Os Autistas são superdotados? Dentre os mitos que as pessoas compartilham sobre o Autismo, um deles diz respeito à falsa ideia de que os Autistas seriam superdotados ou teriam algumas "habilidades" específicas. A resposta ao questionamento levantado no próprio título do texto é NÃO. Do ponto de vista científico, nunca houve comprovações que pudessem indicar alguma relação direta entre Autismo e Q.I´s elevados. O que ocorre é que o cérebro autista apresenta deficiências nas regiões responsáveis pela interação, porém, outras regiões permanecem intactas. Quando os autistas apresentam o que as pessoas geralmente chamam de "habilidades", é preciso dizer que, na verdade, elas foram desenvolvidas ao longo do tempo por meio da ROTINA. A rotina dos autistas é constituída por ações que se repetem todos os dias, impreterivelmente, incansavelmente e até muitas vezes compulsivamente. Logo, a própria rotina facilita o aprendizado e a memorização. Há os autistas chamados de "alta funcionalidade", os quais, apresentam habilidades geralmente específicas em certas áreas. Normalmente o campo de conhecimento que eles desenvolvem interesse são as exatas. Por serem pessoas baseadas na repetição, a matemática lhes encaixa muito bem, pois, com o tempo, fazendo exercícios e memorizando o modo pelo qual são resolvidos, tornam-se grandes especialistas. Essa é uma outra características dos autistas: eles se especializam em algo por meio da internalização daquilo na rotina, e com o tempo, vão se tornando muito bons! É a partir daí que as pessoas formam a concepção que os Autistas são super gênios, superdotados, etc. Algumas vezes são, mas com a mesma probabilidade de que qualquer pessoa não portadora do TEA também pode ser, ou seja, é mais um mito construído em torno do Autismo, pois, não há uma regra que determina que se a pessoa é autista, necessariamente será superdotada. Isso não deve ser mais levado em consideração, pois não há qualquer tipo de fundamento empírico. Como foi dito, os autistas podem sim tornarem-se extremamente bons naquilo que eles fazem cotidianamente, todos os dias, sem falta, repetidamente! Dessa forma, eles aprendem o que quiserem, basta despertar interesse e incluir na rotina! Conclusão: a melhor forma de compreender os autistas e acompanhar o seu desenvolvimento cognitivo é por meio da análise da sua rotina: verificar aquilo que ele mais repete e o nível de fixação em seguir determinados hábitos, e aos poucos criando formas de flexibilizar a rotina tendo em vista a internalização de novos conteúdos, regras, etc. Palavras chave: Autismo, superdotados, mito, rotina, habilidades