POLIMORFISMOS DO GENE UGT1A1 E A TOXICIDADE DO ANTINEOPLÁSICO IRINOTECAN Terapia com irinotecan O irinotecan, um inibidor de topoisomerase I, apresenta função antineoplásica. É indicado como terapia para pacientes com carcinoma metastásico de colón ou reto, com recorrência ou progressão destes e com câncer de colón metastásico avançado. Seu metabolismo envolve numerosas enzimas, garantindo que a forma ativa, SN-38, sofra eficaz eliminação biliar ao se transformar em SN-38G, a forma inativa. No entanto, muitos estudos indicam que é comum a ocorrência de neutropenia e diarréia, até mesmo em 8 horas após a administração. Farmacogenética O irinotecan apresenta grande variabilidade interindividual no comportamento farmacogenético. Recentes investigações indicam que o metabolismo do irinotecan é substancialmente influenciado por um polimorfismo na seqüência TATAbox do gene UGT1A1. Este gene codifica a enzima UGT1A1, que é responsável pela glucuronidação de vários componentes, incluindo SN-38. Um polimorfismo genético no promotor de UGT1A1 resulta em baixa expressão enzimática, causando prejuízo no seu metabolismo (redução de 70%). Como tais pacientes não podem metabolizar adequadamente o irinotecan, eles podem apresentam alto risco de toxicidade quando tratados com este medicamento. A dosagem de irinotecan para pacientes com atividade UGT1A1 reduzida deve ser iniciada em quantidades pequenas e a continuidade do tratamento deve levar em consideração a tolerância do paciente. Doses precisas para cada genótipo não são estipuladas, uma vez que há outros genes envolvidos na farmacocinética do irinotecan, como o MDR1, MRP2, CYP3A4 e CYP3A5. Polimorfismo UGT1A1 O gene UGT1A1 pode apresentar de 5 a 8 repetições TA, sendo denominadas, respectivamente de UGT1A1 (TA)5, UGT1A1 (TA)6, UGT1A1 (TA)7 e UGT1A1 (TA)8. Cada indivíduo apresenta uma combinação de quaisquer duas destas repetições, ou melhor, quaisquer dois destes alelos. O número de repetições TA está associado com maior [(TA)5] ou menor [(TA)8] expressão de UGT1A1. UGT1A1 versus toxicidade do irinotecan Pacientes homozigotos para o alelo UGT1A1*28, mais conhecido como genótipo UGT1A1 (TA)7, apresentam maior risco de diarréia e neutropenia, além de mielossupressão, quando tratados com este antineoplásico, visto que há menor conversão do metabólito ativo SN-38 para SN-38G e, consequentemente, menor eliminação corporal deste. A presença do alelo (TA)8 é rara em diversas populações, incluindo a população brasileira, mas também representa risco de toxicidade. As repetições (TA)5 e (TA)6 apresentam menor toxicidade para o irinotecan, graças a eliminação adequada do medicamento. Abnet et al mostraram em um estudo da população brasileira que os genótipos 6/6, 6/7, 7/7 apresentam, respectivamente, freqüências de 0.57, 0.32 e 0.10; enquanto 5/5 e 7/8 são encontrados em apenas 3% da população. Assim, a análise dos polimorfismos do gene UGT1A1 permite uma abordagem personalizada da medicina, ao viabilizar a seleção de dosagens terapêuticas adequadas, levando maior segurança e efetividade do fármaco para cada paciente Departamento de Genética Humana do Instituto Hermes Pardini Considerando que o câncer colorretal (CCR) é a 5ª causa de morte por câncer mais freqüente no Brasil e a importância de um tratamento adequado conforme o perfil de cada paciente, o Departamento de Genética Humana do Instituto Hermes Pardini disponibiliza a análise genética dos POLIMORFISMOS DO UGT1A1 - TOXICIDADE DO IRINOTECAN, baseada em metodologia confiável, moderna e de preço acessível para atender as crescentes solicitações da clínica médica. O teste é realizado pela técnica de PCR- FLUORESCENTE E GENOTIPAGEM EM SEQUENCIADOR AUTOMATICO. O Departamento de Genética Humana oferece suporte técnico e científico necessários para os médicos e pacientes. Para realizar o exame é necessário coleta de uma amostra de 4 a 5mL de sangue em EDTA, conservado à temperatura ambiente ou 1 papel filtro FTA. O resultado é liberado em 15 dias úteis. Referências bibliográficas 1. Ron H. J. Mathijssen, Sharon Marsh, Mats O. Karlsson, Rujia Xie, Sharyn D. Baker, Jaap Verweij, Alex Sparreboom, Howard L. McLeod. Irinotecan Pathway Genotype Analysis to Predict Pharmacokinetics. Clinical Cancer Research Vol. 9, 3246–3253, August 15, 2003. 2. Hanioka, N., Ozawa, S., Jinno, H., Ando, M., Saito, Y., and Sawada, J. Human liver UDPglucuronosyltransferase isoforms involved in the glucuronidation of 7-ethyl-10- Hydroxycamptothecin. Xenobiotica, 31:687–699, 2001. 3. Background Document on the UGT1A1 Polymorphisms and Irinotecan Toxicity: ACPS November 3, 2004 Advisory Committee Meeting. 4. Considerations for Integration of CDRH and CDER Regulations- A Case Study: Irinotecan and UGT1A1. Atiqur Rahman, Ph.D; CDER, FDA. March 16, 2006. 5. Abnet CC, Fagundes RB, Strickland PT, Kamangar F, Roth MJ, Taylor PR, Dawsey SM. The influence of genetic polymorphisms in Ahr, CYP1A1, CYP1A2, CYP1B1, GST M1, GST T1 and UGT1A1 on urine 1hydroxypyrene glucuronide concentrations in healthy subjects from Rio Grande do Sul, Brazil. Carcinogenesis. 2007 Jan;28(1):112-7. Epub 2006 Jul 24.