A TECNOLOGIA E O MEIO AMBIENTE

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I Congresso de Pesquisa e Extensão da FSG
http://ojs.fsg.br/index.php/pesquisaextensao
A TECNOLOGIA E O MEIO AMBIENTE: UMA ANÁLISE HISTÓRICA
Isabel Cristina Rosa Barros Rasiaa, Paula Patricia Ganzerb, Claudio Manoel Soares Nunesc
Tamara Maiad, Jefferson Marçal Da Rochae, Pelayo Munhoz Oleaf, Eric Charles Henri Doriong
a
Doutoranda em Administração; Universidade de Caxias do Sul (UCS); [email protected]
b
Discente de Doutorado em Administração; Universidade de Caxias do Sul (UCS); [email protected]
c
Discente de Doutorado em Administração; Universidade de Caxias do Sul (UCS); [email protected]
d
Graduanda em Administração de Empresas; Universidade de Caxias do Sul (UCS); [email protected]
e
Doutor em Administração; Professor Adjunto da Universidade Unipampa; [email protected]
f
Doutor em Administração; Professor das Universidades UCS e FEEVALE; [email protected]
g
Doutor em Administração; Professor das Universidades UCS e FEEVALE; [email protected]
Informações de Submissão
Autor Correspondente Paula Patricia
Ganzer, endereço: Rua Olavo Bilac, 214
- Farroupilha - RS - CEP: 95180-000
Palavras-chave:
Tecnologia. Sustentabilidade. Meio
Ambiente. História.
Resumo
Inovações ambientalmente saudáveis são aquelas que respeitam o
meio ambiente e contribuem para ampliar a capacidade de suporte
dos ecossistemas a que elas se aplicam. O homem através do
desenvolvimento tecnológico tenta copiar o comportamento das
espécies da natureza e de seus ecossistemas, para garantir a
sobrevivência e sua adaptação. O objetivo da pesquisa objetivou
refletir sobre como a evolução tecnológica está impactando no
ambiente, com breve retrospectiva histórica. O método de pesquisa
possui abordagem qualitativa e natureza exploratória, na coleta de
dados, foi utilizada a estratégia de pesquisa bibliográfica sobre o
tema. Conclui-se que medidas meramente tecnológicas, sozinhas,
não proporcionam soluções realmente satisfatórias para os
problemas ambientais ocasionados pela ação humana. O
desenvolvimento sustentável se baseia em compatibilizar o
atendimento das necessidades sociais e econômicas da humanidade
com as necessidades de prevenção do ambiente, de modo que
assegure a sustentabilidade da vida na terra para as gerações
presentes e futuras.
1 INTRODUÇÃO
Nos últimos tempos assistimos a um crescimento mundial da preocupação com os
impactos no meio ambiente. Os problemas ambientais ocorridos até a década de 1960, como a
acidificação dos lagos sueco e a contaminação por pesticidas, ampliaram-se nas décadas
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seguintes para outros temas como o esgotamento de recursos naturais, e graves acidentes
ambientais (EPELBAUM, 2004).
As pressões por ambientes mais limpos, somadas a requisitos legais crescentes e
rigorosos, levaram a uma necessidade de resposta da sociedade, quanto à postura ambiental
adotada. A resposta desses grupos se deu de diversas maneiras, uma delas se refere às novas
tecnologias adotadas para a produção, tratamento de resíduos e controle dos impactos
ambientais. A inovação tecnológica veio corroborar com um novo cenário e ajudar a melhorar
nossa relação com o meio ambiente.
A tecnologia sempre desempenhou um papel fundamental em nossas vidas, sendo
a sustentação para as economias nas mais remotas sociedades primitivas. A alimentação, a
vestimenta, o emprego, a renda, tudo dependia de como a tecnologia estava sendo
“manipulada”. Nas civilizações antigas do Egyto, Mesopotânia, China, Europa, ela tinha o
papel de desenvolver soluções para os problemas sociais, como a utilização de madeira e
água, a energia de origem animal, recursos que determinaram grande parte da estrutura social
e da divisão do trabalho da época (NIETO-GALÁN, 2004).
Superar as adversidades do ambiente, como terreno, pluviosidade e outras
dificuldades naturais para a sobrevivência impulsionou uma melhor organização social,
aumento da capacidade produtiva e da gestão das águas, impactando nas organizações
políticas e sociais. A transmissão de saberes com o manejo das adversidades naturais se
tornou uma prática em diversas culturas, melhorando os hábitos de cultivo e sobrevivência.
As dificuldades encontradas na utilização dos recursos naturais suscitavam novas
ideias e soluções para transpor as dificuldades. Desta forma será que a dificuldade do
ambiente foi desfavorável? Se pensarmos bem, não. A maioria das civilizações se
desenvolveu frente às adversidades, novas formas de agir e pensar o mundo, foram
impulsionadores de mudanças em condutas, em formas de trabalho, e na organização social
dos indivíduos. Por outro lado, outros problemas vieram como a ganância à utilização
indiscriminada dos recursos naturais, a poluição, entre outros.
Acreditando na eficácia da inovação tecnológica, Barbieri (1997) argumenta que
inovações ambientalmente saudáveis são aquelas que respeitam o meio ambiente e
contribuem para ampliar a capacidade de suporte dos ecossistemas a que elas se aplicam.
O homem através do desenvolvimento tecnológico tenta copiar o comportamento
das espécies da natureza e seus ecossistemas, essa resiliência, pode ser mais custosa para
garantir a sobrevivência e sua adaptação (BERMEJO, 2011). Este artigo teve por objetivo
refletir sobre como a evolução tecnológica está impactando no ambiente, perpassando
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brevemente por uma retrospectiva histórica. A estrutura do referencial do artigo está
organizada em dois tópicos: o primeiro aborda a importância da água e da madeira para a
evolução das sociedades, e o segundo sobre ciência e tecnologia para a sustentabilidade.
Explicaremos a metodologia utilizada para a construção do artigo e finalizamos com a
conclusão do mesmo.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 A importância da Água e da Madeira
Na história do Ocidente a água teve um papel importante na substituição da
energia animal ou escrava por uma nova energia hidráulica. A água como fonte de energia
mecânica e a madeira como material de construção se desenvolveu no Ocidente em um
contexto cultural de dominação da natureza para trazer a inovação tecnológica.
Segundo Nieto-Galán (2004), a tecnologia tem desempenhado um papel
importante nos assuntos humanos, inclusive nas sociedades mais primitivas, onde tiveram que
desempenhar uma determinada atividade tecnológica para satisfazer necessidades básicas
como alimentação, vestimenta e habitação. Desta forma houve melhoras significativas nos
instrumentos de trabalho, navegação, armamento, desenvolvimento de técnicas de navegação
e o cultivo foi incorporado à sociedade. Entretanto com a utilização das madeiras dos bosques
indiscriminadamente, a devastação das florestas foi inevitável.
O historiador Peter Drucker (1954) considera que os sistemas de irrigação das
civilizações antigas, como a Romana, tiveram importantes consequências políticas e sociais,
contribuindo para o estabelecimento de um governo como instituição diferenciada do resto da
sociedade, os conhecimentos científicos e técnicos se organizaram e se difundiram com a
transmissão dos saberes. A gestão da água e da rede de aquedutos e canalizações em sua
sólida estrutura administrativa e militar representava o ápice tecnológico da antiguidade.
O autor Nieto-Galán (2004) enfatiza que o binômio água-madeira foi essencial na
hora de tipificar uma sociedade pré-industrial, a água utilizada como motor da agricultura e
fonte de energia mecânica e a madeira como material de construção, fabricação de objetos e
material para a combustão e calefação. Nesse contexto, ainda segundo o autor a utilização da
madeira dos bosques explicariam alguns dos problemas do meio ambiente das cidades do
século XIII.
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O consumo de energia aumentou, graças às inovações tecnológicas, melhorando o
rendimento, e novas fontes de energia foram descobertas, sendo transferidas às máquinas, as
antigas tarefas manuais. Houve incremento no estilo de vida para todo o mundo, a
mecanização do trabalho aos poucos foi sendo incorporada, chegou-se à Época Industrial, do
dinamismo tecnológico. Com o progresso, mais energia era consumida, e novas formas e
modelos de produção também incorporados, melhores formas de vida com a inovação e a
tecnologia foram fazendo parte do dia a dia das sociedades. Com o desenvolvimento
tecnológico, utilização de combustíveis e o crescimento desenfreado das cidades através da
migração de colonos para os centros urbanos, um cenário de desenvolvimento caótico foi
desenhado, sem controle ou planejamento, apareceram os problemas ambientais, como a
poluição dos rios, da atmosfera e a destruição do meio ambiente.
O ambiente de certa forma respondeu de igual maneira como foi tratado, exemplo
disto é a Peste Negra que devastou a Inglaterra e a Peste Bulbônica (Londres), século XVII,
com o abandono de campos e plantações pela população, onde houve a regeneração de muitos
bosques antes desmatados e uma reorganização natural do ecossistema. Essa catástrofe natural
evitou que se consumisse madeira como combustível por um longo período. Também
evoluímos em medidas sanitárias importantes cultivadas até hoje, como a higiene para o
tratamento de doenças e o descarte correto de material contaminado, justificando de certa
forma os impostos pagos pela sociedade, a fim de manter o “bem” comum (NIETO-GALÁN,
2004).
A organização das cidades evoluiu com esses episódios e uma nova postura
política e social se instalou, com substituição de madeiras nas construções e cuidado com a
pavimentação e esgoto, promovendo o incremento do comércio local e o desenvolvimento da
região. Surgiram preocupações com o clima (ar, terra e água) e com as medidas sanitárias que
poderiam estar associadas com a aparição de novas epidemias. A saúde pública e o meio
ambiente faziam parte dessa nova organização social, que mudou o modelo e a construção das
grandes cidades, com áreas públicas de convívio social, casas arejadas e cuidados com o lixo
produzido.
No século XVIII, com o crescimento demográfico a agricultura se tornou de
grande relevância, e a utilização da madeira para o progresso naval importante, em detrimento
da massa florestal. Com uma contradição dos poderes públicos que propagavam a preservação
dos solos e ao mesmo tempo incentivava a demanda crescente por madeira como carvão
mineral (combustível), impulsionador do progresso. Existe uma interpretação equívoca,
segundo Nieto-Galán (2004) de que a crise ambiental contemporânea seria o resultado da
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moderna industrialização, obstante, são o resultado da nossa história e de seus problemas
básicos evidenciados nos séculos XVIII e XIX, no consumo de alimentos, materiais e
combustíveis e na eliminação dos resíduos, agravados, pela cultura industrial.
2.2 Ciência e Tecnologia Versus Sustentabilidade
Segundo Bermejo (2011), a ciência determina por rigorosas demonstrações as
políticas corretas do meio científico e tecnológico, para gerar um bem estar crescente. Na
verdade a ciência determina a relação hierárquica da comunidade científica e a sociedade. A
natureza não quer ser hostil, caótica, mas a humanidade tenta de todas as formas domesticá-la,
civilizá-la, como meio de obter o progresso, desde os tempos da revolução industrial.
Desta forma se cria ou se observa uma relação conflitiva entre ambas, pois a
tecnologia e a ciência são o meio dessa relação com a natureza, que em diversas formas a
perverte, através da extração desenfreada, justificadas pela melhoria da qualidade de vida e do
progresso da nação. A competitividade estimula o crescimento, e a visão de reduzir a
utilização de recursos naturais e melhorar a qualidade de vida é uma preocupação cada vez
mais emergente. Com cultivos tecnológicos, adaptado para sistemas locais.
Leff (2006) enfatiza que em resposta a crise ambiental, foram propostas
estratégias de eco desenvolvimento, postulando a necessidade de se criar novas formas de
produção e estilos de vida, baseados nas condições e potencialidades ecológicas de cada
região, assim como na diversidade étnica e na capacidade das populações locais para a gestão
participativa dos recursos.
A introdução de alimentos geneticamente modificados é um exemplo de como as
tecnologias estão interferindo neste sentido, e podem trazer grandes benefícios para os
agricultores e consumidores, amplamente respaldados pela pressão social e governamental
para a regularização definitiva destas atividades. O otimismo tecnológico aponta para a
entrada na sociedade pós-industrial graças ao potencial desmaterializador de tecnologias, com
atuais demandas menores de consumo do que no passado. O comércio eletrônico, a
miniaturização da microeletrônica, todas essas mudanças requerem novas condutas para nos
relacionarmos com o meio ambiente, protegendo-o (BERMEJO, 2011).
A transformação da tecnologia produtiva, a criação de novos sistemas
tecnológicos, que possam adaptar-se a cada sociedade e ambiente, em suma, sistemas
tecnológicos resistentes às mudanças em seu entorno, levará alguns setores a desaparecer, mas
outros serão fortalecidos com essa nova organização social. A sustentabilidade exigirá integrar
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as diversas ciências, naturais, técnicas e sociais e econômicas, com enfoque multidisciplinar,
com as ciências da terra como protagonista nas decisões de sustentabilidade e de validação
das decisões tomadas. Para que se possa internalizar as novas condições ecológicas de
sustentabilidade, faz-se necessário pensar criticamente sobre a transição para uma nova ordem
social que tem como pré-requisitos a renovação de valores. Renovar valores significa também
desenvolver uma nova cultura ambiental (LEFF, 2006).
A premissa dos centros de poder tendem a melhorar a competitividade com a
redução dos impactos ambientais, com uma visão de sustentabilidade. As políticas públicas
deverão reger o progresso econômico da nação a favor de um ambiente sustentável através de
estímulos fiscais e benefícios diversos a fim de garantir a evolução eco sustentável do planeta.
Leff (2006) afirma que dentro da insustentável ordem econômica dominante,
torna-se necessária a adoção de uma política do consenso para ordenar os interesses de
diferentes atores para um futuro comum, onde a racionalidade ambiental passará a considerar
o potencial da natureza, os valores humanos e as identidades culturais em práticas produtivas
sustentáveis. A solução para a crise ambiental, segundo o autor é encontrada no processo de
desconstrução e reconstrução do pensamento, remetendo-se a desenraizar as origens e
compreensão de suas causas. Nesta reconstrução do saber, reconstitui-se a forma do ser e do
pensar, para aprender a complexidade ambiental e para que a sociedade passe a visualizar o
ambientalismo como política de conhecimentos diversos, num projeto de reconstrução social
a partir do reconhecimento do ser e no ser.
A sustentabilidade ecológica aparece assim como um critério normativo para a
reconstrução da ordem econômica, como uma condição para a sobrevivência humana e para
um desenvolvimento durável, problematizando as formas de conhecimento, os valores sociais
e as próprias bases da produção, abrindo uma nova visão do processo civilizatório da
humanidade. A proteção do meio ambiente é considerada como um custo e condição do
processo econômico, cuja sustentabilidade depende das possibilidades de valorização da
natureza (LEFF, 2006).
A melhora das tecnologias existentes não é suficiente para alcançar os objetivos
ambientais, conforme demonstra a Figura 1.
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Fator
Presente
Inovação Sistêmica
M
E
L
H
O
R
A
Transição
E
F
I
C
I
Ê
N
C
Tecnologias Existentes
I
A
1970
2000
1970 do sistema básico de RFID
2000
Figura 1: Esquemática
Fonte: Zwicker, Pedroso e Souza (2007)
2030
2030
3 METODOLOGIA
Este estudo contou com a aplicação de um delineamento de natureza qualitativa,
que pretende investigar um fenômeno, compreendê-lo em sua profundidade. A fase qualitativa
apresenta uma abordagem de caráter exploratório, pois, conforme Gil (1995) tem como
objetivo, desenvolver e modificar conceitos e ideias, para formular problemas ou hipóteses
pesquisáveis. As pesquisas exploratórias envolvem levantamento bibliográfico e documental,
entrevistas e estudos de caso. São desenvolvidas com o objetivo de proporcionar uma visão
geral de tipo aproximativo, sobre um fato. É realizada quando o tema é pouco estudado e
torna-se difícil formular hipóteses precisas.
Ainda, na fase qualitativa, especificamente, na coleta de dados, foi utilizada a
estratégia de pesquisa bibliográfica que, segundo Marconi e Lakatos (2006), abrange a
bibliografia já tornada pública em relação ao tema de estudo. A pesquisa bibliográfica utilizase fundamentalmente das contribuições de diversos autores sobre determinado assunto.
Compõe a pesquisa bibliográfica, publicações avulsas, artigos, boletins, jornais, revistas,
livros, pesquisas, monografias, teses, entre outros.
Para este trabalho, a pesquisa bibliográfica teve como escopo específico, a leitura
de livros e artigos sobre o tema, que fizeram parte do conteúdo da disciplina de Gestão
Ambiental e Responsabilidade Social do Programa de Pós-graduação da Universidade de
Caxias do Sul, Doutorado em Administração, tendo como escopo as palavras-chave
tecnologia, sustentabilidade, meio ambiente e história, norteadoras da pesquisa.
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Na fase de análise de dados, foi utilizada a técnica de análise de conteúdo, que
segundo Bardin (2009), é uma técnica de investigação que tem por escopo a descrição
objetiva, sistemática e quantitativa do conteúdo constante em um determinado material, em
uma determinada mensagem, enfim, em formas de comunicação oral, escrita, por sinais,
imagens, entre outras. Ainda, de acordo com Bardin (2009), a análise de conteúdo fornece
informações suplementares ao leitor crítico de uma mensagem, desejando distanciar-se da
leitura aderente, para ter maior conhecimento sobre o texto.
Bardin (2009) diz que a análise de conteúdo é um conjunto de técnicas de análise
das comunicações visando obter, através de procedimentos sistemáticos e objetivos de
descrição do conteúdo das mensagens, conhecimentos relativos às condições de produção e
recepção destas mensagens. Como etapa final, apresenta-se o tratamento dos resultados,
inferência e interpretação: resultados brutos, tratados e interpretados de maneira que se
tornem significativos e válidos.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A evolução tecnológica amparada pela ciência não para de crescer, isto é inegável,
mas essa ascensão necessita da harmonia com os recursos do ambiente, fato comprovado
pelos milhões de anos em que a natureza sustenta uma diversidade de espécies de animais e
plantas, com suas técnicas de adaptação impecáveis, copiadas por nós continuamente. Essa
imitação pressupõe que estaremos sempre aprendendo com o ambiente, que reconhecemos a
superioridade dos processos naturais, que buscamos sempre investigar o seu funcionamento,
imitando e protegendo-o, devido às diversas informações e ideias que nos abastecem. A
natureza dessa forma se converte em nosso modelo para a investigação científico-tecnológica
permitindo que uma gama de ciências multidisciplinares atue junta em uma única visão e em
um único objetivo – a sustentabilidade – essa troca de saberes altera o paradigma científico
integrando e unindo diversos olhares sobre o mesmo tema.
Leff (2001) ressalta em sua obra, o diálogo de saberes, que consiste num saber
que não é apoiado somente nos meios acadêmicos, mas numa construção coletiva de educação
ambiental, que viesse a mobilizar os saberes locais, regionais e socioculturais. A
complexidade do saber ambiental trata do pensamento criativo e da ação solidária, da visão
prospectiva de uma construção de um novo saber e de uma nova racionalidade, onde a cultura
social volta-se para os potenciais da natureza e no ideário social.
Cada vez mais se torna evidente o fato de que as medidas meramente
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tecnológicas, por si só, não proporcionam soluções realmente satisfatórias para os problemas
ambientais ocasionados pela ação humana. O questionamento de nossa relação com a natureza
expressa o desejo de novos valores e de novas atitudes em relação ao meio ambiente.
Conceitos como atenção, supervisão e cuidado para a manutenção, tem que substituir a
doutrina tradicional da superioridade do ser humano sobre a natureza (BEHLING, 1996).
Podemos refletir de diversas formas com esse artigo, em que esses episódios
mudam conforme as épocas históricas e pelos interesses por eles envolvidos. Por vezes, a
preservação do meio ambiente é o mais importante para a sociedade, em outros, como é o
caso das catástrofes naturais ou problemas advindos do meio ambiente é impulsionadora de
mudanças, de inovações tecnológicas, a fim de suplantar as adversidades e garantir a
sobrevivência. As tensões entre tecnologia e natureza são administradas conforme os
interesses da sociedade e, tudo pode ser de certa forma “justificada” para garantir a
sobrevivência da população.
Conclui-se com este trabalho que, tecnologias “saudáveis” protegem o meio
ambiente, são menos contaminantes, reciclam a maior parte dos resíduos e produtos
produzidos, manejam todos os descartes de forma aceitável ambientalmente e se baseiam nos
princípios ecológicos de produção limpa, que busca avaliar, prevenir e restaurar o ambiente
deteriorado. O desenvolvimento sustentável tem por premissa básica, compatibilizar o
atendimento das necessidades sociais e econômicas do ser humano com as necessidades de
prevenção do ambiente, de modo que assegure a sustentabilidade da vida na terra para as
gerações presentes e futuras.
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saudáveis nas empresas. Revista de Administração Pública, São Paulo, v. 31, n. 2, p. 13552, mar/abr. 1997.
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EPELBAUM, M. A influencia da gestão ambiental na competitividade e no sucesso
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