DOENÇA DE HUNTINGTON É um distúrbio cerebral genético degenerativo, autossômico dominante. Histopatologia Filhos de pai ou mãe portadores têm 50% de chance de adquirir o gene defeituoso. Ocorrendo um defeito no braço curto do cromossomo 4, no qual há o acúmulo anormal da trinca CAG (citocina, guanina e adenina). Em indivíduos normais, a repetição ocorre entre 10 e 32 vezes em cada gene. A doença ocorre quando isso se repete 38 vezes ou mais. Até 40 repetições, o individuo apresentará início tardio e menos severo das doenças. O produto deste gene defeituoso é a HUNTINGTINA. A agregação contínua das moléculas de huntingtina destrói as células neuronais, especialmente aquelas do gânglio basal do cérebro responsável pelo controle das funções motoras. A acetilcolina, a dopamina e o ácido gama aminobutírico (GABA) são neurotransmissores primários do gânglio basal. Essa qualidade negativa ao neurônios secretores de GABA e o aumento da função dopaminérgica resulta em movimentos característicos da doença. Com o avanço da doença, a substância branca frontal do cérebro também será comprometida. Diagnóstico Pode ser feito por expansão das repetições no DNA (CAG), que é a base para um exame de sangue diagnóstico para o gene da doença. Pessoas com 38 ou mais repetições CAG no gene IT15 (da doença de Huntington) herdaram uma mutação patológica e terminarão por desenvolver os sintomas da doença se viverem até uma idade avançada. O teste de DNA também pode ser empregado no diagnóstico diferencial. A característica atrofia do núcleo caudado é visível tomograficamente ou na ressonância, onde os ventrículos aparecem dilatados, com aspecto de borboleta. Os sintomas incluem um estado coreico progressivo ( no qual o indivíduo apresenta movimentos involuntários rápidos, irregulares e sem finalidade, dos membros, geralmente associados a hipotonia e à diminuição da força muscular), rigidez muscular e demência, podendo estar associado a convulsões.Tipicamente, há uma fase prodrômica, com sintomas psicóticos, que precedem a doença em aproximadamente 10 anos. Sintomas mentais: há caracteristicamente uma demência progressiva orgânica, com perda da capacidade intelectual, apatia e descaso pela higiene pessoal. Tratamento Não há, atualmente, tratamento específico para a doença; as tentativas de reposição GABAérgicas pelo uso de drogas GABAmiméticas ou inibidores do metabolismo GABAérgico não foram bem sucedidas. Os fármacos administrados funcionam amenizando os sintomas da doença de Huntington, e são eles: Para depressão e psicose - antidepressivos tricíclicos e drogas anti-psicóticas típicas e atípicas. Para alívio dos movimentos coreicos - drogas neurolépticas, incluindo os bloqueadores dos receptores dopaminérgicos. Incidência De 5 a 10 pessoas a cada 100000 possuem a doença de Huntington. Não há diferença entre sexos (doença autossômica). Relação com a Odontologia Os cuidados médicos envolvem o manejo dos sintomas e a otimização das funções, pois não há cura.Os pacientes que a portam, frequentemente não podem manter uma boa higiene oral independente e eficiente devido à restrição da habilidade motora. Outros fatores complicados são a incapacidade de manter o hermético(fechamento perfeito) fechamento da boca e lábios e de reter líquidos e creme dental. O tratamento dentário é dificultado pela presença de: A) Discenesia (alteração de movimentos voluntários, incluindo movimentos involuntários) e HIPERCINESIA(movimento excessivo) da língua e da musculatura peri-bucal/ aparecimento de bruxismo; B) XEROSTOMIA, devido ao uso de anticolinérgicos; c) Retenção de saliva devido a dificuldade de deglutição; d) Problemas de comunicação; e) Presença de depressão e apatia que levam a caquexia(desnutrição aguda); f) Aumento do risco de aspiração de líquidos e objetos, o que pode levar o paciente a óbito; g) Distúrbio no modo de andar, risco de quedas e injúrias; h) Demência- alteração de humor, impulsivos e incapazes de lidar com assuntos rotineiros; i) Disfunção oculomotora: movimentos rápidos dos olhos. Esses sintomas associados à pobre higiene oral geram sequelas como o aparecimento de lesões cariosas extensas; pulpites irreversíveis, perda de elementos dentários. Indicações: - Evitar uso de próteses removíveis devido a dificuldade de inserção e remoção destas pela discenesia lingual e pelo comprometimento da musculatura perioral associados a baixa quantidade e qualidade da saliva, impedindo a retenção de próteses; - Ênfase no processo restaurativo e cuidados posteriores em casa; - Consulta em maior frequência ao consultório odontológico onde os hábitos de higiene serão reforçados- polimento profilático a cada consulta seguidos de aplicação de flúor; - Escovas elétricas; - Em estágios avançados deve se usar anestésico geral- em ambiente hospitalar;