A multilocus approach to the antihypertensive pharmacogenetics of

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LITERATURA ATUAL
Rev Bras Hipertens vol.13(1): 74, 2006.
A multilocus approach to the antihypertensive
pharmacogenetics of hydrochlorothiazide
Zee AM, Turner ST, Schwartz GL, Chapman AB, Klungel OH, Boerwinkle E
Comentários: Christian Kieling1, Flávio D. Fuchs1
RESUMO DO ESTUDO
O presente trabalho é um estudo de casos e controles aninhado
à coorte GERA (Genetic Epidemiology of Responses to Antihypertensives), na qual 585 pacientes com hipertensão arterial primária foram tratados com hidroclorotiazida (25 mg) em monoterapia
por quatro semanas. Os participantes foram divididos em três
grupos de acordo com a resposta ao tratamento. O primeiro
tercil (n = 195) constituiu o grupo dos respondedores (casos),
enquanto que o último tercil foi designado como grupo dos
não-respondedores (controles). No primeiro grupo, a pressão
diastólica baixou em média 15,8 ± 5 mmHg, enquanto que no
segundo a redução foi de 0 ± 5 mmHg. Ambos os grupos foram
genotipados para 45 polimorfismos de 19 diferentes genes.
Utilizando o método proposto por Hoh¹ para análise
multilocus, o modelo que mais bem explicou a variação dos
níveis diastólicos, em função do uso do fármaco, incluiu três
polimorfismos de dois genes – a saber, dois no gene para o
promotor da subunidade alfa do canal de sódio e um no gene
para a enzima óxido nítrico sintase endotelial. Pacientes com o
haplótipo GA/GA no gene para a subunidade do canal de sódio
apresentaram a razão de chances (RC) de 5,2 (IC 95% 1,6 16,5) de serem respondedores se comparados aos portadores
do haplótipo CT/CT. Do mesmo modo, aqueles com o genótipo
GG para o polimorfismo de nucleotídeo único analisado no gene
para o óxido nítrico sintase tiveram a RC de 2,2 (IC 95% 1,3 3,8) de terem seus níveis pressóricos diastólicos reduzidos pelo
tratamento com hidroclorotiazida em comparação a sujeitos
com o genótipo GT.
inclui diversos polimorfismos simultaneamente (multilocus).
Como todo o estudo de casos e controles, seu principal viés
pode estar na presença de variáveis outras além daquela em
estudo que possam estar agindo como confundidoras.
Os autores conseguiram demonstrar a associação do haplótipo (combinação de genótipos) de um gene e do genótipo de
outro gene com o status de respondedor ou não ao uso de hidroclorotiazida para a redução dos níveis pressóricos diastólicos.
Em termos de validade externa, a exclusão de pacientes com comorbidades ou em uso de outras drogas deixa
a desejar. Não se pode perder de vista, entretanto, que o
delineamento, bem como o objetivo do estudo – reduzir a
variabilidade fenotípica –, requerem uma homogeneização
da amostra. Outra limitação do estudo é o de não incluir
desfechos primordiais, mas isso seria difícil pelo pequeno
tempo de acompanhamento da coorte.
A ausência de função biológica conhecida para os dois polimorfismos que compõem o haplótipo da subunidade do canal
de sódio é explicada pelos autores pelo hipotético desequilíbrio
de ligação com a mutação efetivamente funcional. Já o polimorfismo do óxido nítrico sintase mostrou repercussões funcionais
em outros trabalhos, nos quais o alelo T esteve associado à
menor função enzimática.
O significado clínico dos resultados deste trabalho ainda
é incerto, mas sugere que variações genéticas têm parcela
significativa de influência sobre a variabilidade na resposta a medicamentos. A farmacogenética pode aumentar a racionalidade
na escolha de tratamentos farmacológicos anti-hipertensivos.
COMENTÁRIOS
REFERÊNCIA
A farmacogenética ainda é uma fronteira em maturação. Revisões e discussões na literatura são tão freqüentes quanto artigos
originais. O trabalho aqui descrito traz uma inovação em relação
a outros estudos, na medida em que propõe uma análise que
1.
Hoh J, Wille A, Ott J. Trimming, weighting, and grouping SNPs in human casecontrol association studies. Genome Res 2001;11:2115-9.
LEITURA RECOMENDADA
Pharmacogenetics and Genomics 2005;15:287-93.
1 Unidade de Hipertensão Arterial do Serviço de Cardiologia, Hospital de Clínicas de Porto Alegre da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS.
Correspondência para: Serviço de Cardiologia. Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Rua Ramiro Barcelos, 2350 – 90035-903 – Porto Alegre – RS. Fone/fax: (51) 2101-8420; e-mail:
[email protected]
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