Revista FOCO. ISSN: 1981-223X 158 PENSANDO A “CONSTRUÇÃO”

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Revista FOCO. ISSN: 1981-223X
PENSANDO A “CONSTRUÇÃO” DO LÍDER A PARTIR DE SKINNER E BOURDIEU
Marcelo Henrique Santos1
Stefânia Brandão Pereira2
Cristiano das Neves Bodart3
Resumo
O presente artigo esboça algumas das colaborações teóricas do comportamentalismo
de Skinner e da Sociologia culturalista de Bourdieu para a compreensão da construção
do Líder do tipo ideal racional. Para tal, recorremos à centralidade dada por Skinner ao
Ambiente, e ao Habitus na teoria bourdieurdiana. Assim, compreendemos que a
formação de um Líder perpassa pela relação dialética entre seu contexto atual e seu
processo histórico, o que nos permite afirmar que o Líder se constrói por meio de
relação complexa, continua e de interação com o ambiente ou campo no qual esteve e
está situado.
Palavras-chave: Líder. Habitus. Ambiente. Campo.
CONSIDERING THE “CONSTRUCTION” OF THE LEADER FROM THE
PERSPECTIVE OF SKINNER AND BOURDIEU
Abstract
This article outlines some of the theoretical collaborations of the behavioralism of Skinner and
the culturalist sociology of Bourdieu toward an understanding of the construction of the typic
ideal rational leader. For this, we turn to the centrality as attributed by Skinner to the
Environment and to the Habitus of Bourdieu. By this, we understand that the formation of a
Leader passes through the dialectical relationship between its current context and its historical
process, allowing us to affirm that the Leader is constructed through a complex and continuous
relation of interaction with the environment or field in which it was, or is, situated.
Keywords: Leader. Habitus. Environment. Field.
1 Introdução
O estudo da liderança sempre fascinou e sempre intrigará pesquisadores e
estudiosos de diversas áreas do conhecimento, sobretudo das Ciências Sociais, das
Ciências Humanas e das Ciências Humanas Aplicadas, estas que vem se incumbindo
de desvendar o intrigante fenômeno das lideranças. Nesse contexto, destacamos os
estudos comportamentalistas e culturalistas, interessados por tal fenômeno.
1
Graduado em Psicologia pela Universidade Vale do Rio Doce, Especialista em Professional & Self Coach pelo
2 Graduada em Ciências Contábeis pela Faculdade Ciências Humanas de Vitória e aluna do curso de especialização
MBA em Gestão de Pessoas da Faculdade Novo Milênio.
3
Docente da Faculdade Novo Milênio (FNM). Doutorando em Sociologia pela Universidade de São Paulo (USP).
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Já descrevia Skinner:
Podemos discordar quanto à natureza ou à extensão do controle que o
ambiente mantém sobre nós, mas que há algum controle é óbvio. O
comportamento deve ser apropriado à ocasião. (SKINNER, [1953] 2003,
p.142).
É sob uma perspectiva comportamentalista e culturalista que buscaremos
compreender como se dá a formação de um Líder.
As ideias para tal estudo originou-se a partir de uma dúvida: Como podemos
entender a construção do “Líder do tipo ideal racional” nos dias atuais? Este
questionamento norteou o presente estudo.
Para delimitar o que entendemos por “Líder do tipo ideal racional”, nos utilizamos
da proposta categorizadora de Max Weber, a qual apresentaremos na segunda seção.
Antemão enfatizamos que o presente trabalho não tem a pretensão de apontar
padrões e/ou equações de como moldar um sujeito para tornar-se um Líder, no intuito
de criar algum manual. O propósito deste trabalho é exploratório e não normativo.
O presente trabalho recorre às contribuições de dois teóricos. De um lado um
dos maiores representantes do comportamentalismo, Burrhus Frederic Skinner, e por
outro, um dos maiores sociólogo culturalista do século XX, Pierre Felix Bourdieu.
Objetiva-se aqui destacar as colaborações teóricas do comportamentalismo e do
culturalismo para a compreensão da formação do Líder do tipo ideal racional. Para isso
recorremos a centralidade dada por Skinner ao Ambiente, e ao Habitus e campo, da
teoria bourdieurdiana.
O artigo estrutura-se em cinco seções. A primeira seção trata-se da presente
introdução. A segunda aborda as competências que compreendemos que o Líder tipo
puro deve possuir. Na terceira seção explanaremos o papel de Ambiente para Skinner,
e como esse ambiente cooperar para pensarmos a formação de um Líder. Na quarta
seção apresentamos a contribuição de Bourdieu, destacando os conceitos de Habitus e
campo e como tais conceitos cooperam para compreendermos a formação de um
Líder. Na quinta e ultima seção, apresentaremos algumas reflexões conclusivas
buscando uma aproximações das duas teorias na compreensão da formação um Líder.
2 O Líder e a liderança: breve conceituação
O adjetivo “Líder” é destinado ao indivíduo que exerce influência sobre outros.
Em outros termos, exerce poder em suas múltiplas formas, sendo o poder a condição
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de fazer valer a sua vontade. A designação e/ou status dado a um indivíduo chamado
Líder é, antes de mais nada, uma referência ao seu caráter de dirigir outros. Porém,
para entendermos o conceito de Líder proposto atualmente, utilizaremos como
referência algumas contribuições de Max Weber, sobretudo o conceito de dominação
racional, o qual nos dá margem para o desenvolvimento do conceito de Líder do “tipo
puro ideal racional”.
O fenômeno de liderar traz algumas nuanças, nas quais Weber ([1921] 1999,
p.1), apresenta como forma de dominação. Para este, “dominação é a probabilidade de
encontrar obediências para ordens específicas (ou todas) dentro de um determinado
grupo de pessoas”. Ainda de acordo com este autor, a submissão se dá por diversos
motivos. Como destacou,
Em cada caso individual, a dominação “(autoridade)” assim definida pode
basear-se no mais diversos motivos de submissão: Desde o hábito
inconsciente até considerações puramente racionais referentes a fins.
(WEBER, [1921] 1999, p.1).
Weber ([1921] 1999) propõe três tipos puros de dominação legítima, sendo
estes: i) de caráter racional; ii) de caráter tradicional e; iii) de caráter carismático.
Weber descrever os três tipos da seguinte forma:
1. de caráter racional: baseada na crença da legitimidade das ordens
estatuídas e do direito de mando daqueles que, em virtude dessas ordens,
estão nomeados para exercer a dominação (dominação legal) ou 2. de caráter
tradicional: baseada na crença cotidiana da santidade das tradições vigentes
desde sempre e na legitimidade daqueles que, em virtude dessas tradições,
representam a autoridade (dominação tradicional) ou por fim, 3. de caráter
carismático: baseada na veneração extracotidiana da santidade do poder
heroico ou do caráter exemplar de uma pessoa e das ordens por estas
reveladas ou criadas (dominação carismática). (WEBER [1921] 1999, p.3).
Para compreensão destes tipos de dominação é necessário entender o que
Weber conceituava como “tipo ideal”. Para Weber, tipo ideal é, um conceito usado
através de determinadas características específicas para restringir uma parte da
realidade. Esta realidade nos permite ver particularidades que aproximam do objeto a
ser analisado e estudado. Sua utilidade é metodológica.
Um conceito ideal é normalmente uma simplificação e generalização da
realidade. Partindo desse modelo, é possível analisar diversos fatos reais como
desvios do ideal: Tais construções (...) permitem-nos ver se, em traços
particulares ou em seu caráter total, os fenômenos se aproximam de uma de
nossas construções, determinar o grau de aproximação do fenômeno histórico
e o tipo construído teoricamente. Sob esse aspecto, a construção é
simplesmente um recurso técnico que facilita uma disposição e terminologia
mais lúcidas (WEBER, 1979 apud BARBOSA; QUINTANEIRO, 2002: 113).
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Para que haja e se mantenha, a dominação, Weber enfatiza a importância da
legitimidade. Que para Weber,
[...] deve naturalmente ser considerada apenas uma probabilidade de, em um
grau relevante, ser reconhecida e praticamente tratada como tal. Nem de longe
ocorre que toda obediência a uma dominação esteja orientada primordialmente
(ou a pelo menos, sempre) por essa crença. (WEBER, [1921] 1999, p.2).
O tipo de liderança, que denominamos com base nas contribuições de Weber
como racional, demanda a existência de legitimidade, a qual será alcançada por meio
do reconhecimento racional de sua importância.
O que nos importa de forma mais direta nesse trabalho é a contribuição de
Weber para pensarmos o modelo de dominação legítima de caráter racional.
Esse modelo, de “dominação racional” nos ajuda a pensar a questão da
liderança, a qual envolve a noção de submissão. Sob essa ótica, traçamos a ideia de
“liderança racional”, a qual definimos como, àquele que influencia, pela sua capacidade
intrínseca de liderar, uma ou mais pessoas, as quais aceitam racionalmente a
submissão por compreenderem ser a melhor opção. Assim ao usarmos a expressão
“Líder” ao longo desta análise estaremos nos referindo apenas ao “Líder do tipo
racional puro”. O objetivo dessa delimitação de tipo é fornecer condições de uma
racionalização mais rigorosa.
Nos modelos atuais, o exercício de liderar exige capacidades e competências
específicas deste indivíduo (do tipo racional). Como nos apresenta Ervilha (2008, p.54),
“liderar é influenciar e conduzir pessoas nas situações em que é identificado um
objetivo claro e definido, que busca os resultados desejados”. O Líder racional é aquele
que
com
insights,
motivações,
conhecimento
e
perspicácia,
dentre
outras
características, conduz o grupo à um determinado caminho, seja este para um bem
comum ou não, visando auxiliar e ser representação dos anseios destes liderados.
Para Chiavenato (1999, p. 553), “[...] a liderança é uma forma de influência. A
influência é uma transação interpessoal em que uma pessoa age para modificar ou
provocar o comportamento de outra pessoa, de maneira intencional”. Atribuindo a
função de Líder como criador ou cultivador de liderados citamos e recorremos a
analogia feita por Meneghtti (2008 p.15), para quem “o líder é alguém que constrói a
função, a apara quando necessário e a aperfeiçoa; portanto, é um artesão”. Chiavenato
(2001, p. 26) destaca a importância da liderança, enfatizando a necessidade das
empresas em tê-la em cada um de seus departamentos.
Para Maxwell (2008, p.96):
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A responsabilidade pelo desenvolvimento das pessoas recai sobre o líder. E
isso significa mais do que apenas ajuda-las a adquirir habilidades profissionais.
Os melhores líderes ajudam os liderados não só em relação à carreira, mas
também em relação à vida pessoal. Eles os ajudam a se tornar pessoas
melhores, e não apenas bons profissionais. Os líderes potencializam os
liderados. E isso é muito importante, pois promover o crescimento das pessoas
gera crescimento para a organização.
Com a velocidade das informações da sociedade espera-se que o Líder possua
conhecimento do que se passa ao seu redor, esteja informado da realidade que
envolve sua sociedade, assim como de todo processo que envolve seu ambiente de
trabalho. Desta forma, podemos aferir que o conhecimento de um Líder deve perpassar
a diversas áreas do saber, muitas vezes não ligado diretamente à sua área de atuação.
São esses aspectos que darão legitimidade para que haja a liderança marcada
pela dominação de caráter racional weberiano, o qual acreditamos ter por objetivo
desenvolver as habilidades dos liderados e obter maiores resultados; aspectos que lhe
proporcionam confiança, o que o mantém em um ciclo de liderança legítima.
Com respeito ao assunto, Mota (1997, p.206) afirma que:
A capacidade que um indivíduo possui de influenciar alguém ou um grupo de
pessoas significa uma força psicológica, onde um age de modo a modificar o
comportamento de outro de modo intencional, essa influência envolve poder e
autoridade, alterando assim o modo de agir do influenciado.
É certo que a influência pode ocorrer de outras formas, tais como a coerção
física ou material, o que não julgamos apropriado em uma liderança que se propõe ser
legítima, sobretudo àquele classificada como racional.
É importante compreender que a concretização do processo de liderança passa
por variáveis, ou seja, o Líder e seus colaboradores vivenciam uma situação que os
ligam simultaneamente e esta ligação sempre estará respaldada através de algum tipo
de poder.
Assim, a princípio, compreendemos que para a concretização do processo de
liderança do tipo racional, é necessário atributos pessoais os quais são construídos a
partir do contexto social. Em outros termos, depende do ambiente (Skinner), o qual
produzirá um habitus (Bourdieu), característico de Líder do tipo racional. Assim o Líder
do tipo racional possui um repertório de atuação maior que do que seus liderados, o
qual é acumulado, segundo o que mostraremos, partir de seu Ambiente e Habitus.
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3 Contribuições do ambiente em Skinner para compreender o processo de
formação do Líder Racional
A presente seção tem por objetivo revisitar o papel do “Ambiente” de Skinner a
fim de levantar subsídios para compreensão do processo de construção de um Líder
racional.
Skinner nasceu numa pequena cidade rural de Susquehanna, Pennsylvania.
Nesta mesma cidade concluiu seu ensino básico. No início de sua formação, ingressou
na carreira de escritor, ideia que foi abandonada para cursar o doutorado na Havard
University em 1928 no programa de Psicologia Experimental. Respectivamente entre
1930 e 1931 obteve o título de Master em PhD, permaneceu nesta instituição até 1936
onde no mesmo ano mudou-se para Minneapolis para assumir as atividades de
professor e pesquisador na University of Mennesota, onde obteve espaço para lecionar
e pesquisar sobre o behaviorismo (Schultz; Schultz, 1981).
Em sua trajetória, Skinner desenvolveu vários trabalhos com ênfase na análise
do comportamento, grande parte destes trabalhos estão relacionadas como a
Psicologia. Tais como, Verbal Behavior (Comportamento Verbal, 1957), onde trata do
pensamento humano e sua conduta social; Beyond freedom and dignity, (Além da
Liberdade e Dignidade, 1971), trabalhando conceitos sobre cultura; About behaviorism
(Sobre o Comportamento, 1974), analisando minuciosamente as facetas do
comportamento, entre outras obras.
Alguns críticos questionaram a capacidade da teoria skinneriana (SMITH, 2010,
p. 24-25).
Joseph Wood Krutch The measure of man (A medida do homem, 1953)
Michael Scriven (1956) leu passagens de sua obra A study of radical
behaviorism (Estudo sobre o comportamentalismo radical) em um colóquio de
filosofia da ciência organizado pela Universidade de Minnesota. Noam
Chomsky (1959), professor do Instituto Tecnológico de Massachusetts,
publicou em Language uma longa crítica linguística de Verbal behavior. Carl
Rogers, criador do aconselhamento não diretivo e da terapia centralizada no
paciente, debateu com Skinner questões relativas à liberdade, ao controle da
conduta e da ação do homem. [...] O breve artigo satírico publicado em Punch
(Heathorn, 1962) não estava expressamente dirigido contra Skinner.
Tais críticos questionavam a capacidade de modelação do ambiente, quão
responsável este ambiente tem como influência para cada indivíduo em seu processo
histórico, e, se realmente existe alguma influência. Skinner, já argumentava sobre:
Não se nega a importância, qualquer que seja nossa filosofia do
comportamento, do mundo que nos cerca. Podemos discordar quanto à
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natureza ou à extensão do controle que o ambiente mantém sobre nós, mas
que há algum controle é óbvio. (SKINNER, [1953] 2003, p.142).
A abordagem de Skinner, sendo comportamentalista, tem como fundamento
explicações que se baseiam nas interações sociais entre o indivíduo e ambiente que
este se insere. Entendendo que:
[...] a constituição genética do indivíduo e sua história pessoal passada desempenham papel nesta determinação. Além disso, o controle repousa no
ambiente. As mais importantes forças, além disso, estão no ambiente social,
que no produto humano. O comportamento humano está, portanto
grandemente sob o controle humano. (BANACO, 2001, p. 299. Destaque do
autor).
Nesta perspectiva podemos compreender que, não existe comportamento certo
ou errado, assim, o que podemos descrever é que existe um organismo se
comportando diante de suas necessidades. Como relatou Skinner, “os homens agem
sobre o mundo, modificam-no e, por sua vez, são modificados pelas consequências de
sua ação” (SKINNER, [1957] 1978, p.15).
O lugar do ambiente, na teoria Skinneriana, vai além de dimensões físicas e
sociais, ou seja, internas e externas aos indivíduos. Estas dimensões correlacionam e
estão em constante dinâmica. Como descreveu perfeitamente, Rodrigues.
Ao agir sobre o ambiente físico e social o sujeito modifica o ambiente e as
consequências advindas de suas ações, por sua vez, modificam o mundo à sua
volta [ambiente externo] e a si próprio [ambiente interno]. (RODRIGUES, 2006,
p.154).
Em Skinner observamos a importância deste ambiente social para a suas
análises, sendo este responsável pelo modelamento do comportamento dos indivíduos.
O comportamento social surge porque um organismo é importante para outro
como parte de seu ambiente. Portanto, o passo inicial é uma análise do
ambiente social e de quaisquer aspectos que porventura possua. (SKINNER,
[1953] 2003, p.326).
O termo importância, citado por Skinner, remete-nos a uma compreensão de
sobrevivência. Vale ressaltar que o peso dado ao ambiente em Skinner, se baseia no
modelo de seleção natural.
Skinner apresenta o resultado do comportamento humano como uma
consequência, uma séria de conjecturas. O comportamento humano é o produto do
conjunto de: i) contingências de sobrevivência responsáveis pela seleção natural das
espécies; ii) contingências de reforçamento responsáveis pelos repertórios adquiridos
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por seus membros incluindo e; iii) contingências especiais mantidas por um ambiente
cultural
evoluído
(SKINNER,
[1981]
2007).
A
partir
deste
entendimento,
compreendemos que para Skinner o comportamento operante é um processo evolutivo
que se encontra inserido no contexto cultural.
Desta forma, entendemos que para Skinner, qualquer unidade que produza
efeito em um organismo considera-se operante.
Na procura de entender a correlação entre a resposta após a emissão do
comportamento humano, Skinner descreve,
O termo operante, por outro lado, está relacionado à previsão e ao controle de
um tipo de comportamento. Ainda que observemos apenas instâncias, estamos
interessados nas leis que especificam os tipos. (SKINNER, [1957] 1978, p.20).
Assim, a manutenção do comportamento de liderar se dá através da eficiência
do comportamento operante, logo, os resultados atingidos pelo grupo. Pois, como
complementa Skinner, a ausência de um comportamento eficaz o faz cair em desuso.
O condicionamento operante continua a ser eficaz mesmo quando não há
mudança posterior que possa ser chamada de aquisição ou mesmo de
melhorar na habilidade. O comportamento continua a ter consequências e
estas continuam a ser importantes. Se não há consequências, ocorre a
extinção. (SKINNER, [1953] 2003, p.109).
Tal consideração nos faz compreender a importância do comportamento
operante na formação de um Líder, para tal, antes de adentrarmos na formação deste
Líder, apresentamos as contribuições de Pierre Bourdieu.
4 Contribuições do conceito de habitus de Bourdieu
processo de formação do Líder Racional
para compreender o
A presente seção tem por objetivo revisar o conceito de Habitus de Bourdieu a
fim de levantar subsídios para compreensão do processo de formação de um Líder
racional.
Pierre Bourdieu nasce na França, em 1930, em uma cidade chamada HautesPyrénées. Filho de funcionário dos correios ingressa em 1951 na Escola Normal
Superior em uma prestigiosa academia de Paris, onde é confrontado com a cultura da
elite burguesa, provida das classes sociais mais favorecidas da França (RODOLPHO,
2007). Após ter se formado em Letras, Bourdieu, em 1955, adquire formação em
Filosofia e posteriormente ingressa como pesquisador e professor na Argélia (idem).
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Ainda de acordo com Rodolpho (2007), Bourdieu desenvolveu vários trabalhos,
sendo alguns deles: Sociologie de l’Algerie, 1958; Les Héritiers,1964; Um Art Moyen
Essai sur les usages sociaux de la photographie, 1965; L’Amour de l’Art, em 1967; Le
Métier de sociologue, 1967; La Reproduction, 1970; Esquisse d’une théorie de la
pratique, 1972; uma revista em 1975, Actes de la recherche em sciences sociales; La
Distinction, 1979; Le sens pratique, 1980; Questions de sociologie, 1981; Leçon sur la
leçon,1982. Em 1993 Bourdieu organizou a publicação de La misère du monde,
tratando-se de uma coletânea de vários intelectuais da vida política. (idem).
Para desenvolver sua teoria, Bourdieu desenvolveu uma série de conceitos, tais
como o de habitus, campo, capital simbólico, capital cultural, entre outros. No entanto,
no presente trabalho iremos nos ater aos conceitos de habitus e campo por
acreditarmos ser, em certa medida, suficiente para nossos propósitos. É impossível
compreendermos o conceito de habitus sem correlacioná-lo ao conceito de campo,
como desenvolveremos a seguir.
Bourdieu, a partir dos conceitos de campos e habitus, buscou superar a
oposição entre subjetivismo e objetivismo. (SCHENATO, 2011). Como destacou o
próprio Bourdieu (1990a, p. 150),
Em termos gerais, existe um dilema nas ciências sociais que se aventura por
dois caminhos aparentemente opostos e que não se casariam: subjetivismo e
objetivismo.
Bourdieu destacou que os fenômenos que envolvem o comportamento humano
não podem ser compreendidos de forma isolada, pois associar o subjetivismo e o
objetivismo torna a ciência substancial, uma vez que afirma que a ciência é o conjunto
da relação de entre fenômenos. (WACQUANT, 2007).
O conceito de campo apresentado por Bourdieu nos remete a ideia de locus
marcado por capitais simbólicos específicos, que de certa forma o caracteriza. Por
capital simbólico Bourdieu define:
O capital simbólico – outro nome da distinção – não é outra coisa senão o
capital, qualquer que seja a sua espécie, quando percebido por um agente
dotado de categorias de percepção resultantes da incorporação da
estrutura da sua distribuição, quer dizer, quando conhecido e reconhecido
como algo de óbvio. (BOURDIEU, 2003c, p.15).
Essa distinção são reconhecidas entre os pares e reproduzidas enquanto
afirmação destes. E é no campo que o capital simbólico faz sentido e tem importância.
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O campo social é um campo de forças/lutas entre os agentes posicionados uns
em relação aos outros, orientam-se, sabedores práticos das regras, limites e
possibilidades que estruturam o jogo social do campo que re-produzem. Há na
agência dos indivíduos no interior do campo certa liberdade, improvisações,
inventividades, com estratégias (não-conscientes), tentando angariar uma
acumulação maior de capital (objeto de disputas), tentando atingir as posições
mais elevadas, logo, tentando adquirir poder (simbólico), reconhecimento,
reputação, autoridade e notoriedade (SCHENATO, 2011, p. 37).
Com relação ao funcionamento do campo, assim mencionou Bourdieu (2003b,
p.119):
Há leis gerais do campos: campos tão diferente como o campo da política, o
campo da filosofia, o campo da religião tem leis de funcionamento invariáveis
(é isso que faz com que o projecto de uma teoria geral não seja insensato e
com que, desde já, possamos servir-nos do que aprendemos sobre o
funcionamento de cada campo particular para interrogarmos e interpretarmos
outros campos, superando assim a antinomia mortal da monografia ideográfica
e da teoria formal e vazia.
Para compreender o funcionamento do campo é necessário conhecer os ritos e
regras que o envolve, pois como citado anteriormente existem vários campos com
regras e capitais simbólicos próprios.
Para que um campo funcione, é necessário que haja paradas em jogo e
pessoas prontas a jogar esse jogo, dotadas do hatibus que implica o
conhecimento e o reconhecimento das leis imanentes do jogo, das paradas em
jogo, etc. (BOURDIEU, 2003a, p.120).
Na estrutura da formação do campo, Bourdieu (2004a, p. 23) descreve que no
campo existem capitais específicos, onde os indivíduos adquirem um determinado
habitus próprio deste campo. Tais capitais só fazem sentido no interior de seu campo,
pois este é fruto das relações intrínsecas daquele, em um processo de construção
mutua.
Os agentes criam o espaço, e o espaço só existe (de alguma maneira) pelos
agentes e pelas relações objetivas entre os agentes que aí se encontram. É a
estrutura das relações objetivas entre os agentes que determina o que eles
podem e não podem fazer. Ou, mais precisamente, é a posição que eles
ocupam nessa estrutura que determina ou orienta, pelo menos negativamente,
suas tomadas de posição. (BOURDIEU, 2004b, p. 23).
O campo para deve ser compreendido a partir das relações, pois, através delas
que este se produz e se reproduz. O poder existente no campo se configura através
das relações simbólicas, e neste simbolismo o indivíduo (re)produz sua crença e seu
habitus.
Isso significa que o poder simbólico não reside nos sistemas simbólicos em
forma de uma - illocutionary force - mas se define numa relação determinada - e
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por meio desta - entre os que exercem o poder e os que lhe estão sujeitos,
quer dizer, isto é, na própria estrutura do campo em que se produz e reproduz
a crença. (BOURDIEU, 2003c, p. 14-15).
O campo fornece as condições para construção do habitus. Mas como podemos
entender o que é o habitus? O habitus, na teoria bourdieuriana, é fundamental para a
compreensão das relação entre o indivíduo e a sociedade.
Para melhor compreender o conceito de habitus, seria necessário recuperar a
problemática teórica, as premissas epistemológicas da obra de Pierre
Bourdieu. Ou seja, o conceito de habitus propõe identificar a mediação entre
indivíduo e sociedade como uma das questões centrais da produção teórica
desse autor. Grosso modo, a construção da teoria do habitus obedeceu a um
amadurecimento teórico que se expressou sobretudo na conciliação de duas
leituras do social até então vistas como antagônicas e contraditórias (ORTIZ,
1983 apud SETTON, 2002, p.63).
Este conceito [o habitus] nos permite compreender que as ações aparentemente
individuais e pessoais se expressam de forma orquestrada com o coletiva, não de
forma singular e individualizada. Como complementa Bourdieu (1992), o habitus é uma
subjetividade socializada, sendo expressado de forma pré-disposta, estando entre o
inconsciente e o consciente.
Desta forma, o habitus deve ser visto como um conjunto de esquemas
perceptíveis, esquemas de aprendizagem e ação, ou seja, relações que em seu
contexto, após experenciado e colocado em prática, o campo o “estimula e modela”, de
acordo com seu jogo de relações e poder. Estas relações apresentadas se configuram
como estruturas estruturadas e estruturantes. Como afirma Bourdieu,
[...] sistemas de disposições duráveis, estruturas estruturadas predispostas a
funcionarem como estruturas estruturantes; isto é, como princípio gera e
estrutura as práticas e as representações que podem ser objetivamente
“regulamentadas” e “reguladas” sem que por isso sejam o produto de
obediência de regras; objetivamente adaptadas a um fim, sem que se tenha a
necessidade da projeção consciente deste fim ou do domínio das operações
para atingi-los, mas sendo, ao mesmo tempo, coletivamente orquestradas, sem
serem o produto da ação organizadora de nenhum maestro. (BOURDIEU,
1994, p.61).
Vale ressaltar que o habitus não pode ser visto, como o destino, ou seja, uma
pré-determinação para um indivíduo, pois, este indivíduo além de receber os estímulos
produzidos no contexto que vive, está à disposição de novas experiências, além de
acumular as interações de seu processo histórico. Como nos permite compreender
Bourdieu,
168
O habitus não é destino, como se vê às vezes. Sendo produto da história, é um
sistema de disposição aberto, que é incessantemente confrontado por
experiências novas e, assim, incessantemente afetado por elas (1992, p. 108).
Dependendo das experiências que os indivíduos têm em suas vidas, estes dão
certas respostas a determinados estímulos, antes mesmo de uma tomada de
consciência, quando assim, estimulada por um fenômeno.
A relação entre os dois conceitos se apresentam de forma indissociável, pois um
conceito (habitus) é pensando a partir do outro (campo) para sua compreensão.
[...] a existência de um campo especializado e relativamente autônomo é
correlativa à existência de alvos que estão em jogo e de interesses específicos:
através dos investimentos indissoluvelmente econômicos e psicológicos que
eles suscitam entre os agentes dotados de um determinado habitus, o campo e
aquilo que está em jogo nele produzem investimentos de tempo, de dinheiro,
de trabalho etc. [...] Todo campo, enquanto produto histórico, gera o interesse,
que é condição de seu funcionamento. (BOURDIEU, 1990b, p. 126-128).
E como podemos compreender o Líder racional a partir da teoria do habitus?
Devemos considerar primeiramente o campo em que o presente Líder se encontra,
assim, compreendendo o campo o qual está inserido podemos, em certa medida,
compreender e analisar seus habitus.
Tal análise será proposta na próxima sessão, onde iremos ressaltar a relevância
dos conceitos de campo e habitus de Bourdieu e o papel do ambiente estacado Skinner
na formação de um Líder do Tipo Ideal racional.
5 Skinner e Bourdieu: Uma aproximação para pensarmos a construção de um
Líder do tipo racional
O objetivo deste artigo foi refletir sobre a “construção” do Líder do tipo racional a
partir de contribuições de Skinner e Bourdieu, buscando através de uma revisão
bibliográfica levantar elementos que nos ajudam a pensar tal construção.
A influência do ambiente, destacado por Skinner, nos convida a pensar que a
construção do Líder sob a influência deste. O ambiente na perspectiva skinneriana
remete-nos a tudo aquilo que é externo ao indivíduo, logo, este é parte integrante
daquele, ou seja, é visto sob uma análise relacional proposta pelo behaviorismo. Desta
forma, os gestores, os liderados, a estrutura organizacional [missão, visão e valores]
compõem o ambiente.
A partir de Bourdieu podemos compreender que no campo estão os agentes
posicionados para a disputa pelos símbolos ali valorizados, que proporcionam
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prestígios entre os participantes deste campo. Assim, como na política e na religião, o
contexto organizacional pode ser definido como um campo, sendo marcado por
valores, normas, estruturas organizacionais e relações de poder. É compreendendo
esse campo que encontraremos elementos para identificar elementos valorizados na
definição do sujeito como Líder do tipo puro racional.
Na teoria behaviorista o modelamento proporcionado pelo reforço positivo
contribui efetivamente com a formação do Líder. Este Líder sendo modelado pelo
ambiente e afetado por seu processo histórico passa a responder de forma operante.
Desta maneira, a forma como estes estímulos são proporcionados pelo ambiente junto
com as pré-disposições existentes na vida deste indivíduo, este se torna um Líder.
A partir de Skinner, podemos inferir que a relação com o ambiente estimulará
(ou não) as habilidades para a liderança, não deixando de evidenciar a importância das
contribuições do processo histórico deste indivíduo para esta formação.
Bourdieu buscando construir uma teoria disposicional da ação marcada pela
inventividade dos agentes retomou o conceito de habitus para explicar a complexa
relação entre objetivismo e subjetivismo; em outras palavras, a relação entre a
estrutura e essa inventividade do ator (agencia).
Sob a perspectiva bourdieuriana, para compreendermos a construção do Líder
devemos observar o habitus, o qual é forjado no interior do campo onde o indivíduo
esta inserido ou esteve inserido ao longo de sua trajetória biográfica. É no habitus que
iremos entender a relação entre o Líder e seus liderados e/ou sua organização, uma
vez que este é a pré-disposição para a ação. Se o habitus é a subjetividade
socializada, podemos compreender que esta se constrói através dos “depósitos” que
este Líder absorveu ao longo de suas experiências sociais. Através da interiorização
das experiências constrói-se “depósitos” que serão exteriorizados, os quais atuarão
como uma espécie de “guia de ações”.
O habitus reflete parte significativa das experiências históricas e socializadoras
dos indivíduos, isso porque é ele quem motiva muitas das ações destes ao longo de
suas trajetórias, sejam elas pessoais ou profissionais. Esta relação, entre história
ambiente, campo e habitus, contribui para a compreensão da formação de um Líder.
O Líder precisa compreender a relação simbólica existente no campo que este
pertence e buscar dotar-se de capitais simbólicos específicos. Se assim não for estará
fadado a não ser reconhecido como tal. Como afirmado por Bourdieu, é necessário
compreender as regras do jogo que se esta jogando. (BOURDIEU, 2003a).
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Por fim, não é possível criar um manual para construção de um Líder, uma vez
que a produção do habitus depende das relações entre indivíduos e as experiências
obtidas no campo, levando em consideração a forma como o individuo absorve tais
experiências e cria o seu “depósito” próprio. Contudo as contribuições de Skinner e
Bourdieu nos apontam caminhos frutíferos para compreender elementos que merecem
atenção na busca pelo desvendar da construção de um Líder tipo puro racional.
6 A título de considerações finais
Ao fim das reflexões aqui realizadas, entendemos que um estudo de cunho
longitudinal contribuirá para a melhor compreensão da construção do Líder tipo puro
racional, sendo a proposta de um estudo de trajetória de vida algo que nos parece
produtivo, ainda que os resultados não poderão ser generalizados justamente pelo fato
de que o habitus, embora apresentando regularidades no interior de um campo, se
manifeste com peculiaridades por meios dos atores que seriam estudados/analisados.
No entanto, observar o ambiente ou o campo nos fará perceber os símbolos que os
indivíduos precisam conquistar para serem reconhecidos como um Líder tipo puro
racional, assim como as experiências produtoras do habitus desse Líder.
Dentre as colaborações aqui mobilizadas, consideramos que a Sociologia
culturalista de Bourdieu nos parece mais completa para pensarmos a formação do líder
do tipo racional, ainda que na realização de uma aproximação notamos contribuições
significativas vinda de Skinner.
Por fim, compreendemos que para a concretização de uma liderança do tipo
racional, é necessário atributos pessoais e habitus construídos por meio da interação
com o grupo social que integra o campo onde está inserido o Líder e que este seja
dotado dos capitais simbólicos valorizados nesse campo.
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