FOBIA ESCOLAR SUZANE GIOVELLI MARTINS ([email protected]) / Psicopedagogia: Abordagem Clínica e Institucional/UNIFRA, Santa Maria - RS JOSIANE LIEBERKNECHT WATHIER ABAID ([email protected]) / Psicologia/UNIFRA, Santa Maria - RS Palavras-Chave: FOBIA; ESCOLA; CRIANÇA. O presente trabalho, originado a partir de uma proposta da Disciplina de Psicopatologia dos Transtornos Mentais na Infância e Adolescência do Curso de Pós-Graduação em Psicopedagogia da UNIFRA, buscou conhecer o quadro nosológico de fobia escolar. Existem diversas maneiras para explicar as dificuldades de aprendizagem e o comportamento no ambiente escolar. Uma delas é a fobia escolar, um transtorno de ansiedade que se torna um medo patológico, quando exagerado, e que requer tratamento. Alguns autores não incluem a fobia escolar nos trantornos de ansiedade e da infância, como Kennedy (1965), que diferencia dois tipos de fobia escolar - neurótica e caracteriológica, baseando-se em características do problema e do ambiente (MÉNDEZ; OLIVARES; BERMEJO, 2007). Augusto (2007) afirma que 5% das crianças da educação infantil e 2% do ensino fundamental sofrem deste transtorno, que inicia por volta dos quatro ou cinco anos, com sintomas mais agudos, mas ao mesmo tempo, com melhor prognóstico que na adolescência. Dentre os sintomas é possível observar a recusa em ir para escola, invenção de desculpas, queixas vagas sobre professores, matérias e colegas, dificuldades de dormir sozinha, medo de ir para casa de amigos e de se distanciar das pessoas com as quais passa a maior parte do tempo. Na maioria das vezes, as crianças não percebem que estão com medo e manifestam um certo mal-estar que pode causar: irritação, choro, perturbações do sono, vômitos, dor de cabeça, perda do apetite, dor de estômago, aumento dos batimentos cardíacos, respiração acelerada, náuseas e tonturas. Silva e Gross (2009) apontam que este transtorno pode ser confundido com a “ansiedade de separação” por se configura como uma ansiedade exessiva ao se afastar de casa ou de pessoas com forte vínculo afetivo, como por exemplo seus pais, com a preocupação de que algo de ruim possa acontecer e com medo de perdê-los. Uma maneira da criança ansiosa ficar menos insegura é oferecer o máximo de sinceridade possível a ela. Algumas vezes, os pais são exageradamente protetores e a criança encontra dificuldade de separar-se deles. No momento de ir para escola os pais devem ser firmes, respeitando a limitação de seus filhos. A criança deve cumprir regra de freqüentar diariamente a escola, quanto mais tempo ficar em casa, mais difícil será de retornar a ela, podendo estar em jogo à vida social, bem como educação futura. A equipe da escola deve saber o que está acontecendo. Uma figura de confiança do aluno deve acompanhá-lo e permanecer por um determinado período no ambiente escolar, até que ele desenvolva autoconfiança. É importante saber diferenciar fobia escolar, na qual os sintomas persistirem por várias semanas, com o temor natural dos primeiros dias de aula, sobretudo na pré-escola (ROGERS, 1999). Os motivos que levam a criança a desenvolver fobia escolar são vários como a predisposição biológica (genética), relações familiares, a proteção materna excessiva que desencadeia a dependência infantil, a vulnerabilidade no momento em que a escola oferece situações provocadoras de insegurança e de medo. A terapia cognitivo-comportamental é umas das formas de tratamento que objetiva lutar contra a ansiedade da criança e ajudá-la a pensar de maneira diferente diante dos obstáculos (SILVA; GROSS, 2009). Portanto, a fobia escolar se apresenta na forma de um medo exagerado frente a algo que a criança imagina ser perigoso, desencadeando baixo rendimento escolar e complicações nas relações sociais. De nada adianta forçar a criança a enfrentar situações fóbicas, sem avaliá-la previamente. É necessário fazer uma avaliação psicológica para viabilizar uma maneira adequada de auxílio, uma vez que a mesma se sente frágil, e os adultos, impotentes frente à situação. REFERÊNCIAS: AUGUSTO; Valéria S.; Fobia Escolar; http://valpsicologia.com/Monografia_FobiaEscolar.htm; Junho - 2011. MÉNDEZ, Francisco Xavier; OLIVARES, José; BERMEJO, Rosa Maria; Características clínicas e tratamento dos medos, fobias e ansiedades específicas; In: CABALLO, Vicente E; SIMÓN, Miguel Angel; Manual de Psicologia Clínica Infantil e do Adolescente; São Paulo, SP; Ed. Santos; P. 59 – 92; 2007. ROGERS, Carl R; Distúrbios de comportamento; In: JOSÉ, Elizabete da Assunção; COELHO, Maria Teresa; Problemas de aprendizagem; São Paulo, SP; Ed. Ática; P. 167 – 187; 1999. SILVA, Ana Beatriz; GROSS, Cecília; Será que meu filho tem fobia escolar?; http://www.epvpsicologia.com/artigos/epv_fobia_escolar.htm; Julho - 2011.