Apresentação oral Bibliometria sobre a Escala de Ansiedade Social de Liebowitz: perspectivas acerca do instrumento psicométrico Carolina Pereira Dittz¹; Sabrina Maura Pereira²; Francesca Stephan Tavares³; Auxiliatrice Caneschi Badaró1; Andrezza Souza Martinez4; Lucas Pereira4; Daniel Alexandre Gouvêa Gomes² & Lélio Moura Lourenço5. 1. Psicólogos; 2. Mestrando do Programa de Pós-Graduação do curso de Psicologia da UFJF; 3. Mestre pelo Programa de Pós-Graduação do curso de Psicologia da UFJF; 4. Discente do curso de Psicologia da UFJF; 5. Docente do Programa de Pós-Graduação do curso de Psicologia da UFJF. Palavras-chave:Fobia Social; Transtorno de Ansiedade Social, Bibliometria, Escala de Ansiedade Social de Liebowitz; Instrumentos A fobia social (FS) ou transtorno de ansiedade social (TAS) é o terceiro problema de saúde mental mais comum, depois da depressão e o abuso de álcool (Furmark, 2002). Ele possui curso crônico associado a um considerável comprometimento funcional, podendo ser incapacitante em suas formas mais graves (Barlow, 1999; Menezes, Fontenelle, Mululo, & Versiani, 2007). No entanto, ele é sub-reconhecido e subdiagnosticado por profissionais da saúde (Chagas e cols., 2010). Este transtorno é caracterizado por um medo acentuado de situações sociais ou de desempenho nas quais o indivíduo teme se sentir envergonhado ou embaraçado (DSM-IV-TR, 2002). Apesar de este transtorno interferir negativamente em diversas áreas da vida do sujeito (Baptista, 2007), como escolar/acadêmica, profissional, social, amorosa e familiar (Furmark, 2000; Rodríguez, Caballo, García-López, Alcázar & López-Gallonet, 2003); a busca pelo tratamento ocorre depois de conviver por mais de 15 a 20 anos com os sintomas (Wang, Lane, Olfson, Pincus, Wells & Kessler, 2005). Diante disto, os instrumentos de avaliação se tornam imprescindíveis, pois a identificação precoce pode ajudar a prevenir o possível desenvolvimento de comorbidades e de prejuízos funcionais ao longo da vida. A escala Liebowtiz de Ansiedade Social é um dos recursos possíveis para isto, e pode ser considerada com um instrumento padrão ouro (Osório, Crippa & Loureiro, 2005). Desta maneira, seu estudo de validação ou de identificação das qualidades psicométricas é importante para se verificar a abrangência deste instrumento nas diversas culturas e contextos. O objetivo deste trabalho é fazer um levantamento dos estudos psicométricos referente à escala de ansiedade social de Liebowitz. Os procedimentos adotados foram análise artigos indexados em bases de dados. As escolhidas foram a Web of Science, PsycInfo, Redalyc, Pepsic, PubMed, Lilacs e Dialnet, utilizando os descritores validação, adaptação, construção e tradução cruzados com o termo Escala de ansiedade social Liebowitz. A busca foi realizada com os termos em português, inglês e espanhol. Foram incluídos artigos publicados entre os períodos de 2002 a maio de 2012. Foram encontrados 24 artigos, mas após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão restaram 13 artigos que puderam ser analisados pelos seguintes critérios: ano de publicação, autores, país de filiação institucional do primeiro autor, periódico e propriedades psicométricas (artigos teóricos e validação ou identificação de qualidades psicométricas). Após a análise dos descritores foram encontrados os seguintes resultados referente aos anos de publicação encontramos em 2002 três artigos, em 2005, 2006 e 2008 foram publicados dois trabalhos em cada ano e em 2003, 2009, 2010 e 2011 foram encontrados um trabalho por ano. Os autores mais produtivos foram Ihab Zubeidat, José Olivares, Raquel Sánchez-García e José Antonio López-Pina com participação em dois artigos cada um. Como país de filiação institucional do primeiro autor, encontrou-se quatro trabalhos provenientes de instituições espanholas, dois artigos de instituições norte americanas e brasileiras cada uma e com uma publicação encontramos instituições da Suécia, Bélgica, Turquia, Japão e Israel totalizando 13 artigos analisados. O periódico que indexou mais publicações sobre o tema foi o Depression and Anxiety com três artigos pertencentes ao escopo da revista. Na análise das publicações foram encontrados dois trabalhos que se dedicaram a desenvolver artigos teóricos sobre a Escala de Ansiedade Social de Liebowitz e onze trabalhos que buscaram a validação do instrumento para culturas diferentes e/ou populações específicas como às clínicas. A conclusão que chegaram os autores é de que a pesquisa bibliométrica tem uma fundamental importância nos dias atuais, por ser capaz de demonstrar a frequência de estudos sobre determinado tema. A pesquisa aqui se faz importante, pois oferece um panorama sobre os estudos teóricos e de validade de um instrumento bastante utilizado na clínica e em pesquisas sobre fobia social que é uma patologia crescente, sub-diagnosticada e com tratamentos que podem minimizar os prejuízos biopsicossociais dos sujeitos que sofrem desse transtorno. Referencias Bibliográficas Associação Psiquiátrica Americana (2002). Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais. Porto Alegre: Artes Médicas. Baptista, C. A. (2007). Estudo da prevalência do transtorno de ansiedade social em estudantes universitários. Dissertação de mestrado, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto. Barlow, D. H. (1999). Manual Clínico dos Transtornos Psicológicos. Porto Alegre: Artmed. Chagas, M. H. N., Nardi, A. E., Manfro, G. G., Hetem, L. A. B., Andrada, N. C., Levitan, M. N., Salum, G. A., Isolan, L., Ferrari, M. C. F., & Crippa, J. A. S (2010). Diretrizes da Associação Médica Brasileira para o diagnóstico e diagnóstico diferencial do transtorno de ansiedade social. Revista Brasileira de Psiquiatria, 32, 444-452. Furmark, T. (2000). Social Phobia – from epidemiology to brain function. Dissertation for the Degree of Doctor of Philosophy in Psychology presented at Uppsala University, 73pp. Furmark, T. (2002). Social phobia: overview of community surveys. Acta Psychiatrica Scandinavica, 105, 84–93. Menezes, G. B., Fontenelle, L. F., Mululo, S., & Versiani, M. (2007). Treatment-resistant anxiety disorders: social phobia, generalized anxiety disorder and panic disorder. Revista Brasileira de Psiquiatria, 29, 55-60. Osório, F. L., Crippa, J. A. S., & Loureiro, S. R. (2005). Instrumentos de avaliação do transtorno de ansiedade social. Revista de Psiquiatria Clínica, 32, 73-83. Rodríguez, J. O., Caballo, V. E., García-López, L. J., Alcázar, A. I. R., & López-Gollonet, C. (2003). Una revisión de los estudios epidemiológicos sobre fobia social en población infantil, adolescente y adulta. Psicología Conductual, 11(3), 405-427. Wang, P. S, Lane, M., Olfson, M., Pincus, H. A., Wells, K. B. & Kessler, R. C. (2005). Twelve-month use of mental health services in the United States: results from the National Comorbidity Survey Replication. Arch Gen Psychiatry, 62, 629–640.