Módulo 19 - RESUMO No primeiro módulo vimos que em termos de estratégias de composto de marketing, produtos e serviços podem ser tratados como sinônimos, pois quase tudo do que se aplica a um aplica-se ao outro. Do mesmo modo, marca e embalagem podem ser vistas como serviços, que geram valor para o consumidor. Vimos que há dois mercados: o de consumo e o organizacional, e dois tipos de bens: duráveis e não-duráveis. As estratégias de marketing para promover os produtos variam de acordo com sua característica e o mercado ao qual é destinado. Os produtos do mercado organizacional são agrupados em seis tipos: instalações, acessórios, componentes, matéria-prima, suprimentos e serviços industriais. Já os produtos do mercado consumidor são classificados como sendo de conveniência, compra comparada, especialidade e não-procurados. Os produtos, como os seres vivos, percorrem um ciclo de vida. Os estágios estão divididos em introdução, crescimento, maturidade e declínio. Para cada estágio, há uma estratégia de marketing a ser adotada. No período de introdução, os custos de promoção superam os rendimentos de vendas e há prejuízo. Com o aumento das vendas, atinge-se o ponto de equilíbrio, quando a organização recupera o investimento feito, e a partir daí o produto passa a apresentar lucro e vendas crescentes, se tiver boa aceitação. Na fase de crescimento, o bom desempenho do produto atrairá concorrentes e a empresa deve proteger-se dos ataques para não ter de diminuir as margens de lucros. Já a fase de maturidade apresenta um mercado saturado e pouco atrativo. As margens são declinantes e as empresas buscam novos mercados ou introduzem modificações nos produtos, buscando novos usos. Na fase de declínio, as empresas com menor capacidade financeira vão abandonando o mercado. As margens de lucros são mínimas nessa fase e as vendas caem a cada período. As empresas buscam nichos de mercado para lhes garantir um patamar mínimo de venda, que lhe permita continuar na categoria. Em cada fase do ciclo, nós podemos identificar um tipo diferente de consumidor. Na fase de introdução aparecem os inovadores, ávidos por novidades. Após este grupo, surgem os adotantes imediatos e em seguida os adotantes tardios. Quando o produto começa sua fase de declínio aparecem os adotantes retardatários, que são consumidores conservadores, que só experimentam um produto quando já está bem testado e aprovado na sociedade. Marcas Marca é um nome, termo, sinal, símbolo ou desenho, ou uma combinação deles, que identifica uma organização de seus concorrentes. A marca tem o poder de diferenciar os produtos. Um carro Ferrari Testarossa não é similar a um Fiat Uno, apesar de ambos serem carros. O primeiro tem qualidades percebidas diferentes do segundo, não só por questões técnicas, mas porque a marca Ferrari lembra esportividade e alto desempenho, enquanto o Fiat Uno passa a idéia de um carro popular, compacto e econômico. Quando uma marca é forte, a empresa pode optar por estendê-la a várias categorias de produtos e dentro das categorias a vários produtos. É o que se chama extensão e profundidade da marca. A primeira providência para proteger a marca é registrá-la no governo federal. As empresas devem registrar não só as marcas nominais, como os símbolos, logotipos, embalagens e tudo o que identifica ou está associado ao produto. Uma marca forte reforça a lealdade do consumidor, aumenta a participação de mercado, permite cobrar um pouco mais pelo produto, ajuda a venda de outros produtos da empresa e melhora a eficiência dos programas de marketing. O valor da marca é medido pela lealdade dos consumidores a ela, sua notoriedade, a qualidade que transmite ao consumidor e as associações que cria. Quanto mais forte a marca, maior a barreira para o aparecimento de concorrentes no segmento. Composto de produto O grupo de produtos oferecidos pelas empresas é conhecido como composto de produto. Ele pode ser analisado segundo sua extensão, profundidade e consistência. Extensão é o número de categorias em que a empresa atua, como leite, massas, cereais e derivados de tomate. A profundidade é medida pelo número de produtos existentes em cada categoria, como na categoria cereal matinal: cereal com chocolate, cereal com aveia e mel, cereal com flocos, cereal vitaminado, cereal light etc. Já a consistência mede a similaridade da linha de produtos quanto a aspectos como matéria-prima usada, linha de produção, canais de distribuição etc. As linhas de produtos e cada produto individualmente estão sempre sendo analisados. Dependendo da análise, a empresa pode decidir pela continuidade, pela modificação do produto, pela adição de novos produtos ou pela sua remoção do mercado. Embalagem e rótulo As embalagens têm algumas funções básicas, tais como proteger o produto, facilitar o manuseio e ajudar na venda. A última função é uma função de marketing e usada no ponto de venda para atrair o consumidor e aumentar o índice de compras por impulso. Nesse sentido, o rótulo também é um componente importante. O rótulo, como a embalagem, deve ser chamativo, atraente e ajudar nas vendas. Outra função do rótulo é explicar o conteúdo do produto e atender a legislação. Para as empresas que trabalham no mercado internacional, o rótulo pode ser escrito em vários idiomas. Competitividade e renovação Para se manter competitivas, as empresas precisam estar constantemente se renovando. Uma parte dessa renovação é o lançamento de novos produtos e serviços. As fontes de idéias para novos produtos vêm de clientes, concorrentes, vendedores da empresa e descobertas tecnológicas. Segundo pesquisas, de 60 idéias, apenas uma chega a ser lançada com sucesso. A importância da renovação do mix do produto é tanta que as empresas criam técnicas para geração de idéias. Essas técnicas vão de comparar características de cada produto com outros a sugerir um problema e listar todas as idéias que surgem e somente depois analisar sua aplicabilidade, como é a técnica de brainstorming. Marketing de serviços Os serviços respondem por 55% da riqueza brasileira. É o setor que mais emprega e que mais abre vagas atualmente. Há quatro características básicas do serviço: Intangibilidade. O serviço não pode ser provado, tocado, cheirado ou ouvido. Inseparabilidade. O serviço não pode ser separado da pessoa que o fornece. Variabilidade. Os serviços são altamente variáveis, pois dependem de quem os realize e quando e onde são realizados. Perecibilidade. Como os serviços não são estocáveis, se não são consumidos, não há como aproveitá-los depois. É o caso de assentos vazios em um avião. Após partir, os lugares não ocupados são perdas para a companhia. Certos serviços são prestados diretamente ao consumidor, como transporte, e outros a objetos que pertencem a ele, como lavagem de roupa. Serviços também podem ser diferentes em razão de serem personalizados ou padronizados. Mercados Existem várias diferenças entre o processo de compra do mercado de consumo em relação ao mercado organizacional. Por isso, as estratégias de marketing são diferentes. No mercado organizacional, os compradores são em número menor do que no mercado consumidor, mas suas compras são maiores. Como as compras são maiores, os compradores esperam preços unitários menores e exigem maior nível de serviço. Outra característica desse mercado é a racionalização da decisão de compra. Enquanto no mercado de consumo existem influências emocionais no processo de compra, no mercado industrial a razão prevalece e as compras por impulso são inexistentes. Para efeito de estratégia de marketing, os compradores organizacionais podem ser agrupados em quatro categorias: produtores, intermediários, governos e outras instituições. Uma característica marcante dos compradores é a aversão a riscos. Os profissionais de marketing devem trabalhar as garantias em suas estratégias para minimizar ou eliminar a percepção de que a compra traz consigo algum risco. Essa aversão a riscos faz com que os compradores organizacionais prefiram fornecedores grandes e bem conhecidos. Faz, ainda, com que prefiram permanecer com os mesmos fornecedores, mesmo que tenham alguma oferta um pouco melhor de concorrentes. Daí a importância das empresas fornecedoras trabalharem o relacionamento de longo prazo com os clientes organizacionais. Segmentando mercados Há alguns anos que os profissionais de marketing perceberam que não se deve atender a todo o mercado com um único composto de marketing. É mais eficaz agrupar os clientes segundo critérios de compra. No mercado de consumo, duas formas de segmentação são mais usuais: a segmentação demográfica, que classifica as pessoas segundo critérios como sexo, idade, renda, região onde moram etc. e a segmentação psicográfica, que reúne os consumidores segundo o comportamento de consumo. No mercado industrial, as segmentações mais comuns são as geográficas, por tamanho, por tipo, por setor e por periodicidade de compra. Estratégias mercadológicas As estratégias são o plano de vôo das empresas, ensina Peter Druker. É através das estratégias que as empresas procuram minimizar os efeitos de seus pontos fracos e maximizar os pontos fortes. Para traçar as estratégias, as empresas precisam analisar o ambiente externo, formado pelos concorrentes, clientes, governos e sociedade, e o interno, formado pelos seus funcionários, sua capacidade financeira, sua capacidade produtiva e sua competência para perceber oportunidades e evitar ameaças. Avaliando desempenho Para serem bem sucedidas, as organizações precisam avaliar seu desempenho em relação às suas metas e aos concorrentes. Para isto, é preciso entender a dinâmica do ambiente externo, medir a eficácia das ações internas e acompanhar os resultados de suas estratégias. A medida de desempenho pode ser dada pelo lucro, pela participação de mercado e pela satisfação dos clientes com o valor gerado pela empresa. De tempos em tempos, as organizações devem passar por uma auditoria de marketing, que avaliará todos os aspectos, como produtos, composto de promoção, canais de distribuição, clientes, concorrentes, política de preços e administração de vendas.