o cariótipo como exame fundamental para a identificação da

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O CARIÓTIPO COMO EXAME FUNDAMENTAL PARA A IDENTIFICAÇÃO DA
LEUCEMIA PROMIELOCÍTICA AGUDA EM UM CASO COM MORFOLOGIA
ATÍPICA DA MEDULA ÓSSEA. Rosa KA1, Lourenço GJ1, Delamain MT1, Zocca M1,
Pagnano KBB1, Lorand-Metze I2, De Souza CA2, Lima CSP1. Centro de Hematologia e
Hemoterapia de Campinas 1, Departamento de Clínica Médica 2, Universidade Estadual
de Campinas, Campinas, São Paulo.
A leucemia promielocítica (LMA M3) é um subtipo da leucemia mielóide aguda (LMA),
caracterizado por proliferação de promielócitos na medula óssea com consequente
comprometimento da produção de eritrócitos, neutrófilos e plaquetas. Os pacientes com
LMA M3 recebem tratamento diferenciado daquele preconizado para pacientes com os
outros subtipos de LMA, o que reduz a morbidade e a mortalidade associadas ao
tratamento convencional. A t(15;17) tem sido identificada em 80 a 90% dos pacientes
com LMA M3 e é específica para este subtipo de leucemia. Variantes desta translocação
e ainda, a ocorrência da mesma com comprometimento de outros cromossomos têm
também sido descritas. Mais recentemente, a t(15;17) foi observada em pacientes com
LMA M3 com blastos na medula óssea com morfologia diversa da observada
convencionalmente neste subtipo de leucemia. Nós apresentamos um paciente com LMA
M3, com morfologia atípica da medula óssea, no qual o diagnóstico só pode ser
estabelecido por meio do cariótipo. M.A.M., 25 anos, branco, sexo masculino, foi
atendido no Hemocentro da UNICAMP em abril de 2001, devido a fraqueza progressiva
e sangramento cutâneo mucoso. As anormalidades encontradas ao exame físico foram a
palidez cutâneo mucosa, as petéquias em tronco e membros inferiores e a hemorragia em
retina direita. Ao exame hematológico foi observado: GV: 1,1x106/ul; Hb: 3,2 g/dl; Ht:
9,9%; VCM: 90,8fl; HCM: 29,4pg; CHCM: 32,3g/dl; GB: 0,64x103/ul; Plaquetas:
20,0x103/ul. A hipercelularidade global com predomínio de blastos foi observada aos
exames citológico e histológico da medula óssea. As reações citoquímicas foram
inconclusivas para a caracterização do tipo de leucemia aguda. O diagnóstico de LMA foi
estabelecido por imunofenotipagem (positividade para CD33 em 77,5% das células
analisadas). O cariótipo 46,,XY,t(1;15;17)(p32;q22;q11-21) e a identificação do rearranjo
molecular PML-RARA, por meio da reação em cadeia da polimerase por transcrição
reversa, definiram o diagnóstico final como o de LMA M3, não determinado
anteriormente por meio dos outros estudos em células da medula óssea. O paciente
recebeu tratamento específico para o subtipo de LMA caracterizado e permanece em
remissão hematológica até o momento. Nós concluímos que o cariótipo é um exame
fundamental para a identificação da LMA M3, particularmente em casos com morfologia
atípica da medula óssea. Órgão Financiador :
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