Transtorno de ansiedade generalizada Por: Dr. Eduardo de Castro Humes Quais são os sintomas? O transtorno de ansiedade generalizada (TAG) é um transtorno de caráter crônico, pelo menos 6 meses de duração. Deve ocorrer uma incapacidade de controlar a ansiedade, que é reconhecida como desproporcional, e inespecífica, generalizada (critérios maiores, em verde). Critérios diagnósticos para depressão Outros sintomas freqüentes - Ansiedade e preocupação excessiva, com - Tremores diversas atividades - Dificuldade em controlar a preocupação - Incapacidade em relaxar - Inquietação ou sensação de nervos a flor - Cefaléia e dores pelo corpo da pele - Palpitações - Fadigabilidade - Alterações do sono (dificuldade conciliar, manter ou insatisfação) em - Tonturas - Irritabilidade - Tensão muscular - Dificuldade para se concentrar sensações de “brancos” na mente - Sudorese - Ondas de calor ou frio ou - Falta de ar - Urgência miccional - Catastrofização - Alterações redução) do apetite (aumento ou - Crises de ansiedade E em que exames o médico diagnostica? A maioria dos transtornos psiquiátricos é diagnosticada pela clínica, isto é, pela conversa com o paciente, através do relato do paciente e da observação dos comportamentos do paciente ao longo da consulta. Daí a importância de uma consulta mais demorada, geralmente 45 minutos a 1 hora. Os exames geralmente são solicitados para descartar condições que possam piorar os sintomas ansiosos, em especial a anemia (diagnosticável laboratorialmente por um hemograma completo) e problemas da glândula tireóide (a maioria diagnosticável pela dosagem dos hormônios no sangue). Eventualmente, por características específicas, de apresentação, idade ou doenças associadas, o médico pode solicitar exames adicionais. Como os pacientes com TAG podem apresentar dores pelo corpo, epigastralgia (reconhecida como gastrite), alterações intestinais, alteração do sono, tremores, freqüentemente procuram a ajuda de clínicos, gastroenterologistas ou neurologistas. Se não for discutida a ansiedade durante a entrevista o diagnóstico pode ser realizado somente após exaustivos exames serem realizados (colonoscopias, endoscopias, exames de imagem, por exemplo). Como tratar? A maioria dos casos necessita tanto o tratamento psicoterápico como o medicamentoso, com antidepressivos, eventualmente associados a ansiolíticos, os benzodiazepínicos, no início do tratamento. Por ser um transtorno muitas vezes crônico, as doses são maiores e por maiores períodos de tempo. Antidepressivos para ansiedade? Sim, infelizmente os nomes dados as classes de medicações nem sempre são os mais corretos, são nomes consagrados pelo uso inicial. Os antidepressivos são um conjunto de medicações que modificam a ação primordialmente de três neurotransmissores (substâncias responsáveis pela comunicação entre os neurônios): Serotonina, Noradrenalina e Dopamina. Demoram para fazer efeito, geralmente começam a funcionar após 20 dias e devem ser tomados por diversos meses ou anos (dependendo do caso) após os sintomas serem totalmente debelados, para evitar o ressurgimento da doença. Os mais utilizados para o tratamento de transtornos ansiosos são aqueles que atuam na serotonina. E os antidepressivos não viciam? Não. Mas há diferentes tipos de medicação que podem ser utilizados e apresentam este potencial. Os benzodiazepínicos (“tarja preta”, por exemplo: Rivotril, Diazepam, Valium, Frontal, Alprazolam, Lexotan, Lorax), que são muitas vezes necessários no início do tratamento, viciam se utilizados por longos períodos de tempo. Estas não são medicações para tratar o transtorno de ansiedade generalizada e sim são sintomáticos, ajudam a pessoa a ficar menos ansiosa e melhorar sintomas, em especial o sono, no início do tratamento. Assim devem ser usados por curtos períodos de tempo, idealmente menos de 3 meses.