 Fundamentos do marketing Inicialmente o marketing em 1954 era definido no Brasil por mercadologia que significa o desenvolvimento de atividades realizadas no comércio que direciona seus serviços e produtos, sendo item principal a ser considerado, a um grupo de consumidores específicos avaliando os meios de distribuição, preço e promoção de acordo com as suas necessidades. O marketing têm duas perspectivas. Primeiro, é uma filosofia, uma atitude ou uma orientação de gerenciamento que realça a satisfação do cliente. Segundo, marketing é o composto de atividades utilizadas para implementar essa filosofia. A definição da American Marketing Association engloba ambas as perspectivas: “Marketing” é um processo de planejamento e execução da concepção, do preço, promoção e distribuição de idéias, mercadorias e serviços para criar trocas que satisfaçam os objetivos individuais das organizações. (CHARLES; JOSEPH; MACDANIEL, 2004, p.06) Marketing é uma ferramenta administrativa que possibilita a sustentação e a criação de novas oportunidades de negócios. O marketing visa primordialmente o conhecimento das necessidades e desejos do mercado com o propósito de oferecer satisfação a seus clientes em troca de benefícios específicos. Marketing é o processo de planejar e executar a concepção, estabelecimento de preços, promoção e distribuição de idéias, produtos e serviços a fim de criar trocas que satisfaçam metas individuais e organizacionais. (CHURCHILL, 2003, p. 04) 3.4.1 Quatro Ps do marketing O mix de marketing ou composto de marketing (quatro Ps) é um conjunto de ações destinadas a influenciar a demanda dos produtos para que melhor atenda seus mercados-alvos. Dentre as diversas possibilidades existentes no composto de marketing, podem ser reunidas em quatro Ps: Produto, Praça, Preço e Promoção. Juntos, esses quatro fatores devem satisfazer às necessidades dos mercados-alvos e, ao mesmo tempo, atingir os objetivos dos profissionais de marketing na organização. (Ver Figura 4) 29 A estrutura dos quatro Ps requer que os profissionais de marketing decidam sobre o produto e suas características, definam o preço, decidam sobre como distribuir o produto e selecionem métodos para promovê-los. (KOTLER, 2000, p. 124) Figura 4: A Estrutura dos Quatro Ps. Fonte: KOTLER, Philip (2000, p. 125) Segundo O. C. Ferrell (2000, p. 94) Em relação ao desenvolvimento do composto de marketing: “envolvem a criação de uma combinação de produto, preço, promoção e distribuição que, na maior extensão possível, atende às necessidades dos consumidores do(s) segmento(s)-alvo(s) escolhido(s). Os dados utilizados, em profundidade, sobre o mercado-alvo são necessários para fornecer informações sobre as preferências dos consumidores por características de produto, atitudes em relação aos produtos concorrentes, considerações de preço/orçamento e freqüência e intensidade com que o produto é usado. Dispondo dessas informações, a unidade estratégica de negócio ou o gerente de marketing tem o potencial para desenvolver um composto de marketing que entrega valor e satisfação superiores aos dos compostos concorrentes.” Produto refere-se aos bens ou serviços que a empresa dispõe no mercado. A variedade do produto, qualidade, características, nome da marca, design, embalagem, tamanhos, serviços, garantias servem de base para que o produto ou serviço satisfaça os mercados-alvo e atinja os objetivos de marketing e da organização. 30 A base de qualquer negócio é um produto ou serviço. Uma empresa tem por objetivo oferecer algo de maneira diferente e melhor, para que o mercadoalvo venha a preferi-lo e até mesmo pague um preço mais alto por ele. (KOTLER, 2000, p. 126) O Preço é a quantia que o cliente está disposto a pagar pelo produto ou serviço. Na visão do cliente, o Preço pode também ser mensurado pelo desconto, condições de crédito, prazos de pagamento, etc. O preço difere dos três outros elementos do mix de marketing no sentido em que gera receita; os demais geram custos. Conseqüentemente, as empresas tentam arduamente elevar seus preços até onde o nível de diferenciação permite. Ao mesmo tempo, reconhecem que devem levar em conta o impacto do preço sobre o volume. A empresa procura o nível de receita (preço vezes volume) que, uma vez subtraídos os custos, resulte em lucros mais elevados. (KOTLER, 2000, p. 129) Praça ou Ponto de Venda envolve as atividades da empresa que facilitam a distribuição, tornando o produto cada vez mais disponível para o mercado alvo. Essa ferramenta diz respeito também aos canais de distribuição (localizações), distribuição física (estoque), transporte, armazenagem etc. Cada fornecedor deve decidir como tornar suas mercadorias disponíveis ao mercado-alvo. As duas escolhas são vender os bens diretamente ou vendêlos por meio de intermediários. Em um mesmo setor, encontramos ambas as modalidades de distribuição. (KOTLER, 2000, p. 133) A ferramenta Promoção é aquela que promove a oferta, pode ser pela propaganda, promoção de vendas, publicidade, venda pessoal, marketing direto (mala direta, telemarketing), etc. Para Kotler, (1998, p. 32) “Promoção significa as atividades que comunicam os atributos do produto a persuadem os consumidores-alvo a adquiri-lo”. 31 3.5 Serviços Serviço é qualquer ação que possa oferecer algo essencialmente intangível e que em alguns casos, sua produção não está atrelada a nenhum produto físico. Serviço é toda atividade ou benefício, essencialmente intangível, que uma parte pode oferecer à outra e que não resulte na posse de algum bem. A prestação de um serviço pode ou não estar ligada a um produto físico. Atividades como alugar um quarto de hotel, depositar dinheiro em banco, viajar de avião, consultar um psiquiatra, cortar o cabelo, consertar o carro, assistir a um jogo profissional ou a um filme, mandar as roupas para lavar a seco, aconselhar-se com um advogado, todas envolvem a compra de um serviço. (KOTLER, 1998, p. 455) Os serviços são intangíveis e muitas vezes não podem ser evidenciados usando qualquer sentido físico. Os serviços são avaliados em relação à qualidade, somente depois que forem comprados ou consumidos, o que os torna um processo mais complexo e menos confiável, outrora, se tornam progressivamente mais confiáveis quando a empresa que os oferece crie programas de marketing que reduza as incertezas do consumidor e conseqüentemente conquiste uma boa reputação com o cliente. Serviços são algo intangível, impalpável. A impossibilidade de o freguês provar, tocar, ver, ouvir ou sentir o cheiro de um serviço antes de comprá-lo ou pagar por ele coloca a organização de marketing sob certa pressão. Esse ônus recai principalmente sobre o plano promocional da empresa, no qual os vendedores e o departamento de propaganda devem concentrar seus esforços ressaltando os benefícios advindos do referido serviço, em vês de ressaltar o serviço propriamente dito. (SANTON, 1980, p. 697) Um sistema de administração de serviço possui características básicas opostas em relação às empresas manufaturadas. Um serviço não pode ser tão facilmente especificado nem realmente demonstrado antes da compra. A intangibilidade dos produtos e a impossibilidade da criação de estoques são algumas das principais características. 32 • • • • • • • • • • O serviço é intangível; Geralmente a posse não é transferida; O serviço não pode ser revendido; Normalmente o serviço não pode ser demonstrado com eficácia (ele não existe antes da compra); O serviço não pode ser estocado; Produção e consumo geralmente coincidem; Produção, consumo e, freqüentemente, a venda são feitos no mesmo local; O comprador/cliente participa diretamente da produção; Na maioria dos casos, o contato direto é necessário; O serviço não pode ser exportado, mas o sistema de prestação de serviço pode. (NORMANN, 1993, p. 31) Na prestação de serviços os clientes possuem maior percepção do que ao comprarem produtos devido sua impossibilidade ou dificuldade de avaliá-lo antes da compra. Essa percepção é reduzida à medida que algumas evidências físicas (instalações, funcionários e equipamentos) e, inclusive, preço, são formadas no momento do contato entre fornecedor do serviço e o cliente. A prestação do serviço é a principal responsável pela percepção do cliente em relação ao serviço. NORMANN (1984, ed. Brás. 1993) criou a expressão momentos da verdade, para simbolizar o momento de contato entre o fornecedor do serviço e o cliente. A percepção do cliente a respeito do serviço é formada em cada um dos momentos da verdade, ou seja, em cada momento em que o cliente entra em contato com qualquer aspecto da empresa fornecedora de serviços. Durante a prestação do serviço, o cliente vivencia uma série de momentos da verdade, os quais ocorrem numa seqüência específica. A esta seqüência de momentos dá-se o nome de ciclo de serviço. (NORMANN apud GIANESI, Irineu G. N., CORREA, Henrique, Luiz , 1994, p. 87) Os serviços evidenciam sua importância como diferencial competitivo nas empresas, cujas podem adotar estratégias diferentes baseadas nas análises dos mercados que pretende abranger interpretando esses mercados e oferecendo alguns benefícios que estão indiretamente ligados ao serviço, mas que são percebido pelo consumidor de maneira satisfatória. 33 Segundo Porter (1980), há três estratégias genéricas que uma empresa pode utilizar separadamente ou em conjunto, para competir nos mercados: liderança em custos, através de economia de escala, redução de custos pela experiência, minimização de custos em áreas como pesquisas e desenvolvimento, serviços, vendas, publicidade entre outras; Diferenciação, através da criação de algo que o setor industrial como um todo perceba como sendo exclusivo, como, por exemplo, projeto, imagem da marca, tecnologia, serviço ao consumidor, rede de distribuição entre outros; e foco através do atendimento excelente em qualidade, serviços e custos, a um segmento de mercado restrito e bem definido. (GIANESI; CORREA, 1994, p. 21) Pequenas empresas de serviço podem gerar fidelidade com mais facilidade por estarem em constante feedback à medida que o cliente geralmente participa ativamente da operação de serviço. Desde que o serviço por si quase sempre consiste em um ato envolvendo o cliente, a qualidade será também percebida por ele nos itens dessa interação. Semelhantemente, o sistema que produz o serviço será julgado a partir do comportamento e estilo do pessoal de contato e das ferramentas físicas e instalações utilizadas. (NORMANN, 1993, p. 59) 3.6 Segmentação de mercado Cada mercado é composto de segmentos, mas nem todas as formas de segmentar são iguais, pois os mercados consistem em muitos tipos de clientes, produtos e necessidades. Porém, há grupos de compradores com características, comportamentos e necessidades semelhantes que correspondem a um mesmo segmento de mercado. A segmentação de mercado existe desde o inicio do marketing. O conceito de segmentação de mercado baseia-se no fato de que os mercados não são homogêneos, e sim heterogêneos. Dois compradores reais ou potenciais de determinado produto jamais são idênticos em todos os aspectos. Entretanto, grandes grupos se compradores em potencial apresentam certas características de considerável significado para o marketing, e cada um desses grupos constitui um segmento de mercado. (GOVONI, 1981, p. 26) A segmentação de mercado pode ser definida como uma ferramenta de marketing indispensável para a organização assumir posições estratégicas adequadas em mercados inexplorados, sendo que, a característica-chave do cliente deverá ser observada pelo profissional de marketing que classificará em qual base 34 tradicional de segmentação pertence e, classificá-lo de acordo com suas características e necessidades. Segmentação de mercado é a divisão de clientes em grupos. Esses grupos podem ser (e têm sido) selecionados com base em inúmeros fatores, mas, em geral, queremos que os grupos se diferenciem em uma ou mais características importantes e relevantes para seus comportamentos de compra ou uso. Para ser eficaz, a segmentação não deve ser complicada demais de compreender nem de usar; ao mesmo tempo, deve captar a diversidade da população de clientes que almeja. (BERRIGAN; FINKBEINER, 1994, p. 05) A estratégia de segmentação inclui a manipulação dos elementos de marketing (preço, produto, promoção e praça/distribuição). Reconhecesse que os elementos de marketing diferem de empresa para empresa; fatores de produto devem ser considerados em primeiro lugar; em outras, a promoção ou a distribuição. Um processo de três componentes pode ser utilizado para desenvolver estratégia de mercado-alvo: a identificação de segmentos, posicionamento e seleção de mercado. - RICHERS, Raimar; LIMA, Cecília Pimenta (1991, p. 109) A formulação de uma estratégia de segmentação consiste na busca de um caminho que delimite a ação e permita obter coerência na execução das atividades mercadológicas a serem implementadas (composto mercadológico) pela empresa. Assim, torna-se fundamental a clara definição dos seguintes pontos: público(s) alvo a ser (em) atingido(s)/principais características; diversidade/níveis de serviço a serem oferecidos; posicionamento desejado junto a cada estrato a ser atingido (público-alvo). A segmentação de mercado é usada como uma importante arma estratégica, pois concentra todos os seus esforços e tira o máximo de proveito de determinadas parcelas de produtos ou de clientes que ela considera favoráveis para serem explorados comercialmente, assim atendendo-os de forma mais adequada que seus concorrentes. (Ver Figura 5) 35 Figura 5: Os conceitos de difusão e segmentação como alternativas estratégicas. Fonte: (RICHERS; LIMA, 1991, p. 15) Definimos segmentação como sendo a concentração consciente e planejada de uma empresa em parcelas específicas de seu mercado. O que queremos enfatizar nesta colocação é que a empresa opta voluntariamente por concentrar todos os seus esforços de marketing em determinados segmentos de mercado, possivelmente abandonando outros segmentos, mesmo que constituam potencial. (RICHERS; LIMA, 1991, p. 16) Uma vez que o ambiente tenha sido cuidadosamente pesquisado e analisado e os objetivos tenham sido pré-estabelecidos é necessário formular estratégia de segmentação que se define como o processo que uma empresa maximiza as variáveis controláveis de marketing (os 4Ps) em direção a satisfação de necessidades do mercado. A estratégia de marketing reconhece a dinâmica dos mercados e os objetivos, recursos e “personalidade” de uma empresa, sendo que a empresa define em direcionar seus esforços na diferenciação para com seus mercados-alvo, na concentração com atuação conjunta a um segmento apenas ou na avaliação da viabilidade dos segmentos. (Weinstein,1995) 36 Depois de avaliar e analisar uma miscelânea de segmentos, a companhia deve identificar e focalizar um mercado-alvo para evitar competição direta com os concorrentes. Como alternativa, estas empresas podem se especializar no desenvolvimento de produtos e serviços para estes mercados, para que possa atender com o melhor de suas habilidades. Depois de avaliar os diversos segmentos, a empresa deve decidir quantos e quais segmentos irá atender, ou seja, deve fazer uma seleção do mercadoalvo. O mercado-alvo consiste em um grupo de compradores com necessidades e características comuns, às quais a empresa decide atender. (KOTLER; ARMSTRONG, 1995, p. 170) Segundo Berrigan, John; Finkbeiner, Carl (1994, p. 54) A estrutura da segmentação oferece benefícios concretos como: habilidade de diferenciar continuamente seus produtos e serviços numa base significativa para o cliente – às necessidades dos clientes melhorando posicionamento competitivo, participação do mercado, melhoria na resposta ao faturamento e à lucratividade, resposta motivacional aos compradores (necessidades) e segmentos que ofereçam oportunidades atraentes de receita e maior índice potencial de retorno. A habilidade de enfrentar a concorrência caracteriza novas oportunidades de produtos associadas a necessidades não satisfeitas, através da localização rotineira de desempenho de segmento, exigências, necessidades e tamanhos de produtos, sendo que, o maior índice de sucesso de um novo produto dá-se pela adequação dos produtos, porta-fólios de produtos, embalagens, além da cotação de preço de acordo com as necessidades dos segmentos alvos. A estrutura da segmentação também pode ser atribuída as economias de escala realizadas em marketing e venda pela definição do porta-fólios voltada para segmentos que ofereçam grande receita e potencial de lucratividade reduzindo os gastos através de um planejamento mais preciso e maior coordenação de desenvolvimento de produto, vendas, marketing e estratégia empresarial. 3.6.1 Segmentação em Mercados Industriais Na segmentação de mercados industriais, Las Casas (1987, p. 124) afirma que “mercados industriais são segmentados normalmente, por tamanho, 37 região, usuário do produto. Na segmentação por tamanho, a empresa poderá desenvolver planos específicos para grandes, médios ou pequenos clientes. Para segmentação por região, os critérios são os mesmos que para produtos de consumo. Quanto ao usuário do produto é considerado o tipo de atividade.“ A segmentação industrial nas gráficas possui uma importância decisiva como estratégia em adequar os esforços de marketing às particularidades de mercados-alvo, tendo como finalidade desenvolver estratégia competitiva relacionada ao comportamento de compradores específicos, podendo ser altamente lucrativa, pois os prepara para atender melhor do que a concorrência. Os segmentos industriais surgem nas diferenças dentro de um mercado, no qual os concorrentes podem não ter percebido. Nas indústrias gráficas os produtos e/ou serviços são geralmente vendidos para compradores industriais, podendo possuir diversidades na linha de produtos/serviço sendo diferenciados por suas características, onde se identifica a necessidade com base nas diferenças de um número de compradores potenciais com o produto, dando origem aos segmentos industriais. A segmentação de mercado objetiva determinar diferenças entre grupos de compradores, separando-os em estratos ou segmentos, de forma que a empresa possa desenvolver seus esforços para a escolha daqueles mercados nos quais sua atenção se concentrará, determinando, conseqüentemente, uma política competitiva. O principio da segmentação de mercado repousa na admissão de que o mercado para um produto raramente é homogêneo em relação aos desejos e necessidades de quem o compõe. Este fato traduz-se na concepção de que nenhum produto pode ser todas as coisas para todos os consumidores durante todo o tempo. (SIQUEIRA, 1999, p. 90) Segundo Porter (1989, p. 218) “para segmentar uma indústria, cada variedade de produto distinta (e variedade em potencial) em uma industria deveria ser identificada e examinada em busca de diferenças estruturais ou na cadeia de valores em relação a outras. As variedades de produtos podem ser utilizadas diretamente como variáveis da segmentação. Pode-se identificar os segmentos dos compradores de um modo semelhante examinando-se todos os compradores na indústria e buscando-se diferenças estruturais ou na cadeia de valores entre eles”. 38 3.7 Nichos de mercado Nichos de mercado correspondem a grupos de consumidores específicos que possuem características bem definidas do ponto de vista de necessidade em relação a algum produto ou serviço, no qual podem ser exploradas de forma diferenciada pela empresa durante determinado período. Escolha de nichos é o processo pelo qual a empresa integra marketing e atividades de planejamento para otimizar sua competitividade e posição no mercado. Uma estratégia de posicionamento derivada de segmentação para um consumidor-alvo focalizado é a parte principal da escolha de nichos. (WEINSTEIN, 1995, p. 222) As empresas podem atingir fortes posições do produto no mercado focando em segmentos específicos. Desta forma, a empresa delineia estratégias de marketing independentes para esses nichos com a finalidade de atender melhor essa parcela do mercado que possuem características diferenciadas e necessidades específicas. Algumas empresas adotam a abordagem de concentração de mercado ainda mais e focam seus esforços de marketing em um segmento pequeno e bem definido que possui um conjunto de necessidades específicas e exclusivas; essa abordagem é conhecida com marketing de nicho. (FERRELL, O. C. et al, 2000, p. 93) Linneman (1993, p. XXXIII) Apresenta que é fundamental para se ”obter resultados do marketing de nicho: • É essencial concentra-se com mais rigor no mercado. • A diferenciação de produtos ou serviços torna-se mais crítica e decisiva. E, por causa do número crescente de produtos e serviços, a canibalização é uma grande ameaça. • Explorar diferentes nichos de mercado consome maiores recursos do que o marketing de massa. Mais planejamento. Mais produtos ou serviços. Mais canais de distribuição. Mais campanhas promocionais Mais representantes de vendas. E tudo isso tem que estar coordenado, integrado e controlado. 39 • O desenvolvimento de uma estratégia de marketing é mais complexo. Vários nichos de mercado precisam ser ligados”. A passagem para uma estratégia de marketing de nicho exige mudanças e empenhos em todos os setores da organização. O atendimento de mercados pequenos cria diversos problemas no sistema de produção e operações, logística, canais de distribuição, operações de marketing, finanças e recursos humanos. Área do problema em potencial • • • • • • Produção e operações: Ex.: Dificuldade para manter a certeza de qualidade em ofertas maiores de produto; Logística: Ex.: Inchaço dos custos de armazenagem com um número crescente de produtos; Altos custos de transporte para quantidades pequenas; Canais de distribuição: Ex.: Deterioração das relações nos canais existentes; Estrutura e planejamento organizacionais: Ex.: Proliferação da burocracia; Quadro de pessoal: Ex.: Resistência da administração e falta de pessoal com experiência em marketing de nichos; Mídia e promoção de vendas: Ex.: Nichos de mercado difíceis de alcançar; Força de vendas: Ex.: Incapacidade de lidar de modo eficiente com mais de um produto ou serviço. (LINNEMAN; JR, 1993, p. 160) 3.8 Clientes Cliente é uma pessoa física ou jurídica que recebe os produtos ou serviços de uma empresa resultantes de um processo no intuito de satisfazer suas necessidades, sendo que sua aceitação garante sustentabilidade de quem os fornece. Em geral, um cliente é uma pessoa ou uma unidade organizacional que desempenha um papel na consumação de uma transação com o profissional de marketing ou com uma entidade. Os clientes de uma empresa podem estar atuando como membros de uma família ou representantes de outra empresa. (SHETH; MITTAL; NEWMAN, 2001, p. 29) Os clientes desempenham três papeis diferentes em relação à compra, onde escolhe seu produto, paga pelo produto e utiliza ou consome esse produto. 40 Sendo assim, um cliente pode ser, segundo Sheth; Mittal; Newman (2001, p. 30) “pode ser o comprador: sendo aquele que participa da obtenção do produto no mercado; o pagante: é a pessoa que financia a compra; o usuário: que é a pessoa que efetivamente consome ou utiliza o produto ou recebe os benefícios do serviço. Cada um desses papéis pode ser desempenhado pela mesma pessoa ou unidade organizacional (por exemplo um departamento) ou por diferentes pessoas ou departamentos.” 3.9 Comportamento de compra dos clientes Os clientes possuem comportamentos e necessidades diferentes direcionando-se a um tipo específico de mercado que segundo os autores Gianesi; Correa (1994, p. 65) esses mercados podem ser classificados como: “mercado de consumo, formado por consumidores que compram produtos e serviços para o próprio consumo ou para suas residências; mercado industrial, formado por empresas de manufatura ou serviço que compram produtos e serviços que são consumidos ou utilizados em seus processos produtivos; mercado de revenda, constituído por indivíduos e organizações que adquirem produtos visando o lucro ao revende-lo ou alugados a terceiros; mercado governamental, que consiste em unidades municipais, estaduais e federais, que compram produtos e serviços visando a atender suas missões governamentais”. Sendo assim, para cada mercado existem maiores ou menores concentrações de clientes que devem ser cuidadosamente analisados pelo fato de apresentarem características diferentes que influenciam na decisão de compra. O comportamento do consumidor também pode ser influenciado por alguns fatores que fazem parte de seu cotidiano, como exemplo o fator cultural, que leva o consumidor a identificar características em um produto ou serviço que esteja dentro de suas condições e esteja adaptado ao seu estilo de vida. 41 Os fatores culturais referem-se, principalmente, ao conjunto de valores aos quais uma pessoa está exposta desde a infância e que são incorporadas. Esses fatores dependem, também, da subcultura influenciada pela nacionalidade, grupo racial, religioso e pela região geográfica. Estes fatores fazem com que, por exemplo, o conceito de serviço de determinadas empresas como a rede brasileira de lojas de conveniência Express planeje conceitos de serviços diferentes para lojas localizadas em regiões diferentes, como as cidades de São Paulo e Curitiba. (GIANESI; CORREA, 1994, p. 67) Os fatores sociais relacionam-se a preferência do consumidor em optar por determinado produto ou serviço à indução de determinados grupos de pessoas que influenciam na decisão de compra, não sendo elas diretamente consumidoras, mas servindo como referencia de informações que levam a adquirir determinados produtos. Os fatores sociais referem-se aos grupos de referencia dos consumidores, ou seja, grupos que direta ou indiretamente influenciam o comportamento e as atitudes dos consumidores. Kotler (1991) aponta a família como principal grupo de referencia que influencia a decisão de compra. De fato, em muitos casos, inclusive, os membros da família serão co-usuários do serviço, possivelmente não decidindo, mas influenciando a decisão de compra. (GIANESI; CORREA, 1994, p. 68) Os fatores pessoais consistem em dois fatores determinantes: o demográfico, onde se identifica idade, profissão e condições financeiras do consumidor. E o fator psicográfico: que se refere diretamente a personalidade do consumidor, suas preferências, sua forma de agir que reflete no seu estilo de vida, com a análise desses dois fatores podem se identificar num mesmo segmento formas diferentes de realizar um serviço para um mesmo consumidor-alvo, porém, com conceitos diferentes. A análise dos fatores pessoais é importante para a compreensão do processo de decisão do cliente, mas os fatores psicográficos ou comportamentais são considerados como os mais relevantes. Estes fatores explicam melhor a maneira pela qual as pessoas agem e vivem, pois descrevem como as pessoas pensam e as ações geradas por sua forma de pensar. Em geral, os fatores psicográficos cortam transversalmente os segmentos definidos demograficamente, identificando grupos de clientes com padrões comuns de comportamento de compra de produtos e serviços. (GIANESI; CORREA, 1994, p. 68) Os fatores psicológicos que tem influencia no comportamento do consumidor, segundo o Gianesi, Correa (1994, p. 69) são quatro: “motivação, que 42 leva um consumidor a realizar uma compra, procurando satisfazer a determinadas necessidades; percepção é o processo pelo qual um indivíduo seleciona, organiza e interpreta informações de modo a criar uma imagem significativa do mundo; aprendizado, que refere-se a influência da experiência anterior do consumidor, reforçando ou não suas decisões futuras; convicções e atitudes, representam certas noções preconcebidas que os consumidores têm sobre certas coisas. Estas noções podem referir-se, por exemplo, a o tempo razoável que um cliente está disposto a esperar por um serviço, ou ao tipo de tratamento esperado em um período de pico de demanda”. Esses fatores estão associados à intangibilidade, onde o consumidor poderá decidir entre um produto e outro pela identificação de características que estejam na mente e preferência do consumidor. 3.9.1 Comportamento do Comprador Industrial Webster (1975, p. 12) Definiu o comportamento do comprador industrial como “o processo decisório por cujo intermédio a organização formal estabelece a necessidade de produtos e serviços que serão adquiridos e identifica, avalia e escolhe entre as diversas marcas e fornecedores”. O comportamento de compra no mercado industrial possui características singulares em relação a quem participa do processo e tomada de decisão. Esses aspectos os tornam complexos, já que é possível haver um maior número de participantes influenciando na decisão da compra, o processo de compra é geralmente profissional e os produtos e serviços utilizados fazem parte fundamentalmente de seus processos produtivos. A compra é um processo complexo e não um ato instantâneo. Engloba a determinação da necessidade de comprar produtos ou serviços, comunicações entre os membros da organização que se acham envolvidos na compra ou que usarão o produto ou serviços, atividades de busca de informação, a avaliação de ações alternativas para compras e o cálculo dos entendimentos necessários com as organizações fornecedores. Por isso, a compra efetuada pela organização é um processo completo de tomada de decisão e comunicação. Ocorre no transcurso do tempo e envolve diversos membros organizacionais, além de relacionamentos com outras empresas e instituições, é muito mais do que um simples ato de fazer um pedido a um fornecedor. (WEBSTER, 1975, p. 11) 43 3.10 Satisfação dos clientes Os clientes possuem necessidades na aquisição dos seus produtos e serviços, na qual precisam ser atendidas. Quando eles se defrontam com uma necessidade não satisfatória, eles procuram buscar soluções que o permitam atender àquela necessidade. Seu comportamento é relevante ao fato de atender as expectativas e necessidades para que os proporcione segurança sobre o produto, preferindo a companhia que os ofereça maior benefício e conseqüentemente satisfação. O cliente avalia a confiabilidade e, ao sentir-se seguro tanto em valor como em produto, define qual empresa elegerá. É vital para a organização examinar constantemente se o produto ou serviço está realmente satisfazendo as necessidades e o desejo de cada cliente. [...] A empresa concebe os conceitos do produto, faz uma pesquisa sobre o mesmo com os clientes e então se envolve em várias iniciativas de pesquisa e desenvolvimento, para concluir com o lançamento do produto mais tarde. [...] Envolve uma interação em tempo real entre a empresa e seus clientes prioritários, à medida que busca agir mais rapidamente para satisfazer as exigências desses clientes. O produto é, conseqüentemente, o resultado de um processo de colaboração que cria os valores que os clientes querem para a aquisição de novos produtos (GORDON, 1998, p. 33) As empresas desenvolvem produtos e serviços a fim de gerarem lucros, mas para que aconteça um resultado satisfatório é necessária a razão de ser dos seus negócios, ou seja, quem e como será seu cliente potencial, pois este será o motivo pelo qual a empresa continuará no mercado, que dependerá também de como a empresa adotará estratégias eficazes para criar e manter clientes suprindo suas necessidades e deixando-os satisfeitos. […] a satisfação do cliente foi identificada como a chave do sucesso em negócios. Embora algumas empresas utilizem esse conceito mais em palavras que em atos, há um movimento bem definido em diversas empresas – estrangeiras e locais, que visam ou não visam ao lucro, e nos mercados de bem de consumo e industrial – na direção de uma “cultura do cliente” – uma cultura que incorpora a satisfação do cliente como parte integrante da missão da empresa, e utiliza um entendimento do comportamento do cliente como insumo para todos os seus planos e decisões de marketing. (SHETH; MITTAL; NEWMAN, 2001, p. 35) 44 3.11 Estratégia Gestão Estratégica é o nome do desafio mais importante, árduo e abrangente com que se defrontam de qualquer organização privada ou pública: de que maneira estabelecer as bases para o êxito de amanhã e ao mesmo tempo competir para vencer nos mercados de hoje. A estratégia começou a ser discutida pelas empresas na década de 70, é um meio pelo qual a empresa se sustentará ou vencerá no mercado traçando um curso de ações que propicie vantagem competitiva através de um posicionamento correto no mercado, conquistando, atraindo e retendo clientes, obtendo melhor resultado que seus concorrentes conseguem fazer, definindo foco, onde a empresa consiga sair melhor avaliando seu potencial. Kreikeaum (1987) “A estratégia é a expressão da utilização, pela organização, de seus pontos fortes, para superar mudanças no ambiente levando em conta seus objetivos” . A estratégia tem como função essencial o gerenciamento entre a empresa e o ambiente, envolvendo a antecipação e adaptação à mudança sendo fator central da gestão estratégica, as mudanças políticas e econômicas também podem gerar de forma indireta ou direta mudanças na competitividade, algumas dessas mudanças podem ser induzidas a oportunidades e não a acomodações de suas realizações, sempre visando num futuro competitivo. A mudança é a preocupação central e o foco da gestão estratégica: A mudança no ambiente, a mudança dentro da empresa e a mudança em como a empresa estabelece os elos entre a estratégica e a empresa. Mudança significa que as empresas nunca devem ficar satisfeitas com suas realizações. A menos que modifique seus produtos com o tempo, a empresa ficará para trás em relação aos concorrentes. (FAHEY, 1999, p. 16) A estratégia está relacionada a escolhas e adaptações que determinarão se a empresa vencerá em seu segmento, superando seus concorrentes com decisões diferentes equilibrando constantemente curto e longo prazo, ou seja, adaptar a empresa ou a organização para conseguir mudar rapidamente. 45 Os administradores que aplicam a abordagem da mudança assumem que foi formulada uma boa estratégia e se sentem responsáveis por fazer com que a companhia para novos objetivos. As ferramentas usadas para executar essas tarefas são, em grande parte, comportamentais e incluem coisas como mudar a estrutura da organização e da equipe para concentrar a atenção nas novas prioridades da organização, revisando os sistemas de planejamento e controle e usando outras técnicas de mudança organizacional. (CERTO, 1993, p. 182) Segundo Rebouças (1993, p. 164) “A finalidade das estratégias é estabelecer quais serão os caminhos, os cursos, os programas de ação que devem ser seguidos para serem alcançados os objetivos e desafios estabelecidos. o conceito básico de estratégia está relacionado a ligação da empresa e seu ambiente. E nesta situação, a empresa procura definir e operacionalizar estratégias que maximizam os resultados da interação estabelecidas. Administração Estratégica é um conjunto de ações implementadas visando criar um ambiente futuro que propicie vantagens competitivas diferentes das dos rivais para a empresa, garantindo a consistência nos seus padrões de decisões para que atinjam os objetivos delineados. Basicamente Estratégia é um conjunto de regras de tomada de decisão para orientação do comportamento de uma organização, padrões pelos quais o desempenho presente e futuro da empresa é medido. Em termos qualitativos, esses padrões são chamados de objetivos, em seu aspecto quantitativo são chamados de metas. (ANSOFF, 1993, p. 70) 3.12 Estratégia de marketing A estratégia de marketing envolve a seleção e a análise de mercadosalvos e a criação e a manutenção de um composto de marketing apropriado (produto, praça, preço e promoção) para satisfazer às necessidades desses mercados-alvos e colocar a organização numa posição de cumprir eficazmente e eficientemente a sua missão. A estratégia de marketing de uma organização é preparada para dar uma integração total dos esforços que focam o cumprimento dos objetivos de marketing. Ela envolve a seleção de um ou mais mercados-alvos e, depois, o desenvolvimento de um composto de marketing (produto, preço, promoção, distribuição) que satisfaça as necessidades e os desejos dos participantes desse(s) mercado(s)-alvo(s). (FERRELL, O. C. et al, 2000, p. 24) 46 A estratégia consiste na maneira pela qual ou o caminho que a empresa adotará para atingir determinadas metas e objetivos de maneira eficaz melhor que a concorrência, de modo a satisfazer os consumidores, embora que, a estratégia de marketing surge para adaptar a estratégia às necessidades desses consumidores, avaliando qual a melhor forma de garantir maiores vantagens competitivas possíveis, sendo elas através de seus produtos, canais de distribuição, meios de promoção e preços, identificando quais as possíveis vantagens e desvantagens desses itens comparados com a análise da concorrência. Para atender a sua missão e atingir suas metas e objetivos, uma organização necessita de uma estratégia, termo derivado de uma palavra grega antiga que significa “arte do general”. Embora o termo seja baseado na arte de dirigir campanhas militares, as estratégias de marketing envolvem a seleção e a análise de mercados-alvos (grupo de pessoas que a organização deseja atingir) e a criação e a manutenção de um composto de marketing apropriado (produto, distribuição, promoção e preço), que satisfaça às necessidades dos consumidores desses mercados-alvos. (FERRELL, O. C. et al, 2000, p. 20) Estratégias gerais de marketing podem ser reduzidas a objetivos específicos apoiados a planos e ações para cada função do composto de marketing (quatro Ps). Cada função de marketing refletirá na melhor opção sobre a qual a empresa poderá aplicar mais eficazmente suas capacidades e recursos no mercado. Estratégias de marketing, os meios pelos quais os objetivos do marketing serão alcançados geralmente referem-se aos “quatro Ps”: 1. Produto: extinções, modificações, adições, design, embalagem etc. 2. Preço: políticas que devem ser seguidas por grupos de produtos em segmentos de mercado. 3. Praça: canais de distribuição e níveis de serviços aos clientes. 4. Promoção: comunicação com clientes sob os títulos relevantes, isto é, propaganda, força de vendas, promoção de vendas, relações públicas, exposições, mala direta etc. (BAKER, 2005, p. 67) Segundo Baker, Michael J. (2005, p. 68), “Formular estratégias de marketing é uma das partes mais críticas e difíceis de todo o processo de marketing, pois são elas que determinam o limite do sucesso. Comunicadas a todos os níveis de administração, elas indicam quais forças devem ser desenvolvidas, quais fraquezas devem ser remediadas e de que maneira. Estratégias de marketing habilitam decisões operacionais para conduzir a empresa à relação correta com o 47 padrão emergente de oportunidades de mercado, as quais uma análise prévia mostrou oferecer a probabilidade mais alta de sucesso.“ 3.13 Planejamento estratégico Planejamento estratégico é a análise da estratégia, alocando recursos no tempo e espaço garantindo comprometimento, ou seja, é a programação da estratégia, garantindo a consistência nos padrões de decisões para que a empresa atinja seus objetivos delineados na estratégia. Ansoff (1990, HSM) “Planejamento estratégico é um processo sistemático para tomada de decisões que visa garantir o sucesso da empresa em seu ambiente futuro”. ”Planejamento é o processo gerencial que busca desenvolver e manter um ajustamento entre os objetivos e recursos da organização e as oportunidades de um mercado em permanente modificação” Kotler (1988) É a configuração do sistema de gestão com todos os elementos, políticos, processos, atividades, ferramentas e métodos feitos em função da estratégia em uma realidade. Um administrador está planejando quando está decidindo sobre quais serão suas metas ou seus objetivos, quando estes estão sendo atingidos exatamente como locará seus recursos de mão-de-obra, equipamento e tempo para que aqueles sejam atingidos. Para auxiliar ou facilitar a consecução dos resultados pretendidos ele decidirá seguir as diretrizes existentes ou então formulará novas diretrizes para questões de preços e concorrência. (O´Donnell, 1981, p. 34) 3.13.1 Planejamento de Marketing O plano de marketing formal, escrito, ajuda a aliviar a ausência potencial de orientação para planejamento de marketing, a produzir resultados desejados e é de grande auxílio à gerencia como ferramenta de planejamento e controle, onde os resultados podem ser facilmente comparados com a sua previsão. 48 Para uma estratégia de segmentação funcionar eficazmente, deve estar integrada ao plano de marketing da empresa. O Plano de marketing é uma abordagem sistemática para coordenar todas as atividades de marketing – um plano de ação. Este documento, feito sob medida, desenvolvido especialmente para as necessidades particulares da empresa, deve fazer parte de um plano genérico de negócio e de uma estratégia de longo prazo. Um plano de marketing bem construído constitui uma ferramenta dinâmica, capaz de antecipar mudanças e refletir o futuro. (WEINSTEIN, 1995, p. 31) Baker, Michael J. (2005, p. 64) destaca que os “diversos estágios que devem ser seguidos para chegar a um plano de marketing, ilustrando a diferença entre o processo de planejamento de marketing e o plano de marketing propriamente dito, que é o resultado do processo. A experiência mostra que um plano de marketing deve conter”: • Uma declaração de missão: • Um resumo financeiro. • Uma breve visão geral do mercado. • Um resumo de todos os principais fatores externos que afetaram o i desempenho de marketing da empresa durante o ano anterior, juntamente com uma declaração das forças e fraquezas da empresa em comparação com a concorrência. É o que denominamos análise SWOT (strengths [forças], weaknesses [fraquezas], opportunities [oportunidades], threats [ameaças]). • Algumas premissas sobre os principais determinantes do sucesso e do fracasso do marketing. • Objetivos e estratégias gerais de marketing. • Programas contendo detalhes de cronograma, responsabilidades e custos, com previsões de vendas e orçamentos”. O planejamento de marketing é indispensável quando a empresa possui alternativas a seguir. O processo começa com uma análise dos ambientes internos e externos da empresa que determinarão as forças e fraquezas da organização e as oportunidades e ameaças externas. A partir daí, a empresa passa a estabelecer os caminhos que irá seguir aliando seus esforços aos objetivos organizacionais, as unidades de negócios, as estratégias funcionais, a implementação, a avaliação e ao controle. 49 O planejamento de marketing, em linhas gerais, começa com a determinação das metas comerciais da firma. A partir daí, passa a abranger a determinação de como tais metas poderão ser atingidas. Diversos cursos de ação alternativos podem ser seguidos, sendo que a diretoria deve utilizar processos de resolver problemas com o fim de escolher as melhores alternativas para cada caso. Destarte, o planejamento também se preocupa com o sistema operacional – isto é, as estratégias e táticas a usar – através do qual as metas possam ser alcançadas, bem como com a quantidade e qualidade do esforço necessário para chegar aos objetivos colimados e, finalmente, com a capacidade da firma de realizar esse esforço. (SANTON, 1980, p. 808)