0 UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL DACEC – DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO, CIÊNCIAS CONTÁBEIS, ECONOMIA E COMUNICAÇÃO MAYARA COPETTI PAVIM O MARKETING SENSORIAL ALIADO A SEMIÓTICA COMO U MA NOVA OPÇÃO NO MERCADO PUBLICITÁRIO IJUÍ-RS 2013 1 MAYARA COPETTI PAVIM O MARKETING SENSORIAL ALIADO A SEMIÓTICA COMO U MA NOVA OPÇÃO NO MERCADO PUBLICITÁRIO Trabalho monográfico apresentado à Banca de Defesa, como requisito parcial de avaliação para obtenção do título de Bacharel em Comunicação Social. Data de aprovação: __/__/____ BANCA EXAMINADORA _______________________________________________________________ Professor Mestre André Gagliardi - Orientador _______________________________________________________________ Professora Mestre Marcia Formentini- Banca 2 MAYARA COPETTI PAVIM O MARKETING SENSORIAL ALIADO A SEMIÓTICA COMO UMA NOVA OPÇÃO NO MERCADO PUBLICITÁRIO Monografia apresentado ao Curso de Comunicação Social – habilitação em Publicidade e Propaganda - da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul como requisito para obtenção do título de Bacharel em Comunicação Social. Orientador Professor Mestre André Gagliardi Ijuí, 2013 3 AGRADECIMENTOS Primeiramente agradeço a Deus, por iluminar o meu caminho sempre, caminho este, que me fez chegar até aqui. Aos meus pais, que são as pessoas mais importantes na minha vida, agradeço pela confiança que me deram assim que entrei no curso, por acreditarem em mim, na minha competência e por todo amor e carinho que tenho sempre. Amo vocês. Aos meus irmãos por aguentar as brincadeiras, mas sempre estão ali comigo me dando apoio em tudo. Obrigada por estarem sempre do meu lado. Aos meus amigos que por inúmeras vezes se fizeram presentes, aliviando o estresse. Obrigada pela parceria e companheirismo de sempre, sem vocês essa trajetória não seria tão prazerosa. Quero também agradecer ao Professor André Gagliardi professor orientador, a quem tenho muita admiração, pela compreensão, competência e por ter me instruído na realização deste estudo. Obrigada por tudo! A todos os professores, eternos mestres, pelos ensinamentos e conselhos que foram passados seriamente durante esse período de estudo. conhecimento passado. Obrigada pela paciência e pelo 4 SUMÁRIO CONSIDERAÇÕES INICIAIS .................................................................................... 07 1 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO MARKETING ................................................ 09 1.1 CONCEITO DE MARKETING ............................................................................. 09 1.2 ELEMENTOS DO MARKETING.......................................................................... 12 2 HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DO MARKETING ...................................................... 18 2.1 ERA DA PRODUÇÃO ........................................................................................ 18 2.2 ERA DE VENDAS – 1930 .................................................................................. 19 2.3 ERA DO MARKETING – 1950 ............................................................................ 19 3 MARKETING FOCADO NO CLIENTE................................................................... 20 3.1 MIX DE MARKETING .......................................................................................... 23 4 MARKETING SENSORIAL .................................................................................... 27 4.1 MARKETING SENSORIAL E A SEMIÓTICA ...................................................... 31 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 34 REFERENCIAS ......................................................................................................... 36 5 RESUMO Atualmente todas as empresas buscam aumentar seus clientes e consequentemente ampliar suas vendas. Em tempos onde o mercado varejista é bastante concorrido, surge uma nova ferramenta de marketing, que vem auxiliar as empresas no quesito estratégico. O Marketing Sensorial mostra as organizações uma maneira diferente de agregar valor a marca e trazer novos clientes para essas empresas. Junto com o estudo da semiótica, descobriu-se que o marketing sensorial é uma ferramenta extremamente eficaz e de baixo custo para as empresas, que atualmente tem pouco conhecimento dessa estratégia de marketing que chega inovando no marcado publicitário e funciona perfeitamente na fidelização e na atração de novos clientes, assim, fazendo com que as empresas possam diferenciar-se de sues concorrentes. Palavras chaves: Marketing, Marketing Sensorial, Semiótica. 6 ABSTRACT Currently all companies seek to increase their clients and hence expanding sales. In times where the retail market is very competitive, a new marketing tool that is helping businesses in the category strategy. The Sensory Marketing organizations shows a different way of adding value to the brand and bring in new customers for these companies. Along with the study of semiotics, it was discovered that sensory marketing is an extremely effective and inexpensive for companies that currently have little knowledge of this marketing strategy that reaches innovating in branded advertising and works perfectly on loyalty and attraction new customers, thus causing companies to differentiate themselves from competitors sues. Keywords: Marketing, Sensory Marketing, Semiotics. 7 CONSIDERAÇÕES INICIAIS Se considerarmos que o mercado está cada vez mais competitivo e a luta das empresas por clientes é cada vez mais acirrada, é compreensível que estratégias cada vez mais inovadoras surjam para que este objetivo seja alcançado. E é neste sentido que o marketing tem se tornado primordial para que as companhias se destaquem sobre as outras para aumentarem seus clientes e, consequentemente, seus lucros. Trazendo o marketing para o lado mais estratégico, chegaremos ao Marketing Sensorial, que é uma ferramenta inovadora no mercado. Na maioria dos casos, a necessidade das empresas em conseguir clientes e manter os que já possuem é satisfeita através do fortalecimento da marca. O marketing sensorial por sua vez, possibilita este fortalecimento através da estimulação dos cinco sentidos do consumidor, mexendo com a imaginação do mesmo. Com todas as inovações tecnológicas, o mercado publicitário vem crescendo diariamente, empresas apostam em novos conceitos de marketing para atrair novos clientes. Como uma forma de comunicação alternativa e ao mesmo tempo uma jogada estratégica de marketing que traz resultados muito eficientes em um curto espaço de tempo, o Marketing Sensorial chegou ao mercado, como uma ótima opção. Estimular a compra, fixar a imagem da marca, trazer lembranças boas aos consumidores, criar um vinculo emocional com o consumidor proporcionando a ele sensações através dos cinco sentidos humanos e principalmente atrair novos clientes, faz do Marketing Sensorial uma forma de comunicação entre empresa/marca e consumidor muito eficaz. Além de ser uma estratégia de baixo custo, estimula a mente e aguça os sentidos humanos, assim, construindo uma 8 imagem positiva junto ao público, provocando sensações de prazer, como se a empresa convidasse o consumidor a consumir seu produto. Estimulando os cinco sentidos humanos, ele instiga o consumidor a comprar mais do que realmente tinha em mente em levar, assim, se torna um grande aliado de marcas conceituadas que ficam marcadas na cabeça do consumidor apenas ao escutar uma música ou sentir um cheiro específico. As estratégias de marketing sensorial geralmente são utilizadas para que as empresas tenham um diferencial de seis concorrentes, agregando valor a marca e motivando o cliente a comprar. O ato de comprar é de extrema importância. Toda experiência vivida pelo consumidor no ambiente de varejo, influencia diretamente em sua decisão na hora da compra. Assim sendo, este estudo procurará entender esse novo conceito de marketing que aliado ao estudo da semiótica, se torna uma forma desafiadora, porém muito eficiente na hora da compra, estimulando os sentidos e principalmente a mente do consumidor. 9 1 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO MARKETING 1.1 CONCEITO DE MARKETING Muitas pessoas acreditam que o marketing significa apenas vendas. O que essas pessoas não imaginam é que o termo marketing tem um significado muito mais amplo que isso. Assim, é interessante analisarmos bem o que esse termo nos traz de verdade. Partindo do principio, nos meados de 1954, a palavra Marketing passou a ser usada quando foram implantados cursos superiores no Brasil. Desta forma, o termo tomou proporções maiores e foi ramificado passando por várias maneiras de interpretação. De acordo com Las Casas, podemos definir Marketing como: Marketing é a área de conhecimento que engloba todas as atividades concernentes às relações de troca, orientadas para a satisfação dos desejos e necessidades dos consumidores, visando alcançar determinados objetivos de empresas ou indivíduos e considerando sempre o meio ambiente de atuação e o impacto que essas relações causam no bem-estar da sociedade (LAS CASAS, 1997,p.26). O termo em inglês significa opção no mercado, com uma conotação dinâmica e não simplesmente significando estudos de mercado, como sugere esta tradução. É interessante falar sobre a definição clássica que se usa na literatura mercadológica, para que possamos entender melhor o significado de marketing. Segundo Las Casas (1997, p.14), em1960, a Associação Americana de Marketing definiu marketing como “o desempenho das atividades comerciais que dirigem o fluxo de bens e serviços do produtor ao consumidor ou usuário”. Portanto, de acordo com a Associação Americana, podemos afirmar que marketing nada mais é que um planejamento das quatro variáveis do composto mercadológico, o qual será discutido mais a frente nessa monografia. Porém, esta definição nos indica que o marketing sempre esteve presente na humanidade, ou seja, sempre existiu. Isso porque se formos pensar bem a fundo, em qualquer época 10 da comercialização humana, estes elementos foram utilizados de maneira que contribuíram para o crescimento da sociedade. Kotler explica: Em tempos anteriores aos nossos, por exemplo, alguns produtos eram comercializados sem se haver a preocupação com a embalagem. A embalagem começou a se tornar importante a medida que alguns elementos tecnológicos foram compondo as atividades comercias da sociedade humana. De modo que era muito comum a comercialização de produtos através da venda pessoal, ou mesmo em anúncios em jornais, devido à inexistência de outros veículos em certos períodos. Outro fator que favorecia o uso contínuo da venda pessoal dos produtos era a falta de transporte seguros e rápidos, os quais existem em nossos dias em grande escala(KOTLER, 1998, p.20). Assim, não é difícil entendermos agora através do exemplo citado, que o marketing sofreu e vem sofrendo alterações durante muitas décadas, á medida que a tecnologia vai evoluindo. Com o avanço da tecnologia, o homem teve que buscar alternativas para alavancar seus negócios. Foram impostas opções adicionais, para as varias práticas mercadológicas, realizadas durante o vasto período da historia. Ainda falando no âmbito operacional Kotler afirma: O marketing era até mesmo praticado na Idade Média. Por exemplo, um artesão levava seu produto até uma praça, oferecia-o aos consumidores por um determinado valor (preço) e realizava a venda pessoal, ou até mesmo anunciava em voz alta os produtos que estava vendendo (promoção) (KOTLER, 1998, p.20). Apesar desse exemplo, devemos mencionar que as atuais formas de comercialização não são compostas apenas pela transferência de produtos do produtor ao consumidor.Marketing é uma disciplina desenvolvida em nossos dias. Embora inclua essas atividades mencionadas, estas são muito diferentes das praticadas em épocas anteriores. Por isso, existem várias formas de diferenciarmos as atividades praticadas em nossos dias com as realizadas em épocas anteriores. Um fator que pode nos ajudar a diferenciar os dois lados, segundo Las Casas (1997, p.20), “é a postura atual dos comerciantes que devem considerar o consumidor como ponto de partida para qualquer tipo de negócio”. O produtor, hoje em dia, deve estar ciente de que deve satisfazer todos os consumidores do produto que a empresa fabrica. O mesmo 11 autor (Ibid., p.20) continua dizendo que “esta orientação para a satisfação do consumidor é conhecida como o conceito de marketing, e se mostra ser um fator diferenciador entre as empresas atuais e aquelas das formas tradicionais e antigas de comercialização”. É possível definir que os conceitos originais do marketing incluíram três elementos essenciais: (1) conhecimento dos anseios do cliente, que devem ser considerados como o ponto de partida de todas as organizações guiadas pelo marketing, (2) a integração e a coordenação de todas as atividades em torno desse foco no cliente e (3) a quantificação do êxito do marketing da empresa com base nos lucros, e não nos volumes de vendas. Podemos concluir com isso, que para obtermos êxito em marketing, na prática, precisamos de criatividade, imaginação e emoção. Ver o marketing como uma atividade humana onde o foco está no cliente, na procura de satisfazê-lo e suprir as suas necessidades, para que consequentemente se obtenha a lucro desejado. O marketing é definido por Kotler e Armstrong (1998, p.3) como um “processo social e gerencial através do qual os indivíduos e grupos obtêm aquilo que necessitam e desejam por meio da criação e troca de produtos e valores”. Com isso podemos dizer que o marketing é um extenso processo que evolve a sociedade. E é através disso, que se obtém o que é necessário ou desejado. É como um processo, onde um produtor cria algo que será consumido por uma ou várias pessoas que, por sua vez, haverá uma troca. O entendimento em relação ao marketing tem sido expresso de várias maneiras, conforme Kotler e Armstrong (1998, p.3): “Nós fazemos a coisa acontecer para você” (Marriott1); “Voar e Servir” (Britsh Airways2); e “Só ficaremos satisfeitos se você ficar” (GE3). Assim, observamos que o marketing é focalizado nas necessidades do comprador, satisfazer as necessidades e desejos do consumidor por meio do produto e de um conjunto de outros valores associados com a criação, entrega e seu consumo, criando uma ideia que pode ser a chave para a empresa atingir o sucesso, 1 Rede hoteleira norte-americana JW Marriot British Airways é uma companhia aérea do Reino Unido 3 General Electric Company, também conhecida por GE, é uma empresa multinacional americana de serviços e de tecnologia 2 12 sendo mais bem sucedida possível, conhecendo seus clientes e obtendo uma melhora considerável em relação as suas concorrentes. O marketing conta com quatro instrumentos básicos de ação: Produção de bens e serviços que atendam aos desejos do público; Escolha do preço certo para estes produtos; Distribuição eficiente e ágil; Comunicação com o público (propaganda na mídia impressa, eletrônica, promoção em pontos-de-venda, sorteios, brindes, merchandising,mala-direta, etc). 1.2 ELEMENTOS DO MARKETING Pensar em marketing apenas como um processo onde se é feito propaganda e vendas, e algo muito comum a ser visto nos dias de hoje. Legitimando isso Kotler e Fox (1994, p.23) afirmam de uma forma correta quando dizem que “a maioria das pessoas acha que marketing é sinônimo de venda e promoção”. Por sua vez, Drucker (apud KOTLER; FOX, 1994, p.23) afirma: “O propósito de marketing é tornar a venda supérflua”. Conforme já vimos, marketing é muito mais do que vender e fazer propaganda. Muito, além disso, esse termo deve ser compreendido no seu sentido mais antigo, o qual nos traz a importância de satisfazer o cliente. Buscar entender as suas necessidades e assim acatá-las de forma que possa satisfazer a todas as ansiedades de seu cliente, sejam elas em relação a um produto ou serviço as suas disponibilidades, como também as formas de comercialização no mercado, ao preço, ou quaisquer outras exigências impostas pelo mesmo. Tendo em vista tudo isso, podemos afirmar que a propaganda e a venda, fazem parte de um composto de marketing ( ou mix de marketing) – um conjunto de instrumentos que trabalham em sintonia, para atingir de forma coerente o mercado. Segundo vimos na acepção de Kotler e Armstrong (1998, p.3), marketing é um “Processo social e gerencial através do qual os indivíduos e grupos obtêm aquilo que necessitam e desejam por meio da criação e troca de produtos e valores”. Assim, para melhor compreender essa definição de Kotler, vamos identificar o que significa cada um dos seus termos principais: necessidades, desejos, demandas, produtos, valor, satisfação, qualidade, troca, transações, 13 relacionamentos e mercados, que são interligados conforme apresentado por Kotler e Armstrong. Necessidades humanas: é aquilo que necessitamos para a sobrevivência. Kotler e Armstrong definem as necessidades: São estados de carência percebida. Podem se dividir em necessidades básicas físicas (alimentação, roupas, segurança), necessidades sociais (fazer parte de um grupo e ser querido) e necessidades individuais (conhecimento e autorealização). Deve-se lembrar que essas necessidades não são criadas pelos profissionais de marketing, elas são inerentes à natureza humana (KOTLER; ARMSTRONG, 1998, p.3). Como podemos ver, essas necessidades nascem junto a nós seres humanos e quando elas não são satisfeitas, sempre haverá uma forma, onde a pessoa irá buscar uma maneira de satisfazê-la. Normalmente esses desejos, são satisfeitos com o incentivo da compra de algum objeto, o qual, levará o consumidor á um estado de satisfação plena, pois, conseguiu suprir a sua necessidade. Fora isso, no âmbito institucional, Kotler e Armstrong (1998, p.4) afirmam que “as empresas que geralmente se destacam sobre as outras são aquelas que desenvolvem formas de descobrir qual a opinião de seus clientes sobre o que necessitam, suas queixas e o que esperam”. Dentro de grandes empresas, é comum testar a satisfação do cliente, a partir de pesquisa, que são realizadas para saber o que o cliente espera quanto ao produto e também sua opinião sobre a marca ou empresa que fabrica esse determinado produto. Assim, a empresa consegue manter um bom relacionamento com seus clientes, facilitando sempre essa ligação de consumidor e empresa e também conseguindo manter uma organização e planejamento estratégico eficiente junto a instituição. Desejos: são as necessidades humanas moldadas pela cultura e pelas características individuais. Como exemplo, podemos citar a fome. Além disso, os desejos são os objetos que satisfazem as necessidades, e eles aumentam na medida em que a sociedade evolui. Como citado anteriormente, se um desejo não é suprido, a pessoa buscará algo (objeto ou serviço), para satisfazer esse desejo. Ai entra as estratégias de 14 marketing, que vêm para instigar os desejos do cliente e “forçar” á compra, satisfazendo assim a sua necessidade. Demandas: o homem tem desejos quase ilimitados, no entanto possui recursos limitados, o que não o permite comprar todos os seus objetos de desejo. Quando esses objetos podem ser comprados tornam-se demandas. Os consumidores escolhem o “pacote de benefícios” (produto) que melhor satisfaz os seus desejos diante de suas limitações financeiras. Produto: Kotler define produto: É qualquer coisa que possa ser oferecida ao mercado para satisfazer uma necessidade ou desejo, o seu conceito não se limita aos bens, inclui também aos serviços, pessoas, lugares, organizações, atividade e ideias, contanto que eles lhe proporcionem algum tipo de benefício e que satisfaça os seus desejos enquanto consumidores (KOTLER; ARMSTRONG, 1998, p.5). Ainda, Kotler e Armstrong (1998, p.5) afirmam que “qualquer coisa capaz de satisfazer uma necessidade pode ser chamada de produto”. Ou seja, não podemos afirmar que um produto se refere apenas a um objeto físico. Esse “produto”, pode ser associado á um serviço, o qual, possa satisfazer as necessidades do cliente tanto quanto um produto físico. Para melhor entendermos isso vamos exemplificar. Os mesmos autores (Ibid) afirmam que hoje em dia existem muitos vendedores que cometem um erro no qual eles denominam “miopia de marketing”. Isso ocorre quando esses vendedores passam a dar mais atenção ao objeto físico e esquecem a necessidade do cliente. Por exemplo, segundo Kotler e Armstrong (Ibid.), “o fabricante de furadeiras possivelmente pensa que o cliente precisa de uma broca (desejo), mas o que ele realmente precisa é de um furo”. Ou seja, esquece-se de medir os vários fatores que levam o cliente à loja para efetuar a compra e focam apenas no produto físico. Até agora, já vimos que as adquirem necessidade, as quais são supridas na maioria das vezes por objetos físicos, o que gera grandes demandas, que podem ser de bens ou serviços. Então como saber o que leva esse consumidor a comprar determinado produto, dentre tantas opções ofertadas no mercado? Podemos classificar a escolha de tal produto em seis fatores fundamentais que veremos agora. 15 Valor para o cliente: para Kotler e Armstrong “o valor para o cliente é a diferença entre os valores que ele ganha comprando e usando um produto e os custos para obter esse produto”. (KOTLER; ARMSTRONG, 1998, p.6) No entanto os clientes não julgam os valores e custos com exatidão e objetividade. Muitas vezes escolhem as coisas por meio do valor percebido, como o status, a imagem, a “fama”, a “marca”, etc, que o produto irá conferir a pessoa. É muito comum acontecer casos onde o consumidor ao invés de valorizar o produto que está comprando, ele olha e presta mais atenção na marca do produto. Isso porque, a pessoa pensa no “status”, no que os outros vão pensar ao vê-lo usando determinada marca, esquecendo completamente o valor real do produto. Satisfação do cliente: Kotler e Armstrong afirmam, de acordo com sua definição, que a satisfação do cliente, enquanto elemento do processo de marketing depende de um fator: Depende do desempenho do produto percebido com relação ao valor relativo às expectativas do comprador. Se o desempenho faz jus às expectativas, o comprador fica satisfeito. Se excede essas expectativas, ele fica encantado (KOTLER; ARMSTRONG, 1998, p.6). A satisfação junto ao cliente é um ponto chave em estratégias de marketing. Clientes satisfeitos repetem a compra e causam o chamado “boca a boca”, ou seja, falam para outras pessoas suas experiências com o produto. Empresas que querem crescer e obter o sucesso, não devem apenas satisfazer o cliente, mas encanta-lo, traçando uma meta a qual será cumprida. Prometer somente o que podem oferecer, para que depois ofereçam mais do que prometeram. Isso funciona muito bem com equipes na NBA 4 (NationalBasketballAssociation), por exemplo. Os times sempre oferecerão aos torcedores (clientes) aquilo que realmente podem oferecer. Se o time promete um titulo, monta uma equipe que seja capaz de obter à conquista. Com isso, os times acabam virando “Lovemarks”5, onde são criados todos os tipos de artigos esportivos, como também qualquer tipo de “brinde” ou “lembrança” que o torcedor possa ter do 4 5 NationalBasketballAssociation) principal liga de basquetebol profissional da América do Norte. Lovemarks – expressão marca que significa marca que transcende o limite do racional. 16 time. Com o aumento das vendas, o time se consagra e vai enriquecendo cada vez mais. Como já vimos o marketing ocorre quando as pessoas decidem satisfazer necessidades e desejos através de uma troca, que se estabelece como o conceito central de marketing. Troca: para Kotler e Armstrong (1998, p.6), troca é o “ato de obter-se um objeto desejado dando alguma coisa em retribuição”. Para que ela se efetive é necessário que existam ao menos duas partes interessadas em participar, e que cada uma delas tenha algo de valor que queira negociar com a outra, oferecendo e chegando a um comum acordo. A prática da troca é muito comum em brechós, boutiques e sebos, onde a pessoa leva um objeto e o vende ou troca por algo do mesmo valor. No Brasil, assim também como na Argentina, tem-se o costume de “feirinhas” denominadas de “Brique”, onde as pessoas efetuam essa prática. Transação: Kotler e Armstrong definem o que é transação: É a troca de valores entre duas partes. É uma unidade de medida, e consiste em uma troca de valores entre duas partes. Onde a parte A dá “X” à parte B e recebe “Y” em troca. Se esse “X” e “Y” forem em dinheiro, dizse que ocorreu uma transação monetária, se forem produto é uma transação de escambo (KOTLER; ARMSTRONG, 1998, p.6). Relacionamento: Outro elemento fundamental do marketing. Consiste no fortalecimento dos laços econômicos, técnicos e sociais entre os membros de duas organizações. Ou entre a organização e seu cliente. Por exemplo, estreitar a relação de uma empresa com seu cliente numa estratégia pós-venda faz parte do processo de marketing. Ter um bom relacionamento com o cliente é estritamente necessário para que a empresa tenha sucesso, principalmente quando se fala em saber ouvir o que o cliente tem para falar. Estreitar os laços, criar uma ligação com o cliente, tendo em mente sempre a reciprocidade do mesmo, e assim, conquistando a total confiança desse cliente que é necessária nesse processo de relacionamento. Até mesmo o processo de fidelização de clientes que ocorre muito hoje faz parte deste conceito de relacionamento. 17 O marketing ainda necessita de outro elemento-chave: o mercado, que originalmente referia-se ao lugar onde os compradores e vendedores se reuniam para trocar seus bens. Mercado: segundo Kotler e Armstrong, mercado é definido como: O grupo de compradores reais e potenciais de um produto. Esses compradores têm uma necessidade ou desejo específico que pode ser satisfeito através da troca. O tamanho de um mercado depende do número de pessoas que apresentam necessidades, tem recursos para fazer trocas e estão dispostas a oferecer esses recursos em troca do que desejam (KOTLER; ARMSTRONG, 1998, p.7). Mas essa não é a única definição de mercado, os economistas acreditam e entendem o termo mercado quando referem-se a uma instituição ou organização na qual, os ofertantes (vendedores) e os demandantes(compradores) estabelecem uma relação comercial, afim de realizar transações, acordos ou trocas comerciais. Os profissionais de marketing vêem os vendedores como uma indústria e os compradores como um mercado. É necessário ressaltar que a visão de que o marketing serve apenas para atrair novos clientes é antiga e não se encaixa atualmente. O marketing deve estar preparado e encontrar maneiras de lidar com os diversos tipos de demandas oferecidas pelo mercado (excesso, adequada, irregular e até mesmo a falta de demanda). Um exemplo interessante de excesso de demanda é o de eletricidade, onde o marketing das companhias de eletricidade é obrigado a reduzir a demanda temporária ou definitivamente. Podemos perceber que todos os elementos que compõe o marketing que estamos considerando, são extremamente importantes. A empresa que levar em conta todos estes elementos, com toda certeza terá um resultado favorável e será bem sucedida nas vendas de seu produto. Porém, para entendermos melhor o que é o marketing, é importante considerarmos de onde surgiu este conceito, ou seja, considerar seu histórico. 18 2 HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DO MARKETING Para auxiliar na definição do conceito de marketing, é fundamental analisar seu histórico e sua evolução durante o tempo. Para isso, podemos considerar a evolução do conceito a partir de mudanças na ênfase da comercialização. Kotler apresenta a evolução do marketing durante o século 20 da seguinte forma: A partir dos anos 50 nasce o marketing propriamente dito. Na Europa só foi aceito após a Segunda Guerra Mundial. O marketing tem suas origens no fato de que o homem é uma criatura com necessidades e desejos. Estas criam um estado de desconforto nas pessoas, que se resolve através da aquisição de objetivos que satisfaçam essas necessidades e desejos. De modo que no inicio de tudo era o consumidor. Produzindo, colhendo e caçando para o seu próprio uso. Depois veio o comércio, trocando sobras entre consumidores. A essa ação, séculos depois, deu-se o nome de ‘Marketing’. Portanto, consideramos que o marketing teve seu inicio desde que homem sentiu a necessidade de trocar aquilo que não possuía ou o que não conseguia produzir, desde a antiguidade. O marketing no Brasil teve seu início no final da década de 60 no Brasil e demorou a ser conhecido, sendo encarado até mesmo como uma espécie de rito secreto. Hoje, felizmente, o Marketing não é mais considerado um tabu no Brasil, entretanto, em termos conceituais o marketing ainda é pouco abordado na prática empresarial. Percebemos, então, que a iniciação do marketing no Brasil se deu com grandes dificuldades, a começar pelo próprio nome, o qual não se sabia ao certo qual era seu significado. Nessa época antes de seu reconhecimento o marketing era visto como uma função distinta e singular da atividade comercial. Porém, em 1960 passa a se desenvolver a partir das necessidades dos clientes e ainda limitado às ações de mercado. Entretanto na década de 70 o marketing, além de focar o cliente, cuida de assuntos sociais mais amplos; visa não somente satisfazer as necessidades dos clientes, mas proporcionar satisfação maior do que oferecida pelos concorrentes. Na década de 80 o marketing trata de trocas que satisfazem tanto o consumidor como o fornecedor, sendo considerada uma disciplina basicamente manipuladora (KOTLER, 1998, p.21). Kotler entende que é possível dividirmos esta evolução em três fases. 2.1 ERA DA PRODUÇÃO A Era da Produção é explicada por Kotler da seguinte forma: Nesta etapa, a demanda era maior que a oferta. Os consumidores estavam ávidos por produtos e serviços. A produção era quase artesanal. Com a Revolução Industrial apareceram as primeiras indústrias organizadas aplicando a administração científica de Taylor. A produtividade aumentou. 19 Assim, mesmo a ideia dos empresários e a disponibilidade de recursos eram fatores determinantes na comercialização (KOTLER, 1998, p.21). 2.2 ERA DE VENDAS – 1930 Kotler explica como se desenvolveu o marketing nesta época: Nessa época começaram a surgir os primeiros sinais de excesso de oferta. Os fabricantes desenvolveram-se e produziam em série. Algumas empresas começaram a utilizar técnicas de vendas bem mais agressivas e a ênfase na comercialização das empresas dessa época era totalmente dirigida às vendas (KOTLER, 1998, p.21). 2.3 ERA DO MARKETING – 1950 O mesmo autor prossegue explicando como foi a partir de 1950: A partir de 1950, os empresários passaram a perceber que vendas a qualquer custo não era uma forma de comercialização muito correta. As vendas não eram constantes. O mais importante era a conquista e a manutenção de negócios à longo prazo, mantendo relações permanentes com a clientela. Por isso, nessa época passou a existir uma valorização maior do consumidor. Todos os produtos deveriam ser vendidos a partir da constatação dos seus desejos e necessidades. O cliente passou a dominar o cenário de comercialização como um dos caminhos para obtenção de melhores resultados. Estava, então, determinado o conceito de marketing, em que o consumidor passava a ser considerado o “rei”. Com a evolução do marketing apareceram novas tendências, e com a diminuição do número de intermediários entre produtor e consumidor; a industrialização estimulou a diversificação nas atividades de marketing, os meios de comunicação criaram novos métodos de publicidades e promoção. Além disso, aumentaram os esforços dos produtores em atender as preferências individualizadas (KOTLER, 1998, p.21). Assim, podemos ver que o marketing que conhecemos hoje não surgiu como está. Evolui de acordo com a história humana. Além disso, passaremos agora a considerar as várias formas de aplicação do marketing hoje em dia. Uma delas é o marketing focado no cliente, que é muito usada pelo Internacional ao se relacionar com seus sócios, conforme veremos nos próximos capítulos desta monografia. 20 3 MARKETING FOCADO NO CLIENTE Assim, como já consideramos nos conceitos acima, podemos reafirmar que a aplicação do marketing está relacionada com a satisfação dos desejos e das necessidades dos consumidores. Fica evidente, portanto, que neste campo há muito mais envolvido do que apenas transferir o produto do produtor ao consumidor. Além disso, podemos dizer também que o marketing consiste no conjunto de operações pelas quais uma empresa trata de assegurar a colocação de seus produtos no mercado, o qual abrangem todas as facetas dos negócios de uma empresa que possibilitam, facilitam, ou ainda tornam a vida impraticável. O marketing não só cria como também desperta necessidade de consumo. As atividades de marketing existem no sentido de estimular desejos para satisfazer necessidades. Inovar, criar, são palavras chaves quando se fala em marketing. As diversas estratégias de marketing criadas pelas empresas, que levam o consumidor a consumir em grande escala. O marketing Sensorial se encaixa perfeitamente dentre as diversas estratégias que temos, essa instiga os sentidos humanos e provoca o cliente a consumir. É o tipo de estratégia voltada exclusivamente para o cliente. O entendimento do marketing voltado para o cliente está intimamente relacionado como conceito do relacionamento que consideraremos mais adiante. Kotler e Armstrong entendem(1998, p.30) como relacionamento “a construção satisfatória em longo prazo com partes chaves- consumidores, fornecedores e distribuidores - para reter sua preferência e negócio sem longo prazo”. Podemos dizer então, que o marketing é sinônimo de realizar coisas em prol da satisfação do cliente. As estratégias, os produtos e serviços ofertados, devem satisfazer e mais do que isso, surpreender as expectativas do cliente. Assim, o cliente se torna um consumidor fiel á empresa ou marca. Porém, para que todas essas estratégias sejam feitas e se chegue ao objetivo que é satisfazer o cliente, toda a empresa deve estar envolvida e ficar a par de tudo que será realizado. Criar um plano, ter uma gestão dentro da empresa onde todos os funcionários serão informados e orientados, principalmente os do setor do atendimento, para que saibam como devem se portar e agir junto ao cliente é necessário. Outro fator importante é organizar um serviço de pós-vendas, para que o cliente sinta que a empresa se preocupa no seu bem- estar. Ou seja, criar e ter uma 21 gestão organizada dentro da empresa fará com que essa instituição crie certa vantagem frente aos seus concorrentes. Kotler defende: “Ao fazer seu planejamento de Marketing, a organização deve considerar que o sucesso do plano mercadológico é afetado pelo restante da empresa”. Todas as funções de uma organização devem interagir para alcançar seus objetivos globais,todos os departamentos precisam ‘pensar no consumidor’ e trabalhar juntos para satisfazer suas necessidades e expectativas (KOTLER, 1996, p.49). Se a empresa não estiver atenta às necessidades e desejos do cliente, perderá sua credibilidade junto a ele. Esses consumidores irão procurar suprir suas necessidades com outras empresas e inevitavelmente, se isso acontecer, as atividades empresariais desta instituição serão extremamente afetadas. Através do marketing a empresa pode fazer com que seus clientes se tornem fiéis a ela com o passar do tempo. Para tanto os clientes devem ser bem tratados e atendidos. Muitas empresas desenvolvem estratégias de marketing diferentes e criativas, não só para fidelizar seus clientes como também para atrair novos consumidores. Essas estratégias são muito importantes hoje em dia, tendo em vista a forte concorrência que se tem no mercado. É importante que a empresa seja cautelosa ao aplicar essas estratégias de marketing, pois, qualquer deslize com o cliente ou se houver algum tipo de insatisfação por parte dele, a empresa corre o risco de perder esse cliente para uma de suas concorrentes.E como o código de “direito do consumidor” é uma defesa legalizada onde na maioria dos casos os clientes recorrem em busca de seus direitos e, na maioria dos casos, recebem ganho de causa, a empresa deverá sempre estar atenta à satisfação do cliente. A empresa deve ficar atenta á forma como trata seu consumidor, tendo em mente sempre uma estratégia para lidar com possíveis reclamações de seus clientes junto à empresa. O modo de agir com os consumidores é de estrema importância, esse relacionamento com o cliente que muitas vezes faz a empresa alcançar o sucesso, pois, agradando ao cliente ela estará chegando a uma de suas principais metas que é suprir a necessidade do consumidor o satisfazendo por completo. 22 Enfim sem o surgimento do marketing e o fato de o cliente começar a interagir com as empresas e fornecedoras de produtos ou serviços que atendam às suas necessidades, as corporações continuariam sem progredir. Então, investir em estratégias para um bom relacionamento com o cliente nunca é demais, pois, sem esse relacionamento podemos dizer que é praticamente impossível ser bem sucedido no mercado. Portanto, esse processo de interação com o consumidor é necessário para que a empresa de certo e é esse processo um dos principais itens que compõem o marketing. O marketing é uma política da empresa a gerar satisfação ao bem estar do cliente em longo prazo, conforme corroborado por Kotler na citação acima. Fazer um bom marketing é colocar o produto certo, na hora certa, no mercado certo, pelo preço certo, para o consumidor certo, sabendo que irá receber na data certa, promovendo contentamento ao cliente em tempo indeterminado. As atividades de marketing devem focalizar a realização de objetivos que sejam coerentes com as estratégias e políticas básicas da empresa. As empresas devem ter um sólido compromisso em tratar os clientes, sendo que, seus clientes em potencial devem ter um tratamento apropriado, com qualidade e respeito, assim, com sensibilidade a empresa consegue persuadir seu cliente, fazendo com que o mesmo adquira seus produtos ou serviços. É importante frisar que não se deve passar do ponto com o cliente, o aborrecendo ou chateando como por exemplo apresentando justificativas, repetir o que foi feito no passado, improvisar no atendimento, dentre outros tantos exemplos de coisas que não se deve fazer, pois, são essas pequenas coisas que fazem o cliente deixar de comprar e enfraquece a visão dele junto a empresa. Portanto, é indispensável que a empresa tenha profissionais qualificados e muito bem treinados, para lidar com esses consumidores e com todo tipo de reclamação que possa surgir, esse tratamento de empresa e cliente é de suma importância para o crescimento da organização. Além disso, a avaliação das atividades de marketing para empresa é fundamental para o seu crescimento e sobrevivência, sendo que a maior parte das empresas depende desses esforços para a contribuição do sucesso das mesmas. Conforme já consideramos, sabemos que marketing é, entre outras coisas, o processo de planejar e estabelecer preços, promoção e distribuição de ideias, reunir 23 bens e serviços com intuito de criar trocas que satisfaçam alvos individuais e organizacionais. Um planejamento eficiente de marketing combina todos os elementos do composto de marketing em um programa que distribui perfeitamente cada ferramenta existente no marketing, alcançando os objetivos mercadológicos da empresa ou instituição. Assim, a compreensão desses instrumentos que compõem o marketing ajuda a neutralizar as forças ambientais, canalizando recursos e obtendo resultados financeiros e de posicionamento de mercados compensadores. 3.1 MIX DE MARKETING Não podemos deixar de conceituar o marketing através do que se chama de Composto de Marketing ou Mix de Marketing. O composto de Marketing é um dos principais conceitos do Marketing moderno,podendo ser definido como um grupo de variáveis que a empresa utiliza para produzir a resposta que deseja no mercado-alvo. Para Cobra, (1992, p.41), “a interação de uma organização com seus meios ambientes internos e externos se realiza através do composto de Marketing”. Kotler e Armstrong definem o Mix de Marketing assim: Definimos mix de marketing como o grupo de variáveis controláveis de marketing que a empresa utiliza para produzir a resposta que deseja no mercado alvo. O mix de marketing consiste em todas as ações da empresa com intenção de influenciar a demanda de seu produto. As várias possibilidades podem ser reunidas em quatro grupos de variáveis (KOTLER; ARMSTRONG, 1998, p.31). Este composto é constituído por Produto, Preço, Distribuição (Praça ou Ponto-de-Venda) e Promoção. Podemos dividir esse composto por suas características que são: Produto: Variedades de produtos Qualidade Design 24 Características Nome da marca Embalagens Serviços É a combinação de ‘bens e serviços’ que a empresa oferece ao mercado alvo. Assim, o produto de um Ford Taurus é composto de porcas e parafusos, velas, pistões, faróis e milhares de outras peças. A Ford oferece vários modelos de Taurus e vários equipamentos opcionais (KOTLER; ARMSTRONG, 1998, p.31). Assim, podemos definir que o produto é uma combinação de “bens e serviços” nos quais à empresa oferece ao mercado é o conjunto de atributos, funções e benefícios que os consumidores compram. Portanto para que haja uma boa aceitação dos produtos, é necessário que eles sejam ofertados com boa qualidade, atendendo aos gostos dos consumidores, com modelos diferenciados e uma variedade de estilos. Preço: Preço de lista Descontos Concessões Prazos de pagamentos Financiamentos Kotler e Armstrong (1998, p.31) afirmam que o preço “significa a soma de dinheiro que os clientes devem pagar para obter o produto”. Assim, ao fixar um preço, deve-se considerar o tipo de concorrência no mercado-alvo e o custo total do composto de marketing. Deve-se também tentar estimar a reação do consumidor quanto aos preços e proporcionar descontos e criar estratégias de marketing estimulantes à compra dos produtos ou serviços ofertados, com auxílio adequado, prazos de pagamento e termos de créditos efetivamente atrativos. O preço é o único componente do mix de marketing que gera receita e é um dos principais elementos na determinação da participação do mercado de uma empresa e sua rentabilidade. 25 A determinação do preço de um produto nem sempre é uma tarefa fácil. É preciso considerar que quando bem posicionado, o preço de um produto ou serviço é o fator primordial ao sucesso do plano de marketing. Praça: Canais Cobertura Variedade Locais Estoque Transporte Segundo Kotler e Armstrong (1998, p.31), “Praça ou Ponto-de-Venda envolve as atividades da empresa que tornam o produto disponível para os consumidores alvo”. Assim, a decisão sobre onde será o ponto-de-venda envolve as tarefas de levar o produto certo ao local onde está o consumidor, pois um produto não é bom para o consumidores e não estiver disponível quando e onde for desejado. São várias as formas de distribuição, dentre os principais encontram-se: Distribuição Direta: ocorre quando o produtor do serviço ou produto vende diretamente ao consumidor. Exemplo disso são os atacadões, lojas de fábrica que vendem o valor diretamente ao consumidor. Distribuição Indireta: ocorre quando o produto ou serviço utiliza-se de distribuidores para levar o produto até o consumidor. Exemplo disso são as diversas lojas que vendem produtos de multimarcas, ou seja, não fabricadas pela loja, assim como, mercados que vendem produtos de multimarcas. Promoção: Promoção de vendas Publicidade Relações públicas Marketing 26 Como o último dos Ps, Kotler e Armstrong (1998, p.31) afirmam que “Promoção significa as atividades que comunicam os atributos do produto e persuadem os consumidores-alvos a adquiri-lo”. Portanto, promoção é toda ação orientada para levar um produto ou serviço ao consumidor em condições mais favoráveis de preço, condições de pagamento ou outras condições que possam oferecer alguma vantagem ao consumidor, em um período de tempo determinando. A promoção significa atividades que comunicam os atributos do produto e levam os consumidores-alvos a adquiri-lo. É preciso utilizar com efetiva criatividade as ferramentas promocionais, como a propaganda, a força de vendas (venda pessoal), a promoção de vendas,relações públicas e o merchandising. Quanto ao inteiro conceito do Mix de Marketing, Kotler e Artmstrong defendem: Um programa eficaz de marketing reúne todos os elementos do mix de marketing em um programa coordenado, destinado a atingir os objetivos de marketing da empresa através da oferta de valor aos consumidores. O mix de marketing é o conjunto de táticas da empresa para criar um forte posicionamento nos mercados-alvo. Porém, vale notar que os quatro P’s representam o ponto de vista do vendedor quanto às ferramentas disponíveis para influenciar os compradores. Do ponto de vista do consumidor, cada ferramenta de marketing é criada para oferecer algum benefício ao cliente. (KOTLER; ARMSTRONG, 1998, p.32) Grande parte dos indivíduos confundem propaganda com marketing. Isso porque o composto promocional é a parte do marketing que mais aparece e é percebida pelas pessoas de forma geral. Portanto, como essa monografia está voltada para o Marketing Sensorial, podemos dizer que todos esses conceitos de marketing que consideramos até agora, tem uma aplicação na área de marketing sensorial. Assim, como o marketing possui seu mix e seus conceitos, podemos afirmar que no marketing sensorial isso também ocorre. De modo que consideraremos a seguir os conceitos fundamentais que permeiam o marketing sensorial. 27 4 MARKETING SENSORIAL Minha vida é monótona. Eu caço as galinhas e os homens me caçam. Todas as galinhas se parecem e todos os homens se parecem também. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra. O teu, me chamara para fora da toca, como se fosse musica [...] A raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe: Por favor [...] cativa-me! Disse ela (SAINT-EXUPÉRY, 2002, p.98-99). Miranda e Arruda (2004), afirmam que o Marketing Sensorial teve inicio no final da década de 1990, onde surgiram as primeiras estratégias sensoriais, tendo como argumento entender as sensações que os produtos podem causar aos clientes, assim, diferenciando-se do marketing tradicional, que prioriza o produto e não o consumidor. Sendo os sentidos humanos responsáveis por ligar a memória as experiências vividas no cotidiano de emoções passadas ou presentes, as estratégias de estimulação dos cinco sentidos podem favorecer não só a compra, como também criar um vinculo emocional e afetivo do consumidor com a empresa ou marca. Isso faz com que a empresa provoque experiências positivas junto a esse cliente, marcando suas memórias. Segundo Camargo (2009), o Marketing Sensorial é um conjunto de comunicação não verbais, que tem a intenção de estimular os cinco sentidos humanos (visão, audição, olfato, tato e paladar). Todas essas ações são feitas com o intuito de atrair o cliente, captando a atenção de seus sentidos e assim consequentemente, aumentando as vendas. É bom ressaltar que essas ações são realizadas principalmente em pontos de venda, lugares de fácil acesso, com ampla visão, podendo ser feita qualquer tipo de ação. Com o objetivo de causar excitações nos clientes Schimitt (2002) frisa que esse tipo de marketing é usado para deixar o cliente mais relaxado, ou seja, confortável no ponto de vendas. O autor destaca também três motivos básicos para se utilizar deste tipo de estratégia sensorial: diferenciar, motivar e transmitir valores para o cliente. Não é de hoje que a comunicação nos acompanha. Desde os tempos primórdios, o homem tentava achar maneiras de se comunicar, assim, a comunicação se torna um elemento essencial na humanidade, transformando à 28 história e hoje fazendo uma projeção do futuro, devido aos vários meios e maneiras que surgem a cada dia. Com a chegada dos meios de comunicação, tudo ficou mais fácil, a comunicação evoluiu, novas tecnologias foram lançadas e novas mídias e maneiras de fazer comunicação nasceram. Dentre estas novas maneiras de comunicação, chega ao mercado o marketing sensorial, ou BrandSense, como uma nova forma de fortalecimento e crescimento da marca e tendo como foco principal o vinculo emocional entre o cliente e a empresa. Esta estratégia é uma alternativa que tem conquistado cada vez mais o espaço no ponto de venda, centralizando os esforços na transformação da experiência de consumo em uma atividade envolvente e marcante. (CAMPOS, Wagner). Marketing Sensorial: Sinta a diferença! em: <http://www.artigonal.com/marketing-e-publicidade-artigos/marketingsensorial-sinta-a-diferenca 748308.html>. O Marketing Sensorial não exige investimentos mirabolantes para sua implementação e torna a experiência de compra em um ato cada vez mais prazeroso para o cliente fazendo, consequentemente, com que ele retorne com novos clientes. BrandSense é uma vertente do Branding que defende a construção e desconstrução de uma marca, se baseando nos cinco sentidos humanos. Além da visão e audição, sentidos mais comumente usados para comunicar a personalidade de uma marca, o BrandSense explora ainda o olfato, tato e o paladar. (SANGIOVANNI, Carolina) BRANDSENSE: Experiências Sensoriais e Branding. Em: <http://chocoladesign.com/brandsense-experiencias-sensoriais-e-branding> O BrandSense engloba os 5 sentidos do ser humano: visão (cores e formas), audição (musicas e sons) tato (texturas) paladar (azedo, amargo, doce, salgado) e o olfato (odores). É em cima desses “sensores” que é feito todo o trabalho de planejamento e fortalecimento da marca. Os profissionais de marketing gostam de ver nas marcas um fenômeno psicológico proveniente das percepções dos consumidores individuais. (HOLT, Douglas B, 2004, p.19) 29 Lindstrom comenta que o ser humano é capaz de compreender o mundo através de todos os seus sentidos, porém, segundo o autor, a grande maioria das empresas acaba utilizando a visão e a audição como principais formas de conquistar o cliente, deixando de lado, o tato, o olfato e o paladar, que são elementos fundamentais na percepção do mundo. Podemos dizer que o sentido mais eficaz é a visão. Segundo pesquisas, a visão detém cerca de 70% dos receptores do corpo, onde, sua principal função é de captar as imagens que serão enviadas ao cérebro, no qual irá interpretar e analisar as informações passadas. A visão é o sentido que faz com que o individuo sinta mais emoções, pois, quando vemos algo, automaticamente sentimos alguma coisa. É como diz o ditado o que os olhos não vêem o coração não sente. A nossa audição também desencadeia muitas emoções em nosso corpo. Os sons tem uma ligação com o cérebro, o que faz com que as emoções aflorem, influenciando diretamente no comportamento do consumidor. Ribeiro (2009) afirma que uma loja com um som ambiente pode provocar no consumidor uma sensação agradável e positiva, podendo levar ele a repetição da compra. O olfato é associado a intuição, pois, é um sentido que não é filtrado pelo cérebro, podendo aflorar milhares de sensações, imagens, memórias e associações no consumidor. Pradeep (2012) diz que quando um aroma é gravado na mente de um consumidor, assim que sentido novamente trará a ele uma lembrança visual, fazendo com que o mesmo reviva o momento ou a experiência marcante. O paladar é o estimulo menos usado pelas empresas. Porém, esse sentido pode trazer a marca uma imagem muito positiva junto ao consumidor. Grande maioria das pessoas associam paladar com empresas do setor alimentício, mas, segundo Ribeiro (2009), as organizações varejistas quando oferecem coquetéis ou um simples café aos seus clientes, já estão fazendo uma grande diferença, deixando o consumidor a vontade, relaxado. Pradeep (2012) afirma que o tato, é o primeiro sentido desenvolvido pelo ser humano. Assim que um cliente toca no produto, ele é capaz de aguçara sua imaginação, criando junto à esse consumidor apenas com um toque a sensação de propriedade, antes mesmo que se obtenha a compra. Ou seja, quando uma loja distribui avisos de não tocar nos objetos, acaba afetando na decisão dos seus clientes, que poderão perder a confiança na empresa. 30 Chegar ao consumidor de uma maneira diferente e marcante, atingindo o seu inconsciente, é basicamente o que o Marketing Sensorial faz. Explorar os cinco sentidos humanos, como uma maneira de entrada junto ao consumidor, promovendo qualquer reação ou atitude ás ofertas do mercado. Diferente dos primórdios do marketing, em que a propaganda não ia além do anúncio dos atributos do produto, e da segunda onda, em que a fixação da marca na memória do consumidor é o pressuposto básico, o marketing das sensações participa da construção do produto e propõe a experiência de uso como a melhor forma de vender e agregar valor (COBRA & RIBEIRO, 2000, P.155). Os seres humanos sempre foram divididos entre a razão e a emoção. O BrandSense, chega ao mercado, como forma de fazer com que a razão entre em conflito com a emoção, é quase uma batalha no inconsciente do consumidor, onde devido ao estimulo dos sentidos a emoção sempre fala mais alto, se sobressaindo. Isso porque quando um consumidor entra em uma loja e sente um determinado cheiro ou escuta certa música, ele acaba passando por um processo de recordação. O cliente lembra-se de algo, assim, acaba comprando o produto pelo simples estímulo de uma memória ou aguçamento de um ou mais de seus sentidos, lembrando sempre da marca em questão, toda vez que passar por uma experiência parecida. Os seres humanos são movidos pela emoção, não pela razão. [...] A emoção e a razão estão entrelaçadas, mas, quando entram em conflito, a emoção sempre ganha. Sem o fugaz e intenso estímulo da emoção, o pensamento racional torna-se lento e se desintegra. [...] O importante é envolver-se com as novas realidades da emoção. Temos que descobrir o que elas significam para nós. Como afetam o comportamento. [...] Analisando as emoções alheias e nos recusando a reconhecer as nossas, mantemos os mesmos velhos hábitos (ROBERTS, 2005, p.42-43). É fato que os cinco sentidos humanos despertam uma quantidade infinita de emoções e sensações no subconsciente do consumidor, desencadeando uma liberdade mental nele, ou seja, mexendo diretamente na imaginação desse consumidor. Assim, podemos dizer que o Marketing Sensorial é uma ferramenta que influencia no comportamento de compra do cliente. Nesse contexto vamos explorar 31 como a união do marketing sensorial e da semiótica podem influenciar e mexer nas emoções dos consumidores na hora da compra. 4.1 MARKETING SENSORIAL E A SEMIÓTICA Sendo o Marketing Sensorial uma forma de chegar mais próximo do consumidor e atraí-lo de uma maneira diferente. O estudo da Semiótica traz uma ótima definição para esse tipo de marketing, podendo explicar melhor como o mesmo funciona e de que forma pode ser aplicado dentro da empresa ou instituição. Semiótica é a ciência geral dos signos e da semiose que estuda todos os fenômenos culturais como se fossem sistemas sígnicos, isto é, sistemas de significação. Basicamente, a semiótica estuda diversos signos nos quais podem vir de qualquer sistema sígnico como Artes visuais, Música, Fotografia, Cinema, Culinária, Vestuário, Gestos, Religião, Ciência, etc. Semiótica é a ciência da significação e de todos os tipos de signos, afirmar que as teorias semióticas e suas respectivas metodologias podem ser aplicadas às linguagens das mídias mais diversas e seus respectivos processos de comunicação, desde a oralidade até o ciberespaço (SANTAELLA & NÖTH, 2004, p. 7). Tem sua origem na Grécia Antiga, assim sendo, a semiótica é pré filosófica. Porém, mais recentemente se expressaram os mestres conhecidos como pais desta disciplina. Em princípios do século XX vieram à luz as pesquisas de Ferdinand de Saussure e C. S. Peirce, é então que este campo do saber ganha sua independência e se torna uma ciência. Charles SandersPeirce que é um dos pioneiros dessa ciência conhecida como "Semiótica", ampliou sobremaneira a noção de signo, concebendo-o como uma relação triádica (Primeiridade, Secundidade e Terceiridade). Essa tríade é o alicerce de seus estudos junto à semiótica. Defino um Signo como qualquer coisa que, de um lado, é assim determinada por um Objeto e, de outro, assim determina uma ideia na mente de uma pessoa, esta última determinação, que denomino o Interpretante do signo, é, desse modo, mediatamente determinada por aquele Objeto. Um signo, assim, tem uma relação triádica com seu Objeto e com seu Interpretante (8.343). (p.12) 32 Partindo da ideia triádica de Peirce, podemos perceber que o marketing sensorial, não passa de signos e percepções de semiótica, pois, ele traz ao consumidor sensações e formas diferentes de interpretação, levando-o á uma experiência sensorial e associativa de algo já vivenciado. Sendo o estudo de Peirce baseado na tríade, vemos o quanto as nossas estratégias de marketing através da sensação, estão ligadas a essa pesquisa, sendo a primeira qualidade percebida pela consciência é uma sensação não visível, tênue. É tudo que nos remete há um momento de prazer e alegria, uma sensação agradável ao mesmo tempo, de alguma forma nostálgica ao nosso consciente, aquilo que é presente, imediato, o entendimento superficial de algo. Segundo Peirce: “O Primeiro torna-se predominante nas ideias de variedade sem medida e multiplicidade”. É a ideia condutora da “multiplicidade sensível“. Cor, forma, volume, textura, som, são aspectos básicos da Primeiridade. Conforme visto antes o marketing sensorial se utiliza dos sentidos humanos para atrair seus consumidores, os aspectos citados acima nos remetem há utilização dos mesmos dentro do desse tipo de marketing. Assim, podendo-se criar estratégias de alavancamento de vendas e manutenção de consumidores fiéis à marca. A ideia de Primeiro predomina nas ideias de novidade, vida, liberdade. Livre é o que não tem outro atrás de si determinando suas ações, mas assim aparece a ideia de outro, pela negação da alteridade; ela está presente para que se possa falar que a Primeiridade é predominante. A Liberdade só se manifesta na multiplicidade e na variedade incontrolada; e assim o Primeiro torna -se predominante nas ideias de variedade sem medida e multiplicidade. (PEIRCE, C., 1983, “A Manifestação da Primeiridade” in Fenomenologia, § 2: p.88). O segundo atributo é a percepção dos eventos exteriores, da matéria, da realidade concreta, na qual estamos constantemente em interação. É a compreensão mais profunda dos significados. É o existir, entrar em relação com o outro inserido fisicamente no tempo e no espaço. Visto partir do marketing sensorial, a secundidade se encaixa no fato do que as pessoas sentirão, causa e efeito; ação e reação; impacto. A primeiridade é o sentimento não analisado, a secundidade é o registro do sentimento, ou seja, o “clímax” do ato sensorial do marketing em si. 33 A ideia de segundo predomina nas ideias do causar e da força estática. Causa e efeito são dois; e as forças estáticas ocorrem sempre entre pares. Coação é uma Segundidade. No fluxo temporal da consciência o passado aparece agindo diretamente no futuro, efeito chamado memória; enquanto o futuro atua sobre o passado somente através de um terceiro. (PEIRCE, C., “Secundidade”, §3. Variações da Secundidade., p. 90.[325]). A terceiridade refere-se ao resultado da experiência, aos significados dos signos. Desta maneira, se realiza a elaboração intelectual, a junção dos dois primeiros aspectos, ou seja, ela confere à estruturação dos dois primeiros elementos em uma oração o contexto pessoal necessário. Considerar algo um terceiro é considerar esse algo como um signo. Entretanto um terceiro inclui um segundo que, por sua vez, inclui um primeiro. A terceiridade nada mais é, do que, a soma da primeiridade e da secundidade gerando um resultado positivo ou negativo. Na categoria da terceiridade, por meio do pensamento, representamos e reconhecemos o mundo, assim, acontece a relação de um fenômeno segundo, ou seja, relativo a secundidade, a um fenômeno terceiro que ocorre na camada da inteligibilidade, no pensamento em signos (NÖTH, 2003; SANTAELLA, 1983). Manter uma linha de consumidores, nunca foi uma tarefa fácil. As pessoas têm gostos diferentes, valores sedimentados, para isso é preciso conhecer bem o cliente, o que ele quer suprir suas necessidades, fazer com que a relação entre cliente e empresa seja cada vez mais estreita, para obter um melhor resultado junto à marca. Para Kotler (2000), “marketing é a ciência e a arte de conquistar e manter clientes e desenvolver relacionamentos lucrativos com eles”. 34 CONSIDERAÇÕES FINAIS O grande crescimento no setor varejista traz consigo consequentemente um aumento na concorrência. Isso tudo somado com clientes cada vez mais exigentes, faz com que as empresas sejam desafiadas a criar novas estratégias que prendam a atenção de seus consumidores. As organizações devem mostrar que o ato de comprar é muito mais que consumir, devem fazer com que o cliente tenha prazer em comprar, em estar naquele ambiente consumindo seus produtos. Além disso, percebemos que o Marketing um meio para um fim. Ou seja, aquela ideia que muitas pessoas têm de que marketing se resume ao processo de vendas está comprovadamente incorreta. O marketing é mais do que isso. É só considerarmos os vários elementos do Composto de Marketing que chegaremos facilmente a esta conclusão. Estas ferramentas proporcionadas pelo estudo do marketing representam um meio para que se chegue a um objetivo: aumento das vendas. Muitas empresas vêm apostando nessa nova maneira de fazer comunicação e de chegar ao consumidor. O BrandSense é uma estratégia de marketing muito utilizada por grandes marcas que estão no mercado. As empresas perceberam que quanto maior o tempo de relacionamento com o cliente, mais lucrativo ele se torna. Pois satisfazendo a vontade do consumidor ele gera um buzz marketing muito positivo para a marca, trazendo assim, mais consumidores. Inovar nas estratégias de Marketing é a grande jogada para as empresas e marcas que se utilizam cada vez mais do BrandSense em suas campanhas, aguçando e estimulando os sentidos, os sentimentos e a mente do consumidor. Assim, podemos concluir por meio deste estudo que o marketing sensorial junto com o estudo da semiótica mostra que a união dessas ciências (marketing e semiótica) é muito eficaz devido a teoria triádica desenvolvida por Peirce, onde a 35 Primeridade caracteriza a Ação do consumidor, a secundidade a interpretação e a terceiridade a reação do cliente junto a estratégia desenvolvida pela empresa. 36 REFERENCIAS CAMARGO, P.. 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