Módulo - 19. Resumo No momento em que o mundo, principalmente, o Brasil, passa por um período de transformações cada vez mais rápidas e marcantes, as empresas buscam aumentar a produtividade e a competitividade como forma de sobrevivência. A década de 90 constituiu-se num desafio para o Marketing. A busca da vantagem competitiva exigiu uma nova postura estratégica da forma de administrar os negócios e novas técnicas ou ferramentas, para implementar essa nova estratégia. Vislumbra-se, nesse contexto, um novo Marketing, baseado em tecnologia, mais factível e mais apto para responder aos desafios da era do cliente. A tecnologia e o marketing, antigamente considerados inimigos, hoje caminham de mãos dadas, pois a frieza e a impessoalidade da tecnologia juntas com a observância humana do marketing, parecia uma união que nunca seria oficializada. Os computadores tornariam o marketing impessoal e o marketing jamais se interessaria por apreciar e analisar bancos de dados e relatórios de computadores. Na realidade a união entre a tecnologia e o marketing promoveu a relação entre a empresa e o consumidor. Os vendedores agora são conhecidos como "consultores de marketing" e promovem revoluções dentroa das empresas com a troca de informações com os consumidores, uma vez que são eles que estão na ponta do processo de marketing. Em um mundo de produção em massa, o ideal seria o marketing de massa, já em um mundo de produção customizada, o ideal seria um marketing mais customizado, personalizado. A tecnologia vem sempre em primeiro plano enquanto que a capacidade de comercializar vem logo em seguida. Alguns produtos respeitáveis já são vítimas dessa produção customizada. A bicicleta, por exemplo, projetada por Leonardo da Vinci, hoje, são fabricadas sob encomenda em sua linha de montagem flexível. As medidas são especificadas pelo cliente que recebe sua bicicleta alguns dias depois de seu pedido a um preço acima do preço dos modelos tradicionais, o que é considerado absolutamente normal, pois é um produto individualizado. A propaganda em massa está entrando em decadência. A busca pela individualização é o futuro. No antigo modelo de marketing de massa, vendiam-se produtos fabricados para os mercados de massa utilizando propagandas em massa. Quando se atingiu uma enorme diversidade de produtos, os anúncios começaram a perder o efeito, porque o público perde a capacidade de lembrança do produto e de suas vantagens. Por exemplo, o comercial da "Everedy", que mostrava um coelho em uma marcha constante foi aclamado como um dos melhores comerciais da Duracell (concorrente da Everedy), através de pesquisa realizada pela Video Storyboard Tests, onde quarenta por cento dos entrevistados afirmaram que o comercial do coelhinho foi o melhor anúncio da Duracell. Isso acarretou em um aumento de demanda por Duracell. Essa confusão é uma das consequências do excesso de propagandas em massa na mente dos consumidores. Para melhor compreensão sobre qual o significado desse novo marketing, deve-se analisar as causas intrínsecas que estão promovendo uma revisão do conceito e sua operacionalização, pois atualmente as transformações são tantas e ocorrem tão rápido que os padrões e comportamentos estabelecidos nos mercados já não são mais sustentáveis. Alguns dos fatos que causaram essa mudança no marketing de massa são os seguintes: • O crescente aumento da diversidade de produtos e serviços, até em pequenos mercados, com pouca nitidez no que diz respeito às diferenciações; • A crescente concorrência global; • Segmentação de mercados, tecnologias e soluções; • Os ciclos de vida dos produtos são acelerados; • Mudanças organizacionais e estruturais nas empresas, buscando novas maneiras de administrar os negócios; • Canais de distribuição que estão em constante movimento; • Mídias tradicionais ampliam o nível de ruído e falham em comunicar, claramente, as mensagens; • O ambiente de negócios e o cenário futuro da competitividade são imprevisíveis; • Previsões e pesquisas de mercado não fornecem um rumo claro para as ações. Este ambiente competitivo exige que as empresas realmente orientem a sua organização para o mercado com critérios de segmentação adequados com seus objetivos, com seu público-alvo identificado, com um posicionamento definido e adotando novas estratégias de marketing para a “era do cliente”. Isto significa que as empresas devem, antes de tudo, mudar suas concepções sobre a sua importância dentro de um mercado, que vai além do econômico, um ecossistema onde todas as ações empreendidas resultam em conseqüências para toda o sistema; e potencializar seu Mix de Marketing para encontrar meios de integrar o cliente à empresa: criar e sustentar um relacionamento entre a empresa e o cliente. Mas o que seria o Mix de Marketing? É um composto de marketing que inclui quatro variáveis controláveis pela empresa: o produto, o preço, a distribuição (praça) e a comunicação com os clientes (promoção). Cada um desses elementos deve funcionar em sintonia, sendo administrados pelos profissionais de marketing, para promover a difusão da imagem da empresa e dos seus produtos ou serviços. O marketing mix é um componente estratégico que acrescenta eficácia à empresa e ajuda a atingir seus objetivos a médio ou longo prazo da maneira mais racional possível. Daí convém que se defina primeiro a estratégia para em seguida ajustar o mix a ela, porque, dependendo da escolha estratégica, o composto deverá ser diferente. Estratégias de Penetração de Mercado, de Diversificação de Mercados, de Diversificação de Produtos ou de Diversificação Pura, são algumas opções que os profissionais de Marketing têm para conjugar os produtos com o mercado que deseja comercializá-los. A forma como os produtos serão expostos e como serão comercializados – obedecendo a sua classificação dentro da Matriz BCG e o seu Ciclo de Vida (CVP) – , quais e como componentes do produto (marca, embalagem, rótulo, etc) serão trabalhados, são algumas questionamentos que devem ser solucionados pelos profissionais de Marketing. As questões relativas às estratégias para determinar a política de preços, objetivando a maximização do lucro da empresa, também devem ser respondidas para a composição do mix. Essa determinação pode ser obtida de três formas: baseada nos custos da empresa, na demanda ou na concorrência. Após a escolha da estratégia mais adequada, existem políticas de preços segmentados, preços psicológicos, preços costumeiros, etc. Podem ser selecionados várias políticas, só dependerá dos objetivos da empresa para o mercado e o contexto em que ela está inserida. Quanto ao atendimento dos consumidores através do sistema de distribuição o marketing proporciona utilidade de lugar e de tempo. O fabricante elege os distribuidores de tal modo que possam vender produtos nos locais certos e também no tempo certo. Portanto, esse sistema a ser determinado pelo profissional de Marketing, fará parte do “pacote” de utilidades e satisfações que os consumidores receberão com a compra do produto. Além das decisões sobre qual tipo de intermediário usar para levar o produto até o consumidor, o profissional de marketing deve pensar na forma como fará a administração de seus estoques para ter os produtos disponíveis no momento certo e como os movimentará, providenciando transporte, estabelecendo condições para manuseio e armazenamento. E a comunicação com os consumidores? A grande questão hoje é a queda de braço entre o marketing de massa e o marketing “um para um”. A individualização da comunicação é a única forma de combater a invasão de privacidade promovida pelos atuais canais de comunicação. São tantas as mensagens envidas através da propaganda, da publicidade, da venda pessoal e da promoção de vendas, que não se consegue distinguir o comunicador. Logo, de nada adianta investir em atendimento, qualidade, atenção..., se a comunicação não for clara, atraente e diferenciada, vendendo além das características, os benefícios, só restará uma coisa para nutrir a competição entre empresas concorrentes: o preço, pois será o único diferencial perceptível pelo consumidor. A melhor forma é utilizando o marketing direto para alcançar o cliente e através de um banco de dados, sendo alimentado pelos hábitos e costumes de compra, manter uma relação com o mesmo, quase “adivinhando” as suas necessidades. Enquanto algumas empresas gastam cada vez mais para conseguir convencer o consumidor, muitas vezes não há uma preocupação em cumprir as promessas. Elas acabam minando a credibilidade por uso indiscriminado de palavras tais como: liquidação, promoção, desconto e agora qualidade, sem perceber que a melhor forma de acabar com um mau produto é fazer uma boa propaganda. Alguns consumidores dispõem-se a enfrentar congestionamento, indo até mais longe e até pagando mais caro por um produto ou serviço por causa de uma indicação. O que vale mais: uma propaganda para mil executivos, dez entrevistas ou uma recomendação? Não há nada mais precioso para a empresa do que ser recomendada por seus clientes. A grande vantagem de conquistar clientes através de um bom nível de serviço é que o feedback positivo é certo, ou seja, ao mesmo tempo em que se fala, há um sinal de assimilação positiva por parte do receptor, seja por gestos ou expressões. A partir daí a satisfação é repassada. As empresas estão descobrindo que investir numa política de marketing, fundamentada em uma boa administração das estratégias com o seu mix, é a melhor e mais eficaz saída para se destacar no mercado, para gerar negócios, vender sua imagem e aproveitar oportunidades.