A contribuição da Filosofia e da Física para a escrita

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A CONTRIBUIÇÃO DA FILOSOFIA E DA FÍSICA PARA A ESCRITA
JORNALÍSTICA: OS ESTUDOS DE CASO DA TEORIA
DO ESPELHO E DO EMPIRISMO
Danny Jesse Falkembach Nascimento (UNICENTRO),
e-mail: [email protected], Evandro Bilibio (Dep. de Filosofia/UNICENTRO), email: [email protected], Márcio Fernandes (Dep. de Comunicação
Social/UNICENTRO), e-mail: [email protected]
Palavras-chave: Escrita Jornalística; Filosofia; Física
RESUMO
Mesma em uma época de vanguarda, como a atual, não são poucos os
que ainda defendem a Teoria do Espelho no fazer jornalístico, no qual os
profissionais da área são paladinos da objetividade – em detrimento do
Empirismo como recurso da escrita jornalística. O presente estudo parte de
fundamentos da Filosofia e da Física para avaliar em que medida o Empirismo
contribui para a melhoria dos conteúdos noticiosos oferecidos à sociedade.
TEXTO
INTRODUÇÃO - Mesmo na época de vanguarda pela qual atravessa a
humanidade, não são poucos os que, em tempos de quebras de paradigmas,
continuam a defender e a renovar a chamada Teoria do Espelho, na qual os
jornalistas são paladinos da independência, da objetividade e da isenção em
seus escritos. Nesse cenário, o Empirismo do repórter é tido como algo
desnecessário, por supostamente prejudicar a qualidade final do material
entregue ao consumo da opinião pública. O presente estudo avalia justamente
o contrário – a validade da experiência como recurso para melhor entender
determinado acontecimento e, como conseqüência, obter uma redação final
mais legível ao leitor comum, sensibilizando-o. Ou, a partir das palavras do
físico dinamarquês Niels BOHR, é pegar uma água suja (o fato a ser
transformado em notícia) e os panos de pratos sujos (as técnicas
comunicacionais consagradas universalmente), mesclando-os de forma que,
ao término do processo, tenhamos copos limpos (notícias relevantes para a
sociedade).
MATERIAIS E MÉTODOS – O presente estudo estará lastreado em
literatura especializada das áreas de Comunicação, Filosofia e Física,
fundamentalmente. Haverá os estudos de caso dos jornais Folha de São Paulo
(SP) e Gazeta do Povo (PR), além das revistas Rolling Stone e Piauí, ambas de
circulação nacional. Um quinto veículo será o jornal-laboratório Ágora, editado
por professores e alunos do quarto ano do curso de Jornalismo da
Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO).
RESULTADOS E DISCUSSÃO - A partir do veículos mencionados acima,
a pesquisa discorrerá sobre os mandamentos fundamentais de correntes do
Jornalismo do século 20 que contradizem a Teoria do Espelho, como o New
Journalism, o Civic Journalism e o Gonzo Journalism e as relações dessas
com o Empirismo, nas visões que esse encontra na Filosofia de Immanuel
KANT e na Física de Werner HEISENBERG, Carl SAGAN, além do já citado
BOHR. Autores da Comunicação como Truman CAPOTE, Hunter THOMPSON,
Nelson TRAQUINA e Jorge Pedro SOUSA serão considerados, expoentes que
são nas correntes que podem ser consideradas, em boa medida, como a
contracultura do texto jornalístico clássico.
CONCLUSÕES - KANT, em sua clássica obra Crítica da razão pura,
explicita que “não resta dúvida de que todo o nosso conhecimento começa
pela experiência; efectivamente, que outra coisa poderia despertar e pôr em
acção a nossa capacidade de conhecer senão os objectos que afectam os
sentidos e que, por um lado, originam por si mesmos as representações e, por
outro lado, põem em movimento a nossa faculdade intelectual e levam-na a
compará-las, ligá-las ou separá-las, transformando assim a matéria bruta das
impressões sensíveis num conhecimento que se denomina experiência?
Assim, na ordem do tempo, nenhum conhecimento precede em nós a
experiência e é com esta que todo o conhecimento tem o seu início” (grafia
original). Na Sociedade Informacional que se vive, conforme definição do
sociólogo espanhol Manuel CASTELS, discutir algumas das bases da
Comunicação a partir de trechos das Ciências Exatas, por exemplo, pode ser
tarefa complexa mas, certamente, reveladora.
BIBLIOGRAFIA
FOUHY, Ed. Is civic journalism the answer?. Communicator. S/l, p.18-19, mai.
1994.
HEISENBERG, Werner. A parte e o todo: encontros e conversas sobre física,
filosofia, religião e política. Rio de Janeiro: Contraponto, 2000.
KANT, Immanuel. Crítica da razão pura. Lisboa: Fundação Calouste
Gulbenkian, 1997.
MERRIT, Davies; ROSEN, Jay. Public journalism: theory and pratice.
Washington: Kettering Foundation Paper, 1994.
SAGAN, Carl. O mundo assombrado pelos demônios: a ciência vista como
uma vela no escuro. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.
TRAQUINA, Nelson (org). O estudo do jornalismo no século XX. São Leopoldo:
Unisinos, 2001.
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