TRANSTORNO DE ANSIEDADE SOCIAL NA PRÁTICA CLINICA Atualmente o tratamento considerado mais efetivo para o transtorno de ansiedade social (TAS) é a TCC. As estratégias terapêuticas mais indicadas no tratamento são a exposição in vivo combinada à reestruturação cognitiva, tanto no tratamento individual quanto em grupo. Mesmo com os importantes avanços ocorridos nas três últimas décadas, com o crescimento das bases empíricas no tratamento do TAS e a TCC mostrando-se efetiva no tratamento, muitos desafios ainda precisam ser superados, vez que 40 a 50% dos pacientes melhoram pouco ou não melhoram. A mesa tem como objetivo apresentar intervenções clinicas para o tratamento do TAS, discutindo a pratica através de novas formas de tratamento individual, em grupo e com casais, além de apresentar pesquisas recentes sobre a relação do TAS, autoestima e intervenção. AREA TEMÁTICA:TRANSTORNOS DE ANSIEDADE COORDENADOR: MARIA AMÉLIA PENIDOUTILIZAÇÃO DA TERAPIA COGNITIVA PROCESSUAL PARA TRATAMENTO DA FOBIA SOCIAL: FOLLOW-UP DE UMA INTERVENÇÃO DE 16 SESSÕES. Kátia Alessandra de Souza Caetano**; Irismar Reis de Oliveira; Carmem Beatriz Neufeld (Departamento de Psicologia. Laboratório de Pesquisa e Intervenção Cognitivo-Comportamental. Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto. Universidade de São Paulo. Ribeirão Preto, SP). Em saúde mental, sabe-se que os transtornos de ansiedade são a condição mais frequente na população, sendo o transtorno de ansiedade social (TAS), denominado como fobia social, o mais comum. O medo excessivo de situações sociais, juntamente com o temor de uma possível avaliação e julgamento negativo de outras pessoas, leva os indivíduos com fobia social a se esquivar de inúmeras situações sociais, o que gera ao longo do tempo, inúmeros prejuízos na qualidade de vida destes indivíduos. Apesar de diferentes pesquisas demonstrarem a eficácia da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) no tratamento do quadro, muitos pacientes não respondem ao tratamento ou apresentam recaídas após a finalização da terapia, com retorno dos sintomas de ansiedade em situações sociais e comportamentos de esquiva, o que mostra a necessidade de desenvolvimento de novas terapêuticas dentro da área da TCC para o tratamento da fobia social. A Terapia Cognitiva Processual (TCP) consiste em uma nova abordagem dentro do campo da TCC. Apesar de partilhar os mesmos princípios teóricos desta, a TCP possui técnicas e formas de apresentação diferente da TCC convencional, e tem se mostrado efetiva no tratamento da fobia social e de outros quadros clínicos. O presente trabalho tem como objetivo apresentar e discutir a utilização de um protocolo de TCP em um paciente com fobia social, juntamente com os dados de eficácia pré e pós-sessão e em avaliação follow-up, realizada 8 meses após o final da intervenção. Foram realizadas 16 sessões semanais de duração de 1h30 cada, sendo utilizadas técnicas e diagramas da TCP para o tratamento do caso. Foram realizadas avaliações pré-teste, sessão a sessão, pós-teste e follow-up com diferentes escalas objetivando avaliar a efetividade da terapia na redução dos sintomas de ansiedade e esquiva social. Além de ter sido observada uma diminuição destes sintomas, observou-se ainda em avaliação follow-up, a manutenção dos ganhos obtidos com a terapia. Após a intervenção em TCP o paciente passou a emitir comportamentos em situações sociais que antes se esquivava, como comer e beber em locais públicos; telefonar e receber ligações; participar de um intercâmbio no exterior; entre outros. Além da apresentação dos dados quantitativos, o trabalho tem como objetivo apresentar dados qualitativos sobre a intervenção, além de discussão sobre as principais técnicas da TCP utilizadas. Apoio Financeiro: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). Palavras-Chave: Terapia Cognitiva Processual; Fobia Social; Avaliação. C749 Congresso Brasileiro de Terapias Cognitivas (10. : 2015 : Porto de Galinhas) Programa e resumo do X Congresso Brasileiro de Terapias Cognitivas / Carmem Beatriz Neufeld, Aline Sardinha e Priscila de Camargo Palma (organizadoras). – Porto de Galinhas: Federação Brasileira de Terapias Cognitivas, 2015. ISBN 978-85-66867-01-5 FOBIA SOCIAL: DIFERENTES MODELOS TEÓRICOS PARA INTERVENÇÃO EM GRUPO, Priscila de Camargo Palma**, Carmem Beatriz Neufeld, (Laboratório de Pesquisa e Intervenção CognitivoComportamental - LaPICC, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP). O Transtorno de Ansiedade Social (TAS) consiste em um medo acentuado e persistente de situações sociais ou de desempenho nas quais o indivíduo teme sentir vergonha. Tendo em vista o intenso pavor de ser alvo da atenção de outras pessoas, a exposição social ou de desempenho provoca uma intensa resposta de ansiedade. Essas situações são geralmente evitadas ou suportadas com pavor, interferindo significativamente em sua vida cotidiana e/ou no funcionamento ocupacional e\ou na vida social. O TAS está entre os transtornos psiquiátricos mais recorrentes na população, além disso é o mais frequente no espectro dos transtornos de ansiedade e a busca por tratamento é muito baixa. Em função de tais prejuízos, a ansiedade social vem sendo considerada um problema de saúde pública, 75% dos adolescentes com diagnóstico de TAS revelam possuir poucos amigos ou nenhum, 50% não gostam de frequentar a escola e 10% recusam-se a frequentar a escola regularmente em função do prejuízo social. Os portadores de TAS possuem autoimagem negativa, não se sentem habilidosos socialmente e se percebem como incompetentes, acreditando que serão sempre alvos de rejeição e humilhação. Quando um indivíduo ingressa em uma situação social, em função de sua auto avaliação negativa, são ativadas percepções de alta probabilidade de falhas no desempenho, as quais desencadeiam sintomas cognitivos, comportamentais e somáticos, as quais os mesmos acreditam que sua aparência externa irá refletir com precisão todas suas alterações fisiológicas e com isso, serão alvo de escrutínio. Em função dessa rede de sintomas, o indivíduo tende a provoca desvio da atenção do ambiente para dentro de si próprio mantendo o ciclo de ativação ansiosa. Alguns estudos apontam que a Terapia Cognitivo Comportamental em Grupo (TCCG) tem se mostrado muito eficaz para os portadores de TAS. A modalidade em grupo é a que mais vem sendo aplicada e estudada nessa população, mostrando também sua eficácia a curto e longo prazo. Existem alguns modelos teóricos e clínicos para o tratamento de TAS, nesse trabalho será apresentado os três principais modelos de tratamento clínico, sendo eles o modelo proposto por Heimberg e Becker (2002), o qual tem seu enfoque em psicoeducação, reestruturação cognitiva e exposições; o modelo proposto por Clark e Wells (1995), deixando o foco mais sobre os aspectos cognitivos e posteriormente realizando exposições e o modelo proposto por Hofmann (2008) o qual declina o foco sobre as exposições. Ambos os modelos de tratamento alcançam resultados positivos e surpreendentes deixando em evidência que a Terapia Cognitivo Comportamental é uma abordagem eficaz para se tratar tal psicopatologia. Apoio financeiro: FAPESP e CAPES Palavras-chave: Ansiedade social, modelos teóricos, intervenção clínica. C749 Congresso Brasileiro de Terapias Cognitivas (10. : 2015 : Porto de Galinhas) Programa e resumo do X Congresso Brasileiro de Terapias Cognitivas / Carmem Beatriz Neufeld, Aline Sardinha e Priscila de Camargo Palma (organizadoras). – Porto de Galinhas: Federação Brasileira de Terapias Cognitivas, 2015. ISBN 978-85-66867-01-5 TRANSTORNO DE ANSIEDADE SOCIAL E AUTOESTIMA: COMO AJUDAR NA PRÁTICA CLINICA Maria Amélia Penido (psicoclinica Cognitiva do Rio de janeiro, Rio de janeiro/RJ) O Transtorno de Ansiedade Social (TAS) tem como característica principal o medo de situações sociais nas quais o individuo pode ser avaliado negativamente pelos outros. É considerado um transtorno grave, de curso crônico, que pode chegar a ser incapacitante. A autoestima pode ser definida como a tendência relativamente estável de sentir-se bem ou mal a respeito de si mesmo. Pode ser compreendida como a avaliação que a pessoa efetua e mantêm a respeito de si mesmo, que envolve sentimento de valor próprio, expressando uma atitude de aprovação/desaprovação em relação a si mesma. A autoestima tem sido relacionada com o desempenho social, uma vez que ela pode influenciar a expectativa que as pessoas possuem sobre o resultado de seu próprio desempenho. Essa expectativa, por sua vez, tem sido considerada uma variável importante para o desempenho social, em particular do comportamento assertivo. Diversos artigos na literatura apontam uma correlação positiva entre habilidades sociais e o grau de autoestima. Alguns estudos mostram que a autoestima afeta a resposta das pessoas a feedback dos outros, os indivíduos com alto grau de autoestima aceitam melhor o feedback positivo dos outros do que os indivíduos com baixa autoestima. Ao contrário, os indivíduos com baixa autoestima aceitavam melhor o feedback negativo dos outros do que os indivíduos com autoestima elevada. Ao considerar o modelo cognitivo do TAS em que a auto avaliação negativa do desempenho realizada, assim como auto-verbalizações negativas sobre si próprio presentes no quadro afetam negativamente a autoestima, levar em conta essa variável na compreensão do transtorno pode contribuir positivamente para a prática clinica. O presente trabalho tem como objetivo apresentar uma revisão da literatura sobre a relação entre autoestima e TAS e suas implicações para o tratamento cognitivocomportamental, apresentando um caso de tratamento em grupo. Mesmo com os importantes avanços ocorridos nas três últimas décadas, com o crescimento das bases empíricas no tratamento do TAS e a TCC mostrando-se efetiva no tratamento, muitos desafios ainda precisam ser superados, vez que 40 a 50% dos pacientes melhoram pouco ou não melhoram. O foco mais recente de investigação aponta para o papel importante do processamento cognitivo na manutenção e gravidade do transtorno, dessa forma é importante entender a relação entre TAS e autoestima, refletindo sobre a prática clinica. Palavras-Chave: Transtorno de Ansiedade Social, Autoestima, Terapia Cognitivo Comportamental C749 Congresso Brasileiro de Terapias Cognitivas (10. : 2015 : Porto de Galinhas) Programa e resumo do X Congresso Brasileiro de Terapias Cognitivas / Carmem Beatriz Neufeld, Aline Sardinha e Priscila de Camargo Palma (organizadoras). – Porto de Galinhas: Federação Brasileira de Terapias Cognitivas, 2015. ISBN 978-85-66867-01-5 ASSERTIVIDADE COMO INSTRUMENTO DE TRATAMENTO DAS QUEIXAS SEXUAIS DO CASAL Antonio Carvalho (Consultório Particular, Rio de Janeiro - RJ) Atualmente é grande o número de casais que procuram terapia tendo como foco queixas sexuais. A busca por desempenho, que acaba por acarretar ansiedade, tem sido a principal etiologia dos transtornos sexuais. Parcerias íntimas saudáveis ocorrem a partir do momento em que o casal foca sua atenção no prazer e não apenas na “performance” sexual, isto quer dizer, ereção e/ou orgasmo. Tratar a queixa sexual do casal, apenas descondicionando a ansiedade, sem modificar expectativas irreais, corrigir atribuições de culpa ou identificar esquemas de reforçamento, por exemplo, é estar fadado ao insucesso na Terapia Sexual. A proposta desse trabalho é demonstrar a utilização das técnicas de assertividade como instrumento de tratamento dessas queixas e a adequação das mesmas para Terapia Sexual. Uma comunicação eficiente visando à reformulação de mitos e crenças sexuais distorcidas pode reverter a maioria dos quadros de queixa sexual do casal. Deparar-se com suas fantasias e desejos ainda assusta, principalmente quando o outro também não está preparado para falar e ou ouvir. Ao aumentar a assertividade, a tendência do casal é expressar melhor os sentimentos, opiniões e construir relacionamentos mais sinceros. O programa de tratamento proposto implica ensinar ao casal a agir afirmativamente com o (a) parceiro (a) em situações comuns do cotidiano, tais como: tomar conta dos filhos; empregar o dinheiro; dividir afazeres domésticos etc. Após aprenderem a agir assertivamente nessas áreas é sugerido falar sobre comportamentos, desejos e problemas sexuais, bem como a interação entre sexo e assertividade, sempre tendo como pano de fundo as atribuições dos papeis sexuais do homem e da mulher para cada casal. É comum que pessoas que tenham passado a vida inteira agindo passivamente na esfera sexual ao serem treinadas para uma postura mais assertiva venham a ter conflitos com o (a) parceiro (a), sendo muitas vezes chamadas de egoístas ou arrogantes. Em função disso é ideal que a assertividade sexual seja trabalhada com o casal, pois o poder se equilibra, as conversas se tornam mais sinceras e o casal passa a realmente conhecer o outro, melhorando assim a qualidade do relacionamento; por isso, é importante ter em mente que toda Terapia Sexual é também uma Terapia de Casal. Palavras Chave: Assertividade ,Terapia Sexual , Casal C749 Congresso Brasileiro de Terapias Cognitivas (10. : 2015 : Porto de Galinhas) Programa e resumo do X Congresso Brasileiro de Terapias Cognitivas / Carmem Beatriz Neufeld, Aline Sardinha e Priscila de Camargo Palma (organizadoras). – Porto de Galinhas: Federação Brasileira de Terapias Cognitivas, 2015. ISBN 978-85-66867-01-5