LEUCEMIA MIELOIDE DE CÉLULAS DENDRÍTICAS Alana Karine Becher1 Stéfanne Maria Jeha Bortoletto1 Christian Boller2 Mirian Perlingeiro Beltrame3 1 RESUMO Relato de Caso Fictício: Paciente 1, 12 anos, sexo masculino. Em 2011 internou em um hospital apresentando varias lesões cutâneas isoladas, presença de petéquias, início de astenia, leve linfoadenopatia e leve hepatoesplenomegalia. A mãe relatou que nos últimos meses o filho havia perdido 10 kg, apresentava febre noturna interminante, palidez e cansaço previamente inesplicados. Durante os exames físicos, a criança apresentou-se com palidez, porém bem hidratada, lúcida e orientada. A frequência pulmonar estava em 28mr/min., a pressão arterial em 110mmhg/80mmhg e os batimentos em 50bpm. Foi possível verificar que as lesões estavam presentes na região do tronco e dos membros. A imunofenotipagem da medula óssea do paciente mostrou 5.900/µL células, com um percentual de blastos de 50,3%. Na analise do sangue periférico verificou-se a presença de anemia normocítica e normocrômica, plaquetopenia e 25% de blastos. Após análise dos resultados obtidos, foi possível verificar a presença de 50,3% de blastos da linhagem mieloide (MPO positiva), sugerindo Leucemia Mieloide Aguda. Os blastos apresentavam-se de tamanho muito grande. A positividade para os marcadores CD4, CD16 e CD56, pode ser encontrada em precursores da linhagem monocítica ou de células dendríticas monocitóide. O diagnóstico final do caso foi de Leucemia Mieloide de células dendríticas, sendo possível iniciar o tratamento. O tratamento aplicado ao paciente foi dividido em duas etapas importantes. Na primeira etapa foram utilizadas medidas de suporte visando melhorar as condições gerais do paciente e diminuir o risco de complicações, que poderiam prejudica-lo durante o decorrer do tratamento. Na segunda etapa foi realizado o tratamento específico que abrangeu o uso de quimioterápicos, durante esse período foram realizadas transfusões de plaquetas e hemácias. As drogas utilizadas na quimioterapia foram a Daunorrubicina associada com a citarabina. A primeira fase do tratamento teve o objetivo de eliminar as células leucêmicas da medula óssea e do sangue periférico. Na segunda fase o paciente recuperou-se da indução, aplicaram-se novos medicamentos que fez a destruição de células remanescentes da leucemia. Na fase de manutenção foram administradas baixas doses da droga por um período após a consolidação do tratamento. Devido ao tratamento quimioterápico cursar com leucopenia, o paciente apresentou quadro de neutropenia febril. Para 1. Aluna de Graduação do 6o Período de Biomedicina das Faculdades Pequeno Príncipe. Contato através: [email protected] (41) 8812-4812 2. Professor Orientador do V momento integrador das Faculdades Pequeno Príncipe, Email: [email protected]. 3. Professora de hematologia das Faculdades Pequeno Príncipe e Co-Orientadora. Categoria: Graduação. tratamento foram utilizados antibióticos de amplo espectro, para evitar choque séptico. Após 21 dias do termino da quimioterapia foi realizada uma nova imunofenotipagem da medula óssea, onde foram detectados 0,1% de blastos circulantes, caracterizando que o paciente encontrava-se em estado de recidiva. Devido à idade do paciente e o tipo de leucemia, decidiu-se realizar o transplante de medula óssea (TMO). O processo adotado para o paciente foi a TMO alogênico. Antes do transplante foi adotado o procedimento de quimioterapia mieloablativa, para receber a nova medula. Um mês após o transplante foi realizado o acompanhamento através de hemogramas. O paciente recebeu transfusões de sangue e plaquetas para manter os níveis hematimetricos e evitar infecções ou sangramentos. Foi administrado fator de crescimento de granulocitos para estimular a nova medula. Durante cem dias o paciente fez uso de imunossupressores, para evitar a produção de anticorpos contra a nova medula e evitar a rejeição. Três meses após o transplante e o termino do uso de medicamentos, foi diagnosticado que a medula nova já estava produzindo todas as células e não sendo necessárias novas transfusões. Sendo assim o paciente já estava em remissão. A Leucemia Dendrítica Plasmocitoide apresenta classicamente lesões cutâneas isoladas de rápida evolução em 90% dos casos. Está sempre acompanhada por linfadenopatias, hepatoesplenomegalia, e infiltração em medula óssea, sistema pulmonar, rins e músculos. Ela e mais frequente em pacientes do sexo masculino e de idade avançada. A doença apresenta um desenvolvimento rápido e grave, sendo que quanto mais cedo o diagnostico correto for feito e o tratamento iniciado as chances de melhora são maiores. A leucemia de células dendríticas e uma malignidade de difícil diagnóstico, com comportamento agressivo e resposta terapêutica desfavorável. O tempo médio de vida do paciente após a recaída e em media de quatorze meses, e após o diagnostico da doença e de três anos. Quando e realizado transplante de medula óssea, a expectativa de vida aumenta mais do que fazer apenas o tratamento de quimioterapia. PALAVRAS-CHAVE: Células Dendríticas, Leucemia Mieloide Aguda, Citometria de Fluxo, Transplante de Medula Óssea. REFERÊNCIAS ROJAS, Carlos et al.(2010). Leucemia de células dendríticas. A proposto de un caso. Venezuela. Scielo. Disponível em:< http://www.scielo.org.ve/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S079805822010000400008&lang=pt >. Acesso em 3 abr. de 2013. SATTHAPORN, S.; EREMIN, O. 2001. Dendritic cells: Biological functions. Pubmed: J R Coll Surg Edinb. Disponivel em: < http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11242749>. Acesso em 29 abr. 2013. SELLA, Luiz Fernando. (2006). Leucemia Aguda de Células Dendríticas Linfoplasmocitóides: Relato de caso e revisão de Literatura. Florianópolis. Scielo. Disponível em: < http://www.bibliomed.ccs.ufsc.br/CM0577.pdf>. Acesso em 3 abr. de 2013.