TERAPIA DO ESQUEMA E TRANSTORNO DA PERSONALIDADE ANTISSOCIAL: UMA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO Bruna Staevie dos Santos*; Pedro Osorio de Freitas*; Raul Corrêa Ferraz*; Renan Meirelles da Silva** (* Graduação em andamento em Psicologia - UFSM / Santa Maria-RS) (**Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Saúde - UFSM / Santa Maria-RS) O Transtorno da Personalidade Antissocial (TPA) é caracterizado por um déficit interpessoal na esfera da empatia, ou seja, os indivíduos tendem ser insensíveis em relação aos sentimentos dos outros. Sendo assim, dá-se origem à prática de comportamentos de desrespeito e violação dos direitos humanos, mantendo desta forma um estilo de vida parasitário. A pessoa acometida pelo transtorno procura sempre obter vantagem pessoal, independente das necessidades das outras pessoas. Outra característica comum é a superestima, na qual por vezes é apresentado na forma de auto-apreciação inflada e charme superficial, no qual é transmitida através de uma extraordinária habilidade social. Devido ao fato de os tratamentos cognitivo-comportamentais tradicionais não apresentarem muita efetividade com transtornos da personalidade, desenvolveu-se a Terapia do Esquema (TE), com a intenção de ampliar conceitos e técnicas, buscando preencher esta lacuna. Young, um dos criadores da TE, sugere uma série de dezoito esquemas desadaptativos, divididos em cinco domínios, os quais procuram explicar a disfuncionalidade em alguns transtornos da personalidade e/ou caracterológicos. O presente trabalho tem como objetivo, através de uma revisão não sistemática da literatura, apontar como a TE pode contribuir no tratamento do TPA. No TPA, o domínio característico dos comportamentos desadaptativos, é o de Limites Prejudicados. No referido domínio, os esquemas desadaptativos são os de Arrogo/Grandiosidade e Autocontrole/Autodisciplina insuficientes, sendo o segundo caracterizado pelo alto grau de impulsividade. O tratamento pela terapia do Esquema inicia pela identificação dos padrões emocionais, cognitivos e comportamentais disfuncionais, e pela preparação para mudança. O terapeuta do esquema deverá intervir através de técnicas cognitivas, comportamentais e vivenciais, de modo que auxiliem no entendimento e enfrentamento adaptativo das situações cotidianas. A cura se dá com a redução das memórias conectadas ao esquema, sua carga emocional, a intensidade das sensações corporais e as soluções adaptativas. É importante destacar também, que a relação terapêutica é tida como fundamental para o sucesso da terapia. Conclui-se que apesar de se tratar de um transtorno de alta complexidade, tanto na forma de compreensão quanto em intervenção, a TE oferece grande possibilidade de eficácia para o tratamento do TPA, podendo influenciar significativamente nas relações interpessoais e na qualidade de vida do paciente. Palavras-chave: Transtorno da Personalidade Antissocial; Terapia do Esquema; Intervenção psicoterápica. Eixo Temático: Transtornos de Personalidade C749 Congresso Brasileiro de Terapias Cognitivas (10. : 2015 : Porto de Galinhas) Programa e resumo do X Congresso Brasileiro de Terapias Cognitivas / Carmem Beatriz Neufeld, Aline Sardinha e Priscila de Camargo Palma (organizadoras). – Porto de Galinhas: Federação Brasileira de Terapias Cognitivas, 2015. ISBN 978-85-66867-01-5