UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM TÍTULO Higiene Sanitária e Segurança Alimentar dos consumidores que buscam uma alimentação rápida e prática nos Restaurantes Self-Service. Por. Cláudio Leonel Salomão Orientador Prof. Sergio Majerowicz Rio de Janeiro 2011 2 UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM TÍTULO Higiene Sanitária e Segurança Alimentar dos consumidores que buscam uma alimentação rápida e prática nos Restaurantes Self-Service Apresentação de monografia à Universidade Cândido Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Gestão Empresarial. Por. Cláudio Leonel Salomão 3 Agradecimento Dame ao senhor, a graça de oferecer este singelo trabalho com dedicação e carinho, com um gesto de amor e gratidão. Nele abraço com toda força a oportunidade que o senhor me ofereceu para crescer nos meus estudos e na minha vida. Agradeço a deus por me dar forças e enviar pessoas especiais na minha vida que são verdadeiros anjos. Aos meus país por serem minha base incomparável, e extremamente necessárias para mim. A minha amiga Edna Barbosa que ao longo da graduação me ajudou muito para alcançar os meus objetivos acadêmicos. 4 Dedicatória Dedico este trabalho as pessoas mais importantes da minha vida, primeiramente a adeus, por ter me guiado nos momentos difíceis da minha vida, aos meus parentes, irmãos, irmãs e Sobrinhos, pois nada seria possível se não tivéssemos juntos neste momento. Especialmente aos meus país Bernardo Sacala, Maria Quixisso e ao meu tio Salomão Joaquim, que ao longo desse tempo sempre torceram pelo meu sucesso profissional e acadêmico, e a mim mesmo pela minha dedicação, coragem e atitude tornar possível essa realização de um sonho. 5 Resumo A segurança alimentar é uma grande preocupação atual e visa à proteção da saúde do consumidor. Os restaurantes self-service vêm crescendo diariamente e virando rotina na vida dos consumidores que buscam uma alimentação rápida, prática e econômica. Devido a esse crescimento promissor, surge à preocupação de como esses alimentos estão sendo produzidos. O mercado de consumo de produtos está cada vez mais exigente e concorrido. Para atender ás exigência deste mercado tão eclético é necessária uma tomada de consciência em relação ao que se pretende oferecer e oferecer bem. A satisfação dos clientes deve ser o maior empenho das empresas que quiserem se destacar neste setor empresarial. Os restaurantes comerciais do tipo self-service surgiram como uma opção de comida rápida bem adaptada às novas necessidades da população brasileira. Formaram uma indústria que cresce em todo o país e evolui em termos de oferta e de atendimento. Este trabalho analisa a higienização de alimentos e o fenômeno da refeição fora de casa, e expõe a estratégia competitiva e operacional dos restaurantes por quilo. A partir de um estudo conduzido em uma empresa do ramo, identifica e analisa as características dos processos presentes no sistema sugerindo mudanças internas na forma de diretrizes gerenciais da organização estudado. 6 PROCEDIMENTOS METODLÓGICOS Para realização deste trabalho, inicialmente foi feita a pesquisa bibliográfica sobre os seguintes temas: qualidade, FQD, restaurante self-service do Chico, e outras ferramentas que auxiliam no processo de melhoria contínua. A pesquisa foi realiza em livros, artigos, internet e apostilas visando consistência teórica do trabalho e o levantamento de informações através de argumentos dos empresários da área. No segundo passo foi aplicado um questionário aos clientes do restaurante self-service para identificação das necessidades dos mesmos. É importante ressaltar que o mesmo questionário foi aplicado aos clientes do concorrente X. Os dados coletados foram analisados para a demonstração dos resultados alcançados e as conclusões obtidas. Em seguida foi feita um levantamento sobre as principais informações do setor de serviço. Com a análise dos dados através do método de gestão quality function deployment (QFD) propor-se-ão melhorias para assegurar o desempenho e a qualidade nos serviços prestados pelo restaurante. A metodologia do trabalho cientifica trata-se de estudo sobre um tema especifico ou particular, com suficiente valor representativo e que obedece a rigorosa metodologia. Investiga determinado assunto não só em profundidade, mais também em todos os seus ângulos e aspectos, dependendo fins a que se destina: (SALOMAN1999). A empresa desse estudo é um dos Restaurantes mais conhecido na rua em que ele se encontra instalado. A sua prestação de serviço agrada pelos produtos e tem muito a ser feito pelo serviço. É por isso que uma descrição e análise mais detalhada e detectora se faz necessária, para que ambas as partes possam se reestruturar e os objetivos da empresa que busca a qualidade no atendimento sejam encontrados e efetivados. 7 SUMÁRIO INTRODUÇÃO.................................................................................................................8 CAPÍTULO I SEGURANÇA ALIMENTAR.................................................................11 CAPÍTULO II REFEIÇÃO FOR A DE CASA E AVALIAÇÃO DO COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR EM RESTAURANTE DO TIPO SELFSERVICE………………………………………………………………………………13 CAPÍTULO III CONTROLE HIGÊNICO-SANITÁRIO DOS ALIMENTOS E REVISÃO DE LITERATURA......................................................................................17 CAPÍTULO IV SETOR DE SERVIÇOS, SETOR DE RESTAURANTES NO BRASIL E O PRODUTO RESTAURANTE................................................................................ 29 CAPÍTULO V RESTAURANTE DO CHICO E COLETA DE DADOS......................35 CAPÍTULO V I O MODELO DE GESTÃO DE QUALIDADE EM RESTAURANTE SELF-SERVICE..............................................................................................................38 CONCLUSÃO.................................................................................................................41 CONSIDERAÇÕES FINAIS.........................................................................................42 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................46 ÍNDICE............................................................................................................................51 FOLHA DE AVALIAÇÃO.............................................................................................52 8 INTRODUÇÃO As transformações no mundo contemporâneo provocaram mudanças na alimentação e nos hábitos alimentares da população. Nesse sentido surgiram os restaurantes Self-Service, que atendem perfeitamente as necessidades dos consumidores, em virtude da sua rapidez e praticidade. No entanto a grande rotatividade de pessoas neste tipo de serviço acaba expondo o alimento aos mais variados tipos de microrganismo, pois os clientes utilizam os mesmos utensílios de servir aumentando a probabilidade de contaminação, com contato direto com alimento. Antes da alimentação e imprescindível a observância dos hábitos básicos de higiene, pois, pode-se contrair infecções e intoxicações alimentares, através de utensílios mal lavados ou expostos a possíveis contaminações. A alimentação é necessidade básica para qualquer sociedade. Influencia a qualidade de vida por ter relação com a manutenção, prevenção ou recuperação da saúde. Deve ser saudável, completa, variada, agradável ao paladar e segura para, assim, cumprir seu papel. As transformações no mundo contemporâneo provocaram mudanças significativas na alimentação e nos hábitos alimentares dos seres humanos, que passaram a usufruir cada vez menos do universo doméstico. Essas mudanças foram ocasionadas por fatores que perpassam a urbanização, a industrialização, a profissionalização das mulheres, a elevação do nível de vida e de educação, o acesso mais amplo da população ao lazer, a redução do tempo para o preparo e/ou consumo do alimento, as viagens, entre outros fatores. A preferência atual dos consumidores por refeições mais convenientes influenciou o mercado da alimentação coletiva. Ele cresce no mundo todo e, no Brasil, atende a mais de dois milhões de trabalhadores. Além da praticidade, o auto-serviço oferece refeições variadas e de baixo custo, permitindo ao consumidor compor o seu prato, de acordo com sua preferência. Dados da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos mostram que, do momento da implantação do Plano Real, em julho de 1994, até 2001, houve um crescimento de 190,7% dos setores de serviços de alimentação e de 16,5% dos de alimentação fora do lar. O número de restaurantes comerciais no Brasil duplicou na última década e movimentou R$ 5,2 bilhões de reais, em 2001. 9 No entanto, o propósito das Unidades Produtoras de Refeições (UPR) não deve ser apenas alimentar o homem, mas bem alimentá-lo. Isso significa não oferecer apenas produtos sensorialmente adequados, mas, sobretudo, produtos seguros em especial sob o aspecto higiênico-sanitário. Nesse contexto, uma alimentação saudável preconiza a ingestão de alimentos com adequado controle higiênico-sanitário uma vez que a contaminação dos produtos pode provocar sérios danos à saúde, como as toxinfecções alimentares. A Organização Mundial de Saúde (OMS) define doença transmitida por alimento (DTA) como uma doença de natureza infecciosa ou tóxica causada por, ou através do consumo de alimento ou água. Almeida Filho & Rouquayrol definem surto como uma ocorrência epidêmica restrita a um espaço delimitado. Assim, surto de DTA é a ocorrência de dois ou mais casos que apresentem sintomas semelhantes após a ingestão de alimento ou água, de mesma origem, implicados como veículo da doença, exceto em caso de botulismo, quando uma ocorrência única já é considerada um surto. A incidência de doenças relacionadas ao consumo de alimentos cresce anualmente; o número de refeições realizadas fora de casa potencializa o surgimento de doenças transmitidas por alimentos (DTA) e, conseqüentemente, os surtos de toxinfecções alimentares. Para Smith & Fratamico o consumo de refeições fora do domicílio é um dos fatores que mais contribuiu para o aumento da ocorrência de DTA uma vez que, nas Unidades Produtoras de Refeição (UPR), as refeições são produzidas em larga escala e torna-se mais difícil o controle efetivo de todas as preparações produzidas. A contaminação dos alimentos se inicia na produção da matéria-prima e se estende às etapas de transporte, recepção, armazenamento. Durante a manipulação pode haver contaminação por condições precárias de higiene de manipuladores, equipamentos, utensílios, ambiente e condições inadequadas de armazenamento dos produtos prontos para consumo. Vencida a etapa de preparação/industrialização, os alimentos continuam expostos à contaminação nos centros de distribuição, supermercados, restaurantes, nas mercearias e residências. De acordo com dados de Almeida, mais de 70% dos casos de DTA têm origem na contaminação dos alimentos pelo seu consumidor final. A higiene alimentar é fundamental para a garantia de qualidade dos produtos alimentícios e se insere em todas as operações relacionadas à manipulação de qualquer gênero alimentício; requer procedimentos apropriados no campo, na transformação, na distribuição e no consumo. 10 No Brasil, a mão-de-obra recrutada para realização das atividades em UPR freqüentemente não é qualificada e, em muitos casos, sequer é treinada para assumir as atividades referentes à produção de refeições. Ademais, observa-se também a falta de informação desses profissionais quanto às normas de segurança alimentar na produção de refeições. Todavia, em um sistema de distribuição centralizado, como nos restaurantes de auto-serviço, há também a probabilidade de contaminação dos alimentos pelos consumidores, uma vez que estes mantêm contato direto com os alimentos expostos no balcão de distribuição. As mãos são importante veículo de contaminação, quando em contato com indivíduos, indivíduo e alimento, indivíduo e equipamento, utensílio, ambiente. O ato de espirrar sobre as mãos, ou sobre outra superfície qualquer, pode contaminar com uma quantidade importante de microorganismos. A análise de perigos, a partir de instrumento que vise minimizar os riscos de contaminação, contribuindo para a inocuidade do alimento, inclui, também, considerar os aspectos que fogem ao controle do processador, como por exemplo, o auto-serviço. Diante do exposto, e em virtude do impacto da alimentação fora do lar na sociedade moderna, foi desenvolvido um estudo em UPR para avaliar as atitudes de risco dos consumidores que podem favorecer a contaminação dos alimentos durante o autoserviço. 11 CAPITULO I SEGURANÇA ALIMENTAR Segurança alimentar é um conjunto de normas de produção, transporte e armazenamento de alimentos que visa determinar características físico-químicas, microbiológicas e sensoriais padronizadas, segundo as quais os alimentos seriam adequados ao consumo. Estas regras são, até certo ponto, internacionalizadas, de modo que as relações entre os povos possam atender as necessidades comerciais e sanitárias (GOMES, 2007). Ao longo das últimas décadas o conceito de Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) passou a incorporar requisitos fundamentais que fomentam o princípio lógico da atual política de governo. Nos documentos de referência que tratam da política nacional de SAN além do abastecimento em quantidades apropriadas e o acesso universal dos alimentos, o aspecto nutricional foi incorporado e conseqüentemente, as questões relativas à qualidade, à composição e ao aproveitamento biológico. Dessa forma, as ações da SAN devem garantir a qualidade biológica, sanitária, nutricional e tecnológica dos alimentos, o seu aproveitamento e orientar sobre as práticas alimentares e estilo de vida saudável (CONSEA, 2004). Para Valente (2002) a SAN trata-se de uma sociedade organizada, por meio de políticas públicas, de responsabilidade do estado e da sociedade como um todo, pode e deve garantir o direito à alimentação a todos os cidadãos. Assim, alimentação é um direito do cidadão, e a SAN para todos é um dever do estado e responsabilidade da sociedade. Segundo Gomes (2007), alimento seguro é aquele que não causa nenhum dano ao corpo humano. No entanto, garantir a sua segurança envolve um grande conhecimento científico ou empírico ou histórico desse alimento. Assegurar que um alimento é confiável é uma tarefa muito complexa, pois o que se considera seguro na atualidade pode, com o futuro desenvolvimento científico, chegar a novas conclusões de que o mesmo não é tão seguro assim. De acordo com a Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica (Ministério da Saúde - BR, 2003), as políticas de abastecimento alimentar devem promover a produção e a distribuição dos alimentos por meio de pequenos e médios empreendimentos rurais e urbanos dedicados ao cultivo, transformação e 12 comercialização de produtos agroalimentares. Esse caminho possibilita ampliar a disponibilidade de fornecer alimentos de menor custo e qualidade, valorizando a diversidade dos hábitos de consumo, ao mesmo tempo em que estimula as atividades econômicas geradoras de trabalho e renda. De uma maneira geral, as políticas públicas referem-se ao abastecimento alimentar, no sentido de promover a Segurança Alimentar e Nutricional e busca reduzir os preços dos alimentos ao consumidor, aumentar sua qualidade, quantidade e diversidade, além de encontrar maneiras de tornar o mercado de produtos alimentares mais acessíveis aos pequenos e médios empreendedores, no ambiente rural e urbano (CONSEA, 2004). Os órgãos internacionais de saúde liderados pela Organização Mundial da Saúde têm se mostrado, ao longo das últimas décadas, uma maior preocupação com a qualidade dos alimentos e suas possíveis repercussões para a saúde dos consumidores, como também com o comércio mundial de produtos alimentícios, sejam in natura ou industrializados. A partir desse pressuposto, em 1963 foi criado pela Food and Agriculture Organization (FAO) e pela OMS o Codex Alimentarius Commission (CAC), a comissão internacional de máxima importância para a segurança alimentar, que veio possibilitar a coordenação de esforços no âmbito mundial para garantir a inocuidade dos alimentos e, conseqüentemente, a proteção à saúde dos consumidores. O CAC tem como objetivo desenvolver padrões para alimentos, guias e textos relacionados, tais como códigos de práticas, sob a gestão da Joint FAO/WHO Food Standards Programme, que visa proteger a saúde do consumidor e assegurar práticas justas no comércio de alimentos, entre outras (GERMANO, 2008). A comissão do Codex Alimentarius editou inicialmente em 1969 e revisou em 2003 a abordagem baseada em Análise de Riscos e Controle de Pontos Críticos, que é recomendada a adoção por órgãos governamentais, responsáveis pela segurança alimentar, indústrias, comércio, produtores, serviços de alimentação, enfim, todos que participam do sistema de alimentos. A legislação brasileira adota tal princípio sob a denominação de Análise de Pontos Críticos de Controle (APPCC), sendo uma metodologia sistemática que identifica, avalia e controla os perigos que envolvem a contaminação de alimentos. O levantamento do APPCC consiste em avaliar as matérias primas e ingredientes para assim, determinar os riscos microbiológicos, químicos e físicos (GOMES, 2007). 13 CAPÍTULO II REFEIÇÃO FOR A DE CASA E AVALIAÇÃO DO COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR EM RESTAURANTE DO TIPO SELF-SERVICE A refeição fora de casa deixou de ser uma opção de lazer e passou a ser uma questão de necessidade. É uma tendência inserida dentro do que se pode chamar de terceirização dos serviços familiares, acompanhada pelo surgimento de outros serviços como venda de comida congelada, entrega de pizzas a domicílio e lavanderias rápidas. São serviços que surgiram recentemente e que, tradicionalmente dentro do lar, eram executados pelas mulheres. Por isso, no centro deste fenômeno está o novo papel que a mulher assume hoje na sociedade. Para MURARO (1971), as mulheres não querem mais o status de donas de casa. Elas buscam a independência econômica e a realização profissional por meio de um trabalho remunerado. Além disso, as pessoas, de um modo geral, exigem mais tempo de lazer no dia-a-dia e a taxa de expectativa de vida está crescendo (SHOEL & IVY, 1981). Aliados a esses fatos, constata-se a tendência crescente da urbanização e o aumento da renda per capita, que pode ser entendido como uma melhor distribuição da riqueza e potencializador dos gastos individuais (MURDICK et al., 1990). São fatores que impactam fortemente na geração de demanda pelos serviços de alimentação. O homem moderno acredita que pode exercer um controle considerável sobre o seu tempo e sabe que aproveitá-lo eficientemente é essencial para o alcance de suas metas. Ele busca alcançar algo e ser eficaz ao mesmo tempo (INKELES & SMITH, 1981). Além disso, a busca pessoal por maior produtividade e eficiência no trabalho se tornou importante para a manutenção do emprego, uma questão de sobrevivência dentro de mercados de trabalho cada vez mais competitivos (OFFE, 1991). Dessa forma, a tendência observada nas pessoas economicamente ativas que vivem nos centros urbanos é dar menor atenção à refeição e maior atenção ao trabalho, já que a refeição não pode ser encarada como uma atividade produtiva. 14 Conforme PERRE (1996), do ponto de vista da economia familiar, a população de classe média e alta começou a notar que, se pudesse contabilizar o tempo gasto com o planejamento de compra dos alimentos, com a compra com organização dentro da casa, com a contratação de empregada para preparar a comida, verificação do serviço, pagamento, etc., colocando tudo isso na ponta do lápis e comparando com o preço do restaurante, poderia ser vantajoso ter a refeição fora de casa, ou mesmo em casa, já que muitos restaurantes possuem serviço de entrega de refeição a domicílio. Obviamente que, para os que têm tempo disponível para preparar a refeição e o seu custo de mão-de-obra é zero, a mesma lógica não se aplica. Porém, o ritmo acelerado do trabalho exigido dos indivíduos inseridos economicamente nas sociedades capitalistas deste final de século, sejam eles trabalhadores autônomos ou funcionários de empresas, tem tornado o tempo das pessoas um recurso cada vez mais escasso. A ordem é comer rápido, pois em geral, o tempo disponível para isso é curto. Para esses, o restaurante é uma ótima alternativa. Para MUNDO NETO (1996) existe outro público que opta pelo restaurante diariamente por uma questão de comodidade, não se interessando pela contabilidade mais vantajosa. Não querem mais lidar com a empregada em casa ou ter de ir ao supermercado para fazer a compra mensal, ou mesmo porque precisam fazer um regime alimentar e os restaurantes self-service geralmente ofertam uma grande variedade de saladas e pratos de baixa caloria. Outro público é o de terceira idade, que come pouco e não se dispõe a fazer comida em casa. Muitas vezes são pessoas sozinhas, viúvos ou viúvas, que encaram o restaurante como uma ótima opção. Nos finais de semana e feriados, entretanto, a refeição fora de casa tem outro sentido. As famílias vão ao restaurante como uma opção de lazer. São os dias de maior movimento nos restaurantes e por isso muitos deles ofertam nesses dias um cardápio mais requintado, com preços também diferenciados. Avaliação do Comportamento do Consumidor em Restaurante do Tipo Self-Service. A literatura relata muitos casos de contaminação alimentar por alimentos que foram mal cozidos, mantidos em temperaturas inadequadas ou foram manipulados por funcionários portadores de microrganismos patogênicos, mas poucos são os dados referentes à possível contaminação provocada pelos consumidores, provavelmente por desconsiderar a hipótese deste tipo de problema. 15 Neste contexto, o presente trabalho também teve como objetivo avaliar o comportamento e a higiene do consumidor em restaurante do tipo self-service, cujo serviço se caracteriza por ser do tipo bufê. Especialmente, busca esclarecer as diversas maneiras como, onde e por que ocorre à contaminação alimentar nesses restaurantes. Além disso, ele visa apontar várias formas do consumidor contribuir com estas contaminações. Uma série de procedimentos é exigida do manipulador, uma vez que já existem registros seguros de doenças transmissíveis pela saliva, pela pele e demais líquidos corporais, por exemplo: Os próprios órgãos de vigilância sanitária têm esses dados em seus registros. Se um manipulador infectado com Staplylococcous aureus na região orofaríngea pode transmitir aos alimentos tal bactéria ao falar, tossir ou espirrar, por que não é exigido do consumidor os mesmos cuidados que são exigidos do manipulador quando ele entra em contato com o alimento. A técnica utilizada para coleta de dados com relação ao perfil dos clientes foi através de um formulário que é uma espécie de questionário que o próprio pesquisador preenche de acordo com as respostas do informante. Neste formulário o cliente respondia a duas questões: Qual é o método da higiene sanitária que utilizava antes de se dirigir ao bufê do restaurante? Os hábitos dos consumidores foram no ato de servirse foram observados durante trinta dias não consecutivos, sempre no horário do almoço11h 30 minutos e 14h e registrados em um roteiro de observação. Com a relação aos hábitos dos consumidores ao servir foi montada um roteiro de observação no qual pesquisador anotava aquilo que observava no momento. Dos dados obtidos, constatouse que o ato de lavar as mãos esta cada vez menos presente entre os consumidores. Dos 1.200 consumidores observados nos restaurantes pesquisados, 930 (77,5%), se dirigiram às pistas de exposição dos alimentares, sem antes lavar as mãos. Além disso, dos 67 consumidores observados nas condições da pesquisa não lavaram as mãos após utilizarem os toaletes, representando 5,58% do total, enquanto 203 dos consumidores observados 16,92% praticam este hábito de higiene, que pode evitar uma possível transmissão patogênica. Paralelamente, foram avaliados também alguns aspectos da estrutura física destes empreendimentos estudados: local apropriado para higienização das mãos dos consumidores (toaletes, sabão liquido, toalhas de papel na cor branca); proteção das pistas para exposição dos produtos; disposição dos utensílios de servir. Dos 16 consumidores observados os que mais conversam no momento em que estão se servindo freqüentam os restaurantes do tipo A, perfazendo 6,5%. Os do restaurante do tipo C perfazem 4,33%, enquanto que os do tipo B totalizam 3,5%. Foi observado ainda que 0,5% (2 consumidores) tossiram enquanto se servia 0,25% (1 consumidor) espirrou e 0,75% (3 consumidores) tocaram nos alimentos. Nas três categorias de restaurantes o sexo masculino se destacou dos 1.200 consumidores, 876 foram homens, que representam 73% do total contra 324 mulheres que representam 27%. A maior quantidade de freqüentadores homens ficou com o restaurantes do nível C, dos 400 clientes observados 388 (97%) eram homens, enquanto as mulheres representaram 3% com apenas 12 clientes. Em seguida os estabelecimentos do tipo A com 255 clientes do sexo masculino contra 145 do sexo feminino, representando 63,75% e 36,25%, respectivamente de um total de 400 consumidores observados. Os estabelecimentos do tipo B ficaram assim distribuídos: 400 clientes, 233 eram homens e (58,25%) e 167 eram mulheres (41,75). Dos consumidores observados em cada restaurante que foi feita a pesquisa, a representação quanto a nível de instrução assim se distribui: nos restaurantes de tipo A, 369 responderam que possuíam o nível superior (92.25%) e 31 responderam que tinham nível médio (7.75%). Nos estabelecimentos de tipo B os valores de ensino superior são iguais aos dos restaurantes do tipo A. 28 consumidores possuíam nível médios (7%) e três eram crianças e freqüentavam o nível fundamental (0,75%). Os índices mais baixos de instrução ficaram com os restaurantes do tipo C, 364 responderam que possuíam o nível fundamental (91%) e apenas 36 possuíam o nível médio (9%), e não tinha ninguém com nível superior. 17 CAPÍTULO III CONTROLE HIGÊNICO-SANITÁRIO DOS ALIMENTOS E REVISÃO DE LITERATURA Esse capítulo tem como objetivo estudar todos os temas relacionados para melhor entendimento do trabalho. Por ser um trabalho com enfoque mercadológico, é preciso identificar os conceitos (FQD), Marketing, Serviços, Clientes, Produtos e Controle Higiênico-Sanitário dos Alimentos. A higiene dos alimentos é dada como uma ciência que tem como função a produção de alimentos seguros para os consumidores, garantindo a qualidade microbiológica das refeições. Portanto, é fundamental que haja um controle dos procedimentos e técnicas para verificar alimentos armazenados, produzidos e distribuídos (HOBBS e ROBERTS, 1998). A busca pela qualidade e melhoria contínua, o aumento das preocupações com os consumidores e da competitividade entre as organizações, fez com que o comércio desenvolvesse procedimentos para aumentar a qualidade sanitária dos produtos que por eles são comercializados. Assim surgiram as Boas Práticas de Fabricação (BPF), que são procedimentos necessários para garantir a qualidade sanitária dos alimentos. Tais procedimentos abordam a estrutura física da organização, a disposição de equipamentos e utensílios, higiene e comportamento dos manipuladores de alimentos, higienização e sanitização de superfícies e fluxos dos processos desenvolvidos (SOUZA, 2006). Ao fazer o controle e inspeção sanitária de alimentos é importante ter como base a Portaria nº. 1.428, de 26 de Novembro de 1993, que trata do Regulamento Técnico para Inspeção Sanitária de Alimentos. A mesma tem como objetivo estabelecer orientações necessárias que permite executar as atividades de inspeção sanitária, de forma a avaliar as Boas Práticas de Fabricação, para a obtenção de padrões de identidade e qualidade de produtos e serviços na área de alimentos voltados para proteger a saúde da população (GOMES, 2007). De acordo com Akutsu (2009), há muitos fatores que limitam a implantação das BPF na maioria dos serviços de alimentação, entre eles, incluem a falta de conscientização e capacitação de manipuladores; ausência de investimentos em instalações; indisponibilidade de recursos financeiros para a implantação; falta de 18 comprometimento dos proprietários e deficiência de apoio e conhecimento para uma adequada implantação. A cada ano, é crescente o emprego informal nos municípios brasileiros. Dentro deste contexto, observa-se o aumento no número de vendedores ambulantes e feiraslivres nas cidades comercializando ou preparando alimentos. Contraponto, esse tipo de comércio pode constituir um risco à saúde da população, pois proporciona condições favoráveis para o aumento do risco de intoxicações alimentares, onde os alimentos podem ser facilmente contaminados com microrganismos patogênicos, devido às condições inadequadas do local de preparo e a falta de conhecimento técnico dos comerciantes para realizar uma manipulação higiênico-sanitária adequada (SOTO, 2008). Conforme o Mendonça (2002), no Brasil, as condições de infra-estrutura e educação sanitária são precárias e facilitam ocorrências freqüentes de surtos alimentares. Para Capistrano (2004) os mercados e feiras-livres ocupam lugares de destaque no setor de alimentação. Nesses locais é comum que barracas convivam lado a lado, fazendo com que as condições higiênico-sanitárias inadequadas de uma tornem-se perigosa para as outras. Deste modo, verifica-se a falta de homogeneidade entre as mesmas. No Brasil, a maioria dos trabalhos que avaliam a contaminação das hortaliças por formas parasitárias exploram pouco a atividade parasiticida de produtos como o ácido acético, o hipoclorito de sódio e o permanganato de potássio nas verduras e legumes (WEISSINGER e BEUCHAT, 2000; ZANINI e GRAEFF-TEIXEIRA, 2001). Apesar da relevância do tema em questão são poucos os trabalhos publicados na área da saúde que estabelecem graus de contaminação de hortaliças por parasitas intestinais e sobre a qualidade higiênico-sanitária desses alimentos. É importante a adoção de medidas que propiciem uma melhoria da qualidade desses produtos. Entre os procedimentos de higienização mais conhecidos ressalta-se a lavagem doméstica de hortaliças e a desinfecção das mesmas. O uso de desinfetantes, antes do consumo de verduras, tem sido recomendado por alguns autores (ZANINI e GRAEFF-TEIXEIRA, 1995; SHERMAN e HASH, 2001). Para desinfecção de verduras, frutas e hortaliças aconselha-se lavar estes alimentos com água corrente e depois mergulhá-los em uma vasilha com uma solução de hipoclorito de sódio (0.025 mg/ml) ou vinagre (0,54%) por 15 a 20 minutos. Após 19 este período, os alimentos devem ser lavados novamente em água corrente para eliminar o excesso das respectivas soluções (BEHRSING, 2000; WEISSINGER e BEUCHAT, 2000). O homem pode evitar que os alimentos se contaminem por diversas formas utilizadas conjuntamente e manter um eficiente controle higiênico-sanitário. É preciso conscientização para evitar a contaminação e obedecer a uma série de medidas preventivas, que incluem evitar falar, cantar, tossir e espirrar em cima dos alimentos, usarem uniformes limpos com rede ou gorro para cobrir todos os cabelos, proteger os alimentos durante o armazenamento, preparo, cozimento e distribuição (SILVA JÚNIOR, 2001). CONCEITO DE MARKETING: Esta seção estará mostrando definições existentes, comprovada pelos estudiosos renomados. O marketing busca sempre levar de encontro às organizações e o consumidor, a fim de oferecer para ambas as partes satisfação nos negócios realizados. As empresas que trabalham com um marketing avançado valorizam mais o cliente do que os lucros, até porque manter o cliente satisfeito se torna o maior lucro empresarial. Dessa forma foi afirmado que marketing são a planificação e a execução de um conjunto de atividades comerciais, tendo como objetivo final a troca de produtos, ou serviços, entre produtores e consumidores. (GRACIOSO, 1998.) Gracioso define marketing como uma troca de produtos ou serviços entre a empresa e o cliente. O marketing é usado para desenvolver trocas que visam ou não lucros. A maior parte dos tipos de marketing mostrado pode ser realizada para ambos os fins. Trocas visando lucros são as metas de negócios que buscam gerar receitas acima dos custos, lojas de roupas costumam vender pelo dobro do que pagam, o dinheiro adicional cobre seus custos e lhes dá um lucro.Uma organização sem fins lucrativos, por outro lado, pode vender os produtos com um lucro e, depois, usá-lo apenas para cobrir os custos operacionais de sua organização, além disso, pessoas podem ser “vendidas” para obter lucros (veja agitadores de marketing: cesta de três) ou (por exemplo, políticos buscando doações ou votos). Lugares podem ser comercializados para obter lucros, como o Playcenter, ou sem visar lucros, como os parques nacionais promovidos por uma agência de turismo governamental. (CHURCHILL e PETEPETER, 2005). 20 No entendimento Churchill e Peter o marketing mostra-se de duas maneiras, visando ou não fins lucrativos, pois a primeira fala que visa lucros são aquelas empresas que tem um rendimento, já a segunda não visa buscando apenas cobrir os gastos com o que foi arrecadado. De acordo com Churchill e Peter (2005), a American Marketing Association define marketing como uma função organizacional, conjunto de processos que envolvem a criação, a comunicação e a entrega de valores para os clientes, bem como a administração do relacionamento com eles, de modo que beneficie a organização e seu público interessado. Na concepção de Kotler (1998, p.37), o conceito assume que a chave para atingir muitas organizações consiste em ser mais eficaz do que os concorrentes para integrar as atividades de marketing, satisfazendo, assim as necessidades e desejos dos mercados. Como diz Cobra (1992, p.29), Marketing é mais do que uma forma de sentir o mercado e adaptar produtos ou serviços, é um compromisso com a busca da melhoria da qualidade de vida das pessoas. De uma forma bem simples, porém um tanto certo, (RICHERS. 2000.), define como a intenção de entender e atender o mercado. Mas, com uma visão mais aprofundada (CHURCHIL e PETER, 2005) entendem que marketing é o processo de planejar e executar a concepção, estabelecimento de preços, promoção e distribuição de idéias, produtos e serviços a fim de criar trocas que satisfaçam metas individuais e organizacionais. Sem o uso do marketing seria impossível satisfazer as metas, tanto individuais quanto organizacionais, por isso os grandes pensadores criaram o marketing de satisfação, que será explicado e comentado a seguir. MARKETING E SATISFAÇÃO Nesta sessão será discutido o conceito de marketing, assim como a satisfação do cliente. A satisfação será estudada de forma a conhecer a visão dos clientes em relação aos produtos e serviços oferecidos. O que se sabe é que uma empresa oferece produtos e serviços, e que o cliente busca a satisfação de ambos. Porém o produto é um bem tangível que muda a cada dia, através dos vários processos de desenvolvimento e da tecnologia. Já os serviços, são intangíveis, o que se torna uma maior preocupação para a organização, que deve prestálos bem, com o intuito de obter a satisfação do cliente, que é de grande relevância para as empresas continuarem atuantes no mercado atual, já que algumas vezes pode 21 representar uma garantia de retorno do consumidor ao comércio que se relacionou, produzindo sensação de ganho para ambos os lados. O restaurante Self-Service do Chico está preocupado com o que de melhor possa oferecer aos consumidores, tornando possível a sua existência no mercado. Com isso a seguinte afirmação tende a se fortalecer porque ela esclarece que segundo Kotler e Armstrong (1991, p.3), marketing é a entrega de satisfação para o cliente em forma de benefícios. Um cliente satisfeito é o feedback que o marketing precisa receber. Como os serviços, principalmente os especializados que estão sendo bem reconhecidos. O marketing de serviços está assumindo cada vez mais importância relativa, no confronto com o marketing de produtos. Assim, observa-se que o marketing de serviços deve ser mais estruturado e desenvolvido. A organização deve possuir um marketing bem estruturado, para poder oferecer um conjunto de fatores situações que satisfaçam sua clientela, o que não só atenderá os desejos e necessidades dos clientes, mas também da própria organização. (KOTLER; KELLER, 2006). Conforme Aaker, Day e Kumar (2004, p.25), o conceito de marketing exige que a satisfação do cliente, mais que a maximização dos lucros, seja a meta de uma organização. Segundo Sheth, Mittal e Newman (2001, p.35), Peter F. Drucker, considerado um dos mais importantes gurus da administração em todo o mundo, acredita que o propósito dos negócios é criar e manter clientes satisfeitos. Acredita-se que não adianta apenas criar e manter clientes, mas sim conseguir a sua criação, manutenção e principalmente a satisfação. (SHETH; MITTAL; NEWMAN, 2001). Assim, através da qualidade dos produtos e serviços pode-se conseguir a satisfação dos clientes, Qualidade em serviços pode ser definida como o grau em que as expectativas do cliente são atendidas/excedidas por sua percepção do serviço prestado. (CORRÊA; GIANESI, 1994, p.196). Conforme os autores, o essencial do marketing está na satisfação do cliente, pois é a peça chave para conseguir um bom retorno para a empresa, tanto em forma de rendimentos quanto de reconhecimento no mercado. SERVIÇOS: Os serviços estão cada vez se destacando e estabelecendo um papel muito importante no mundo da economia, esse fator vem crescendo no país, e por isso, a importância de conhecer os conceitos para melhor adaptar no novo ambiente econômico. Portanto, o primeiro contato do cliente com a empresa é feito através dos 22 serviços, como chegar ao estacionamento, a recepção, nos atendimentos e assim por diante. Por isso os serviços precisam ser eficazes, com eles a empresa pode conquistar e manter os clientes satisfeitos. A seguir, serão relatados os conceitos de serviços sob opiniões de vários autores. Sob o ponto de vista de Kother (1998, p. 412), serviço é qualquer ato ou desempenho que uma parte possa oferecer a outra e que seja essencialmente intangível e não resulte na propriedade de nada. Sua produção pode ou não estar vinculada a um produto físico. De acordo com Norman (1993), o conceito de serviço está ligado a sistema de prestação de serviço, que se caracteriza em um pacote de serviço, pois os clientes avaliarão o sistema global da prestação de serviço. Para Gianesi e Corrêa (1996, p. 112), a definição do conceito de serviço é verificada em termos das concepções que se deseja gerar nos consumidores. O autor também relata que o conceito seja transmitido para os funcionários, principalmente aqueles que têm contato direto com os consumidores, para que eles tenham motivação e comprometimento pelo serviço prestado. Na mesma linha Levy e Weitz (2000), os clientes avaliam o serviço e comparam suas percepções do serviço com suas expectativas, quando ficam satisfeitos sendo correspondidos e insatisfeitos quando não correspondem suas expectativas. A Associação Americana de Marketing (apud LAS CASAS, 2002, p. 17), define serviço como aquelas atividades, vantagens ou mesmo satisfações que são oferecidas à venda ou que são proporcionadas em conexão com a venda de mercadorias. Já Las Casas (2002, p. 18), diz o que mais caracteriza a área de serviços é a colocação de Rathmell, que a considera como um ato, um esforço, um desempenho que pode apresentar-se de várias formas. O autor também relata que muitos serviços estão associados à transferência de um bem, como exemplo um aluguel, e outros sem que haja transferência de bem, como um serviço de consultoria de um advogado. No ponto de vista, Cobra (1992, p.374), o serviço ao cliente é execução de todos os meios possíveis de dar satisfação ao consumidor por algo que ele adquiriu. Os serviços é um aliado para a venda dos produtos, pois ele ajuda a realização da troca, dando mais satisfação para o comprador. Etzel, Walker e Stanton (2001, p.523), definem serviço como atividades intangíveis, identificáveis que são o objeto principal de uma transação, designadas para prover a satisfação de um desejo do cliente. Para Normann (1993, p.62), serviço é um processo social e a administração é a habilidade de dirigir processos sociais. 23 No entanto, Fitzsimmons e Fitzsimmons (2000), fizeram uma análise da natureza dos serviços e diz que a percepção de um serviço consiste em um pacote de benefícios implícitos e explícitos, que é executado dentro das instalações de suporte utilizando de bons facilitadores. A observação de Churchill e Peter (2003), o marketing de serviços assemelha-se como marketing de produtos tangíveis de bens, porque o ponto de vista do marketing, bens e serviços são diferentes, mas ambos os produtos são destinados a oferecer valores aos clientes em troca, sendo oferecidos em locais apropriados e com preços proporcionais. Por tanto, os profissionais de marketing usam varias formas de comunicações para informar o mercado salvo sobre seus bens e serviços para estimular as compras. Os serviços possuem quatro características que diferenciam dos produtos físicos. Elas serão comentadas conforme Kotler (1998) e Cobra (1992), e são classificadas em: a) Intangibilidade – os serviços são intangíveis. Diferente dos produtos, os serviços não podem ser provados, apalpados, ouvidos ou cheirados antes de serem comprados, o principal desafio do homem de marketing é tornar o serviço tangível, através da localização, funcionários, equipamentos, materiais de comunicação, símbolos e preços. b) Inseparabilidade – os serviços são feitos e consumidos ao mesmo tempo, pois não podem ser estocados como se faz com os produtos que são distribuídos depois. Como o serviço é prestado por uma pessoa ela faz parte do mesmo, como sempre o serviço é produzido com a presença do cliente, a interação fornecedor-cliente é uma característica especial do marketing de serviço. Ambos afetam o resultado do serviço. c) Variabilidade – os serviços são altamente variáveis, pois dependem de quem os realize e quando e onde são realizados. Como exemplo os administradores, alguns têm excelente dedicação na parte de marketing; outros na financeira ou recursos humanos. Os compradores de serviços estão cientes dessa variabilidade, e freqüentemente conversarão com outras pessoas antes de selecionar um fornecedor. d) Perecibilidade – os serviços não podem ser estocados são perecíveis. Esta característica torna-se um problema quando há períodos de baixa demanda. Por exemplo, um ônibus, tendo de cumprir o horário, poderão de partir com lugares ociosos. Essa perda de venda não pode ser suprida na próxima partida do meio de transporte. Com relações aos autores acima, percebe-se uma convergência entre suas percepções, portanto o próximo passo é definir a Qualidade dos serviços. 24 QUALIDADE NO SERVIÇO: A cada dia que passa, os clientes ficam mais exigentes, e a qualidade se tornou um componente importante para atingir as expectativas dos clientes em relação aos serviços prestados. Conceito de Qualidade no Serviço A seguir, serão relatados conceitos, sob ponto de vista de vários autores. Segundo Fitzsimmons e Fitzsimmons (2000, p. 249), a satisfação do cliente com a qualidade do serviço pode ser definida pela comparação da percepção do serviço prestado com a expectativa do serviço desejado. Na mesma linha Gianesi e Corrêa (1996), também concordam, a qualidade de serviço pode ser avaliada durante o processo de prestação de serviço ou somente após a sua compra, essa avaliação se faz através das expectativas e de suas percepções do serviço. Para Normann (1993, p. 165), define qualidade como uma filosofia geral e modo de pensar construída em toda organização. Já para Tschohl (1996, p.94), o serviço de qualidade é qualquer coisa que o cliente pense que é. Segue a mesma linha Peter Drucker (apud KOTLER, 1998, p.200), qualidade em serviço ou produto não é o que colocamos neles. É o que os clientes extraem deles. O autor entende que os clientes que impõe a qualidade. Completando o raciocínio, Etzel, Walker e Stanton (2001, p.532), a qualidade é definida pelo cliente, não pelo produtor-vendedor. Para Paladini (1995, p.61), o conceito de qualidade nos serviços e métodos não muda substancialmente: persiste a meta prioritária da satisfação do consumidor. CLIENTES: O cliente por sua vez, tem importância fundamental na comercialização, é necessário saber sobre seu comportamento para entendê-lo. O autor Juran (1997, p.8), conceitua clientes como qualquer pessoa que seja impactada pelo produto ou processo. Na concepção do Sheth, Mittal e Newman (2001, p. 29), cliente é uma pessoa ou uma unidade organizacional que desempenham um papel na consumação de uma transação como profissional de marketing ou com uma entidade. Sob ponto de vista de Karl Albert (apud LAS CASAS, 2002, p.40), o conhecimento do consumidor é, portanto, uma necessidade para todos os problemas profissionais do setor, para que se possa adequar o perfeito e necessário serviço. Os 25 clientes variam de muitas maneiras. Eles podem ser externos ou internos. Eles variam amplamente em importância econômica. (JURAN, 1997, p.96). Conforme Etzel, Walker e Stanton (2001, p.106), o consumidor final compra produtos e serviços para seu próprio uso pessoal e doméstico. Para Hooley, Saunders e Piercy (2001), uma útil maneira de abordar a definição de cliente e reconhecer a existência de cinco papeis em várias situações de compra, os papeis são: o iniciador é uma pessoa que inicia a pesquisa de uma solução para o problema do cliente; o influenciador é quem influencia na compra; o decisor conta com as opiniões do iniciador e influenciador; o comprador é a pessoa que efetiva a compra; e o usuário que consome o que é oferecido. Para melhor conhecer os clientes, é preciso compreender seu comportamento. PRODUTO: O produto é praticamente o suporte da empresa, é a base para conquistar e manter os clientes, logicamente a organização deverá ter uma arma, e essa arma é o produto. Para quem já tem um bom produto é só aliá-lo a uma prestação de serviço eficaz, que logo obterá bons resultados. Conceito de Produto A seguir, serão apresentados os conceitos de produto sob ponto de vista de vários fatores. Etzel, Walker Kother (1998, p.28), conceitua produto, como produto é algo que pode ser oferecido para satisfazer uma necessidade ou desejo. Para e Stanton (2001, p.196), define produto. Um produto é um conjunto de atributos tangíveis e intangíveis os quais pode incluir embalagem, cor, preço, qualidade e marca, mais os serviços e a reputação do vendedor. Um produto pode ser uma mercadoria, um serviço, um lugar, uma pessoa ou uma idéia. Em essência, então, os consumidores estão comprando muito mais que um conjunto de atributos quando compram um produto. Eles estão comprando a satisfação de um desejo de forma de benefícios que esperam receber do produto. 26 Um produto é um bem ou um serviço. Juran (1997, p.162). O autor também confirma que as características do produto serão os meios para atender as necessidades dos clientes. Segundo Arantes et al (1972, p. 459), produto é aquilo que a companhia tem para vender, em contraste com a maneira pela qual se comunica com os compradores ou com o valor que atribui ao que vende. Já para Cobra (1992, p. 335), os produtos são combinados de partes físicas, tangíveis, e partes intangíveis. Para Kotler e Armstrong (2003, p.204), produto é qualquer coisa que pode ser oferecida a um mercado para apreciação, aquisição, uso ou consumo que passa satisfazer um desejo ou necessidade. Produto é qualquer coisa que possa ser objeto de troca entre indivíduos ou organizações. (ROCHA e CHRISTENSEN, 1999, p.86). O produto é produzido para atender necessidades ou expectativas dos consumidores, o produto é identificado pelo nome, constituído por características como marca, cor, embalagem, preço, etc. Após conceituar produto, o próximo passo é analisar a qualidade do produto. Conceito de Qualidade do Produto: A satisfação dos clientes não é obtida só com a qualidade do serviço, mas também com a qualidade do produto. O serviço pode ser com qualidade, mas se o produto não for logicamente o cliente ficará insatisfeito. Por isso, a importância de um produto com qualidade. Portanto, Cobra (1992, p. 375), se o produto ou material vendido é de má qualidade, não há realmente serviço que possa dar satisfações ao consumidor. Manter ou reparar um aparelho ou produto de má qualidade não é assegurar um serviço, é reparar um prejuízo. Segundo Paladini (1995, p.48), o padrão de qualidade do produto definirá que o consumidor espera-se atingir, que nível de satisfação pretende-se oferecer, além de outros aspectos relevantes a considerar, como o preço do produto. Qualidade refere-se às quantidades de atributos sem preço presente em cada unidade de atributo com preço. (KEITH LEFFTER apud GARVIN, 1992, p.48). No entendimento Etzel, Walker e Stanton (2001), a qualidade do produto é definida pelo gosto pessoal, é importante reconhecer que a qualidade como a beleza que está nos olhos de quem vê. A qualidade ótima do produto atende as expectativas dos consumidores e uma experiência. 27 De acordo com Rocha e Christensen (1999, p.89), o nível de qualidade do produto ou serviço deve ser definido a partir do significado que a qualidade tenha para o consumidor e da sensibilidade do consumidor a qualidade. Qualidade é aquilo que o consumidor acha que é. Portanto, Etzel, Walker e Stanton (2001, p. 17), qualidade é como um produto atende as expectativas do cliente. Para Gianesi e Corrêa (1996), qualidade é como um produto atende as expectativas do cliente. Em seguida teremos o conceito de FQD. CONCEITUAÇÃO DO FQD: O método quality function deployment (QFD) foi criado no Japão, principalmente pelos professores Shigeru Mizuno e Yoji Akao. Desde então foi continuamente aperfeiçoado pelo grupo do professor Akao, em cooperação com empresas japonesas. A caracterização do método e a descrição do conteúdo tiveram origem nos trabalhos de Akao, em 1972. No entanto, o método só foi reconhecido como instrumento importante para o planejamento da qualidade ou gestão de desenvolvimento do produto em 1978 (CHENG, 1995). Foi primeiramente desenvolvido no estaleiro da Mitsubishi Heavy Industries Ltd., que produzia navios de grande porte e navios-tanque, a partir de uma solicitação do governo japonês a um grupo de professores universitários, do qual o professor Akao fazia parte, e que tinha por objetivo estruturar um processo que permitisse vincular cada etapa da construção de navios ao atendimento e à satisfação de determinados requisitos. Já nos primórdios de 1970, a indústria automobilística japonesa também adotou esse método, objetivando incrementar a exportação de veículos, tendo em vista a imagem pouco animadora que estes desfrutavam no mercado internacional, sobretudo em face da baixa qualidade apresentada em comparação com os fabricados em outros países. Transcorridos aproximadamente 15 anos de experiências bem-sucedidas no Oriente, o método QFD migrou para o Ocidente, sendo então implantado nos EUA, tendo como ponto de partida a indústria automobilística. O êxito de seu emprego nesse ramo industrial expandiu-se de tal forma no território americano que, no final de 1980, já havia registrado um número expressivo de casos bem-sucedidos. 28 O método QFD pode ser aplicado tanto a produto (entendido como bens ou serviços) da empresa quanto a produto intermediário entre cliente e fornecedor interno. Pode ser aplicado também para remodelagem ou melhoria de produtos existentes quanto para produtos novos às empresas. A implantação do método QFD objetiva duas finalidades específicas: 1-auxiliar o processo de desenvolvimento do produto, buscando, traduzindo e transmitindo as necessidades e desejos do cliente; 2-garantir qualidade durante o processo de desenvolvimento do produto. Machado (1995) ressalta que o QFD é uma metodologia que resgata necessidades provenientes tanto do ambiente externo como interno, e as converte em requisitos para desenvolvimento de produtos, monitorando todo o processo produtivo em diferentes etapas. A metodologia QFD possui a característica de captar as necessidades, expectativas e desejos do consumidor e traduzi-las para todos os processos da organização, de forma a garantir a qualidade requerida pelo cliente em cada etapa do processo. (FIATES, 1995). 29 CAPÍTULO IV SETOR DE SERVIÇOS, SETOR DE RESTAURANTES NO BRASIL E O PRODUTO RESTAURANTE SETOR DE SERVIÇOS: De acordo com (IBGE) Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o setor de serviços respondeu no ano passado, por 68,5% do PIB (Produto Interno Bruto) e por mais de 70% dos empregos formais. Além disso, foi atividade econômica que mais recebeu investimentos estrangeiros diretos em torno de 45% das aplicações externas no setor produtivo. O setor de serviços é o que mais gera empregos e renda no país. No Brasil, em 2002, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas detectou cerca de 945 mil empresas de serviços mercantis não-financeiros ocupando 6.856.000 pessoas e pagando R$ 55,1 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações. Foi de R$ 290,5 bilhões a receita operacional líquida das atividades pesquisadas. Entre elas, os serviços de informação (que incluem as empresas de telecomunicações e televisão) tiveram a maior parcela neste faturamento (31,6%), mas agruparam 5,4% das empresas e geraram 6,3% dos empregos do setor. Os serviços prestados às famílias, nos quais predominam empresas de pequeno e médio porte, reuniam a maior parte (38,4%) das empresas, o segundo maior percentual (25,5%) dos postos de trabalho, mas apenas 9,9% do faturamento líquido das empresas pesquisadas. O grupo serviços prestados às empresas gerou mais postos de trabalho e reuniu 22,2% das empresas. A região Sudeste manteve a liderança com 66,9% da receita bruta de serviços, 61,2% do pessoal ocupado e 60,3% das empresas. Quadro 1: Participação Percentual das grandes regiões no número de empresas, no pessoal ocupado e na receita bruta de serviços não-financeiros do Brasil – 1998/2002. 30 Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Serviços e Comércios SERVIÇOS PRESTADOS ÀS FAMÍLIAS: Segundo dados do IBGE, em 2002 este segmento tinha cerca de 363 mil empresas, com 1 755 mil ocupados e faturamento líquido de 28,7 bilhões de reais. O destaque foi o serviço de alimentação, como se vê no gráfico abaixo com 79,8% das empresas, 67,5% da receita operacional líquida 72,1% dos postos de trabalho e rendimento médio mensal de cerca de 1,7 salário mínimo. Figura 2: Participação das atividades no segmento de Serviços prestados às famílias. Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisa, Coordenação de Serviços e Comércio. PRINCIPAIS CLASSES DE ATIVIDADES DO SETOR DE SERVIÇOS EMPRESARIAIS NÃO FINANCEIRAS NO BRASIL, EM 2007/2008 Serviços prestados às famílias: Nos Serviços prestados às famílias, predominam empresas de pequeno e médio porte, que atuam em atividades destinadas ao consumidor final. Sua dinâmica está relacionada principalmente à evolução demográfica, ao grau de urbanização e às mudanças nos hábitos de consumo (MEIRELLES, 2006). 31 Os Serviços de alimentação foram responsáveis pela maior parcela da receita, salários, pessoal ocupado e número de empresas. Em 2007, as 227 428 empresas desta atividade (69,5% do total) geraram R$ 34,5 bilhões em receita operacional líquida (64,0%), ocuparam 1 204 mil pessoas (64,2%) e pagaram R$ 8,2 bilhões (60,2%) em salários, retiradas e outras remunerações (Gráfico2) de 2007. O gráfico ilustra as mudanças significativas de crescimento na área de serviços no Brasil em 2007/2008. Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Serviços e Comércio, Pesquisa Anual de Serviços 2007. A Tabela 2 mostra que os Serviços prestados às famílias ocupavam, em média, 6 pessoas por empresa, em 2007/2008. As empresas de alojamento apresentaram a maior média do segmento, 11 pessoas ocupadas por empresa. Para os indicadores de salário médio mensal e produtividade, as atividades recreativas e culturais apresentaram resultados acima da média. Enquanto o salário médio mensal do 32 segmento foi 1,5 salário-mínimo, esta atividade pagou salário médio mensal de 1,8 salário-mínimo e cada trabalhador adicionou R$ 27,5 mil, ante uma produtividade de R$ 15,2 mil para o total dos serviços prestados às famílias (Tabela 2). Tabela 2 - Média de pessoal ocupado por empresa, salário médio mensal e produtividade, segundo as atividades dos serviços prestados às famílias - Brasil – 2007/2008. Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Serviços e Comércio, Pesquisa Anual de Serviços 2007. 1-A definição das atividades que compõem esse segmento difere da utilizada pelas Contas Nacionais. 2- Valores calculados pela divisão dos salários, retiradas e outras remunerações pelo salário-mínimo anual, cujo cálculo inclui o décimo terceiro salário, e, em seguida, pelo total de pessoal ocupado nas empresas. O cálculo do saláriomínimo anual resultou no valor de R$ 4 850,00. 3- Valores correntes calculados pela divisão do valor adicionado pelo número de pessoal ocupado. O SETOR DE RESTAURANTES NO BRASIL: O setor de restaurantes, bares e similares é um mercado em pleno crescimento e um dos principais geradores de negócios e empregos do país. A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes divulgou dados de que há mais de 800 mil estabelecimentos e 1,5 milhão de empresários, gerando cerca de 3,5 milhões de empregos diretos e 1,8 milhão de empregos indiretos. O segmento fatura mais de US$ 8 bilhões ao mês. Os restaurantes self-service são baseados nos modelos das redes de fast-foods, e oferecem aos clientes um serviço rápido e de qualidade. Esse tipo de restaurante, por quilo ou não, é um novo segmento que cada vez mais atrai os consumidores devido à grande variedade de alimentos oferecida diariamente e por procurar atender a todos os requisitos de eficiência. 33 Conforme Neves e Castro (2003), as empresas do setor de alimentos e bebidas passam hoje por grandes transformações, que partem do seu elemento-chave, que é o consumidor final. É preciso entender os gostos e hábitos dos consumidores, para isso o ramo alimentício precisa de um fluxo eficiente de informações para compreender o que o consumidor quer encontrar e como quer ser tratado. Segundo o relato do Fitzsimmons e Fitzsimmons (2000), há complacência na administração das indústrias de serviços, descuido com a qualidade, negligência com as necessidades dos clientes e a atenção voltada somente à orientação financeira em curto prazo são fatores que contribuem para arruinar o setor de serviços na economia. O PRODUTO RESTAUNATE: O termo restaurante (do francês restaurant) surgiu no século XVI, com o significado de comida restauradora, e se referia especificamente a uma sopa. O uso moderno da palavra surgiu por volta de 1765 quando um parisiense conhecido por Boulanger (sobrenome comum, mas que significa padeiro em francês) abriu seu estabelecimento. Porém, segundo o Guiness Book, o restaurante mais antigo do mundo ainda em funcionamento fica na Espanha, na Rua de Cuchileros 17, Plaza Mayor (Madrid), Trata-se do Sobrino de Botín que funciona ininterruptamente desde 1725, embora nos primeiros anos não fosse exatamente um restaurante, mas uma estalagem que recebia viajantes, mercadores, tropeiros. Pertencia ao cozinheiro francês Jean Botín e não ficava nesse endereço atual, mas na Plaza de Herradores, longe dali. Candido Remis, sobrinho do primeiro dono, batizou a casa com o nome atual, Sobrino de Botín. O restaurante se firmou na França após a Revolução Francesa destituir a aristocracia, deixando um contingente de serviçais hábeis no trato com os alimentos, ao mesmo tempo em que muitos provincianos chegavam à cidade sem pessoas para cozinhar para elas, nem cartas de apresentação às famílias locais. O encontro desses dois públicos deu origem ao hábito de se fazer refeições fora de casa (Wikipédia, 2008). Os restaurantes proliferaram rapidamente nos Estados Unidos, com a abertura do primeiro Jullien's Restaurator em Boston, em 1794, e espalharam-se posteriormente. Contudo, muitos continuaram com a abordagem habitual do serviço à francesa, providenciando uma refeição partilhada na mesa onde os clientes serviam-se eles própria, o que os encorajava a comer com rapidez. O estilo moderno 34 formal de jantar, onde os clientes são servidos com a comida já preparada num prato, é conhecido como Service à la russe, pois consta ter sido introduzido em França pelo príncipe russo Kurakin cerca de 1810, de onde se espalhou para Inglaterra e outros países do mundo. O self-service, popular restaurante a quilo, chegou ao Brasil no meados da década de 80, quando eram pouquíssimas as opções para quem precisava almoçar fora de casa. O cenário começou a mudar com a instalação de redes fast-food. O surgimento dos restaurantes a quilo passou a permitir ao consumidor escolher entre várias opções como saladas, carnes e massas, pagando apenas pela quantidade consumida. Em virtude das exigências do mundo moderno, a novidade não demorou muito a se espalhar por todo país. Com certeza, está é uma tendência cada vez mais crescente, pois, no limiar do terceiro milênio, quando o tempo é o bem mais escasso, comida pronta, variada, nutritiva, bem feita, servida em ambiente confortável e por preço acessível é o que todos nós precisamos. No ponto de vista do Fonseca (2006) todo restaurante possui um conceito; do mais simples ao mais sofisticado, pressupõem-se em público-alvo, um ambiente, um tipo de comida, um tipo de serviço, diversos aspectos, enfim, que compõem esse produto restaurante. Segundo dados do SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – há cerca de 1 milhão de restaurantes no Brasil, sendo apenas 30% com serviços à la carte. Por se tratar de um segmento muito concorrido, os restaurantes não dependem mais somente da boa comida para alcançar o sucesso, devem estar atentos aos desejos dos clientes, ao atendimento, à diversificação de pratos e à higiene, entre tantos outros itens. Comida variada, preço justo, refeição rápida e pouco desperdício tornam os restaurantes a quilo um sucesso no Brasil. Além de qualidade no empreendimento, ter clientes é o segredo do sucesso, para isso, os restaurantes apostam em táticas que vão da variedade de pratos, do churrasco ao sushi, em determinados dias da semana, a sorteios e bonificações por assiduidade. 35 CAPÍTULO V RESTAURANTE DO CHICO E COLETA DE DADOS História de Restaurante do Chico A organização está legalizada e apta para trabalhar, comprar, revender produtos e também prestar serviços de Restaurante. A empresa iniciou sua história em maio de 2000 com irmãos reunindo seus recursos e montando o Restaurante Self-Service na Rua Mem de Sá, número 127 lojas I e J - centro RJ. Com muita perseverança resistiram ao grande impacto no começo, superando várias dificuldades de implantação. Conseguiram iniciar as atividades da empresa já com grandes concorrentes na área de alimentação. O ideal de cada um deles era lutar pela existência e crescimento da empresa buscando oferecer qualidade de seus produtos e serviços focados na satisfação do cliente, uma vez que se via a insuficiência nas organizações atuantes no mercado da região onde esta localizada. Depois dessa superação, começou a estabilidade, evitando retiradas de capital e investindo o lucro obtido. Na própria loja, eles conseguiram durante algum tempo fazer com que houvesse a necessidade de ampliação do espaço físico da empresa, devido ao bom andamento de seus negócios. Nesse período a organização se encontra com uma equipe de funcionários técnicos especializados na área de gastronomia. Para desenvolvimento das atividades, passaram a ampliar seus conhecimentos e contratar profissionais qualificados além de oferecer à sua clientela marcas já conhecida que facilitam as operações das vendas. A empresa já está no mercado há 11 anos, aumentou seu número de funcionários, encontrando-se hoje com vinte e oito (28) funcionários contratados e com a necessidade de satisfazer seus clientes. A organização, apesar de ser nova no mercado tem suas ambições de investimentos, pois vem trabalhando de maneira correta e segura, mas sempre observando as tendências e inovações para que não haja um declínio em relação aos seus concorrentes. Devido a um trabalho de marketing que vem sendo desenvolvido e concentrado na empresa, a mesma vem ganhado espaço e conquistando parte do mercado em relação aos seus concorrentes. 36 A sua estrutura é composta do setor administrativo, que é composto pelo sócio gerente, contador e secretária. Neste setor é feita a contratação, qualificação de funcionários no qual é analisado o currículo do candidato. Após análise é feita uma entrevista com o mesmo, sendo assim avaliado para que haja a contratação ou não. Também faz parte às compras, seleção, lançamentos de mercadorias para aquisição gerenciamento de estoque, atualização, controle sobre vendas de equipamentos e coordenação geral. Como desenvolvimento, a empresa aos poucos vai ampliando os investimentos, como por exemplo. Promovendo-se para o no novo cenário, visando uma boa qualidade em serviços e a satisfação dos clientes, a organização busca através de estudos e pesquisas, atingir os principais mercados atuantes na área. O Restaurante do Chico vem fazendo mudanças necessárias, no que diz respeito a sua estrutura organizacional, investimentos e contratações conforme suas necessidades, sempre se atualizando e aprimorando as novas idéias. No ambiente externo atualmente o mercado é promissor, porque há a necessidade do comércio se informatizar. As necessidades mostram aos consumidores o porquê da vantagem de obter esse conhecimento, fazendo com que exista uma grande alavancagem na área de restaurante, fazendo com que haja assim um maior número de vendas para quem está atuando nesta área. A divulgação se torna uma estratégia necessária para que haja maior entendimento da capacidade e rapidez que a empresa proporciona na execução de suas tarefas. Assim visando empreendimentos futuros à mesma procura investir na ampliação da organização no sentido de abrir filial seguido por contratação de novos funcionários, buscando assim atender de modo satisfatório toda sua clientela. COLETA DE DADOS A coleta de dados foi iniciada após autorização dos proprietários para a realização do estudo e utilizando o método da observação direta e indagações aos funcionários e proprietários. As visitas foram realizadas no turno da manhã, em dias aleatórios e em horários de produção intensa dos restaurantes pesquisados, permitindo assim, uma avaliação dos procedimentos que realmente eram adotados em cada estabelecimento. A primeira etapa de dados consistiu na realização de uma pesquisa de 37 satisfação dos serviços e clientes em que responderam às questões fechadas de avaliações com o seguinte peso, como mostra a tabela a seguir. Tabela 1 - Avaliação do estabelecimento, serviços e clientes de acordo com a pontuação ponderada (PPE). Fonte: TOMICH et al (2005). A empresa para vender seus produtos precisa de atividades que proporcione satisfação com a venda. Sendo assim, os itens a seguir são importantes para proporcionar satisfação aos clientes, e foram respondidos conforme o grau de satisfação dos respondentes. O primeiro item foi á recepção da empresa com 35% classificado em muito satisfatório, esse item é uns dos primeiros contatos do cliente com a empresa, por isso a primeira impressão influencia a imagem da organização, sendo assim a recepção deve ser bem representado. No segundo item correspondendo o atendimento e tratamento dos garçons, que foi considerado satisfatório com 34%, esse quesito é muito importante, pois os funcionários que estão em contato com os clientes têm que prestar serviços eficientes para que o cliente sinta-se bem na empresa. A seguir, o atendimento dos proprietários com 27% respondendo satisfatória com o atendimento, mas esta porcentagem não está favorável, pois este atendimento deve ser mais eficaz, tendo assim os proprietários se qualificar para que este mude para melhor. Com relação à limpeza/higiene da empresa, sendo um item de extrema importância, pois a organização tem que atender todos os requisitos da vigilância sanitária para continuar exercendo a atividade, e os clientes estão percebendo a execução dessa atividade, e com um resultado de 43% classificaram em muito satisfatório. 38 Para concluir essa parte da coleta de dados, vem a classificação da qualidade dos serviços com 34% respondendo satisfeito, tendo assim uma necessidade em melhorar a qualidade dos serviços. Esses dados estão representados no gráfico a seguir. Fonte: Dados Primários 2007. Conforme estes dados dos serviços, a maioria das respostas está classificada em muito satisfatória e satisfatória, mas a diferença da classificação insatisfatória é muito pouca, sendo assim a empresa deverá melhorar seus serviços para aumentar o grau de satisfação dos seus clientes. CAPÍTULO V I O MODELO DE GESTÃO DE QUALIDADE EM RESTAURANTE SELF-SERVICE Modelo de Gestão da Qualidade Neste capítulo aborda-se definição que explica o que se entende por Modelo de Gestão de Qualidade em Restaurante Self-Service deixando claro o leitor como funciona, para que serve esse tipo de gestão. O Modelo aqui proposto oferece um conjunto de diretrizes práticas para a Gestão da Qualidade nos serviços de alimentação do tipo self-service, podendo ser estendido à outros tipos de empresas de alimentação. Seu objetivo é contribuir com as organizações desse ramo indicando um caminho a ser trilhado rumo à excelência dos seus serviços.A materialização do Modelo é apresentada na figura 1. Ele é composto de 39 quatro grandes módulos, onde cada um destes é desdobrado em elementos (requisitos) que são estruturados sistematicamente na forma de uma seqüência lógica. Pode-se observar que cada elemento dentro de cada módulo fornece uma ou mais entradas para seus sucessores. Esta proposta surgiu e foi elaborada a partir da análise crítica das seguintes obras: ZEITHAML at al. (1990), GRONROOS (1990), GIANESI & CORRÊA (1994), COBRA & ZWARG (1986), HESKETT et al. (1994), URDAN (1993), LOVELOCK (1995), ALBRECHT (1992, 1994) e CAMPOS (1992). FIGURA 1 - REPRESENTAÇÃO DO MODELO DE GESTÃO DA QUALIDADE PARA SERVIÇOS DE ALIMENTAÇÃO DO TIPO SELF-SERVICE O Modelo apresentado parte do pressuposto de que a organização já tem claramente definido o seu conceito de serviço isto é, o que será ofertado e como a empresa vai trabalhar para atender o seu público alvo e com que recursos. 40 O conceito do serviço não é a especificação final do serviço, mas sim, a caracterização do serviço em termos dos benefícios proporcionados aos clientes. O pacote de serviços deverá ser desenvolvido a partir das necessidades e desejos dos consumidores. Mesmo que os consumidores tenham desejos restritos e específicos, a oferta do serviço é, na prática, um pacote amplo. Por isso, cabe à organização determinar que elementos, características e benefícios devem ou não estar presente em cada serviço que compõe a oferta total. Para isso, a empresa precisa conhecer seus clientes buscando interpretar as informações por eles emitidas, por exemplo: pratos indispensáveis ao menu, aspectos importantes no atendimento, serviços complementares, apresentação da comida, do ambiente e dos funcionários, etc. Para determinar as necessidades dos consumidores deve ser estabelecido um plano visando identificar, quantificar e classificar os seus desejos, necessidades e expectativas. Além disso, no dia-a-dia é preciso encorajá-los a dizer o que pensam e facilitar esta comunicação. Modernamente, a Gestão da Qualidade é tida como uma função que se estende por toda a organização. Pela abordagem sistêmica adotada no Modelo proposto, pode-se compreender como os vários aspectos e funções da empresa afetam a qualidade final de um serviço de alimentação. A eliminação das falhas bem como a orientação ao cliente são os pilares que dão sustentação ao Modelo. Os clientes, num nível básico, esperam receber alguns componentes fundamentais na compra do serviço, porém, num nível superior, esperam aspectos de valor adicional ou mesmo inesperado. O aspecto surpresa é eficiente na conquista e retenção do cliente. Este pode ser um recado importante a empresa prestadora de serviços. Seu arranjo dita a produtividade do sistema, interferindo diretamente na lucratividade do negócio. Qualidade é filosofia que surge do valor que uma empresa busca para melhor atender as necessidades e expectativas de seus clientes internos e externos. A sobrevivência das empresas torna-se mais árdua pela necessidade de atender às demandas de uma sociedade cada vez mais consciente de seus direitos. As incertezas e os novos desafios deixam o futuro das empresas altamente dependentes das formas pelas quais operam e se transformam. Assim, a busca da qualidade e da plena satisfação do cliente exige novas técnicas, conhecimentos e habilidade. 41 CONCLUSÃO A prevenção da contaminação dos alimentos não é tarefa exclusiva dos manipuladores de alimentos, pois os consumidores também desempenham papel importante na cadeia analisada. A partir dos resultados obtidos, identificou-se a necessidade de os consumidores serem conscientizados sobre as atitudes apropriadas durante a montagem de seus pratos, a fim de serem evitadas não só possíveis contaminações como também as doenças transmitidas por alimentos contaminados. Assim, conclui-se que a higiene pessoal dos consumidores é o principal fator a ser monitorado e a instalação de lavatórios, com instrução para uso apropriado, a principal solução a ser adotada. A adoção de balcões térmicos com barreiras de vidro apresenta-se como uma solução para evitar que os usuários dos auto-serviços contaminem as preparações. Os resultados desse estudo, mostrando a prevalência de desconformidades com a legislação vigente, são preocupantes, tendo em vista que são condições que interferem diretamente na qualidade dos alimentos produzidos. Porém, mais estudos são necessários para obter um panorama mais completo e crítico da realidade desses estabelecimentos estudados como também de outros restaurantes, construindo assim, uma visão mais ampla do perfil dos restaurantes selfservice localizados no centro comercial do Rio de Janeiro. É necessário, portanto, uma adaptação dos restaurantes self-service pesquisados no centro da cidade do RJ, à RDC nº216 de 15/09/2004 da ANVISA, e uma adequação imediata, aos itens imprescindíveis que não foram atendidos, para que haja uma melhor segurança dos alimentos que estão sendo produzidos e uma proteção contra surtos alimentares. A necessidade de uma maior fiscalização nos estabelecimentos responsáveis pela produção de refeições é evidente, devido ao alto índice de inadequação dos mesmos. Logo, se faz necessária uma maior fiscalização dos órgãos competentes, pois estas inadequações podem comprometer a saúde dos comensais. OBS: O cliente é o visitante mais importante em nosso negócio. Ele não depende de nós. Ao contrário, nós é que dependemos dele. Ele não é uma interrupção em nosso trabalho. Ele é a sua a razão de ser. Ele não é um estranho. Ele é parte integrante do nosso negócio. Não lhe fazemos nenhum favor, ao servi-lo. Ele é que nos faz um favor, dando-nos a oportunidade de servi-lo. MAHATMA GHANDI 42 CONSIDERAÇÕES FINAIS Atualmente, o setor de serviço de alimentação é visto como um importante e crescente canal de distribuição de alimentos e bebidas, com mudanças que impactam os negócios com seus desafios e oportunidades. O crescimento do setor de serviços de alimentação é justificado, principalmente, pelo processo de terceirização do preparo de alimentos, que no caso dos consumidores, significa, a diminuição no tempo de preparo de alimentos na conzinha. Restaurantes, além de representarem conveniência, focam no prazer do consumir e no entretenimento oferecido a seus consumidores. O cliente dispõe então, de empresa que se encaixam em sua realidade diária (menos tempo passivo de ser destinado às refeições) e ainda transformam a ação fisiológica relacionada à necessidade de se alimentar em uma atitude social prazerosa. Uma das mudanças fundamentais que vem beneficiando fortemente este setor é a urbanização. Estima-se que em 2025, cerca de 4 milhões de pessoas estarão vivendo em cidades. Lares com menor número de habitantes e maior participação da mulher no mercado de trabalho, são outras mudanças que também impactam positivamente os serviços de alimentação. Com tudo isso, fica bem claro que os empreendimentos gastronômicos tendem a crescer mais e mais, formando um panorama que nos permite perceber um especial desenvolvimento dos restaurantes tipos self-service, em suas mais diferentes segmentações: restaurante tipo bufê a quilo, com churrasco e bufê no qual se paga um valor fixo e serve-se à vontade. Com o potencial de crescimento destes estabelecimentos aumentando ano a ano, torna-se vital a preocupação com os aspectos relacionados à higiene e segurança alimentar dos consumidores que buscam uma alimentação rápida e prática em tais estabelecimentos. Durante o trabalho podemos observar que os alimentos passam por diversos processos (recebimento e armazenamento da matéria-prima, cocção, espera e refrigeração pós-cocção, reaquecimento, espera para distribuição, distribuição quente e fria, etc.) e em todas estas etapas há o perigo da contaminação. De acordo com OMS Organização Mundial de Saúde - 1984, vários fatores contribuem para o desenvolvimento de doenças de origem alimentar, tais como: pessoas infectas, práticas inadequadas de manipulação, limpeza desinfecção deficiente dos equipamentos, são 43 alguns desses fatores que influem na contaminação por agentes patógenos; já preparações com excessiva antecipação, alimentos deixados à temperatura ambiente, inadequada conservação a quente são fatores que influem na proliferação dos agentes patógenos, enquanto que aquecimento ou reaquecimento e cocção insuficientes são fatores que influem na sobrevivência dos agentes patógenos. (ARAÚJO e PARANAGUÁ, 2004). Como os serviços dos empreendimentos gastronômicos são do tipo bufê, onde a exposição dos alimentos pode durar várias horas e é caracterizado pela informalidade, pois é os próprios clientes que se servem, cuidados devem ser tomados para evitar a contaminação dos alimentos e causar possíveis doenças. Nas observações feitas nos estabelecimentos, conclui que mesmo sendo uma exigência da Secretária de Vigilância Sanitária, nem todos os alimentos exposto estavam refrigerados ou aquecidos, que havia molhos em temperatura ambiente, e que nem todos os equipamentos para manutenção à quente ou á frio tinham protetores ou anteparos para se evitar possível contato com alimentos da saliva, da respiração, da queda dos cabelos etc. por parte dos consumidores. Conclui-se que, além de outros aspectos como, alimentos dispostos em pistas frias e quentes sem proteção contra os consumidores, saladas e molhos fora de refrigeração, o próprio comportamento pode ser considerado como um importante fator de risco de contaminação. Foi constatado que o ato de lavar as mãos esta cada vez menos presente, pois 1.200 consumidores observados, 930 entraram nos restaurantes e foi direito para as pistas com os alimentos, sem antes lavar as mãos, o que representa 77,5% do total. Além disso, 67 consumidores não lavaram as mãos, após utilizarem os toaletes, representando 5,58% do total apenas 203 dos consumidores observados, 16,92%, praticaram este hábito simples de higiene, que pode evitar uma possível transmissão patogênica. Tais números mostram que providências sanitárias precisam ser tomadas com urgência. 44 Não faz sentido ter rigorosas exigências no que tange os manipuladores e nenhuma preocupação com o comportamento dos consumidores. Verifiquei com os dados coletados que o consumidor e maior beneficiário desse importante serviço, pode se tornar também uma via de contaminação alimentar. Assim, além dos órgãos competentes continuarem a fiscalização no que refere à manipulação, distribuição e exposição dos alimentos nos restaurantes, deve-se procurar discutir junto com os agentes envolvidos no mercado em questão e demais segmentos da sociedade, mecanismo que possam criar normas de conduta dos consumidores na hora de se servir, bem como incentivar campanhas de conscientização. Ou medidas são tomadas nesse sentido ou busca-se uma alternativa ao restaurante self-service. Pude então concluir que apesar de práticos, este tipo de serviço pode causar diversos tipos de doenças em seus clientes, se cuidados rigorosos não forem seguidos. Medidas de controle devem ser tomadas para isso, como: Fiscalização rígida quanto à manutenção de todos os alimentos em temperatura fria ou quente, não permitindo que nenhum alimento fique exposto em temperatura ambiente. Que todas as pistas frias e quentes tenham protetores e que o tamanho de proteção seja adequado para que os alimentos não entrem em contato com os consumidores. Os talheres utilizados pelos consumidores para se servir devem ter tamanho apropriado e padronizado. Obrigar que os estabelecimentos tenham pia próxima aos balcões, independente das dos toaletes. Sugerir aos empresários que façam a campanhas educativas dentro do seu estabelecimento, tais como: cartilhas de como o consumidor deve se comportar no momento de servir, nas toalhas de papel das mesas trazer informações de higiene e de como isto afeta na melhoria de saúde do consumidor, cartazes demonstrando que lavar as mãos é fundamental para a saúde, não tossir no ato de compor o seu prato, não falar no momento de servir é importante para manter a higiene dos alimentos. 45 Através desta revisão de literatura, foi possível concluir que os alimentos estão expostos a uma série de perigos ou oportunidades de contaminações microbianas associadas a práticas incorretas de manipulação. Considerando-se que a maioria das pessoas envolvidas com a manipulação de alimentos nas indústrias carece de conhecimentos relativos ao cuidado higiênico-sanitário que devem ser seguidos durante e após a elaboração do produto, é indiscutível que os programas de treinamento específico para manipuladores de alimentos são um meio mais recomendável e eficaz para transmitir conhecimentos e promover mudanças de atitude, pois somente com a conscientização dos manipuladores de alimentos que obteremos o sucesso de todo processo, tornando cada pessoa capacitada e responsável pelas suas ações, garantindo assim, a qualidade final do produto industrializado e a segurança alimentar. 46 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARAÚJO, W. C. Gastronomia e Qualidades em Alimentos UNB – CET – Centro de Excelência em Turismo. Brasília 2004. AKUTSU, R. de C. BOTELHO, R. A. CAMARGO, E. B. SÁVIO, K. E. O. ARAÚJO, W. C. Adequação das Boas Práticas de Fabricação em Serviços de Alimentação. 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Acesso em: 25/04/2011. 51 ÍNDICE INTRODUÇÃO.................................................................................................................8 CAPÍTULO I SEGURANÇA ALIMENTAR.................................................................11 CAPÍTULO II REFEIÇÃO FOR A DE CASA E AVALIAÇÃO DO COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR EM RESTAURANTE DO TIPO SELFSERVICE……………………………………………………………………………… 13 CAPÍTULO III CONTROLE HIGÊNICO-SANITÁRIO DOS ALIMENTOS E REVISÃO DE LITERATURA...................................................................................... 17 CAPÍTULO IV SETOR DE SERVIÇOS, SETOR DE RESTAURANTES NO BRASIL E O PRODUTO RESTAURANTE................................................................................ 29 CAPÍTULO V RESTAURANTE DO CHICO E COLETA DE DADOS......................35 CAPÍTULO V I O MODELO DE GESTÃO DE QUALIDADE EM RESTAURANTE SELF-SERVICE..............................................................................................................38 CONCLUSÃO................................................................................................................41 CONSIDERAÇÕES FINAIS.........................................................................................42 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICA..............................................................................46 ÍNDICE............................................................................................................................51 FOLHA DE AVALIAÇÃO.............................................................................................52 52 FOLHA DE AVALIAÇÃO Nome da Instituição: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES Título da Monografia: Higiene Sanitária e Segurança Alimentar dos consumidores que buscam uma alimentação rápida e prática nos Restaurantes Self-Service. Autor: Cláudio Leonel Salomão Data da Entrega: 30/07/2011 Avaliado por: Sergio Majerowicz Conceito: