14 Interbio v.4 n.2 2010 - ISSN 1981-3775 ANEMIA INDUZIDA POR ANTI-HISTAMÍNICOS ANEMIA INDUCED BY ANTIHISTAMINES RODRIGUES FILHO, Otávio e S. 1; ARAÚJO, Miguel A. M.2 Resumo A pesquisa tem por objetivo compilar material bibliográfico que permita demonstrar a classe acadêmica as interações tóxicas de alguns agentes anti-histamínicos que podem causar anemia nos pacientes, e alertar também sobre os malefícios da automedicação. Trata-se de uma pesquisa descritiva utilizando como ferramenta a revisão bibliográfica. Serão utilizados artigos e outras publicações de caráter científico, com no máximo de 15 anos de publicação. Através da pesquisa podemos concluir que vários agentes anti-histamínicos comumente comercializados podem causar toxicidade ao sistema hematopoiético, além de outras agressões ao organismo. Este conhecimento permite que o profissional de saúde possa intervir ou auxiliar o paciente quanto à utilização inadequada destes tipos de fármacos ou acompanhá-los visando diminuir os danos e buscando o pronto restabelecimento da saúde. Palavras-chave: anemia; anti-histamínicos; hematologia; reações adversas; auto-medicação. Abstract The study aims to compile bibliographic information, that to demonstrate for the academic class the toxic interactions of some anti-histamines which can cause anemia in patients, and also warn about the harm of selfmedication. This is a descriptive study using the tool to bibliographic review. Will be used articles and other publications of scientific character with a maximum of 15 years of publication. Through the research, we can conclude that a number of anti-histamine commonly marketed can cause toxicity to the hematologic system and other assaults to the body. This knowledge allows the health professionals may engage or assist the patient as the inappropriate use of these drugs or accompany them to reduce the damage and looking for the speedy recovery of health. Key words: anemia, anti-histamines; erythrocytes; adverse-reactions; self-medications. 1 Discente do curso de Farmácia do Centro Universitário da Grande Dourados, Dourados / MS. Docente do curso de Farmácia do Centro Universitário da Grande Dourados, Dourados / MS. [email protected] RODRIGUES FILHO, Otávio e S.; ARAÚJO, Miguel A. M. 2 15 Interbio v.4 n.2 2010 - ISSN 1981-3775 Introdução Considera-se como anemia a alteração fisiológica que designa o estado de incapacidade do tecido eritropoiético em manter normal a concentração de hemoglobina. A sintomatologia inclui fadiga, causado pelo déficit energético devido ao transporte ineficiente de oxigênio pelos eritrócitos, palidez de pele e mucosas, anorexia e indisposição, além do comprometimento imunológico. Gestantes, idosos e crianças com nutrição inadequada, pacientes oncológicos constituem grupos de risco específicos (PRADO, 1995). Pacientes anêmicos são freqüentes, e alguns fatores são predisponentes ao surgimento de alguns tipos da doença. Estima-se que no mundo, cerca de 2.150 bilhões de pessoas, aproximadamente 40% da população do planeta, têm baixos níveis de hemoglobina, principalmente por carências nutricionais. Caracteriza-se como uma doença presente em todo o mundo, sendo considerada agravo à saúde pública inclusive no Brasil, e ainda, uma doença que apresenta profundas alterações fisiológicas (BRICKS, 2003). Há diversas formas e causas de anemia, dentre elas, cita-se como fatores nutricionais a deficiência de ferro, causadora de anemia ferropriva, cianocobalamina (anemia perniciosa) ou acido fólico (anemia megaloblástica) na alimentação, sendo que estes podem ser repostos mediante administração farmacêutica de compostos polivitamínicos. Há ainda deficiências protéicas, enzimáticas (deficiência de glucose-6-fosfato-desidrogenase), alterações genéticas (talassemia, eliptocitose, esferocitose), fatores ambientais, causas externas (hemorragias) ou indução por drogas (CARDOSO; PENTEADO, 1994). O trabalho de Goodman & Gilman (1996), cita diversas interações tóxicas de medicamentos com eritrócitos, podendo levar a casos de anemia. Este motivo respalda o objetivo do trabalho, pois a falta de conhecimento pode gerar a ocorrência de episódios da doença, causados por uma terapêutica inadequada ou desacompanhada pelo profissional de saúde. Antialérgicos ou anti-histamínicos são fármacos largamente utilizados para combater os sintomas desencadeados pela alergia, uma reação anormal de sensibilidade do organismo a algum agente potencial (antígeno). Doenças típicas e sazonais como a rinite alérgica, resfriados e gripe, afecções oftálmicas, otorrinolaringológicas e dermatológicas, são próprias para aplicação destes medicamentos. O tratamento inclui desde a retirada do alérgeno até a farmacoterapia com acompanhamento adequado. Mas sabese que muitos desses pacientes recorrem a uma autoterapia, resultando muitas vezes em intoxicações, que causam morbidade dispendiosa e agravos que podem atingir vários níveis de complicação (PAIM, 2000; KOROKOLVAS, 2006). São vários os medicamentos ou drogas que podem causar alterações na população eritróide. Muitos desses medicamentos não necessitam da apresentação de receita médica para a sua aquisição, fato que favorece a auto-medicação, e é bastante comum em nosso meio. Também é notório o hábito da população recorrer aos próprios balconistas das farmácias em busca de aconselhamento e tratamento para as afecções mais freqüentes. Isto pode favorecer a uma utilização indevida e prolongada que pode culminar com a toxicidade nos tecidos, como nas células sanguíneas, e comprometer o sistema imunológico do paciente. Causa grande desperdício de recursos e o uso inadequado pode acarretar riscos também para a comunidade. Além disso, toda e qualquer intoxicação medicamentosa pode ser evitada ou abrandada com o acompanhamento técnico (BALBANI et al. 1997). Cerca de 40% das pessoas que compram medicamentos no Brasil, o fazem por impulso, sem necessidade de tal terapêutica. A cada 25 minutos ocorre uma intoxicação medicamentosa no país. Os RODRIGUES FILHO, Otávio e S.; ARAÚJO, Miguel A. M. 16 Interbio v.4 n.2 2010 - ISSN 1981-3775 antialérgicos representam grande parte destas vendas, e mesmo quando por prescrição, sem acompanhamento adequado, podem promover reações adversas tais como anemia (JESUS, 2001). As altas taxas de consumo dos medicamentos antialérgicos respaldam a realização do trabalho, no intuito de fornecer material técnico sobre os antihistamínicos e sua reações adversas, principalmente de discrasias sanguíneas. O Eritrócito A célula vermelha, eritrócito ou hemácia é caracterizada como a unidade vermelha do sangue circulante. Tem a forma de um disco bicôncavo e é a célula mais numerosa do tecido sanguíneo e representante de praticamente metade do volume sanguíneo. Tem a função de transporte de oxigênio via hemoglobina, uma estrutura composta por um íon de ferro que se acopla a quatro unidades de oxigênio em trocas gasosas no pulmão. O oxigênio absorvido tem a função de gerar energia através do metabolismo normal do corpo. Ao fim da liberação de oxigênio no tecido que necessita, este retorna com dióxido de carbono como subproduto de transformação metabólica (ZAGO, 2004). As hemácias são originadas no sistema hematopoiético, localizado na região canal medular dos ossos. Em crianças, esta se localiza em todos os ossos, sendo que nos adultos apenas nos ossos de formação esponjosa. A produção em adultos é da ordem de aproximadamente três bilhões de células por dia. Os glóbulos vermelhos se originam de células hematopoiéticas pluripotentes, chamadas stem cells, que formam um complexo com excelente capacidade de renovação. Isto demonstra a eficácia do equilíbrio do tecido hematopoiético. (MANUAL MERCK, 2007; VERRASTRO, 2002). Figura 1 – Curva de dissociação do oxigênio na hemoglobina Fonte: HOFFMAN (2005) RODRIGUES FILHO, Otávio e S.; ARAÚJO, Miguel A. M. 17 Interbio v.4 n.2 2010 - ISSN 1981-3775 Hemoglobina A molécula de hemoglobina, que é responsável pelo transporte de oxigênio na hemácia, é composta pelo grupamento heme e quatro unidades protéicas sintetizadas de globina. No centro da molécula, esta disponível um íon de ferro, que apresenta duas valências livres para ligação com oxigênio. O ferro presente nesta estrutura corresponde a maior parte de ferro circulante no organismo, representando cerca de dois gramas. A evolução molecular adaptou a molécula tetrâmera de hemoglobina de uma forma ideal para desempenho de sua função. (VERRASTRO, 2002; HOFFMAN, 2005). Na figura 1, podemos observar as situações da saturação do oxigênio na hemoglobina, demonstrada pela proporção existente entre a pressão do oxigênio e a saturação da hemoglobina, ou seja, quanto maior a carga de oxigênio, maior a saturação da hemoglobina, e viceversa. Anemia A anemia já é um distúrbio conhecido há muito tempo. Acredita-se que seja um agravo à saúde relatado há mais de três mil anos. Um manual terapêutico egípcio, chamado de Papirus Ebers, datado de aproximadamente 1500 a.C. caracteriza uma doença que apresenta dispnéia, palidez, e edema, fazendo-nos acreditar que se trata de uma doença semelhante ou propriamente uma anemia (STUART-MACADANS, 1995). No quadro 1, podemos verificar os valores hematológicos normais para homens e mulheres. É caracterizada por sintomas inerentes ao déficit energético causado, uma vez que, fisiologicamente pode ser definida como uma redução do transporte de oxigênio aos diversos tecidos do corpo, resultante de diferentes tipos de agressões aos eritrócitos. Seus sintomas incluem palidez na pele, mucosas e conjuntivas, fraqueza, falta de apetite e distúrbios imunológicos. Os agravos estão ligados a hipoxia nos tecidos, e se tornam fisiologicamente importantes quando há aumento da freqüência cardíaca para compensar a falta de oxigênio no organismo. (SINGI, 2001). Monteiro et al. (2000), em seu estudo, afirmam que são poucos e dispersos os estudos sobre ocorrência e prevalência de anemias específicas, sendo relevante notar que nenhum dos inquéritos nacionais sobre saúde e nutrição já realizados no país incluiu em seu protocolo de investigação a dosagem da concentração da hemoglobina. Também de modo geral, a maior prevalência da patologia encontrada, é sabidamente na infância, pois constitui distúrbio nutricional mais característico dessa fase. Isto demonstra a dificuldade de se obter dados seguros sobre a prevalência e ocorrência de anemia induzida por drogas. Na prática, pode-se dizer que um paciente é anêmico quando apresenta menos de 11 g de hemoglobina por 100 ml de sangue (11 g/dl) para a mulher e a criança, e menor que 12 g/100 ml (12 g/dl) para o homem. (VERRASTRO et al., 2002). Diagnóstico, Tratamento e Prevenção Reações adversas à compostos dos medicamentos são comuns e constituem um perigo para a prática de saúde refletindo em altíssima morbidade e custos elevados. Estima-se que somente nos EUA, os custos oriundos de processos alérgicos, dos mais variados tipos, atinjam anualmente a marca de 18 bilhões de dólares para o sistema de saúde local. A reversão do quadro envolve a identificação da droga causadora e a suspensão de seu tratamento. Em casos em que não é possível a retirada da droga, devese controlar a administração e fornecer meios para que o paciente tenha o mínimo possível de complicações durante o período de tratamento. Pode ser utilizada como terapia de suporte a administração conjunta de medicamentos para suprimir os sintomas causados inerentes à astenia. Além disso, em muitos casos, o paciente tem os sintomas, RODRIGUES FILHO, Otávio e S.; ARAÚJO, Miguel A. M. 18 Interbio v.4 n.2 2010 - ISSN 1981-3775 mas não imagina que está acometido pelo processo anêmico e leva muito tempo até buscar auxílio médico. Isto reflete em maiores complicações e dificuldade para a manutenção do tratamento, além de poder comprometer o sistema imunológico do paciente (ADKINSON, 2006). A realização de uma cuidadosa anamnese clínica pode revelar a exposição à agentes químicos, infecções ou outras patologias. O diagnóstico laboratorial do paciente anêmico compreende além do hemograma completo, algumas análises Quadro 1 – Valores normais hematológicos Medição diferenciais, entre elas, podemos citar a dosagem de ferro sérico, índice de saturação da transferrina, eletroforese de hemoglobina, dosagem de folato e cianocobalamina e análise morfológica das células. Outros testes para determinação são solicitados conforme a suspeita da etiologia por parte do profissional médico. A anemia drogainduzida pode ser prevenida utilizando-se racionalmente o fármaco e monitorando-se qualquer reação adversa que o paciente possa se queixar. (PITA et al, 2001). Faixa Normal[*] Hemoglobina Homens: 13.5–17.5 Mulheres: 12–16 Hematócrito Homens: 40–52 Mulheres: 36–48 Unidade g/dL % × 106/μL de sangue Contagem Células Vermelhas Homens: 4.5–6.0 Mulheres: 4.0 – 5.4 Média de volume celular (MCV) 81–99 fL Média de volume de hemoglobina (MCH) 30–34 pg Concentração Média de volume de hemoglobina (MCHC) 30–36 g/dL Contagem de reticulócitos (em número absoluto 40,000–100,000 No./μL de sangue Porcentagem de reticulócitos % of RBCs 0.5–1.5 Fonte: GOLDMAN (2007) *Os valores apresentados acima podem variar clinicamente conforme características do paciente, tais como idade, patologias, métodos e instrumentos laboratoriais, além de constantes físicas, como elevação sobre o nível do mar. Classificações A classificação dos tipos desta patologia obedece ao tipo de agressão sofrida pelos eritrócitos. Em suma, a caracterização permite ao profissional de saúde visualizar qual o tipo de alteração causou o déficit de hemoglobina circulante. O número insuficiente de células precursoras de eritrócitos na medula óssea pode ocasionar anemia hipoplástica congênita, além das anemias aplásticas congênita, induzidas por agentes físicos e químicos ou distúrbios hormonais tais como hipotireoidismo. Doenças infecciosas e desnutrição podem provocar anemia por diminuição da função celular na medula. Perdas de volume sanguíneo culminando com hipovolemia também são causas de redução de hemoglobina circulante. As hemólises podem ser induzidas por anomalias congênitas ou co-fatores como indução medicamentosa, toxinas bacterianas ou venenos químicos, além da talassemia. RODRIGUES FILHO, Otávio e S.; ARAÚJO, Miguel A. M. 19 Interbio v.4 n.2 2010 - ISSN 1981-3775 Ações auto-imunes, reações de rejeição transfusional e a doença hemolítica do recém nascido também fazem parte da etiologia da doença. (BRASILEIRO FILHO, 1994) Medicamentos tais como hipoglicêmiantes, barbitúricos ou antihistamínicos, além de drogas quimioterápicas, podem comprometer a estrutura da hemácia causando uma anemia hemolítica. Certas drogas ou substâncias químicas podem provocar um efeito oxidante sobre os eritrócitos, causando um tipo de alteração na massa medular, induzido individualmente por drogas como antibióticos, antiinflamatórios, anticonvulsivantes, entre outras. Cerca de 20% dos casos de anemia aplásica são intermediados por fatores ambientais, incluindo intoxicação medicamentosa e exposição em escala industrial a agentes químicos, tais como benzeno e arsênico. (YOUNG, 2002 apud BURITICÁ, 2004) Outra forma caracterizante é a anemia megaloblástica. Esta produz eritrócitos desconfigurados, e é causada pela deficiência de absorção de folatos e cianocobalamina. Esta disfunção pode ser gerada por medicamentos como o metotrexato, substância que é utilizada como anti-folato, principalmente em tratamento antineoplásico (PR VadeMécum, 2009; PAPINI-BERTO; BURINI, 2001). A avaliação dos casos de anemia na clínica é fundamental, assim como conhecer seu agente causador, pois é uma patologia freqüente, que causa elevadas taxas de morbidade e conseqüências comprometedoras a saúde do paciente. O profissional de saúde deve estar atento quanto ao quadro sintomático e o desenvolvimento do tratamento, e no caso do farmacêutico, a atenção prestada quanto à utilização correta do medicamento é um auxílio eficaz na prevenção de novos episódios da doença (ADKINSON, 2006). Histamina Como Indutora do Processo Alérgico A partir de 1907, iniciaram-se os estudos sobre a histamina, sendo sintetizada pela primeira vez neste ano por Windaus e Vogt. Em 1910 suas funções biológicas foram caracterizadas por Barger e Dale. A histamina é encontrada em vários tipos de tecidos, com concentração variante conforme o órgão, biológicamente sintetizada nos mastócitos, armazenada em grânulos de heparina, e com capacidade de reconhecimento químico por diversos tipos de compostos. Apresenta-se quimicamente na forma de cátion monovalente formando pontes de hidrogênio intermoleculares. A histidina é precursora da histamina nos mastócitos e origina esta através de descarboxilação. Químicamente é representada como a molécula 5imidazoletilamina ou betaaminoetilimidazol, como podemos verificar na figura 2. (RANG; DALE, 2004) A histamina produz efeitos sobre diversos órgãos, como vasodilatação dos capilares, contração muscular lisa e produção dos fenômenos alérgicos e choque anafilático. Quando formada, a histamina é armazenada ou inativada pelo próprio sistema imune. Quando não é sintetizada pela enzima acetaldeído-desidrogenase e se acumula nas sinapses neuronais gera os sintomas comuns à ação alérgica. È justamente a falta desta enzima que desencadeia todo o processo irritativo. Ocorrências deste tipo são freqüentes, e são sintomas de problemas comuns, tais como rinites alérgicas, dermatites, intoxicações alimentares e processos sazonais como os resfriados (KOROKOLVAS, 2006). Agentes Anti-histamínicos Os agentes anti-histamínicos opõemse às ações da histamina, diminuindo os efeitos irritativos causados por esta substância. A ação biológica da histamina ocorre pela ativação de receptores celulares específicos. São três os receptores para histamina: (H1, H2 e H3). A ligação de histamina com receptores H1 promove RODRIGUES FILHO, Otávio e S.; ARAÚJO, Miguel A. M. 20 Interbio v.4 n.2 2010 - ISSN 1981-3775 contração do músculo liso das vias aéreas e do trato gastrintestinal, aumento da secreção de muco e permeabilidade vascular estendida. A ligação com receptores H2 inibe a citotoxicidade de células T e libera lisozimas, porém aumenta a ação de células T supressoras, e a ativação de receptores de sistema de complemento nos eosinófilos humanos e a quimiocinese de neutrófilos e eosinófilos. Os receptores do tipo H3 estão situados na pré-sinapse dos ramos nervosos histaminérgicos e trabalham como autoceptores que modulam a síntese e a liberação de histamina pelo sistema neuronal. Em suma, os receptores H1 e H2 são os de maior importância farmacológica. Os receptores H1 estão mais relacionados à sintomas de urticária, prurido, distúrbios das vias nasais e sedação, e os receptores H2 relacionam-se com distúrbios gastrointestinais. (HOWLAND et al., 2007) Figura 2 – Molécula de Histamina Fonte: HATCH & MAY (2008). Observamos que a molécula se apresenta como um cátion monovalente formador de pontes de hidrogênio. A primeira substância descoberta com propriedades antihistamínicas foi a beta-5isopropil-2-metilfenoxietil-dietilamina, sintetizada em 1933 e testada quatro anos depois. Estudos tecnológicos sugerindo a substituição isostérica do oxigênio etéreo por um grupo amino, visando-se obter agentes antialérgicos mais potentes e de ação mais rápida, resultaram na fenbenzamina, que foi o primeiro medicamento a ser utilizada no tratamento de crises alérgicas. A pirilamina, um derivado da fenbenzamina, introduzida no mercado em 1944, período pré 2º Guerra Mundial e ícone do desenvolvimento farmacotécnico, é ainda utilizada em dezenas de associações, embora seu uso venha sendo reduzido bruscamente a cada ano devido o surgimento de drogas mais modernas. (SILVA, 2006) Em 1966, os pesquisadores Ash e Schild, para explicar a ação dual potencializada da histamina (vasodilatação capilar e produção de suco gástrico), investigaram a hipótese da existência de dois receptores específicos para cada tipo de histamina: H1 e H2. Isso gerou pesquisas e estudos no sentido de se descobrir antagonistas do receptor H2, pois os antihistamínicos clássicos bloqueiam somente os sintomas de urticária resultantes do estímulo ao receptor H1. Alguns anos após, em 1972, após sínteses e ensaios testes de cerca de 650 novos compostos químicos resultantes da modificação molecular da histamina, James Black (estudioso famoso também pela síntese do antihipertensivo RODRIGUES FILHO, Otávio e S.; ARAÚJO, Miguel A. M. 21 Interbio v.4 n.2 2010 - ISSN 1981-3775 propranolol) e seus colaboradores, descobriram que um deles, a burimamida bloqueia especificamente o receptor H2, cujo estímulo altera a produção de secreção gástrica, diminuindo o pH estomacal. Há alguns anos, dentre muitos outros novos compostos sintetizados visando-se a obtenção de antagonistas do receptor H2, a metiamida, a cimetidina e a ranitidina manifestaram essa mesma atividade, que é bloquear seletivamente o receptor H2. A ranitidina, em estudos experimentais, como o de Beati et al. (2009), mostrou-se quatro vezes mais ativa do que a Cimetidina, devido suas alterações moleculares. (KATZUNG et al., 1998). Os sintomas que são de alta abrangência no organismo refletem na grande utilização dos anti-histamínicos. Medicamentos paliativos atuam na biossíntese da histamina ou no bloqueio canal dos receptores H1 ou também, no caso dos glicocorticóides, no bloqueio do ácido araquidônico. Também são utilizados como terapia adjuvante psiquiátrica ou neurológica (prometazina), antieméticos (dimenidrinato), rinites, resfriados, dermatites, entre outros. Destacam-se pela representatividade comercial, além dos supracitados fármacos como a dexclorfeniramina, fenilefrina, fexofenadina, loratadina, cetirizina, entre outros. A classificação dos anti-histamínicos obedece a capacidade de penetração no Sistema Nervoso Central. Os de primeira geração, que são largamente utilizados por apresentarem preços mais acessíveis atravessam a membrana encefálica, causam também reações como sonolência e distúrbio de visão. Também são indicados para tratamento e prevenção de cinetose (distúrbio causado por movimento externo, que causa náusea e êmese em seus portadores). Os compostos mais modernos de segunda geração não atravessam esta membrana e não causam alterações psicomotoras consideráveis (GONÇALVES et al, 2007). Os antihistamínicos inibidores dos receptores H1 agem inibindo a resposta da musculatura lisa à molécula de histamina. São classificados como inibidores reversíveis competitivos. Esta atividade bloqueadora foi descoberta em 1937 por Bovet e Staub. A permeabilidade capilar, broncoconstrição, são facilmente revertidos pelos antagonistas H1. A maioria dos medicamentos desta classe é bem absorvida via tópica, oral ou parenteral. Os picos de concentração plasmática são atingidos entre duas e três horas e a duração de ação varia conforme o tipo de fármaco utilizado, podendo ir de quatro horas até vinte e quatro horas, como no caso da loratadina (GOODMAN; GILMAN, 1996). Drogas indutoras de anemia Várias outras drogas podem induzir anemia, por diversos fatores, como degradação do sistema G6PD, indução de hemólise ou bloqueio na produção de hemoglobina, entre outros. Segundo o quadro 2, podemos verificar que algumas das drogas degradantes do sistema G6PD são frequentemente associadas à agentes anti-histamínicos, tais como o ácido acetilsalicílico e o sulfametoxazol. Também as anemias hemolíticas podem ser causadas por fatores além dos agentes intrínsecos, mas também por agentes químicos (NOBLE et al., 2001; PORTO et al., 2008). Anti-histamínicos Causadores de Anemia Dentre as reações adversas mais comuns verificadas na administração de anti-histamínicos, verificamos sedação, distúrbios renais, lesões hepáticas, gastointestinais e oculares. Os distúrbios hematológicos mais freqüentes relacionamse com anemia aplástica ou hemolítica, agranulocitose, eosinofilia e leucopenia. Fato comum entre as bulas e monografias de alguns fármacos para o tratamento de alergias é a citação de palidez, indisposição, astenia e anorexia, além de outras reações. Estes efeitos estão ligados à ação simpaticomimética do fármaco que deprime o sistema nervoso central, mas também RODRIGUES FILHO, Otávio e S.; ARAÚJO, Miguel A. M. 22 Interbio v.4 n.2 2010 - ISSN 1981-3775 podem estar relacionados com o possível surgimento de um quadro anêmico, acentuado pela anorexia. (MCPERSON; PINCUS, 2006). Quadro 2 – Fármacos degradantes de G6PD Drogas Sulfonamidas (sulfametoxazol) Antimaláricos (cloroquina) Nitrofurais (nitrofurantoína) Analgésicos (ácido acetil-salicílico) Diuréticos (tiazídicos, acetazolamida) Anti-histamínicos Agentes hipoglicemiantes (clorpropramida) Diversos (naftaleno, vitamina K, quinidina, probenicida, isoniazida) FONTE: Noble et al. (2001) A literatura relata que a maioria dos distúrbios hematológicos estão ligados à administração de anti-histamínicos de ação anti-H1, e em alguns casos dos anti-H2, como a cimetidina, sendo que o mecanismo da agressão não está completamente esclarecido. Van der Klauw e cols. (1998), em um estudo de 20 anos de acompanhamento de pacientes que utilizam Medula óssea normal alguns fármacos, dentre eles a cimetidina, verificaram 206 casos de agranulocitose e outras discrasias sanguineas, tais como a anemia, em usuários na Holanda. Abaixo na figura 3, podemos verificar o estado das medula óssea na ocorrência de anemia aplástica, onde visualizamos a degradação eritrocítica (HOFFMAN, 2005; GENNARO; SILVA, 2007): Medula óssea aplástica Figura 3 – Comparação da medula óssea na Anemia Aplástica Fonte: NAOUM (2000) RODRIGUES FILHO, Otávio e S.; ARAÚJO, Miguel A. M. 23 Interbio v.4 n.2 2010 - ISSN 1981-3775 Quadro 3 – Drogas que devem ser evitadas por portadores de deficiência de G6PD Astemizol Clorfeniramina Hidroxizina Azatadina Dexclorfeniramina Loratadina Bronfeniramina Difenidramina Mequitazina Cetirizina Dimetidina Oxatomida Ciproeptadina Elastina Terfenadina Ácido Acetilsalicílico Ácido para-aminosalicílico Paracetamol Fonte: Luzhato; Mehta, (1995). A G6PD (glicose-6-fosfatodesidrogenase) é uma enzima que é fundamental na estabilidade das hemácias. Pacientes com deficiência de G6PD, tem um favorecimento na ruptura da membrana dos eritrócitos, causando anemia hemolítica. Esta deficiência é um fator genético ligada ao cromossomo X, prevalente também em mulheres. As complicações podem envolver icterícia neonatal, insuficiência renal aguda ou anemia hemolítica crônica, sendo que alguns casos podem desenvolver seqüelas neurológicas ou até mesmo levar o indivíduo a morte. Wilson et al. (1997), em um estudo randomizado de pacientes doadores de sangue, chegaram ao resultado de 0,71% da população com deficiência de G6PD. As drogas descritas no quadro 3 são anti-histamínicos e, na última linha, visualizam-se os analgésicos mais comumente associados à antialérgicos em formulações conhecidas como antigripais. Estes fármacos devem ser evitados por pacientes que se encontram nesta situação, pois podem tornar a anemia mais agressiva. (LUZHATO; METHA, 1995) Associações Medicamentosas Tratamento de Alergias para o Não apenas os anti-histamínicos específicos podem causar anemia, mas também outros fármacos associados para o tratamento sintomático de gripes e resfriados, como vasoconstritores (utilizados para reduzir a produção de muco, promover efeito secativo na mucosa nasal e descongestionar), analgésicos e antipiréticos (para aliviar sintomas como dor muscular, cefaléias e febre). Alguns exemplos, como o ácido acetilsalicílico, que é utilizado com diversos fins terapêuticos, mas principalmente como analgésico e antipirético, é comumente associado à outros antialérgicos para promover uma terapia combinada no caso da gripe. Em altas concentrações, o fármaco sozinho pode desenvolver anemia, mas principalmente em pacientes com deficiência de G6PD (glicose-6-fosfato-desidrogenase), baixas concentrações podem agravar o estado do mesmo. Os fármacos vasocontritores, tais como nafazolina, pseudoefedrina, bronfeniramina, entre outros que são combinados na terapia anti-gripal também são relatados como indutores de anemia. Agentes simpaticomiméticos como a fenilefrina podem ainda induzir aumento do índice de pressão arterial através de sua ação estimulante do sistema nervoso simpático (PR VADE MECUM, 2009; PLAVNIK, 2002). Um estudo de Heineck (et al, 1998), demonstrou que em números totais de quantidade e valores, a venda de medicamentos contendo associações de fármacos é muito maior do que a utilização de produtos contendo princípios ativos isolados. Além disto, a pesquisa confirma que muitas das vezes, não há necessidade da utilização de um composto farmacêutico pelo paciente. Em uma análise prévia em compêndios farmacêuticos e bulários, podemos encontrar grande quantidade de marcas que incluem em suas formulações alguns dos fármacos citados neste trabalho, RODRIGUES FILHO, Otávio e S.; ARAÚJO, Miguel A. M. 24 Interbio v.4 n.2 2010 - ISSN 1981-3775 que além de anemias, podem gerar outras reações e ainda potencializar o estado do distúrbio hematológico deste paciente (PR VADE-MECUM, 2009). Atribuições do Profissional de Saúde Frente ao Paciente O atendimento completo ao paciente anêmico compreende a valorização do quadro clínico, do histórico, levando em conta a gravidade e o desenvolvimento do mesmo. Cita-se ainda como dever do profissional da saúde a correção da anemia nos casos graves, com procedimentos terapêuticos multidisciplinares orientados, revertendo suas possíveis conseqüências fisiopatológicas. Também cabe ao profissional zelar para a redução dos episódios de auto-medicação, contribuindo com a saúde pública (VERRASTRO, 2002; RAPAPORT et al, 1994). Um acompanhamento profissional de qualidade ao paciente é fundamental, uma vez que é um agravo de fácil tratamento, mas com conseqüências de alta gravidade quando não corretamente tratadas. Em muitos dos casos, não se avalia a hipótese da ligação dos sintomas adversos sentidos pelo paciente com um possível quadro de anemia, porém, como estes produtos são para farmacoterapia paliativa, o paciente quando não corretamente acompanhado e orientado pode fazer uso do medicamento de forma contínua, agravando seu estado patológico, devendo o profissional de saúde e, principalmente o farmacêutico, estar atento na sintomatologia e terapia de seu paciente. (OLIVEIRA et al., 2002) Conclusões Pela revisão bibliográfica permitiu-se constatar que vários medicamentos comumente utilizados em processos alérgicos e outros fármacos associados na terapia para alívio sistemático de outros sintomas relacionados às alergias podem causar, além de outros distúrbios em vários sistemas do organismo, discrasias sanguíneas, entre elas as anemias por diferentes tipos de indução nos pacientes tratados. Em geral, pacientes sem acompanhamento costumam utilizar a medicação frequentemente, mesmo quando não há necessidade clínica. Esta medicação pode ser adquirida sem controle em farmácias e drogarias, seja por prescrições antigas, como por indicações de balconistas e terceiros ou até mesmo pela influência da publicidade exposta na mídia e no próprio salão de vendas das drogarias. Mesmo os medicamentos isentos de prescrição podem ocasionar não só casos de anemia, mas também outras patologias, que podem ser brandas ou ter conseqüências severas, caso não corretamente tratadas. Estudos recentes demonstraram que 36% da população pesquisada faz aquisição de medicamentos constantemente sem prescrição médica e que, 57% destes o fazem sem o acompanhamento de nenhum profissional de saúde. Além disto, o estudo constata que 73% das pessoas pesquisadas que utilizam medicamentos sem prescrição, consomem antialérgicos e analgésicos, que podem estar incluídos entre os causadores de anemia. O fato é que o uso constante é um fator determinante para o surgimento da patologia. Por hábito, grande parcela dos indivíduos que utilizam medicamentos antihistamínicos sem acompanhamento, dificilmente também recorrem ao serviço de saúde quando percebem reações adversas ao medicamento. Os profissionais da saúde devem estar atentos ao surgimento de reações e sinais clínicos que possam estar relacionados à terapia medicamentosa. Alguns pesquisadores, como Heineck et al. (1998), sugerem que há uma ineficácia nas associações medicamentosas de venda livre no Brasil em relação à segurança de seu uso contínuo e necessidade de uso pela população geral. Posto isto, sugerem que sejam revistos o controle sobre a dispensação de tais fármacos. Já a ANVISA, através de seus protocolos, entende que a RODRIGUES FILHO, Otávio e S.; ARAÚJO, Miguel A. M. 25 Interbio v.4 n.2 2010 - ISSN 1981-3775 associação de tais medicamentos, nas concentrações atualmente estabelecidas, podem ser vendidos sem a necessidade de maior controle. Estes aspectos reforçam a necessidade do acompanhamento técnico especializado dos profissionais de saúde, desde o diagnóstico e a prescrição correta pelo médico até a dispensação pelo farmacêutico, e o acompanhamento por ambos, sempre focando o pronto restabelecimento da saúde do paciente e a melhoria de sua qualidade de vida, através de cuidados técnicos e orientação. Atualmente busca-se o desenvolvimento de uma nova classe de anti-histamínicos (que possa ser considerada a terceira geração destes fármacos). Esta classe deverá possuir pelo menos três prérequisitos básicos que a diferenciem dos demais: ausência de toxicidade cardíaca e hematológica, interações medicamentosas e efeitos sobre o SNC. Estas drogas seriam, a princípio, mais seguras e eficazes. Para que este fato possa se tornar realidade, serão necessários novos estudos que possam avaliar as possíveis interações degradantes das moléculas destes anti-histamínicos, ou de suas conformações, com os vários tecidos do organismo. Estas pesquisas poderão desenvolver novos medicamentos que apresentem menos reações adversas e maior eficácia terapêutica, contribuindo para a segurança da saúde pública e beneficiando milhões de usuários em todo o planeta. Referências Bibliográficas ADKINSON JR, N, F. Middleton’s allergy: principles and practice. Philadelphia: Elsevier, 2006, 6 th ed. BARUFFI, H. Metodologia científica e a ciência do direito: roteiro básico para elaboração de trabalhos acadêmicos e monografias jurídicas. Dourados: HBedit, 1997. BALBANI, A, P, S. et al. Tratamento de rinite alérgica em crianças: prescrição leiga de medicamentos e intoxicações. 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