MARA FILOMENA FERREIRA DE MELO TÍTULO: PREPARAÇÃO E DETERMINAÇÃO DA ATIVIDADE TOXICOLÓGICA DO PRÓ-FÁRMACO HIDROXIMETILNITROFURAL, POTENCIALMENTE ANTICHAGÁSICO. 2006. 96p. Data da defesa: 05/06/2006 RESUMO: A doença de Chagas representa um dos mais sérios problemas médicosanitários da América Latina. Nos 21 países endêmicos, estima-se que 18 a 20 milhões de pessoas estejam infectadas e cem milhões estão sob risco. No Brasil apenas o benznidazol está disponível para o tratamento apresentando alta incidência de efeitos adversos e ineficácia na fase crônica da doença. O desenvolvimento de fármacos mais eficazes e com menor toxicidade contra a doença de Chagas é necessário, e para tal é importante o conhecimento dos alvos terapêuticos para o planejamento racional por novos compostos. Estudos demostraram que a tripanotiona redutase (TR) é a enzima chave do metabolismo anti-oxidativo do T. cruzi. Os nitrofuranos atuam como substratos da TR e são também efetivos inibidores enzimáticos da redução do tripanotiona dissulfeto. Entre os compostos nitrofurânicos, o nitrofural apresentou atividade contra T. cruzi, mas alta toxicidade por via oral e severos efeitos adversos. A latenciação de fármacos é um dos métodos de modificação molecular que tem como objetivo melhorar as características de fármacos protótipos. Sabendo disto, Chung (1996) sintetizou uma série de pró-fármacos recíprocos seletivos de nitrofural e primaquina, culminando na obtenção do derivado hidroximetilnitrofural (NFOH). Este se mostrou mais ativo de todos os derivados sintetizados, tanto em formas amastigotas quanto em tripomastigotas nos ensaios in vitro contra T. cruzi. Os compostos que possuem grupos nitro na sua molécula geralmente apresentam atividade mutagênica, estudos indicaram que a latenciação do nitrofural em NFOH foi capaz de diminuir a atividade mutagênica em aproximadamente 4 vezes. Diante do exposto, o objetivo deste trabalho foi iniciar os estudos de toxicidade do derivado. Os resultados obtidos nos testes de toxicidade aguda, com camundongos e ratos, sugerem baixa toxicidade do derivado, obtendo-se uma dose letal mediana maior em relação ao fármaco de partida. Os testes de toxicidade a médio prazo em camundongos também foram favoráveis, não apresentando alterações significativas nos parâmetros avaliados.