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Apresentação Oral
A terapia cognitivo-comportamental de grupo em pacientes com fobia
social: um estudo piloto.
Carolina Pereira Dittz²;Auxiliatrice Caneschi Badaró²;Victor Fernandes Pinto Gonçalves¹;
Francesca Stephan Tavares³;Daniel Alexandre Gouvêa Gomes² & Lélio Moura Lourenço4.
1. Psicólogo; 2. Mestrandos pelo programa de Pós-Graduação do curso de Psicologia da UFJF; 3.
Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação do curso de Psicologia da UFJF; 4. Docente do
Programa de Pós-Graduação do curso de Psicologia da UFJF.
Palavras-chave: Fobia social;
instrumentos de avaliação.
Terapia
cognitivo-comportamental;
Intervenções
em grupo;
A fobia social (FS), também conhecida como transtorno de ansiedade social (TAS), é
caracterizada por um medo acentuado de situações sociais ou de desempenho, nas quais o
indivíduo teme se sentir envergonhado ou embaraçado (DSM-IV-TR, 2002). A FS pode ser
um fator de risco para o desenvolvimento humano, pois pode acarretar prejuízos graves em
diferentes áreas da vida do indivíduo, como trabalho, escolaridade e atividades sociais (D’el
Rey & Pacini, 2005). Para Knijnik (2008) o surgimento da FS possui causas múltiplas, um
resultado
das
interações
dos
fatores
genético,
biológico,
psicológico,
cognitivo,
comportamental e psicodinâmico. Estima-se que o TAS seja alto na população, entre 5% e
13% da população geral apresentam sintomas de fobia social (Nardi, 2000; Picon, 2006).
Segundo Barros Neto (2000), são elevadas as comorbidades com a FS, ocorrendo em 75% dos
casos, no entanto os transtornos comórbidos, de um modo geral, são secundários do ponto de
vista cronológico.
Atualmente, as formas terapêuticas reconhecidas para o tratamento da FS são a
farmacoterapia e a terapia cognitiva e/ou comportamental, pois se mostram eficazes na
redução de ansiedade social em indivíduos com TAS (D’el Rey & Pacini, 2006; Muluno,
Menezes, Fontenelle & Versiane, 2009). Esta última abordagem se destaca por trabalho em
grupo, sendo referenciado como o mais apropriado e vantajoso, visto que o contato social por
si só é estimulado evitando o isolamento (Hofmann, 2004). A presente ação/intervenção se
enquadra nas atividades desenvolvidas no Núcleo de Estudos em Violência e Ansiedade
Social (NEVAS) do departamento de Psicologia da Universidade Federal de Juiz de Fora,
com atividades voltadas para pesquisa e extensão universitária, contando com o
financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do estado de Minas Gerais (FAPEMIG). O
projeto em vigor busca acolher a comunidade acima de 18 anos, através do tratamento da
fobia social baseado nos padrões da Terapia Cognitiva Comportamental em Grupo. Nosso
primeiro procedimento consiste na aplicação de instrumentos de rastreio, entre eles a Escala
Liebowitz de Ansiedade Social, o Inventário de ansiedade de Beck (BAI) e o Inventário de
depressão de Beck (BDI). Através destas escalas conseguimos identificar o nível de ansiedade
social bem como as possíveis comorbidades, que podem inviabilizar o tratamento. Após
avaliação dos instrumentos iniciaram-se encontros semanais, de 90 min, ministrados uma vez
por semana durante dois meses e meio.
O grupo piloto foi composto de seis integrantes (quatro mulheres e dois homens) e
administrado por dois profissionais da psicologia e um aluno em fase de conclusão de curso.
Nos encontros utilizamos o formato descrito por D’El Rey (2006) e seu grupo de pesquisa,
baseado no protocolo de tratamento utilizado na Temple University por Heimberg (2002).
Nesse modelo integram-se técnicas de exposição, reestruturação cognitiva e treinamento de
habilidades sociais, esse utilizado direta e indiretamente na exposição ao vivo às situações
temidas. Essa experiência pretendeu levantar as principais dificuldades e facilitadores desse
tratamento, bem como seus resultados terapêuticos. O objetivo principal consiste na melhoria
dos sintomas, da qualidade de vida e dos comportamentos mais adaptativos dos pacientes, os
quais são constatados a partir das observações clínicas e aplicação dos inventários propostos.
O grupo teve início com 6 participantes, entretanto um integrante desistiu do processo
terapêutico e outro não conclui o processo de preenchimento do pós teste. Desse total de
quatro participantes temos os seguintes resultados baseados nos escores da escala Liebowitz:
dois passaram de fobia social média para a ausência de fobia social; um deles passou de fobia
social grave para ausência de fobia social e apenas um permaneceu em fobia social muito
grave, apesar de apresentar queda no escore. Em relação ao (BAI) as mudanças apresentadas
foram de ansiedade leve para ansiedade mínima em três membros e moderado para mínimo
no outro. Quanto ao (BDI) tivemos uma alteração de depressão moderada/grave para
leve/moderado em dois casos, enquanto dois participantes que apresentaram um escore
correspondente à depressão leve/moderada e outro à grave/moderada se mantiveram no
mesmo patamar durante o pós-teste.
Considerando que o grupo apresentou como foco principal a redução de sintomas de
ansiedade social obtivemos resultados benéficos. Do ponto de vista da atuação clínica,
percebemos a necessidade de um acréscimo no número de sessões, as quais poderiam
aumentar de 12 para 24, ampliando as possibilidades de intervenção.
Associação Psiquiátrica Americana (2002). Manual Diagnóstico e Estatístico de
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