UNIJUI – UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO RS DACEC – DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS, CONTÁBEIS, ECONÔMICAS E DA COMUNICAÇÃO. CURSO DE ADMINISTRAÇÃO – BACHARELADO – MODALIDADE PRESENCIAL ALUNO: LUCAS AUGUSTO MISSIO QUEIROZ PROFESSOR ORIENTADOR: MARTIN LEDERMANN AUDITORIA DE MARKETING NO MERCADO BELA VISTA Trabalho de Conclusão De Curso TRÊS PASSOS/RS, 2° SEMESTRE DE 2015. 2 ALUNO: LUCAS AUGUSTO MISSIO QUEIROZ PROFESSOR ORIENTADOR: MARTIN LEDERMANN AUDITORIA DE MARKETING NO MERCADO BELA VISTA Trabalho de Conclusão de Curso Trabalho de Conclusão do Curso de Administração da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ. TRÊS PASSOS/RS, 2° SEMESTRE DE 2015. 3 AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus que iluminou o meu caminho durante esta caminhada. Á minha família, em especial meus pais, Celso e Elisabete, pelo apoio, incentivo e carinho dedicados a mim. Devo a eles tudo o que sou hoje. Agradeço aos amigos, pela amizade, ajuda e companheirismo durante esta caminhada e outras que virão. Aos professores do curso pela atenção, em especial ao meu orientador, Professor Martin Ledermann, pela dedicação e disponibilidade. Agradeço a Universidade do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – Unijuí, por ter repassado o conhecimento necessário à minha formação. A todos que colaboraram de uma maneira ou outra para a elaboração deste trabalho, o meu muito obrigado. 4 LISTA DE FIGURAS Figura 01 – Conceitos de marketing ...................................................................... 22 Figura 02 – Ambiente de marketing ...................................................................... 27 Figura 03– Microambiente de marketing ............................................................ 28 Figura 04 – Macroambiente de marketing ............................................................ 35 Figura 05 – Composto de marketing ..................................................................... 53 Figura 06 – Ciclo de vida de um produto .............................................................. 57 Figura 07 – Matriz BCG ........................................................................................ 60 Figura 08 – Modelo de comunicação ..................................................................... 73 Figura 09 – Matriz BCG – Mercado Bela Vista.................................................. 121 Figura 10 – Fachada do Mercado Bela Vista ...................................................... 127 Figura 11 – Desnivelamento da calçada .............................................................. 128 Figura 12 – Cores no ambiente ............................................................................ 129 Figura 13 – Exposição de produtos ..................................................................... 130 Figura 14 – Ponto promocional extra .................................................................. 132 Figura 15 – Exemplo de gôndolas bem exposta .................................................. 133 Figura 16 – Exposição de produtos no Mercado Bela Vista ............................... 134 5 LISTA DE SIGLAS ACI – Associação Comercial e Industrial ABRAS – Associação Brasileira de Supermercados AMA – Associação Americana de Marketing BCG -Boston Consulting Group CVP – Ciclo de Vida do Produto CDC – Código de defesa do consumidor DIEESE – Departamento Intersindical de Estatística FAMPE – Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas FEE – Fundação de Economia e Estatística IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística INMETRO – Instituto Nacional de Metrologia Qualidade e Tecnologia IPCA – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo MEI – Micro empreendedor Individual SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio as Micro e Pequenas Empresas SIM – Sistema de Informação de Marketing SCPC – Serviço Central de Proteção ao Crédito 6 LISTA DE QUADROS Quadro 01 - Mercados - clientes ............................................................................ 32 Quadro 02 - Vantagem e desvantagens das mídias ............................................... 75 Quadro 03 -Informações do macro ambiente ....................................................... 86 Quadro 04 - Oportunidades, ameaças e proposições do microambiente ............. 89 Quadro 05 - Análise da concorrência .................................................................... 95 Quadro 06 - Oportunidades, ameaças e proposições do macroambiente .......... 100 Quadro 07 - Oportunidades, ameaças e proposições do SIM ............................. 109 Quadro 08 - Oportunidades, ameaças e proposições do Posicionamento .......... 111 Quadro 09 – Oportunidades, ameaças e proposições da Segmentação .............. 113 Quadro 10 - Oportunidades, ameaças e proposições quanto ao produto .......... 116 Quadro 11 – Grupos de produtos ........................................................................ 116 Quadro 12 – Produtos alimentícios ..................................................................... 117 Quadro 13 – Produtos de limpeza ....................................................................... 118 Quadro 14 – Produtos de higiene ........................................................................ 118 Quadro 15 – Bebidas ............................................................................................ 118 Quadro 16 – Produtos de bazar e outros ............................................................. 119 Quadro 17 - Oportunidades, ameaças e proposições quanto ao preço............... 123 Quadro 18Oportunidades, ameaças e proposições quanto ao ponto de venda .. 126 Quadro 19 – Áreas positivas e negativas para exposição de produtos ............... 131 Quadro 20 - Oportunidades, ameaças e proposições quanto a promoção ......... 136 7 SUMÁRIO RESUMO EXPANDIDO ....................................................................................... 10 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 14 1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO ........................................................... 16 1.1 Apresentação do tema ...................................................................................... 16 1.2 Caracterização da organização ........................................................................ 17 1.3 Problema........................................................................................................... 18 1.4 Objetivos ........................................................................................................... 18 1.4.1 Objetivo geral.................................................................................................. 18 1.4.2 Objetivos específicos ....................................................................................... 19 1.5 Justificativa ...................................................................................................... 19 2 REFERÊNCIAL TEÓRICO .............................................................................. 20 2.1 Conceitos de marketing .................................................................................... 20 2.2 Conceitos de auditoria...................................................................................... 23 2.3 Auditoria de marketing .................................................................................... 25 2.3.1 Auditoria do ambiente de marketing ................................................................ 26 2.3.1.1 Microambiente de marketing ........................................................................ 28 2.3.1.2 Macroambiente de marketing ....................................................................... 34 2.3.2 Auditoria do Sistema de Informação de Marketing .......................................... 42 2.3.3 Auditoria do posicionamento ........................................................................... 44 2.3.3.1 Estratégias de posicionamento ...................................................................... 44 2.3.3.2 Vantagem competitiva pelo posicionamento ................................................. 45 2.3.4 Auditoria da segmentação de mercado ............................................................. 46 2.3.4.1 Procedimentos para a segmentação de mercado ............................................ 46 2.3.4.2 Bases para a segmentação de mercado .......................................................... 47 2.3.4.3 Requisitos para a segmentação de mercado ................................................... 50 2.3.4.4 Seleção e avaliação dos segmentos de mercado ............................................ 51 2.3.5 Auditoria do mix de marketing ........................................................................ 52 2.3.5.1 Produto ......................................................................................................... 53 2.3.5.1.1 Classificação dos produtos ......................................................................... 54 2.3.5.1.2 Linhas de produtos .................................................................................... 56 2.3.5.1.3 Ciclo de vida dos produtos......................................................................... 57 2.3.5.1.4 Componentes de um produto ..................................................................... 58 8 2.3.5.1.5 Matriz BCG ............................................................................................... 59 2.3.5.1.6 Novos produtos ......................................................................................... 61 2.3.5.2 Preço ............................................................................................................ 61 2.3.5.2.1 Objetivos de preço ..................................................................................... 62 2.3.5.2.2 Passos para a determinação do preço ......................................................... 62 2.3.5.2.3 Estratégias de preço .................................................................................. .62 2.3.5.2.4 Estratégias de fixação de preço .................................................................. 63 2.3.5.2.5 Estratégia de adequação de preço ............................................................... 64 2.3.5.3 Gerenciamento do Ponto de Venda (Praça) ................................................... 65 2.3.5.3.1 Projetando o espaço de venda .................................................................... 66 2.3.5.3.2 Ambiente de venda .................................................................................... 67 2.3.5.3.3 Movimentando-se no ponto de venda ......................................................... 70 2.3.5.3.4 Exibição de produtos ................................................................................. 71 2.3.5.4 Promoção ..................................................................................................... 72 2.3.5.4.1 Comunicação de marketing ........................................................................ 73 2.3.5.4.2 Ferramentas de comunicação ..................................................................... 74 3 METODOLOGIA ............................................................................................... 81 3.1 Classificação da pesquisa ................................................................................. 81 3.1.1 Pesquisa quanto a natureza .............................................................................. 81 3.1.2 Pesquisa quanto a abordagem .......................................................................... 82 3.1.3 Pesquisa quanto aos objetivos .......................................................................... 82 3.1.4 Pesquisa quanto aos procedimentos técnicos.................................................... 83 3.2 Universo amostral e sujeitos da pesquisa ........................................................ 85 3.3 Coleta de dados ................................................................................................ 85 3.4 Análise e interpretação dos dados ................................................................... 87 4 RESULTADOS ................................................................................................... 88 4.1 Auditoria do ambiente de marketing............................................................... 88 4.1.1 Auditoria do microambiente ......................................................................... 88 4.1.2 Auditoria do macroambiente ........................................................................ 99 4.2 Auditoria do SIM ........................................................................................... 108 4.3 Auditoria do processo de posicionamento ..................................................... 111 4.4 Auditoria do processo de segmentação .......................................................... 113 4.5 Auditoria do composto de marketing ............................................................ 115 4.5.1 Auditoria do produto .................................................................................. 115 9 4.5.2 Auditoria do preço ...................................................................................... 122 4.5.3 Auditoria do ponto de venda....................................................................... 126 4.5.4 Auditoria da promoção ............................................................................... 135 CONCLUSÃO ...................................................................................................... 143 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 148 APÊNDICE .......................................................................................................... 153 10 RESUMO EXPANDIDO Auditoria de Marketing no Mercado Bela Vista¹ Lucas Augusto Missio Queiroz² Martin Ledermann³ ¹ Trabalho de Conclusão de Curso ² Autor do Trabalho ([email protected]) ³ Professor Orientador ([email protected]) Introdução O marketing é uma área da administração que proporciona ás organizações trabalhar estratégias de desenvolvimento de seus produtos através da criação de valor. Conforme definem Kotler e Keller (2006) o marketing envolve a identificação das necessidades e desejos do mercado para então oferecer um produto que proporcione satisfação dessas carências, obtendo algum lucro. Para tanto, definir as estratégias de marketing a serem utilizadas não é tarefa fácil, requer muito conhecimento da situação do mercado, dos clientes e da própria organização. Neste sentido se apresenta a auditoria de marketing que segundo Kotler e Armstrong (1999) é caracterizada por fazer um mapeamento da área de marketing da empresa, identificando problemas e apontando soluções para tais. A partir do exposto, o presente estudo visa realizar uma auditoria de marketing no Mercado Bela Vista. Esta é uma empresa familiar localizada no Município de Tenente Portela/RS, iniciada no ano de 2010, que atua na comercialização de produtos alimentícios, de limpeza, uso pessoal, e utilidades para o lar, se caracterizando por oferecer conveniência aos seus clientes. Os principais objetivos desta auditoria de marketing são identificar as oportunidades e ameaças quanto ao ambiente de marketing, o sistema de informação de marketing, o posicionamento, a segmentação de mercado e o mix de marketing, bem como propor ações para potencializar oportunidades e minimizar as ameaças. Referencial Teórico Segundo Kotler e Armstrong (1999) o ambiente de marketing apresenta forças controláveis e forças não controláveis. As forças controláveis são agrupadas no chamado microambiente, são elas: a empresa, concorrentes, intermediários de mercado, públicos, clientes e fornecedores. Por outro lado às forças não controláveis são agrupadas no macroambiente, são elas: o ambiente demográfico, ambiente econômico, ambiente natural, ambiente político/legal, ambiente tecnológico e ambiente sócio/cultural. O sistema de informação de marketing pode ser entendido como uma série de procedimentos e variáveis como pessoas e equipamentos que de forma ininterrupta capta, armazena e agrupa dados para distribuí-los como forma de subsidio aos processos de tomada de decisão de marketing, isto é o que defende Dias (2004). Quanto ao posicionamento Cobra (1992) defende que pode ser caracterizado como a atividade de criar uma imagem da empresa e/ou do produto na mente do consumidor. O objetivo disso é fazer com que o consumidor veja o produto de forma mais desejável do que os da concorrência. A segmentação de mercado conforme Kotler e Armstrong (1999) consiste em dividir o mercado em grupos que apresentem características semelhantes e possam dar respostas homogêneas. Uma boa segmentação é importante para as organizações pelo fato que é muito 11 difícil atender vários mercados por apresentarem necessidades diversas, sendo então necessário concentrar as estratégias para segmentos acessíveis e rentáveis. O mix de marketing contempla o produto, preço, praça e promoção, nas palavras dos autores Kotler e Armstrong (2003, p. 47) é“um conjunto de ferramentas de marketing táticas e controláveis que a empresa utiliza para produzir resposta que deseja no mercado-alvo”. Entender estas ferramentas e utilizá-las bem é elemento fundamental para o sucesso das organizações. Metodologia O presente estudo quanto a sua natureza é classificado como uma pesquisa aplicada, que visou identificar problemas e apontar soluções para estes. Adotando uma abordagem qualitativa, analisaram-se os dados de forma indutiva na busca por compreender, descrever e propor soluções para o problema. Com um objetivo exploratório buscou-se realizar primeiramente um levantamento bibliográfico e após comparar com a realidade do Mercado Bela Vista. Referente aos procedimentos técnicos utilizou-se a pesquisa bibliográfica para obter maior familiaridade com o tema, a pesquisa documental por meio de consultas a documentos da empresa, como cadastro de clientes. Com o objetivo de propor soluções para os problemas utilizou-se a pesquisa participante por parte do acadêmico e, por fim, o estudo de caso considerando-se que se analisou o caso do Mercado Bela Vista. A coleta de dados para a pesquisa foi feita junto à gestora do estabelecimento por meio de um roteiro de entrevista, sendo que, para se conseguir informação referente às variáveis do macroambiente também se consultou meios eletrônicos como o site do IBGE, por exemplo. Para análise e interpretação dos dados, utilizou-se a análise de conteúdo, objetivando retirar o maior numero possível de informações das fontes. Resultados Os resultados obtidos foram de grande relevância, expondo oportunidades que podem ser aproveitadas pela organização e ameaças que devem ser observadas para se tomar ações de antecipação e minimização de suas consequências. Propôs-se a empresa algumas ideias que podem ser realizadas visando o crescimento e desenvolvimento da organização, ideias estas baseadas na realidade da organização e de baixo custo. Quanto ao ambiente de marketing, no microambiente diagnosticou-se um ambiente favorável com boas oportunidades. Como exemplo, integrar as áreas administrativas com estratégias homogêneas que visem a satisfação do consumidor, oportunidade de negociar com novos fornecedores e conseguir preços mais atraentes, atender novos mercados de consumidores que possuem demandas diferenciadas e por plataformas alternativas como a internet. Orientou-se a empresa realizar um planejamento mais formal, criar um cadastro de fornecedores que lhe permitirá maior controle, realizar pesquisas junto aos consumidores, utilizar algumas práticas da concorrência e interagir mais com os diversos públicos. Estas são algumas ações que permitirão aproveitar as oportunidades e minimizar as ameaças no microambiente. O macroambiente revelou-se mais desafiador para a organização, principalmente quanto à economia e as novas tecnologias. Com a alta da inflação, da taxa de juros e do desemprego a classe C vem perdendo poder de compra, e esses são os principais clientes da organização. O rápido avanço tecnológico dificulta à empresa acompanhar as tendências e os novos hábitos dos consumidores. Para enfrentar esses desafios orientou-se a empresa praticar estratégias diversificas de preço, e buscar atender novos mercados que lhe permitirá conquistar novos clientes e novos negócios, um exemplo, é a participação em licitações. 12 Na auditoria do SIM se diagnosticou que a empresa precisa utilizar mais a tecnologia para aproveitar as oportunidades oferecidas por esta ferramenta. Com poucas informações sobre os clientes é desafiador criar estratégias eficazes, desta forma orientou-se que a organização busque a implantação de um sistema, um banco de dados que lhe permita guardar informações e obter relatórios a qualquer momento. Para tanto, a empresa pode utilizar serviços de estagiários da área de informática, o que consequentemente diminuiria os custos. Observou-se que a empresa adota um posicionamento de oferecer conveniência aos consumidores, com horários de atendimento diferenciado, facilidade de acesso e pouca burocracia no atendimento. Orientou-se que a organização busque fortalecer sua posição com maior divulgação dessas características, o que também lhe permitirá chegar a consumidores que ainda não conhecem a empresa. Verificou-se também que a empresa usou boas bases para segmentar seu mercado, o que lhe permitiu um segmento rentável. No entanto, a empresa ficou atrelada a apenas um segmento, formado principalmente por consumidores da classe C, que como já exposto vem tendo dificuldades com o atual cenário econômico. Neste sentido se orientou a organização buscar novos segmentos, como o mercado governamental, ou ainda consumidores da classe B. Na auditoria do composto de marketing, quanto aos produtos concluiu-se que a empresa possuí pouca variedade de produtos e marcas, dando poucas opções aos clientes. Além disso, existem produtos de pouca participação nos resultados e outros que até mesmo acabam dando prejuízo. Desta forma, orientou-se que a empresa busque mais fornecedores para diversificar as marcas além de acrescentar novos produtos, principalmente na fruteira e produtos de padaria. Ainda, a empresa pode retirar os produtos “abacaxis” que não contribuem para bons resultados. Referente ao preço observou-se que a empresa pratica preços mais elevados em relação a concorrência, o que se torna uma grande ameaça. Para minimizar isso orientou-se a empresa a trabalhar estratégias de preço, como preço de isca, estratégia de superbarganha e adequar alguns preços utilizando o preço psicológico. Quanto ao ponto de venda, percebe-se que a empresa deixa a desejar na organização do seu layout e exposição de seus produtos. Isto acaba prejudicando a visibilidade dos produtos e consequentemente a compra por impulso. Para tal problema se orientou uma adequação do layout a partir de levantamento de técnicas de exposição, maior uso das ações de merchandising e modernização dos móveis da empresa. Referente à promoção se observou que a empresa utiliza pouco suas ferramentas, dando vantagem aos concorrentes que as utilizam. Desta forma, propôs-se à empresa praticar mais ações de promoção de vendas, com estratégias de preço de atração, degustação de produtos e descontos. Da mesma forma a propaganda deve ser mais utilizada visando informar e dar maior visibilidade da empresa frente aos clientes. Conclusão Com base na auditoria foi possível atingir os objetivos propostos de identificar ameaças e oportunidades quanto ao ambiente de marketing, o sistema de informação de marketing, o posicionamento, a segmentação e o composto de marketing. Além disso, se indicou algumas alternativas para a organização no sentido de potencializar as oportunidades e minimizar as ameaças. Concluiu-se que a empresa precisa melhorara em algumas áreas, principalmente na maior utilização da tecnologia, que lhe permitirá maior controle das atividades e proporcionara subsidio para o processo de tomada de decisão das estratégias a serem seguidas. Ainda, é necessário melhorias quanto as técnicas de exposição de produtos no ponto de vendas e as atividades de merchandising, que interfere diretamente no comportamento do cliente. 13 De forma geral se considera que a organização tem bom potencial de crescimento, já conseguiu superar os obstáculos que afetam as empresas nos seus anos iniciais e está procurando conhecimento para se aperfeiçoar . Palavras chaves: Marketing, auditoria, oportunidades, ameaças, orientação. Referencias bibliográficas KOTLER, Philip. ARMSTRONG, Gary. Princípios do Marketing. São Paulo: Prentice Hall, 2003. KOTLER, Philip e KELLER, Kevin.A Bíblia do Marketing - 12ª ed. São Paulo: Prentice Hall, 2006. KOTLER, Philip; ARMSTRONG, Gary.Princípios de Marketing. 7ª ed. Rio de Janeiro: PHB, 1999. DIAS, Sergio Roberto. Gestão de Marketing. São Paulo: Saraiva 2004. COBRA, Marcos. Administração de Marketing. 2ª ed. São Paulo: Atlas, 1992. 14 INTRODUÇÃO Em um mercado onde a concorrência cresce a cada dia e as plataformas de comércio fornecem inúmeras opções aos consumidores, fazer com que estes escolham comprar em nossas empresas e não nas do concorrente virou um verdadeiro desafio. Neste sentido, criar estratégias diferenciadas, conhecer o mercado, suas necessidades e tendências tornaram-se essencial para as organizações. Assim, é preciso considerar que os clientes atuais estão cada vez mais exigentes, conseguem obter uma vasta quantidade de informações sobre os produtos e serviços em apenas alguns cliques na internet. Este fator faz com que a competição seja muito acirrada, não sendo mais somente local ou regional, empresas de todo o mundo disputam cada cliente, impondo às organizações que busquem se diferenciar positivamente em relação às demais. Através do marketing é possível alcançar um algo a mais, uma posição de destaque na visão do consumidor e obter os elementos necessários para o sucesso. O marketing é uma ferramenta que possibilita ao administrador da organização desenvolver novas oportunidades, criar valor para os clientes e gerar os resultados financeiros que as empresas almejam, defendem Kotler e Keller (2006). Considerando a importância do marketing nas empresas o presente estudo realiza uma auditoria de marketing no mercado Bela Vista, empresa familiar, de pequeno porte que atua na cidade de Tenente Portela/RS. Importante ressaltar que independentemente do tamanho das organizações, o marketing e suas ferramentas são totalmente aplicáveis. A partir da auditoria de marketing pretende-se diagnosticar ameaças e oportunidades em relação a diversos aspectos como o ambiente de marketing, a segmentação de mercado, o posicionamento, o sistema de informações de marketing e o mix de mercado (Produto, Preço, Praça e Promoção). Após esta fase de diagnóstico então, é possível desenvolver ideias e apontar planos de ação para as áreas problemas. Cobra (1992), define que auditoria é o processo pelo qual se investiga e identifica problemas em determinadas áreas, a fim de recomendar ações para solucionar os mesmos. O mesmo autor (1997) complementa dizendo que a auditoria de marketing é uma revisão ordenada das práticas desta área, com o intuito de fazer apontamentos sobre a eficácia dos métodos até então utilizados para atingir os objetivos determinados. O presente trabalho está organizado em quatro capítulos, sendo o primeiro a contextualização do estudo, que traz o tema, a caracterização da empresa, questão do estudo, os objetivos e a justificativa. 15 No segundo capítulo se faz uma abordagem teórica sobre a auditoria de marketing, expondo conceitos e ideias de diversos autores relativos à auditoria de marketing, ambiente de marketing, sistema de informação de marketing, segmentação, posicionamento e o composto de marketing. No capitulo três tem-se a metodologia, onde é apresentado todo o procedimento da pesquisa, quais foram: tipo de pesquisa, classificação da pesquisa, sujeitos da pesquisa, plano de coleta de dados e plano de análise dos dados. No capítulo quatro apresentam-se os resultados alcançados, ou seja, as oportunidades, ameaças e proposições quanto ao ambiente de marketing, o sistema de informação de marketing, o posicionamento da empresa, o segmento e o composto de marketing. Ao final do estudo ainda se tem a conclusão do mesmo, as referencias bibliográficas e o apêndice. 16 1 CONTEXTUALIZAÇÃO O ESTUDO Este tópico visa descrever o tema em questão, a caracterização da organização, o objetivo geral e os objetivos específicos, a questão do estudo, além da justificativa. Aqui se pretende deixar claro qual o assunto que foi pesquisado, bem como os objetivos alcançados, e ainda mostrar a relevância da pesquisa. 1.1 Apresentação do Tema Atualmente, é possível notar que a quantidade de empresas no mundo é muito grande, igualmente no Brasil e na maioria das nossas cidades. Diferente de tempos passados onde, existiam poucas empresas por segmento e muitas vezes a distância entre elas era algo que permitia certo conforto ao empresário quanto à preocupação de retenção e conquista de novos clientes. Grande parte das empresas existentes são micro e pequenas empresas. Segundo o SEBRAE (2013), em dezembro de 2012 já haviam 7,1 milhões de empresas registradas neste regime, sendo estas as principais geradoras de riqueza no Comércio do Brasil respondendo por 53,4% do PIB deste setor. No entanto, muitas dessas empresas acabam fechando suas portas nos primeiros anos de atividade. Segundo a revista Exame (2013) um dos principais erros que leva as pequenas empresas ao fracasso é o fato de dar muito foco na ideia do negócio e não nos seus diferenciais, suas vantagens competitivas. Outro fator é a política de preços, muitas querem ser competitivas em preço quando as grandes empresas é que inevitavelmente acabam tendo vantagem neste quesito. Falhas como estas ocorrem em grande parte pelo fato de haver uma gestão que pouco observa o ambiente em que sua organização esta inserida, seu segmento, seu mix de marketing, não consegue identificar seus pontos fortes, oportunidades que possam alavancar suas atividade e muito menos antever possíveis ameaças a sua existência. Estes e outros elementos são diretamente ligados ao marketing, que, diferentemente do que muitos pensam não é apenas propaganda. A área de marketing de uma empresa deve buscar identificar as necessidades e desejos dos clientes e trabalhar em conjunto com as demais áreas da organização para atender essas demandas procurando a satisfação dos 17 consumidores. Neste sentido se apresenta a auditoria de marketing, que permite a análise de todo o ambiente de marketing de uma organização. Uma auditoria de marketing segundo Kotler e Armstrong (1998) deve contemplar quatro elementos, deve ser abrangente, levar em conta todas as atividades de marketing da organização, deve ser sistemática, seguir uma sequencia organizada que começa com o diagnóstico da situação e termina com um plano que através de ações estratégicas busca aplicar as correções. Ainda, ela deve ser independente podendo ser executada por pessoas da própria organização ou consultores da área, e, por fim periódica, ou seja, sempre pode e deve ser refeita na busca da melhoria continua. Diante das informações expostas o tema deste estudo está definido como sendo “Auditoria de Marketing no Mercado Bela Vista”, uma pequena empresa do Município de Tenente Portela. 1.2 Caracterização da Empresa O Mercado Bela Vista teve início no ano de 2010 quando a proprietária enxergou a oportunidade de abrir um negócio próprio. Começou em uma pequena peça comercial comercializando produtos alimentícios industrializados, cigarros, bebidas, alimentos prontos, materiais de higiene pessoal e limpeza, entre outros que estão no cotidiano do consumidor. Com o passar dos anos a organização foi ganhando credibilidade e crescendo, em 2013 mudou-se para um prédio próprio e maior, aumentou a linha de produtos com mais variedades, mas, não abandonou sua principal característica de ser uma loja de conveniência e empresa familiar com uma relação próxima dos clientes. A empresa atua no Município de Tenente Portela, buscando atender basicamente os clientes locais, próximos a organização. Conta atualmente com a proprietária e mais um funcionário em uma estrutura organizacional bem simples. Missão Atender as necessidades dos consumidores, com agilidade, confiabilidade e conveniência, buscando a satisfação dos nossos clientes, funcionários, fornecedores e comunidade. 18 Visão Crescer de forma sustentável e responsável, buscando a consolidação no mercado através da boa relação com nossos clientes, fornecedores e comunidade. Valores Respeitar os públicos da empresa por meio de ações éticas e que coloquem os consumidores em primeiro lugar, estabelecendo uma relação de confiança na busca constante da retenção e conquista de novos clientes. 1.3 Problema Considerando o atual mercado, onde a competição entre as organizações é cada vez maior a necessidade de se criar estratégias diferenciadas para ganhar vantagens frente à concorrência, virou algo essencial. Ocorre que muitas empresas, principalmente as pequenas como a estudada neste trabalho, não tiram um tempo para analisar aspectos como este e definir ações estratégicas e de melhoria. Assim, este estudo busca auxiliar o Mercado Bela Vista da Cidade de Tenente Portela/RS no sentido de auditar a área de marketing, identificando as ameaças, oportunidades e apontando ações que possam ser implementadas e que possam vir a contribuir com o sucesso da empresa. Portanto, o problema da pesquisa ou questão do estudo está definido como “quais são as oportunidades e ameaças relacionadas ao marketing no Mercado Bela Vista? 1.4 Objetivos 1.4.1 Objetivo Geral Realizar uma auditoria de marketing no Mercado Bela Vista. 19 1.4.2 Objetivos Específicos Auditar o ambiente de marketing da empresa; Auditar o sistema de informações de marketing da empresa; Auditar o processo de segmentação e posicionamento da empresa; Auditar o mix de marketing da empresa; Propor sugestões para minimizar as ameaças e maximizar as oportunidades de marketing da empresa. 1.5 Justificativa Nos últimos anos as facilidades e incentivos para se abrir uma empresa no Brasil vêm fazendo com que estas se multipliquem. Um estudo do SEBRAE em 2013 apontou que 76% das empresas criadas conseguem superar os dois primeiros anos, e este bom número se deu principalmente pelo mercado fortalecido na época. Porém, no atual momento a situação já é outra, com previsão de uma inflação acima de 8% em 2015, aumento de juros e restrição ao crédito, entre outros fatores, a tendência é que o consumidor faça uma contingência de seus gastos. Perante o exposto, a necessidade de ter um maior planejamento e controle sobre a empresa se mostra indispensável, fatores que somente conseguem ser alcançados através de uma análise do ambiente da empresa, de seu sistema de informações, seu segmento, posicionamento, mix de mercado, das tendências e do saber o que os clientes necessitam no momento. Através de uma auditoria da área de marketing o Mercado Bela Vista poderá ter esta visão mais ampla do seu negócio, além de identificar necessidades dos clientes, novas oportunidades e possíveis ameaças que se apresentam em um segmento tão competitivo. Uma auditoria de marketing por certo não resolve todos os problemas de uma organização, mas contribui com muitas vantagens importantes, como criar estratégias de preço, promoção, otimização do espaço de vendas, retirada de produtos não rentáveis e implantação de novas linhas de produtos. Valoriza a imagem da organização e seu posicionamento, dá base para uma segmentação melhor do mercado e por consequência maior conhecimento sobre os clientes, entre outras vantagens. 20 Dessa forma, aponta-se para a importância deste estudo que poderá trazer muitas contribuições positivas para a organização, como novas oportunidades e antecipação a possíveis ameaças. Principalmente por ser uma pequena empresa que geralmente abre mão de consultorias por achar que não tendo uma grande estrutura não necessita, quando na verdade a captação de informações, sugestões e aprendizagens só vêm a contribuir com o negócio. Quanto à originalidade deste estudo pode-se dizer que é total, uma vez que nenhum estudo na área de marketing ou das ciências sociais foi desenvolvido na organização, até pelo fato de ser uma empresa nova no mercado. Outro fator contributivo à originalidade da pesquisa é a característica da organização, que por ser um mercadinho de bairro pode apresentar resultados interessantes. A gestora do estabelecimento se mostrou muito interessada na realização do estudo, se prontificando a disponibilizar as informações necessárias a construção deste, uma vez que a mesma entende a importância de uma boa gestão e de ideias novas, ressaltando que não busca maior auxilio especializado por falta de tempo e por achar que custa caro. Assim, vemos que a viabilidade da pesquisa é plena. 21 2 REFERENCIAL TEÓRICO Este capitulo do relatório tem por objetivo fazer um levantamento da teoria que cerca o tema proposto. Assim, faz-se uma revisão da literatura existente buscando expor os conceitos e teorias referentes à auditoria de marketing, de modo a propiciar ao leitor e apreciador do estudo uma maior familiarização ao assunto. Os conceitos expostos neste capitulo abordam os seguintes temas: conceitos de marketing, conceitos de auditoria, o ambiente de marketing, sistemas de informação de marketing, segmentação de mercado, posicionamento e o mix de marketing. A fonte da pesquisa é baseada em bibliografias e meios eletrônicos confiáveis que deliberam sobre os conteúdos. 2.1 Conceitos de marketing É comum que por vezes se ouça pessoas classificando o marketing como a atividade responsável na empresa por fazer a propaganda, a publicidade. Isto ocorre muito pelo fato destes indivíduos serem leigos no assunto e também por que a propaganda e divulgação talvez sejam os elementos que mais são visíveis ao público e que compõe o marketing. No entanto, o marketing pode ser entendido como o "processo social e gerencial através do qual indivíduos ou grupos obtém o que necessitam e desejam através da criação, oferta e troca de produtos de valor com os outros" (KOTLER, 1999 p. 07). Las Casas (2001), ainda revela que o marketing é a área do conhecimento que engloba todas as atividades concernentes às relações de troca, que objetivam atender as necessidades e desejos dos clientes, buscando atingir determinados objetivos das organizações e indivíduos e considerando sempre o meio ambiente de atuação e o impacto que essas relações causam no bem-estar da sociedade. Pode-se ver sob a visão desses dois autores que o marketing não apenas tem a preocupação de divulgação e venda de produtos, mas também, como todo um conjunto de elementos que busca ao final atender as necessidades e desejos dos consumidores. Conforme Drucker (2002), o objetivo central do marketing se apresenta em entender e conhecer tão bem o cliente que o produto se adapte a ele e a venda se torne automática. Ainda, de acordo com Kotler (2003), existem alguns conceitos centrais que compõe o marketing, a figura 1 evidencia esses conceitos. 22 Figura 1 – Conceitos de Marketing. Fonte: Adaptado de Kotler (2003). Conforme Kotler (2003) e Daronco (2008), esses conceitos podem ser entendidos da seguinte forma. Necessidade: esta pode ser entendida como um estado de carência física ou mental, ou a inevitável precisão de um produto ou serviço para a sobrevivência. Desejos: são vontades próprias das pessoas que surgem a partir de alguns fatores como a cultura e a personalidade. Demanda: quando os desejos se tornam realidade, por meio da capacidade de adquirilos. Produto: é algo ofertado ao mercado para suprir uma necessidade ou desejo. Valor: a diferença percebida pelo que se compra e o que se paga. Satisfação: reação frente ao desempenho do produto e o esperado dele. Qualidade: totalidade das características do produto que satisfazem o consumidor. Troca: é a aquisição de determinado bem por meio da entrega de outro que as duas partes entenderem serem de mesmo valor. Relacionamento: processo permanente de trocas. Mercado: um ambiente onde as trocas são potencializadas por haver muitos interessados em trocar algo. Compradores organizacionais: especialistas em adquirir produtos e serviços para empresas, governo e outras instituições. 23 Consumidores: pessoas que utilizam bens e serviços e os adquirem para satisfazer suas necessidades ou para dar para outra pessoa. A partir dos conceitos expostos é possível ver e dimensionar como a área de marketing é abrangente. Pode-se ter o entendimento então, que o marketing busca inter-relacionar todas as áreas da empresa com o objetivo comum de identificar e satisfazer as necessidades dos clientes, criando valor para estes a fim de realizar uma troca. 2.2 Conceitos de auditoria Segundo Basso (2005, p. 100) “a auditoria teve início na Inglaterra, no século XIV, para examinar as contas da coroa”. Com o passar do tempo esta prática foi se disseminando pelo mundo, sendo que, no Brasil, ganhou maior visibilidade após a Lei 4.728 de 1965, com a regulamentação do Mercado de Capitais. Conforme Crepaldi (2002) em uma visão mais contábil e financeira, a auditoria pode ser entendida como o estudo e julgamento de forma sistemática das transações, operações, processos, e rotinas das demonstrações financeira de uma organização. Compreende o exame de documentos, livros e registros, inspeções e obtenção de informações e confirmação, internas e externas, relacionados com o controle do patrimônio, objetivando mensurando a exatidão desses registros e das demonstrações contábeis deles decorridos. (CREPALDI, 2002, p.23). Quanto ao objetivo da auditoria, Attie (1993) contribui afirmando que ela fornece subsidio para a gerência, através da emissão de um parecer acerca da situação atual o qual aponta recomendações em relação às atividades auditadas. Existem vários tipos de auditoria, entre as mais conhecidas e utilizadas pode-se citar a auditoria interna, auditoria externa, auditoria contábil, auditoria de recursos humanos, auditoria operacional e auditoria de marketing (CREPALDI, 2002). a) Auditoria interna A auditoria interna é executada por um funcionário próprio ou contratado da organização, e busca avaliar a eficiência dos processos e atividades realizadas. Segundo Crepaldi (2002, p. 39), "constitui um controle gerencial que funciona por meio da análise e 24 avaliação da eficiência de outros controles". O principal objetivo da auditoria interna é fazer com que todos os membros da administração, desempenhem suas funções e responsabilidades da melhor forma possível, fornecendo-lhes análises, recomendações e comentários sobre as atividades examinadas. b) Auditoria externa A auditoria externa ao contrário da interna é exercida por profissionais independentes à organização, ou seja, não possuem vínculo com a mesma. Ela se destina a emitir pareceres acerca da posição do patrimônio, resultados das operações, origem e destinação dos recursos da organização. Por ser executada por profissionais alheios a empresa, os pareceres tendem a ser confiáveis e verídicos (ATTIE, 1993). c) Auditoria contábil A auditoria contábil se caracteriza por ser uma análise minuciosa e de forma independente de livros, documentos, registros e coleta de informações relevantes de fontes internas e externas a organização. A auditoria se limita a verificar os aspectos relacionados ao patrimônio da mesma (CREPALDI, 2002). d) Auditoria de recursos humanos Auditoria de Recursos Humanos é a análise das políticas e práticas de pessoal de uma entidade, e avaliação do funcionamento atual, seguida de sugestões para a melhoria, buscando conhecer melhor seu empregado para assim obter os resultados desejados. Tem como objetivo, dirigir as análises de cargos, planejar a necessidade de colaboradores, recrutamento de candidatos, treinamento de novos empregados, políticas de salários e benefícios (CHIAVENATTO, 2008). e) Auditoria operacional A auditoria operacional busca realizar uma revisão dos processos operacionais de setores públicos e privados a fim de verificar se os recursos estão sendo utilizados de forma eficiente, e se estão atingindo os objetivos operacionais. 25 Segundo Boynton (2002, p. 938) "as partes essenciais que constituem esse tipo de auditoria são: processo sistemático, avaliação de operações, eficácia, eficiência e economia de operações, relato a pessoas adequadas e recomendações para aperfeiçoamento". Segundo o autor pode-se notar que a auditoria operacional é a atividade de avaliação e detecção de problemas no nível operacional da organização. Do resultado busca-se implementar ações corretivas a fim de melhorar os processos. f) Auditoria de marketing A auditoria de marketing segundo Kotler e Armstrong (1999, p.39), é "um exame abrangente, sistemático, independente e periódico do ambiente, objetivos, estratégias e atividades da empresa, para determinar as áreas problemas e as oportunidades". A partir da auditoria é possível se ter um diagnóstico amplo desta área para então, se necessário, criar planos de ação para melhorá-la. A seguir, o tema auditoria de marketing é mais bem detalhado. 2.3 Auditoria de marketing Na crescente competitividade de mercado, apenas as organizações com estruturas sólidas e que possuem uma análise sistemática do seu ambiente, de seus processos, do seu segmento e principalmente das necessidades de seus clientes, é que conseguem se destacar e se desenvolver. Estes fatores são relacionados com o marketing, o qual, segundo Armstrong (2007) tem como um de seus principais objetivos manter os cliente atuais e conquistar os novos. Desta forma é preciso que a área de marketing esteja em plena sintonia em seus diversos processos, fazendo com que toda a organização trabalhe em conjunto para estar totalmente voltada ao cliente. A auditoria de marketing permite que as organizações alcancem isso através de um mapeamento de todas as áreas de marketing, que fornecerá um grande subsidio para se criar planos de ação, visando otimizar o desempenho do marketing da empresa (KOTLER e ARMSTRONG, 1999). 26 Uma auditoria de marketing é um exame periódico, abrangente, sistemático e independente do ambiente de marketing da empresa, sistema interno e atividades especificas de marketing, visando à determinação das áreas de problemas e à recomendação de um plano de ação corretivo para melhorar a eficácia global do marketing da empresa. (KOTLER e ARMSTRONG, 1999, p. 39). Pode-se ver que Kotler e Armstrong (1999), definem a auditoria de marketing sobre quatro aspectos: Periódica, que deve ser aplicada regularmente, não apenas quando se tem algum problema na área, e serve tanto para a empresa que está passando por um momento favorável, quanto para a que está em dificuldades. A auditoria deve ser completa, analisando toda a área de marketing, sendo assim abrangente. Deve ser sistemática, seguindo uma série de processos que culmina com a preposição de um plano de ação. E por fim, deve ser feito de forma independente, por alguém que tenha acesso a todas as informações necessárias, não sofrendo restrições que afetem o resultado. Segundo Cobra (1992), a auditoria de marketing vem ganhando valorização desde a década de 50, quando começou a desenvolver novos entendimentos sobre conceitos que anteriormente eram restritos a uma visão simplória. Estes conceitos são relacionados ao ambiente da empresa, margens de lucro, estratégias usadas, vendas e o composto de marketing, passando a utilizarem estratégias mais voltadas para os clientes. A partir dos conceitos expostos é possível formar um entendimento que a auditoria de marketing analisa minuciosamente as áreas do marketing, quais sejam, o ambiente de marketing, o sistema de informação de marketing, o posicionamento, segmentação e o mix de marketing (Produto, Preço, Praça, Promoção). Do resultado da análise se identifica as áreas problemas, as ameaças, oportunidades e se aponta caminhos/soluções. A seguir, apresenta-se cada uma dessas áreas de forma mais abrangente, onde, é possível ter o entendimento do que cada uma representa e o que é analisado pela auditoria. 2.3.1 Ambiente de marketing Segundo Kotler e Armstrong (1999), o ambiente de marketing é constituído pelas forças controláveis e não controláveis. As controláveis denominadas microambiente de marketing, são variáveis que estão próximas à organização, de maneira que podem ser manipuladas mais facilmente. As forças não controláveis denominadas macroambiente de 27 marketing, se encontram mais distantes da organização, sendo, desta forma, mais independentes e incontroláveis. A seguir a figura 2 apresenta o ambiente de marketing. Figura 2 – Ambiente de Marketing. Fonte: Adaptado de Kotler e Armstrong (1999). Na figura 2 é possível notar o microambiente, formado por seis variáveis: a empresa, concorrentes, públicos, intermediários, clientes e fornecedores. Já o macroambiente é formado pelo ambiente demográfico, ambiente econômico, ambiente político/legal, ambiente natural, ambiente tecnológico e ambiente sociocultural. Kotler e Armstrong (1999), ainda complementam dizendo que este ambiente oferece ameaças e oportunidades, sendo que, as empresas de sucesso sabem fazer a leitura deste cenário, e desta forma conseguem estar à frente, tanto quanto na hora de aproveitar uma oportunidade, quanto na hora de se precaver de uma ameaça. Desta forma, pode-se notar que as organizações precisam estar atentas e realizar um contínuo monitoramento do ambiente de marketing para serem capazes de potencializar as oportunidades e minimizar as ameaças. Para Kotler (2000, p.122) “o ambiente de marketing está mudando a um ritmo cada vez mais acelerado. Sendo assim, a necessidade de informações de mercado em tempo real é maior do que em qualquer outra época". Nesta afirmação do autor, destaca-se a importância de se analisar o ambiente de marketing periodicamente. 28 2.3.1.1 Microambiente de marketing O Microambiente de Marketing é composto pelas forças próximas a organização, chamadas variáveis controláveis, que são forças competitivas sobre as quais a empresa mantém certo controle, ou seja, são variáveis que dependem diretamente de sua competência e da qualidade da sua ação. Essas forças afetam diretamente sua capacidade de entender e atender seus clientes e segundo Kotler e Armstrong (1999), são seis variáveis que formam o microambiente, conforme pode ser visto na figura 3. Figura 3 – Microambiente de Marketing. Fonte: Adaptado de Kotler e Armstrong (1999). a) Empresa Conforme Kotler e Armstrong (1999), a empresa é constituída por grupos interrelacionados dentro do ambiente interno, fazem parte desta inter-relação, a alta administração, o departamento de finanças, compras, produção, contabilidade, e pesquisa e desenvolvimento. Para Rocha e Christensen (1999), as empresas ao estabelecerem as relações com os clientes seguem uma orientação que pode ser para o produto, para a venda ou para o marketing que segundo a autora é a orientação mais indicada e moderna para que as empresas se mantenham no mercado. 29 A orientação para o produto segundo Rocha e Christensen (1999), adota uma dinâmica de confiar demasiadamente no produto e seus atributos, em vez de buscar o que os clientes desejam. Os mesmos autores ainda afirmam que esta lógica se expressa da seguinte forma: "meu produto é bom e se vende sozinho", no entanto, é uma lógica de vida curta, principalmente nos dias atuais, pois produtos logo são substituídos por melhores e muitas vezes mais baratos. Etzel (2001) complementa dizendo que esta orientação para o produto ou para a produção perdurou até o momento em que a demanda por produtos excedia a oferta e ganhar clientes era fácil, mas nos dias atuais onde a concorrência é muito acirrada, é preciso agregar valor aos produtos. No que tange a orientação para vendas, Rocha e Christensen (1999, p. 84), afirmam que a empresa "enfatiza o uso dos instrumentos promocionais - propaganda, promoção, venda pessoal etc. - com o propósito único de gerar vendas a curto prazo para a empresa”. Essa mentalidade se expressa no "vender a qualquer custo". Conforme as autoras, esta orientação é difícil de se manter pelo fato de gerar muitas insatisfações nos clientes, que podem acabar migrando para a concorrência. Já Etzel (2001), classifica este método como "venda pesada” com dependência maciça das atividades promocionais para vender os produtos, o que acaba muitas vezes passando uma imagem negativa para muitos consumidores. Conforme Etzel (2001), após a Segunda Guerra Mundial muitas coisas mudaram, como a entrada do público feminino no mercado de trabalho, pessoas que estiveram no exterior adquiriram uma visão mais ampla de seus desejos, a maior tecnologia possibilitou fabricar uma maior diversidade de produtos, e estes com outras variáveis fez o consumidor se tornar menos ingênuo e mais exigente. A partir dessas mudanças as organizações começaram a mudar seu modo de ver o mercado, primeiramente identificando o que os consumidores queriam comprar e adaptando seus produtos para suprir as necessidades identificadas. Assim, se chegou ao terceiro estágio, a orientação para o marketing, onde as empresa buscam primeiramente as demandas para depois disponibilizar a oferta (ETZEL, 2001). b) Fornecedores Segundo Chiavenato (1994), os fornecedores são os responsáveis em ofertar insumos para as organizações, que são os fornecedores de recursos financeiros, equipamentos, 30 materiais, serviços, matéria-prima entre outros. Para Cobra (1992), os fornecedores são de fundamental importância para as empresas e precisam ser cuidadosamente observados, pois, os custos do material/serviço fornecido afeta diretamente no preço praticado aos consumidores finais. O autor ainda complementa dizendo que os fornecedores oferecem risco, uma vez que a qualquer momento podem passar a fabricar e vender seus produtos diretamente aos clientes finais. Segundo Kotler e Armstrong (2003), os fornecedores formam um elo fundamental no sistema de entrega de valor para o cliente da organização. São eles que oferecem os recursos necessários para a empresa produzir o seu serviço. Etzel (2001) concorda com os autores quando afirma que os fornecedores são uma parte vital do ambiente de marketing. Segundo o mesmo, uma empresa não atinge seu objetivo de troca de um produto se não for capaz de produzi-lo ou comprá-lo. Sendo que nem sempre os responsáveis por estabelecer a relação com os fornecedores estão conscientes da sua importância até que a escassez de produtos exija um maior cooperativismo e trabalho em conjunto com os fornecedores. Como exemplo de importância dos fornecedores pode-se citar que são estes que abastecem as empresas com os produtos, e tem papel fundamental nos prazos de entrega, qualidade dos produtos, preços competitivos, lucro da empresa entre outros fatores que interferem diretamente na satisfação dos clientes. c) Intermediários do Marketing Conforme Kotler e Armstrong (1999, p.47), "os intermediários do marketing ajudam a companhia a promover, vender e distribuir seus bens aos compradores finais". Ou seja, os intermediários estabelecem uma relação de ligação com os consumidores que muitas vezes não são atendidos de forma direta pelo fabricante. Pode-se ver que desta forma é essencial que as organizações e seus intermediários mantenham boas relações, uma vez que o intermediário estará de certa forma representando a empresa no momento da revenda do produto ao cliente final. Kotler (2000), afirma que as organizações devem trabalhar no sentido de fortalecer e ampliar a cadeia de relacionamento com seus intermediários, visando a maior satisfação das necessidades de seus clientes, desta forma não apenas ela ganha, mas todo o sistema em si. Já para Etzel (2001), cabe fazer uma análise da utilização de intermediários, uma vez que pode ser mais vantajoso negociar diretamente com os clientes finais para obter margens 31 de lucro maiores. Entre os principais intermediários de marketing encontram-se os atacadistas, os varejistas, os agentes e a internet. Os atacadistas atuam comprando dos produtores e vendendo aos varejistas, geralmente possuem locais próprios de armazenamento e muitas vezes criam suas próprias estratégias de marketing, como catálogos especiais e equipe de venda própria. Os varejistas se caracterizam por ter uma relação mais próxima com os consumidores finais, geralmente contam com uma grande variedade de produtos e estabelecem o preço final destes. Os agentes são mais utilizados nos mercados internacionais atuando como facilitadores, porém, exigem um treinamento qualificado o que pode ser caro, além de serem difíceis de serem controlados pela distancia física. A internet talvez seja o intermediário que mais tenha crescido na atualidade, pois tem poucas barreiras de entrada, atingindo um público em âmbito global a um custo relativamente baixo. d) Clientes Segundo afirma Kotler e Armstrong (2003), o cliente é o elemento mais importante que compõe o microambiente. Como é o cliente que adquire as mercadorias e gera receita para as empresas, estas devem conhecê-lo da melhor forma possível, para assim, conseguir adaptar os produtos ás suas necessidades. Para Kotler (2000), os clientes do atual momento são mais difíceis de agradar. São mais inteligentes, possuem mais informações sobre os produtos, são mais exigentes e mais conscientes em relação aos preços, não desculpam mau atendimento e são abordados por mais concorrentes com ofertas iguais ou melhores. Dubrin (2001, p.18), contribui dizendo que "o verdadeiro patrão é o cliente. As mudanças de preferências no consumidor ou cliente exercem pressão direta sobre as empresas para satisfazer essas preferências". No quadro1,pode-se ver os cinco principais tipos de mercados-clientes, e de acordo com Kotler (1998), cada um possui características diferentes quanto a finalidade da compra. 32 Mercados Consumidores Caracterização Constituído por pessoas e famílias que buscam adquirir bens e serviços para seu próprio consumo. Industrial São organizações que compram produtos e serviços em grande parte para usar no seu processo produtivo, com o intuito de fabricar outros produtos. Revendedores São empresas ou também ambulantes que compram bens e serviços para a revenda com alguma vantagem ou lucro. Governamental São órgão de governo que adquirem produtos e serviços para atender as necessidades coletivas ou individuais de seus administrados. Internacional São entidades estrangeiras que compram bens e serviços, à exemplo das multinacionais. Quadro 1 – Mercados - Clientes Fonte: Adaptado de Kotler (1998) No quadro 1 pode-se notar que o primeiro tipo de cliente, o consumidor, pode ser entendido como as pessoas que no dia-a-dia fazem suas compras para suprir suas necessidades individuais e familiares. O mercado industrial é aquele que busca matéria-prima para fomentar sua produção e ofertar novos produtos aos mercados-clientes. Os revendedores buscam atuar como intermediários de mercado, adquirindo produtos já prontos para vender ao consumidor final com algum lucro. Quanto ao mercado governamental pode-se ver que busca produtos necessários aos processos de administração pública. Por fim, o mercado internacional são compradores estrangeiros que se interessam em produtos fabricados nacionalmente por alguma vantagem que ele ofereça, seja de qualidade, custo, logística entre outros. Assim, pode-se notar que compreender os determinados tipos de clientes, suas necessidades e desejos é essencial para que as organizações alcancem o sucesso. Apenas satisfazendo os clientes nas suas expectativas é que se consegue manter e conquistar novos clientes. e) Concorrentes Os concorrentes são um dos fatores do microambiente que mais oferecem ameaças às 33 organizações. Hoje em dia, o crescente aumento do consumismo, as novas tecnologias que permitem a venda por diversas plataformas, aliados a facilidade de se abrir uma empresa faz com que a concorrência aumente significativamente. Desta forma é preciso ficar atento e analisar a concorrência para se criar estratégias competitivas. Segundo Kotler (2000), a crescente disputa por clientes faz com que as empresas necessitem conhecer bem seus concorrentes através de um sistema de informações contínuas. Dias (2004), concorda com Kotler (2000), quando afirma que analisar a concorrência é de grande relevância para as organizações definirem estratégias tanto defensivas, a fim de minimizar as ações dos concorrentes, quanto ofensivas, para atacar e conquistar os clientes destas. Conforme Kotler e Armstrong (2003), a concorrência é constituída por empresas que oferecem o mesmo produto ou serviço. Desta forma é preciso que se agregue mais valor para os clientes a fim de que estes comprem em nossas lojas, e não na do concorrente. Segundo Etzel (2001), as empresas enfrentam três tipos de concorrência: Concorrência de marca: quando empresas trabalham com produtos similares, a diferenciação se dá principalmente pela marca, fazendo com que as atividades de promoção do produto e da marca tenham que trabalhar em conjunto. Produtos substitutos: os produtos substitutos são aqueles que podem desempenhar a mesma função, ou gerar o mesmo efeito, sendo que muitas vezes um é mais econômico que outro, fazendo com que a qualidade ou marca não seja tão relevante para o consumidor. Concorrência Geral: parte do pensamento de que o poder de compra de um consumidor é limitado, e no momento em que ele adquire um produto de determinado segmento, pode fazer com que não compre um produto de segmento diferente pela simples falta de recursos financeiros. f) Públicos Os públicos da empresa são grupos interessados nas atividades das organizações, e que podem de certa forma influenciar ou impactar no planejamento dessas para chegarem aos seus objetivos. Podem ser divididos em sete categorias, que são descritos na sequência, conforme Kotler e Armstrong (1999). Públicos Internos: são as pessoas basicamente que compõe a organização, ou seja, seus empregados, diretores, gerentes entre outros. 34 Públicos Financeiros: são indivíduos que influenciam na captação de recursos da empresa. Alguns exemplos são bancos, acionistas, investidores. Públicos de mídia: atuam basicamente na divulgação da organização, alguns exemplos desses são jornais, revistas, rádio, televisão. Públicos Governamentais: o governo em si, com suas regulamentações e regras, é preciso ficar atento a essas para não sofrer penalizações. Públicos Locais: são aquelas pessoas ou grupos de pessoas que estão próximos à organização, como vizinhos e comunidade. Grupos de Interesse: são grupos de consumidores identificados com a organização, alguns exemplos são ambientalistas e representantes de minorias. É importante cuidar as estratégias definidas para não confrontar estes grupos. Público em Geral: como o nome diz, são todas as pessoas que estão no raio de atuação da organização e que possuem uma visão a respeito da empresa. Kotler (2000), afirma que é importante as organizações traçarem planos de marketing para seus públicos principais e seus mercados clientes, na busca por melhor atendê-los nas suas necessidades e desejos. 2.3.1.2 Macroambiente de marketing Segundo Kotler (2000), o macroambiente é constituído por forças que a empresa não controla, ou seja, sofre influência delas, mas não consegue influenciá-las. Desta forma, essas forças que segundo o autor são seis: ambiente demográfico, econômico, natural, tecnológico, político e o cultural podem tanto proporcionar oportunidades quanto ameaças à organização. A figura 4 demonstra este cenário. 35 Figura 4 – Macroambiente. Fonte: Adaptado de Kotler (2000). a) Ambiente Demográfico O ambiente demográfico pode ser entendido como a caracterização da população em determinada localidade. Conhecer a demografia de uma área que pode ser um país, estado, município e até mesmo um bairro é saber informações acerca de tamanho, densidade, localidade, idade, gênero, ocupação entre outras características de determinado grupo de pessoas (KOTLER e ARMSTRONG, 1998). Dias (2004), concorda com Kotler e Armstrong (1998), quando diz que a demografia estuda estatisticamente a população, de forma a definir suas peculiaridades e gerar maior conhecimento sobre grupos de pessoas. Kotler (1999, p.49), afirma que "o ambiente demográfico é de grande interesse para os profissionais de marketing porque envolve pessoas, e são as pessoas que constituem os mercados". A visão dos autores mostra que conhecer o ambiente demográfico é conhecer a população. Isto é muito importante para as organizações poderem dividir seus mercados, direcionar suas estratégias, identificar necessidades, e enfim, conhecer seus clientes. No ambiente demográfico algumas variáveis devem ser consideradas para melhor a interpretação das tendências e compreensão dos consumidores que compõe o mercado. Kotler (1998), destaca que o crescimento da população, faixa etária da população, mudança geográfica da população e padrões de moradia são as principais. 36 Crescimento da população: o crescimento da população é fator que causa grandes impactos às organizações, pois, pode representar oportunidades de novos negócios. Como exemplo, pode-se citar a China, que limitou o crescimento populacional, fazendo com que filhos únicos recebam mais presentes e sejam tratados de uma forma especial, algo percebido pelas indústrias de brinquedos. Por outro lado, a diminuição de população em determinada área pode representar aumento de oferta pelo baixo consumo e consequentemente baixa dos lucros, como exemplo tem-se o êxodo rural, que faz com que muitas comunidades estejam se extinguindo. Composto etário da população: segundo Kotler (1998), é possível dividir em seis as faixas etárias: pré-escolar, crianças, adolescentes, adultos jovens, adultos de meia idade e adultos velhos. Identificar as necessidades e desejos da cada um desses grupos ajuda as empresas a ofertar os produtos certos para os clientes certos. Mudanças geográficas da população: a localização das pessoas pode influenciar no seu consumo de produtos. Variáveis como clima, distância dos grandes centros e regiões de habitação contribuem para que os clientes tenham suas necessidades direcionadas. Atualmente, os consumidores que estão mudando de localização são compostos principalmente de pessoas que saem da área rural para a urbana, o que faz com que seus hábitos de consumo mudem, mesmo que lentamente. Avaliar mudanças geográficas como estas podem representar uma boa oportunidade de novos clientes ou a ameaça de perda de clientes para as organizações. Padrões de moradia: Esta análise considera avaliar em que padrão está constituído os lares dos consumidores. Antigamente era composto em sua grande maioria por marido, mulher e filhos, mas, atualmente este conceito tem mudado, há pessoas que moram sozinhas, pessoas do mesmo gênero que vivem juntas, grupos de jovens que estudam fora e dividem a moradia, entre outros. Estes novos padrões fazem com que a demanda das necessidades mudem, consequentemente gerando novas oportunidades de negócio para as organizações. b) Ambiente Econômico O ambiente econômico é um dos fatores do macroambiente que mais afetam as organizações e suas ações de marketing. Isto por que este ambiente é composto por fatores que afetam as finanças dos consumidores, e consequentemente seu poder de compra, fazendo a demanda diminuir ou aumentar (KOTLER, 2000). Sparenberger e Zamberlan (2011), também concordam que o ambiente econômico 37 influencia nas compras dos consumidores, dizendo ainda, que alguns dos elementos determinantes para isso são as rendas dos consumidores, crédito, taxa de juros, incentivos governamentais, Produto Interno Bruto, entre outros. Já para Etzel (2001), o ambiente econômico afeta a empresa principalmente por três aspectos: ciclo do negócio, inflação e taxa de juros. Para o autor, o ciclo do negócio envolve três estágios, prosperidade, recessão e recuperação. O estágio de prosperidade é caracterizado pelo crescimento da organização, compreendendo o lançamento de novos produtos, entrada em novos mercados, entre outros. A recessão pode ser entendida como um momento não favorável às vendas, onde as pessoas estão mais receosas e preferem comprar apenas o essencial, fazendo com que a demanda das empresas caiam. Após a recessão vem a recuperação, onde a renda dos consumidores começa a aumentar, a taxa de desemprego cai e os consumidores começam a ter mais confiança e gastar mais, cabe aos profissionais de marketing definir estratégias para acelerar a recuperação das organizações (ETZEL, 2001). Quanto à inflação Etzel (2001), considera que seu aumento afeta as atividades governamentais, a psicologia do consumidor e também os programas de marketing. Com a inflação crescendo, os preços dos produtos aumentam e o poder de compra diminui, afetando a margem de lucro dos produtos ou a quantidade vendida. Por outro lado, a chamada deflação também não é positiva, pois, as empresa não conseguem aumentar preços em virtude da resistência dos consumidores, necessitando então baixar custos para conseguir manter os lucros. A taxa de juros afeta os negócios da empresa a partir do momento que se tornam muito elevadas, fazendo com que o consumidor evite compras a longo prazo, busque descontos em pagamentos à vista, além de dificultar atividades promocionais (ETZEL, 2001). As organizações estão sujeitas às influências da economia, tanto para o bem, quanto para o mal, se a economia vai bem, as empresas vão bem, até pela maior confiança dos consumidores, e o inverso também é verdade. No entanto, é possível se tomar precauções para nos momentos mais difíceis diminuir os impactos, para tal ação é necessários estar atento aos sinais do mercado, ao ambiente econômico e suas variáveis (ROCHA, 1999). c) Ambiente Natural O ambiente natural que influi na organização envolve as questões ligadas a sustentabilidade e responsabilidade ambiental. Desta forma, muitas empresas já possuem 38 ações no sentido de demonstrar que estão conscientes e preocupadas com o futuro, criação de embalagens recicláveis, tratamento de resíduos, boa origem de matéria prima são alguns exemplos. O ambiente natural inclui os recursos naturais que os profissionais de marketing usam como insumos ou que são afetados pelas atividades de marketing. As preocupações ambientais cresceram muito nas ultimas décadas. Alguns analistas de tendência rotularam os anos 90 como "década da terra" e declararam que o ambiente natural é assunto mundial de maior importância tanto para as empresas como para o público (KOTLER, 1999, p. 52). Esta colocação do autor vem ao encontro do que se vê cada vez mais na sociedade, onde a população está mais consciente e preocupada com as questões ambientais. Por esta razão é importante que as empresas também se preocupem, e mostrem isto para seus clientes, uma vez que pode ser o diferencial na hora do consumidor escolher o local da compra. Etzel (2001, p.37), concorda com esta ideia quando diz que "a proporção de consumidores comprando produtos que não afetam o meio ambiente cresceu nos últimos anos". Importante ressaltar que esta afirmação é do ano de 2001, e que hoje em 2015, esta proporção de clientes que valorizam comprar produtos ecologicamente corretos é muito maior. Conforme Kotler (1998), este ambiente oferece ameaças e oportunidade em quatro aspectos que os profissionais de marketing devem ficar atentos, são eles: Escassez de matéria prima - alguns recursos utilizados na fabricação de produtos e serviços podem vir a ficar escassos uma vez que não são renováveis, um exemplo é a água, matéria prima utilizada na maioria dos produtos em alguma fase da fabricação e que já vem faltando em alguns lugares. Custo da energia - criar fontes alternativas de geração de energia é algo que será necessário para suprir a falta ou alta do custo da energia proveniente do petróleo. Poluição - algumas empresas, principalmente as industriais acabam em função de seus processos produtivos, poluindo a qualidade do ambiente, e podem vir a sofrer sanções tanto de órgãos regulamentadores quanto de clientes que deixam de usar os produtos. Governo mais atento a proteção ambiental - a tendência é de que os órgãos regulamentadores cada vez aumentem mais as ações para proteção ao ambiente. 39 d) Ambiente Tecnológico A tecnologia é um fator muito comentado e discutido atualmente, onde cada vez mais os produtos desempenham funções múltiplas e ao mesmo tempo se tornam obsoletos e são superados por inovações na mesma área. Isto segundo Cobra (1997) faz com que os clientes retardem a compra esperando o produto mais atual. Conforme Kotler e Armstrong (2003), as empresas precisam acompanhar as novas tecnologias para não ficarem desatualizas, algo que faz os clientes migrarem para a concorrência além de perder oportunidades oferecidas por este ambiente. Dubrin (2001, p. 18), concorda com Kotler e Armstrong (2003) quando diz que “as organizações e seus administradores são forçados a se adaptarem à tecnologia existente para permanecerem competitivas". Isto mostra a importância das empresas estarem atentas as novas tecnologias e tendências desta área. Segundo Dias (2004), os profissionais de marketing devem estar atentos a este ambiente, uma vez que, as constantes inovações influem nos desejos dos clientes e nas suas expectativas. Para Etzel (2001), a tecnologia pode afetar o mercado de três maneiras conforme segue. Ao iniciar indústrias totalmente novas: a inovação é algo que está ocorrendo em uma velocidade cada vez mais rápida, fazendo com que produtos se tornem rapidamente obsoletos e superados por outros. Isso é um grande desafio para as organizações, uma vez que precisam estar atentas ao mercado e suas tendências, não podem parar de inovar e criar novos produtos se quiserem continuar competitivas no mercado. Ao alterar radicalmente um segmento: quando produtos tão inovadores capazes de provocar uma grande evolução em determinada área surgem, podem fazer com que empresas sólidas no mercado percam totalmente sua participação de mercado, e fazer com que pequenas empresas que são pioneiras na inovação cresçam de forma fenomenal. Um exemplo disso é quando os computadores substituíram as máquinas de escrever, fazendo com que as máquinas até então tão utilizadas e importantes tornemse atrativos de museu. Ao afetar outros mercados: uma nova tecnologia pode provocar mudanças não apenas no seu mercado, mas em outros que talvez nem esperassem por mudanças drásticas. Como exemplo deste reflexo em outros mercados pode-se citar a criação do 40 forno micro-ondas que mudou a forma de muitas pessoas viverem, proporcionando mais economia de tempo a estas, que acabam se envolvendo em outras atividades, como passar numa loja de vestuário na hora do almoço, por não precisarem "correr" para preparar o alimento. e) Ambiente Político/Legal Conforme Kotler (1999, p. 55), o ambiente político "é constituído de leis, agências governamentais e grupos de pressão que influenciam e limitam várias organizações e indivíduos de uma dada sociedade". Las Casas (1999) complementa afirmando que as decisões de marketing são significativamente afetadas pelo ambiente político. É preciso ficar atento às regulamentações para evitar maiores problemas e penalizações que podem representar ameaças, porém, seguir as regulamentações também pode representar oportunidade, uma vez que passa maior confiança aos clientes. Pode-se ter o entendimento de que este ambiente institui regras e procedimentos que devem ser seguidos para a realização de determinada atividade. Assim, ficar atento a novas regras e manter boas relações com essas entidades regulamentadoras é essencial para se conseguir uma boa imagem perante a sociedade. Etzel (2001) destaca que as forças legais e políticas podem ser agrupadas em quatro categorias: Políticas fiscais e monetárias: considera que as atividades de marketing podem ser afetadas pela legislação tributária, oferta de dinheiro e gasto público. Legislação social e regulamentações: são regras e leis que precisam ser observadas para evitar sanções, podem ser quanto a antipoluição, destinação de resíduos, procedência de matéria-prima entre outros. Relações governamentais com a indústria: envolve subsídios, tarifas e cotas de importação, incentivos à produção que afetam indústrias especificas. Legislação relacionada com o marketing: os profissionais de marketing devem ter certo entendimento acerca da legislação que envolve as atividades de marketing, e que geralmente buscam a proteção do consumidor, violar uma lei desta natureza pode causar um impacto muito negativo na imagem da organização. 41 f) Ambiente Cultural Kotler (1999, p. 58), afirma que o ambiente cultural "é constituído de instituições e outras forças que afetam os valores básicos, as percepções, as preferências, e o comportamento da sociedade". Destaca-se que este ambiente influencia nas preferências dos consumidores, moldando seus desejos conforme a cultura em que estão inseridos. Segundo Dias (2004), o ambiente cultural é muito importante na medida em que exerce influência nas escolhas dos consumidores, através de valores e crenças que podem ser passados de geração em geração. Os indivíduos acabam sendo influenciados pelo meio em que vivem e isso interfere nos seus relacionamentos com os outros. Desta forma, é preciso que os profissionais de marketing estejam atentos, principalmente em relação aos valores culturais secundários que se modificam ao longo do tempo (KOTLER e ARMSTRONG, 1996). Conforme Etzel (2001), algumas implicações do ambiente cultural no marketing estão relacionadas à questão ecológica, mudança nos papeis dos gêneros e valorização do tempo e cuidados com a saúde. Desde os anos 90 as pessoas tem se preocupado mais com a qualidade de vida, mudando a sua cultura de produzir ou consumir muito para produzir ou consumir melhor. Um dos principais fatores observados nesta área é a conservação do meio ambiente. Esta preocupação tem influenciado cada vez mais pessoas, que por sua vez estão preferindo produtos que não afetam o meio ambiente (ETZEL, 2001). Atualmente as famílias também mudaram de um período onde possuíam apenas uma renda, a do marido, para duas rendas com a entrada da mulher no mercado de trabalho. Este fator causou muitos efeitos com o maior poder de compra das mulheres, que hoje, por exemplo, compram gasolina e levam o carro para manutenção, atividades antes incomuns. Isto também levou um número maior de homens a permanecerem em casa e se envolvendo com serviços domésticos, o que leva muitos a realizarem compras para a casa (ETZEL, 2001). Outro fator de mudança na atual cultura das pessoas é a chamada "correria" do dia-adia, que faz com que as pessoas tenham cada vez menos tempo. Este fator ocasiona a valorização do tempo, consequentemente muitas pessoas estão dispostas a pagar mais por produtos que ofereçam o beneficio de economia de tempo. Neste cenário produtos de conveniência vêm ganhando cada vez mais a preferência de consumidores que valorizam a praticidade (ETZEL, 2001). Por último, Etzel (2001), destaca a maior preocupação das pessoas com a forma física 42 e a saúde, fator que faz com que muitos indivíduos estejam procurando centros de educação física e mudando hábitos alimentares. Com isso, fica claro que as organizações precisam estar atentas a este ambiente, identificar mudanças de hábitos e de estilo de vida dos consumidores é essencial para identificar suas necessidades e desejos no atual momento. 2.3.2 Sistema de Informações de Marketing No mundo contemporâneo e tecnológico em que estamos inseridos, a informação é algo muito valioso para as organizações que sabem utilizá-la. Na área do marketing isto não é diferente, e é algo essencial para manter um relacionamento duradouro e confiável com os clientes, registrando desde reclamações até congratulações pela satisfação obtida. Conforme Kotler (1999, p. 73), "O sistema de informações de marketing é constituído de pessoas, equipamentos e procedimentos que reúnem, selecionam, avaliam e distribuem as informações necessárias, atuais e precisas para a tomada de decisão". Dias (2004), afirma que sistema de informação de marketing é o conjunto de procedimentos e métodos que visam, numa atividade contínua e organizada, captar, analisar, armazenar e distribuir informações para a tomada de decisão de marketing. Quando se pensa em sistemas logo se pensa em informática e seus hardwares e softwares, no entanto, pode-se ver segundo o autor Kotler (1999), que o sistema envolve outros elementos, como pessoas e processos. Entende-se que para o sistema funcionar e proporcionar os resultados esperados é preciso que se tenha uma sincronia na sua gestão, onde tenha pessoas capacitadas para a coleta de dados, procedimentos definidos para a correta coleta de dados e equipamentos de bom desempenho para trabalhar os dados que vão se transformar em informação. Ainda, é preciso gestores capazes de transformar a informação em conhecimento possível de ser utilizado. Para Etzel (2001), o sistema de informação de marketing, também denominado SIM, possui as seguintes funções básicas: a) Analisa e trabalha os dados usando a estatística e fórmulas matemáticas que refletem a realidade, de forma a fazer simulações e projetar cenários. b) A qualquer momento pode fornecer relatórios de forma a auxiliar os gestores na rápida obtenção de informação. 43 c) É capaz de mesclar dados antigos e atuais na criação de quadros que sejam capazes de indicar as tendências futuras. Kotler (1999) complementa dizendo que um sistema de informação de marketing de qualidade equilibra e concilia as informações que os profissionais de marketing desejam, e que estejam disponíveis com as informações que eles realmente precisam e vão utilizar, além da viabilidade de oferecer tais informações. Conforme Kotler (1998 p. 111), "o papel do SIM é avaliar as necessidades de informação do administrador, desenvolver as melhores e distribuí-las no momento certo". Quatro componentes devem ser levados em consideração para o bom desenvolvimento da informação, os registros internos da empresa, atividade de inteligência de marketing, pesquisa de marketing e análise de sistemas de apoio as decisões. Sistema de registros internos: esses registros são constituídos de relatórios sobre pedidos, vendas, preços, níveis de estoque, contas a receber e a pagar entre outras. Kotler (1998), diz que através da analise desses registros é possível identificar oportunidades e problemas importantes. Sistema de inteligência de marketing: ao contrário do sistema anterior que busca dados mais antigos, este sistema trabalha com informações atuais do dia-a-dia, através de análises de literaturas como jornais e revistas técnicas, conversas com consumidores e fornecedores e os públicos internos da organização. Sistema de pesquisa de marketing: a pesquisa de marketing busca através de estudos de pesquisas formais identificar problemas e oportunidades. Nas palavras de Kotler (1998, p. 114), "é o planejamento, coleta, análise e apresentação sistemática de dados e descobertas relevantes sobre uma situação específica de marketing". É importante não confundir a pesquisa de marketing com a pesquisa de mercado, uma vez que esta ultima busca a análise de um mercado especifico e é parte da pesquisa de marketing. Sistema de apoio à decisão de marketing: este sistema busca disponibilizar as informações aos gerentes de marketing afim de dar suporte ao processo de tomada de decisão. Este sistema trabalha com um conjunto de dados, sistemas, ferramentas técnicas de softwares e hardwares, que em conjunto reúnem e interpretam a informação. 44 2.3.3Posicionamento de Mercado Na crescente concorrência do mercado as empresas precisam criar formas de se destacar no mercado e manter uma boa imagem frente aos consumidores, para desta forma, serem logo lembradas como referência na hora da aquisição de um produto. Isto se dá através do posicionamento, que segundo Kotler e Armstrong (1998), são as ações empregadas com a finalidade de fazer os consumidores verem o produto claramente, em destaque, de forma desejável em relação aos produtos da concorrência. Segundo Cobra (1992), o posicionamento se caracteriza por criar uma imagem da organização e o valor oferecido do produto nos vários segmentos de maneira que os consumidores entendam claramente a empresa, e a apreciem em relação à concorrência. Já para Al Ries e Trout (1999, apud DARONCO 2008, p.65), “o posicionamento é o que você faz com a mente do cliente potencial. Ou seja, você posiciona o produto na mente do cliente potencial”. Segundo os mesmos autores, as pessoas classificam os produtos e marcas em degraus, ou patamares dentro da mente, onde em cada degrau se encontra um nome ou marca, e quando pensamos em determinado produto pensamos primeiro nos que estão em melhor patamar de classificação. 2.3.3.1 Estratégia de posicionamento Conforme Daronco (2008) existem vários tipos de posicionamento onde se destacam sete formas: a) Posicionamento por atributo: o produto pode ser posicionado conforme suas próprias características como tamanho, cor, peso entre outros. b) Posicionamento por benefício: o produto nesta estratégia é posicionado conforme o benefício oferecido, ou seja, se o produto é líder em determinado benefício, e é isto que os clientes desejam, é grande a chance de posicionar este produto em destaque na mente do consumidor. c) Posicionamento por utilização: nesta estratégia o produto pode ser posicionado como o melhor que desempenha determinada função de aplicação ou uso. d) Posicionamento por usuário: que se identifica com determinado grupo que utiliza o produto, se procura o posicionamento do produto como referência deste grupo. 45 e) Posicionamento por concorrente: neste posicionamento busca-se atacar a concorrência mostrando determinado beneficio presente no produto oferecido e que não é visto no produto concorrente. f) Posicionamento por categoria de produtos: busca mostrar a qualidade e liderança, não apenas em um produto, mas em uma classe ou categoria de produtos. g) Posicionamento por qualidade ou preço: o produto é posicionado visando mostrar a qualidade esperada ou o preço desejado, ou ainda o melhor custo beneficio. 2.3.3.2 Vantagens competitivas do posicionamento Segundo Kotler e Armstrong (1998), vantagem competitiva pode ser entendida como o valor superior ou valor agregado que é percebido pelos publicos alvos. Os autores ainda ressaltam que para tanto a organização deve assumir uma posição sólida, que não seja abalada, e isso se alcança pela entrega do produto esperado, seja em seus aspéctos de qualidade, preço, pós-venda entre outros. Segundo Kotler e Armstrong (1998), é possivel se diferenciar de quatro maneiras: a) Diferenciação por produto: a empresa pode diferenciar seus produtos físicos, quando possível, com caracteristicas diferentes da concorrência, um produto personalizado para o cliente. b) Diferenciação por serviço: quando se tratar de serviço ofercer um algo a mais que seja bem visto pelo cliente, seja entrega rápida, manutenção, assistência, entre outros. c) Diferenciação por colaboradores: ter colaboradores altamente treinados e especializados pode representar para o cliente o algo a mais na hora de decidir onde comprar, principalmente quando se tratar de produtos que exijam um alto grau de conhecimento. d) Diferenciação por imagem: este fator é muito importante quando os produtos e preços são muito parecidos, os clientes podem acabar escolhendo a empresa que possui a melhor imagem na sua mente, a que melhor lhe atendeu, mais participante na sociedade, mais responsável com o meio ambiente entre outras caracteristicas. 46 2.3.4 Segmentação de Mercado Quando uma empresa entra no mercado ela se dispõe a vender algum produto que pode ser um bem ou um serviço. Logo, esta empresa pensa em conquistar e atender muitos clientes que lhe trarão o retorno desejado. Para tanto, a empresa precisa definir para quem irá direcionar suas estratégias, pois, segundo Boone e Kurtz (apud LAS CASAS 2009, p.124), "o mundo é muito grande e preenchido com muitas pessoas diferentes para que gerentes de marketing construam um composto de marketing que satisfaça a todos". Segundo Kotler (1996, p.257), "segmentação de mercado é o ato de dividir um mercado em grupos distintos de compradores com diferentes necessidades e respostas". McCarthy e Perreault (1997) concordam com Kotler (1996) e complementam dizendo que a segmentação é uma atividade de agrupamento de pessoas com necessidades similares. A partir da colocação dos autores pode-se ter o entendimento de que a segmentação é o processo de definir qual parte do mercado necessita do produto da empresa, e que está disposta a adquiri-lo. A partir de então, define-se quais as melhores estratégias de atração do chamado mercado-alvo. 2.3.4.1 Procedimentos para a segmentação do mercado Segundo Kotler (1998), existem três passos que podem ser seguidos para segmentar o mercado de forma eficiente. O primeiro passo envolve identificar os desejos atuais e potenciais de um mercado, é preciso analisar se os atuais desejos estão sendo satisfeitos plenamente ou se é possível oferecer algo a mais. O autor destaca que esta análise se dá por observação dos consumidores e até mesmo entrevistas com estes ou com empresas do ramo, questionando-se aspectos demográficos, geográficos, psicográficos, comportamentais, visão da marca, uso do produto, entre outras. O segundo passo consiste em aplicar técnicas como a análise fatorial para remover variáveis muito correlacionadas, conforme Kotler (1998, p.128), análise fatorial é "uma técnica estatística usada para determinar as poucas dimensões básicas de um conjunto maior de variáveis não correlacionadas". Na sequência se aplica uma analise de conglomerados para se chegar a um número especifico de segmentos que se diferem. Kotler (1998, p. 128), define análise de conglomerados como "técnica estatística para separar objetos em um número específico de grupos mutuamente específicos". 47 O terceiro passo busca classificar os grupos conforme suas atitudes, comportamentos, demografia, psicografia etc. Os grupos podem ser definidos e identificados conforme a sua característica mais predominante e que lhe distingue dos demais (KOTLER, 1998). Conforme Kotler (1998), a segmentação é uma atividade que deve sempre ser feita não apenas ao entrar no mercado, ela deve ser periódica pelo fato que os segmentos mudam constantemente. 2.3.4.2 Bases para a segmentação do mercado consumidor Como comentado anteriormente, para Kotler (1998), as variáveis que podem ser utilizadas para segmentar o mercado são geográfica, demográfica, psicográfica e comportamental, sendo que essas variáveis podem ser utilizadas de forma individual ou em combinação. A seguir verificam-se essas variáveis. a) Geográfica A segmentação geográfica é caracterizada por dividir os mercados com bases nos seus limites divisórios que podem ser estados, regiões, cidades, municípios e até mesmo bairros. Cabe às empresas decidir se querem atuar em uma ou mais regiões, no entanto, é preciso ficar atento para a capacidade de atender bem o mercado, do contrário os prejuízos com a insatisfação dos clientes pode ser desastroso (KOTLER, 1996). Para Etzel (2001), a segmentação geográfica proporciona condições para uma segmentação eficaz, mensurável e acessível. Segundo o autor a distribuição geográfica é importante fator de análise, pois, as pessoas em um mesmo território tendem a possuir valores, atitudes e preferências semelhantes. Rocha (1999) concorda com Etzel (2001), e complementa dizendo que a segmentação geográfica pode ser uma boa estratégia de segmentação quando existem diferenças significativas entre os consumidores de uma região e outra. 48 b) Demográfica Conforme Kotler (1996), na segmentação demográfica o mercado é divido em grupos baseados em variáveis demográficas como idade, tamanho da família, ciclo de vida da família, sexo, renda, ocupação, formação educacional, religião, raça, geração, nacionalidade ou classe social. A partir dessas definições é possível identificar as necessidades principais e as tendências de compra desses grupos. Etzel (2001) concorda com Kotler (1996), quando diz que "as características mais comuns na segmentação geográfica são idade, sexo, estágio de vida familiar, renda e escolaridade". Segundo o autor as necessidades dos indivíduos vão mudando com o tempo e o estágio de vida, e ainda, a classe social proporciona uma combinação de fatores demográficos como escolaridade, ocupação, bairro entre outros. Para Rocha (1999), utilizar as informações demográficas como forma de segmentação requer fazer a seguinte pergunta: os grupos de clientes, determinados pelos critérios demográficos, de fato se diferenciam uns dos outros no que se refere às necessidades atendidas pelo programa de marketing da empresa? Se a diferenciação não ficar clara a estratégia pode não surtir grande efeito, pois o segmento não estará bem definido. c) Psicográfica Para Kotler (1996), este método se baseia em direcionar produtos utilizando apelos emocionais e culturais. É possível definir segmentos a partir desses fatores que contribuem com a estrutura psicográfica do individuo. Valores, atitudes, personalidade e estilo de vida são variáveis consideradas nesta segmentação. Rocha e Christensen (1999) destacam que a personalidade é um dos primeiros fatores a serem considerados na segmentação psicográfica, pois este fator influencia no comportamento do comprador, uns são mais agressivos e impulsivos, outros possuem necessidade de auto realização, exibicionismo, entre outros fatores. Etzel (2001) refere-se a outro elemento da segmentação psicográfica, o estilo de vida, segundo ele "o estilo de vida das pessoas sem dúvida afeta o tipo de produto que compram e as marcas que preferem". O autor cita como exemplo dois grupos que compram carros da marca Porsche, um grupo com o estilo de vida baseado em poder e controle compram o carro para chamar a atenção, exibicionismo. Já outro grupo com estilo de vida orgulhoso vê o carro da 49 marca Porsche como recompensa pelo seu trabalho bem feito. Outro fator desta forma de segmentação, os valores, também influencia nas compras dos consumidores, por exemplo, pessoas que dão valor aos relacionamentos tendem a dar presentes mesmo sem uma razão especial. Assim a força relativa aos valores também pode ser utilizada para a segmentação de um mercado (ETZEL, 2001). d) Comportamental Kotler (1998) defende que a segmentação comportamental consiste em dividir os consumidores em grupos, e para isso se utiliza variáveis comportamentais como benefícios, taxa de uso, ocasião, entre outras. Para Kotler (1998), a divisão de grupos baseada nos benefícios dos produtos busca verificar qual benefício cada grupo busca em um produto, assim, direcionar estratégias específicas para cada grupo se torna mais eficaz. Etzel (2001) parece concordar com Kotler (1998), quando diz que "de uma perspectiva orientada para o cliente, o método ideal para segmentar um mercado baseia-se nos benefícios desejados pelos clientes". Segundo Kotler (1998), a segmentação por taxa de uso se baseia em dividir os consumidores em pequenos, médios e grandes usuários dos produtos. O autor destaca que as empresas preferem atrair os grandes usuários, mesmo que estes representem pequena fatia de mercado, mas, são os que mais consomem. Etzel (2001) evidencia isso em números, destacando que os grandes usuários, ou usuários pesados representam menos de 50% dos consumidores, no entanto, são responsáveis por um consumo de 80% a 90% das vendas. Desta forma, muitas empresas trabalham estratégia a fim de manter seus grandes usuários e atrair os grandes usuários da concorrência. A diferenciação dos consumidores baseada na ocasião de uso considera que em determinadas ocasiões os consumidores preferem ou utilizam mais um produto. Conforme Kotler (1998), "a segmentação por ocasião pode ajudar as empresas a ampliar o uso do produto". Como exemplo de ocasiões de uso pode-se citar as datas comemorativas que aumentam a venda de certos produtos, como a Páscoa com a venda de doces. A seguir se apresenta os requisitos para uma segmentação eficaz. 50 2.3.4.3 Requisitos para uma segmentação eficaz Las Casas (2009) define alguns requisitos que devem ser considerados pelas organizações na segmentação. Segundo ele é preciso considerar a possibilidade de divisão, de quantificação e de identificação, custo/beneficio e estabilidade com o tempo. Nem sempre a divisão de mercados poderá resultar em bons negócios para a empresa. Certos segmentos são tão inexpressivos que não justificam a elaboração de um programa de marketing específico. Alguns requisitos para a segmentação são necessários. (LAS CASAS, 2009, p. 120) Conforme Kotler (1998), alguns requisitos devem ser avaliados para se definir se os segmentos são úteis ou não, para tanto, deve-se avaliar se são mensuráveis, substanciais, acessíveis, diferenciáveis e acionáveis. Este autor considera que para uma segmentação eficaz aspectos como tamanho, poder de compra e características dos segmentos devem poder ser mensurados, isto é, medidos. Etzel (2001) complementa que os dados que compõe as características devem poder ser obtidos, como a idade por exemplo. Kotler (1998) destaca que o segmento deve ser o mais homogêneo, grande, e rentável possível, a fim de que as estratégias desenvolvidas proporcionem o resultado planejado. Etzel (2001), na mesma visão de Kotler (1998), afirma que o segmento deve ser acessível, e é acessível à medida que as variáveis como intermediários de mercado e atividades de promoção consigam resultados com o mínimo de custo e dispêndio de força. Os segmentos são considerados diferentes entre si, na medida que, apresentam respostas diversas as atividades de marketing, Kotler (1998), cita como exemplo que se mulheres casadas e separadas apresentam as mesmas ações em relação a uma atividade promocional de venda de casacos de pele, elas não podem ser consideradas segmentos separados. Por fim, Kotler (1998), tem o entendimento que os segmentos devem ser acionáveis, isto é, os programas de marketing devem conseguir atingir o público desejável, do contrário não surtirá efeito. 51 2.3.4.4 Seleção e avaliação de segmentos de mercado Para Kotler (1998), a empresa pode considerar cinco padrões de seleção de mercadoalvo: concentração em segmento único, especialização seletiva, especialização por produtos, especialização por mercado e cobertura ampla de mercado. a) Concentração em segmento único: como o nome diz a empresa busca atender apenas um mercado e direciona todas as suas forças e estratégias para ele. Como vantagem a empresa ganha um conhecimento minucioso das necessidades e desejos desse mercado conseguindo assim atende-lo bem e ganhando reputação. b) Especialização seletiva: neste padrão a empresa busca a partir de um estudo, atender mais de um segmento que se mostrem atraentes e viáveis. A empresa ganha em vantagem que não fica dependente de apenas um segmento diminuindo o risco através da diversificação. c) Especialização por produtos: nesta especialização a empresa busca vender um produto que é de utilização de muitos segmentos, como vantagem a empresa tende a ter um número grande de consumidores, porém o produto pode vir a ser substituído por outro similar. d) Especialização por mercado: o objetivo é atender muitas necessidades de um único mercado, a empresa pode vir a conhecer muito bem esse grupo de consumidores e suas necessidades, porém, fica atrelada a apenas um mercado. e) Cobertura ampla de mercado: Este padrão geralmente é utilizado apenas por empresas muito grandes, pois busca atender todos os consumidores com todos os produtos, existe a tendência de vender grandes quantidades, porém podem acabar decepcionando alguns grupos e prejudicar sua imagem. Por fim, para se avaliar os segmentos de mercado Kotler (1998), afirma que as organizações devem considerar dois aspectos, a atratividade global do segmento e os recursos da empresa. No primeiro quesito da atratividade global, a empresa deve buscar analisar características que o segmento apresenta como tamanho, crescimento, rentabilidade, risco entre outras. No segundo, a empresa deve considerar seus recursos, isto é, investir em determinado segmento está ao alcance da empresa? E ela conseguirá atender bem este segmento? As organizações devem investir em determinado segmento apenas quando apresentam as competências necessárias e conseguem oferecer um valor superior, do contrário o segmento deve ser descartado (KOTLER 1998). 52 2.3.5 Composto de Marketing O mix de marketing também chamado de composto de marketing é constituído dos 4 Ps que são: produto, preço, praça e promoção. Segundo Kotler e Armstrong (2003, p. 47), o conceito do composto de marketing pode ser conceituado como “um conjunto de ferramentas de marketing táticas e controláveis que a empresa utiliza para produzir a resposta que deseja no mercado-alvo”. Conforme Churchill (2003), a finalidade do marketing é criar intercâmbios lucrativos, isto significa também, criar uma comunicação com o mercado a fim de estimulá-lo a compra, desta forma, cada elemento do composto de marketing possui potencialidade de influência sobre os públicos. Como o objetivo do marketing é criar intercâmbios lucrativos, as atividades de marketing também influenciam o processo de compra do consumidor. Cada elemento do composto de marketing - produto, preço, praça (canais de distribuição) e promoção (comunicações de marketing) - tem potencial para afetar o processo de compra em vários estágios (CHURCHILL, 2003, p. 64). Para Cobra (1997), a função de controle de marketing é valida para empresa de qualquer porte econômico ou tamanho físico. O que muda é a intensidade em que o controle é empregado. A partir da visão dos autores pode-se ter o entendimento que o mix de marketing é constituído de elementos dos quais a empresa possui o controle e que dependem do seu controle para atingir os objetivos. Trabalhar bem as estratégias de produto, preço, praça e promoção é de vital importância para a organização, independente do tamanho, uma vez que estes afetam o mercado e suas decisões de compra. A figura5 demonstra como é constituído o composto de marketing: 53 Figura 5: Composto de Marketing. Fonte: Adaptado de Kotler e Armstrong (1999). A partir da imagem é possível perceber que cada elemento do composto é constituído de algumas variáveis. A seguir são apresentados de forma mais detalhada esses elementos. 2.3.5.1 Produto Conforme Kotler e Armstrong (1998), produto é qualquer coisa que possa ser oferecido ao mercado consumidor para satisfazer uma necessidade ou desejo pessoal. O produto pode ser tanto tangível como intangível. Para Las Casas (2009, p. 77), “produtos podem ser definidos como o objeto principal das relações de troca que podem ser oferecidos num mercado para pessoas físicas ou jurídicas, visando proporcionar satisfação a quem os adquire ou consome". Rocha e Christensen (1999), afirmam que o produto é conjunto de características tangíveis e intangíveis, tais como: marca, status, garantias, embalagens, utilidade e acessórios. Afirmam Bateson e Hoffman (2001, p. 34), que “um produto é algo que um consumidor compra e leva embora com ele ou consome de alguma outra maneira. Se não é físico, se não é algo que se possa levar embora, ou consumir, então temos um serviço”. 54 A partir da visão dos autores pode-se entender que produto é qualquer bem que pode ser físico ou não, do qual outras pessoas necessitam ou desejam e estejam dispostas a desembolsar algum valor para adquiri-lo e usufruir de seus benefícios. Segundo Las Casas (2009), existem algumas definições básicas de produto segundo os benefícios que poderão proporcionar:. a) Produto básico: é o conjunto de benefícios, o pacote de utilidades proporcionado pela versão básica do produto. Pode-se ter o entendimento que o produto básico é aquilo que ele proporciona na sua essência, o mínimo que se pode esperar, sem vantagens adicionais. b) Produto ampliado: são todos os benefícios extras adicionais ao produto e que fazem parte de uma compra. O produto ampliado é a agregação de valor que busca diferencia-lo dos demais similares. c) Produto esperado: São benefícios que os consumidores esperam ou que estão acostumados a receber. Quando o consumidor adquire um produto que ele espera receber, aquilo que já está acostumado a ganhar, se receber algum valor agregado na primeira aquisição esperará receber isso quando comprar novamente. d) Produto diferenciado: a diferenciação do produto é o esforço para torna-lo único, incluindo benefícios que possam ser relevantes aos consumidores visados. A diferenciação nem sempre se dá pelas características físicas dos produtos, mas podem ser criados na mente do consumidor através do posicionamento. 2.3.5.1.1 Classificação de produtos Segundo Daronco (2008), os produtos têm sido classificados conforme suas características de durabilidade, tangibilidade e uso, sendo que as estratégias de produto devem ser trabalhadas conforme suas características. Quanto à durabilidade Daronco (2008), considera que podem ser divididos em bens duráveis, bens não duráveis e serviços. Bens duráveis: estes são bens tangíveis que geralmente possuem uma vida útil mais longa em relação aos bens não duráveis. Estes produtos na maioria das vezes exigem um dispêndio de recursos maior dos consumidores, desta forma, o processo de venda muitas vezes requer da utilização da venda pessoal, e que seja oferecida uma garantia do produto (DARONCO, 2008). 55 Bens não duráveis: os bens não duráveis são produtos tangíveis, que geralmente representam pouco volume unitariamente, e são consumidos em um curto espaço de tempo. Estes produtos representam uma margem de lucro menor, como estratégia, busca-se ganhar na quantidade vendida, para isso busca-se disponibilizá-los em muitos pontos de venda (DARONCO, 2008). Serviços: ao contrário dos anteriores os serviços, que também são produtos, são bens intangíveis, inseparáveis e variáveis. Por se tratar de um serviço que geralmente é fornecido para um cliente específico, variáveis como qualidade esperada, preço desejado, rapidez entre outros devem ser considerados para se manter a credibilidade do fornecedor que está diretamente ligado ao serviço (DARONCO, 2008). Desta forma, os produtos podem ser classificados como tangíveis, ou seja, algo sólido, possível de ser tocado, como uma mesa por exemplo. E também podem ser classificados como intangíveis, ou algo abstrato, geralmente na forma de um serviço, como um corte de cabelo por exemplo. Conforme Las Casas (2009), de forma abrangente, os produtos quanto ao uso, podem ser classificados em produtos de consumo e industriais, onde os produtos de consumo são os dirigidos aos consumidores finais e os produtos industriais são aqueles utilizados na fabricação de outros produtos, no caso da matéria-prima, máquinas e equipamentos. Segundo Melvin Copeland (apud LAS CASAS, 2009), os produtos de consumo se dividem em produtos de conveniência, de escolha e especialidade. Produtos de Conveniência: estes produtos se caracterizam por ser de fácil compra, o qual o cliente procura da forma mais rápida. Geralmente os consumidores não veem muita diferença de qualidade e preço, não compensando o esforço de uma pesquisa em vários locais. Produtos de escolha: este, ao contrário dos produtos de conveniência, recebe maior atenção dos consumidores na hora aquisição. Os clientes consideram que o esforço e tempo despendidos numa pesquisa valem a pena pelas diferenças de preço e qualidade. Produtos de especialidade: estes produtos possuem um grande prestigio, fazendo com que muitas vezes os consumidores não poupem esforços para adquiri-los. Desta forma, nem sempre estes produtos estão em qualquer loja, sendo até mesmo de exclusividade, como marcas famosas que são distribuídas em determinados locais. Os produtos industriais são adquiridos para serem utilizados na fabricação de outros produtos, o que faz com que as compras sejam bem mais planejadas e sigam padrões 56 estabelecidos pelo ramo da atividade. Desta forma os produtos devem atender as expectativas de qualidade pré-estabelecidas pelo comprador (LAS CASAS, 2009). 2.3.5.1.2 Linha de produtos Kotler e Keller (2006) definem que linhas de produtos podem ser caracterizadas como um grupo de produtos estreitamente relacionados, com funcionalidades em comum e que buscam atender determinado segmento de mercado. Ainda, conforme Kotler e Keller (2006), quando as empresas oferecem uma linha de produtos buscam desenvolver uma plataforma e módulos, que juntos, possam atender as expectativas dos consumidores. É importante que os gestores conheçam suas linhas de produtos e quem está sendo atendido com esta linha, para então avaliar as vendas e lucros e decidir por quais linhas devem ser mantidas, ampliadas ou abandonadas. As linhas de produtos devem estar em consonância com os objetivos das organizações, segundo Kotler e Keller (2006) empresas que desejam um rápido crescimento e grande participação de mercado devem optar por linhas de produtos mais extensas, que facilitam atingir diversos públicos. Por outro lado, organizações que desejam apenas a alta lucratividade preferem optar por linhas mais reduzidas com produtos mais selecionados para um público seleto. Quanto à ampliação da linha de produtos, Kotler e Keller (2006) definem que podem se dar por ampliação mercado abaixo, ampliação mercado acima e ampliação dupla. Ampliação mercado abaixo: esta ampliação se dá quando as organizações buscam desenvolver produtos com preços mais baixos, seja para atender um público mais sensível em relação ao preço, ou para combater um concorrente que trabalha com preços mais baixos, ou ainda, para se adaptar ao mercado em recessão. Este tipo de ampliação tem seus riscos na medida em que pode desvalorizar ou diminuir as vendas dos produtos centrais da própria linha. Ampliação mercado acima: quando as empresas optam por este tipo de ampliação estão em busca de lograr maiores margens, ou ainda, passar a produzir toda a linha de produtos. É preciso considerar se a empresa ao ampliar sua linha, vai manter o mesmo nome já conhecido, ou se vai programar um novo nome. Ampliação dupla: esta ampliação se dá quando a empresa lança produtos nos dois sentidos, para cima e para baixo. O objetivo á atingir todos os públicos, desde os que desejam 57 produtos mais baratos até os que desejam pagar mais por algo de maior valor, desta forma busca-se tornar líder de mercado. Kotler e Keller (2006) ainda destacam que os gerentes de linha devem observar constantemente a relação entre vendas e custos, para poder identificar produtos de baixa venda e que não valem mais o esforço de serem produzidos, sendo assim, retirados da linha de produção. 2.3.5.1.3 Ciclo de vida dos produtos Conforme Daronco (2008), o ciclo de vida dos produtos refere-se aos estágios em que ele se encontra, conforme a sua presença no mercado. Segundo a mesma, são quatro os estágios, introdução, crescimento, maturidade e declínio. Kotler (1998, pg. 309), compartilha deste pensamento e ainda complementa que "é difícil identificar onde cada estágio começa e termina. Geralmente, os estágios são caracterizados pelas posições onde as taxas de crescimento ou declínio de vendas se tornam pronunciados”. A seguir, pode-se visualizar na figura 6 como o CVP se desenvolve ao longo do tempo segundo Kotler (1998). Figura 6 – Ciclo de vida dos produtos. Fonte: Adaptado de Kotler (1998). 58 Introdução: este é um período em que as vendas acontecem lentamente pelo fato que o produto é pouco conhecido e está entrando no mercado, os lucros não existem, pois existem muitas despesas para o lançamento do produto. Crescimento: neste estágio o produto já adentrou no mercado e possui aceitação dos consumidores, fazendo com que a demanda aumente e consequentemente os lucros. Maturidade: neste estágio o produto já está consolidado no mercado e é muito conhecido, o que faz com que a concorrência comece a produzir produtos similares e muitas vezes com superior desempenho. As atividades de marketing precisam agir mais fortemente para proteger o produto fazendo com que as despesas aumentem e os lucros diminuam. Declínio: Neste período o produto é preterido por outros fazendo com que as vendas caíam drasticamente e os lucros desapareçam. Conforme Etzel (2001), o período de duração do CVP desde a introdução até o declínio depende muito da categoria do produto. Produtos que utilizam muito a tecnologia como benefício, possuem um ciclo de vida mais curto, pois logo novas tecnologias surgem, como os modelos de celulares por exemplo. 2.3.5.1.4 Componentes de um Produto Os produtos possuem características peculiares em seus aspectos básicos, no entanto existem outros elementos que ajudam a definir um produto na visão do consumidor, e por vezes determinam sua aquisição ou não. Trabalhar bem aspectos como a marca, embalagem, garantia e qualidade pode ser fundamental para o sucesso de um produto. Marcas: Las Casas (2009) define marca como “um nome, termo, sinal, símbolo ou desenho que serve para identificação dos produtos ou linha de produtos”. Kotler (1998) parece concordar com Las Casas (2009), e complementa dizendo que estes elementos servem para diferenciá-los da concorrência. As marcas podem ser utilizadas de forma individual em um único produto ou para vários produtos, exemplo disso é a LG que utiliza sua marca em televisores, aparelhos de som, ar condicionados, entre outros. Embalagens: Kotler (2000), diz que “embalagem é o conjunto de atividades de projeto e produção do recipiente ou envoltório do produto". Las Casas (2009) complementa dizendo que a embalagem tem a função de proteger o produto, facilitar o 59 armazenamento, facilitar o uso e ajudar a vendê-lo. O rótulo também é um elemento que faz parte da embalagem e tem a função de disponibilizar informações a cerca do produto e sua forma de uso. Também é preciso considerar o custo da embalem, uma vez que seu custo afetará o valor final do produto, precisando ser, desta forma, bem planejada para evitar que afete muito no custo do produto final. Garantias: Las Casas (2009) considera que a garantia é um elemento muito importante e que pode ser utilizado para dar credibilidade aos produtos e agregar valor. A garantia pode ser o aspecto fundamental para aquele cliente que está indeciso na hora da compra, principalmente quando se tratam de valores altos. Qualidade: Conforme Kotler (2000), "qualidade é a totalidade dos atributos e características de um produto ou serviço que afetam sua capacidade de satisfazer necessidades declaradas ou implícitas". É importante ressaltar que a qualidade é muito subjetiva, a qualidade esperada pelo individuo A pode não ser a mesma esperada pelo individuo B. Desta forma a empresa precisa ficar atenta e conhecer seus clientes para estar a par da qualidade esperada por ele. 2.3.5.1.5 Matriz BCG (Boston Consulting Group) Conforme Kotler (1998), a matriz BCG é uma ferramenta que pode ser utilizado pelas organizações para avaliarem seus produtos segundo os potenciais dos mesmos. A partir da avaliação, a organização pode determinar de que forma quer distribuir os seus recursos financeiros. A Figura 7 representa a matriz BCG. 60 Figura 7 – Matriz BCG. Fonte: Adaptado de Kotler (1998). A matriz trabalha em duas frentes, quanto ao crescimento de mercado do produto, e o crescimento da participação de mercado do produto em relação à concorrência. Cada quadrante representa uma perspectiva dos produtos e as empresas precisam alocar seus produtos conforme o estágio em que se encontram para assim realizar a análise (KOTLER, 1998). Produtos estrelas: os produtos estrelas representam grande potencial de crescimento, porém exige um grande investimento da empresa para que o crescimento ocorra de forma satisfatória e consiga enfrentar os ataques da concorrência. Muitas vezes os produtos estrelas se transformam e acabam se enquadrando como vaca leiteira. Vaca leiteira: os produtos enquadrados como vaca leiteira estão com bom desempenho de vendas, não necessitam de grande investimento para se promover o que faz com que gerem fluxo de caixa para as empresas. É importante ter mais de um produto neste estágio para não ficar dependendo apenas de um produto, que pode sofrer com ações de concorrência. Pontos de interrogação: produtos interrogação são produtos que estão em mercados de grande potencial e crescimento, no entanto não estão correspondendo, estão com baixa participação, exigindo grandes investimentos para manter o produto e conseguir com que cresça. Abacaxi ou cachorro: são produtos de pouca participação nos resultados com poucas perspectivas de crescimento, muitas vezes acabam dando prejuízos, fazendo com que 61 as empresa tenham que analisar se vale a força de continuar com estes produtos ou é melhor retirá-los. 2.3.5.1.6 Novos produtos Segundo Las Casas (2009), criar um novo produto fornece grandes vantagens para as organizações, uma vez que pode conseguir lucros isolados frente à concorrência se detiver o direito de exclusividade do produto. Constantemente as empresas no intuito de atender as necessidades dos clientes e seus desejos estão inovando e criando novos produtos, principalmente no segmento tecnológico. No entanto, também é preciso ficar atento, uma vez que, nem sempre um novo lançamento representa sucesso garantido. O fracasso de um produto pode ficar atrelado à marca da organização trazendo prejuízos para esta (LAS CASAS, 2009). 2.3.5.2 Preço Segundo Churchill e Peter (2005, p. 314) “preço é a quantidade de dinheiro, bens ou serviço que deve ser dada para se adquirir a propriedade ou uso de um produto”. Para Kotler (2000), os preços são um fator determinante de posicionamento e necessitam ser definidos em relação ao mercado-alvo, ao mix de sortimento de produtos e serviços e à concorrência. Preço segundo Kotler (1998, p. 435), "é o único elemento do composto de marketing que gera receita; os outros elementos geram custos". O autor ainda destaca que o preço é um dos elementos mais sensíveis do composto de marketing considerando que pode ser rapidamente modificado, o que não é possível com os outros elementos do mix. Las Casas (2009) destaca que é importante que os profissionais de marketing estejam sempre atentos a este elemento devido a dois fatores: um por ele determinar o retorno financeiro para a empresa e outro por ser uma ferramenta que pode levar ao sucesso ou ao fracasso de uma organização. Os preços para os profissionais de marketing são muito importantes, pois além de representar o retorno dos investimentos feitos no negócio constituem indispensável ferramenta mercadológica. Uma boa determinação de preços poderá levar uma empresa ao desenvolvimento e lucratividade, ao passo que uma má determinação poderá levar uma empresa até mesmo a falência. (LAS CASAS, 2009 p. 217). 62 A partir da visão dos autores pode-se ter o entendimento de que o preço é o valor determinado para se efetuar uma troca. É um elemento que deve ser muito bem estudado, pois pode ser fator determinante para a empresa se manter e se desenvolver no mercado ou fracassar e ter de se retirar dele. 2.3.5.2.1 Objetivos de preço Segundo Las Casas (2009), no que se refere ao preço existe alguns objetivos que podem ser perseguidos pela empresa. O autor destaca que os objetivos de preço devem manter coerência com os objetivos de marketing e os objetivos de marketing devem seguir os objetivos da empresa. Conforme o autor os objetivos mais comuns são os seguintes: a) Retorno no investimento: neste quesito os administradores têm como objetivo principal, conseguir um retorno no investimento, ou seja, recuperar o valor aplicado com algum lucro. b) Objetivos de concorrência: os administradores primeiramente analisam os preços praticados pela concorrência para depois se deter aos seus custos e retornos. c) Preços promocionais: esta estratégia de preço geralmente é utilizada para reverter alguma situação não favorável à organização, como falta de caixa, enfrentar a concorrência, eliminar altos estoques, entre outros. d) Fatia de mercado: esta estratégia busca atender aos objetivos maiores da organização, por exemplo, se a empresa pretende aumentar sua participação de mercado pode praticar preços mais atraentes para atrair o público e ganhar na quantidade vendida. e) Fluxo de caixa: o fluxo de caixa é muito importante para as organizações pelo fato de fornecer subsídio para os gastos do dia a dia, desta forma as empresas utilizam-se da prática de preços baixos para haver um grande número de entradas, ou praticar preços altos para no início da venda de um produto recuperar mais rápido o investimento. 2.3.5.2.2 Passos para a determinação de preços Conforme Las Casas (2009), após definir os objetivos de preço existem alguns passos que podem ser seguidos para a determinação dos mesmos: 63 Determinação da demanda: é preciso verificar a que tipo de demanda o produto está sujeito para se definir o preço. Análises demográficas, quantitativos e psicológicos podem ser utilizadas. Verificar se os consumidores são sensíveis ao preço, se existem muitos produtos similares, se são comprados em grandes quantidades, são exemplos desses fatores. Determinação do custo: conhecer os custos dos produtos é fundamental para que se consiga definir um preço favorável. Análise dos preços da concorrência: verificar os preços praticados pela concorrência é muito importante dependendo do produto vendido, se for um produto igual ou similar os preços não poderão sofrer grande variação para mais, sob pena do consumidor escolher o mais barato. Determinação da politica de preços: geralmente as empresa são conhecidas e identificadas pela sua politica de preços, seja de preços altos ou baixos. Fugir da linha de objetivo pode não ser favorável a imagem da organização. A empresa pode optar por praticar preços costumeiros, aqueles que os consumidores já estão habituados a pagar. Preços de linha que podem ser utilizados para atender diferentes consumidores, com uma linha mais alta e outra mais baixa de preço. Preços psicológicos que são os chamados preços "quebrados" que na verdade representarão quase o mesmo valor, mas, com uma impressão de preços mais baixos, exemplo disso é colocar o preço de R$ 99,00 em vez de R$ 100,00. E ainda tem os preços únicos que são praticados em todos os produtos para todos os clientes. Preço final: estabelecer uma lista com os preços finais pode ser muito útil, geralmente é instituída pelos fabricantes que preveem certos descontos para intermediários, sua vantagem é que os preços são padrão para todos os consumidores e dar descontos a mais que isto pode representar um desconto promocional. 2.3.5.2.3 Estratégias de preço Definir adequadamente a estratégia de preço a ser utilizada pode ser fator fundamental para se alcançar os objetivos de vendas das organizações. Kotler (1999) apresenta oito estratégias de preços mais utilizadas na hora de se definir os preços a serem praticados, conforme segue. Estratégia Premium: produtos de alta qualidade podem ter altos preços, considerando que o objetivo é atender a uma faixa especial de mercado. 64 Estratégia de Penetração: quando os produtos são de alta qualidade e procura-se a rápida entrada no mercado pode-se praticar um preço médio visando atrair os clientes. Estratégia de Superbarganha: produto de alta qualidade a preço baixo. Terá uma rápida introdução no mercado. Estratégia de Preço Alto: busca-se a maior rentabilidade ou lucro, com produtos de qualidade média e preço alto. Estratégia de Qualidade Média ou Comum: preço compatível com a qualidade do produto, objetivando uma participação aceitável do mercado. Estratégia de Barganha: produto de qualidade média a um preço baixo. Uma das explicações pode ser um acordo entre distribuidores e consumidores. Estratégia de “Bater E Correr”: preço alto com qualidade baixa. Tem-se uma vantagem inicial e há uma retirada rápida do mercado. Estratégia de Preços Baixos: preço baixo e baixa qualidade. Procura-se vender com esta estratégia simplesmente quantidade. 2.3.5.2.4 Estratégia de fixação de preço Kotler (1999) define que as principais estratégias de fixação de preços são: fixação de preços de linhas de produtos, de produtos opcionais, produtos cativos, subprodutos e de pacotes. Fixação de preços por linhas de produtos: os produtos da mesma linha devem seguir patamares condizentes com seus custos e os preços dos concorrentes. Fixação de preços de produtos opcionais: são produtos complementares que geralmente são vendidos em conjunto com um produto principal, devem ter um preço que motive o cliente a fazer a compra dupla. Fixação de preços de produtos cativos: são os produtos principais que o cliente procura, geralmente recebem um preço médio/baixo para atrair o cliente e este comprar outros produtos juntamente. Fixação de preços de subprodutos: é um produto secundário resultante de um processo de fabricação, que se consegue ter algum valor e ser comercializado, já é vantagem para a organização que pode aproveitar os resíduos da produção. Fixação de produtos por pacotes: é uma estratégia de combinar produtos, pode ser utilizada para atrair o cliente, considerando um preço apenas, por mais de um produto. 65 2.3.5.2.5 Estratégias de adequação do preço Conforme Kotler (1999) algumas estratégias podem ser utilizadas visando adequar os preços dos produtos diante de determinadas situações, as principais estratégias são relacionadas a descontos, adequação por segmentação e geográfica. Adequação por descontos Descontos à vista: esta estratégia visa motivar os compradores a pagar por seus produtos no ato da compra, diminuindo-se o preço normal do produto. Desconto por volume: esta estratégia busca motivar os clientes a levarem um grande número de produtos oferecendo como vantagem uma redução de preço pela grande compra. Desconto funcional: é uma redução de preço oferecida aos canais de distribuição. Desconto sazonal: quando os produtos sofrem com sazonalidade, pode-se oferecer descontos para estimular a compra e manter a demanda pelos produtos. Abatimentos: são utilizados para estimular os clientes a trocarem seus produtos mais antigos por novos, troca-se o produto antigo por um preço melhor no produto novo. Adequação segmentada Fixação de preços por segmento de clientes: considera que clientes diferentes podem pagar preços diferentes pelos mesmos produtos, como exemplo cita-se as licitações públicas que conseguem preços melhores que os clientes comuns. Por versão do produto: diferentes versões do produto recebem preços diferentes, mas não conforme as diferenças de custos. Por localização: o preço é adequado ao local que o produto está sendo comercializado, mesmo que os custos sejam os mesmos, em alguns lugares os clientes podem ser menos ou mais sensíveis ao preço o que justifica este método. Por período: os preços variam conforme a estação do ano, o mês, o dia e até mesmo a hora, isto se deve muito a disponibilidade de oferta e demanda, ou mesmo de custo de produção de um período para outro. 66 Adequação de preços geográfica Preços de origem: são produtos que recebem o chamado preço de fábrica, geralmente o cliente retira o produto na fábrica e tem reduzido alguns custos de logística de intermediários. Preços de entrega uniforme: o mesmo preço de entrega é cobrado para todos os clientes, independente da distância. Preço de ponto-base: é determinado um ponto como base, por exemplo, uma cidade e todos os clientes pagam o preço padrão de frete para aquela cidade. Preços com frete absorvido: como forma de incentivar os clientes a comprarem, a empresa retira os custos de frete, ou parte deles, reduzindo o preço do produto. 2.3.5.3 Gerenciamento do Ponto de vendas (Praça) Estando vivendo em uma época onde a concorrência é extremamente acirrada em praticamente todos os segmentos, e a busca por um diferencial que forneça vantagem competitiva às organizações é algo que vem ganhando cada vez mais atenção nas atividades empresariais, o gerenciamento do ponto de vendas pode ser uma oportunidade valiosa para a diferenciação no mercado (ZAMBERLAN... [et al.] 2009). Conforme Blessa (2010, p. 6), “ponto-de-venda é qualquer estabelecimento comercial que exponha serviços ou produtos para a venda aos consumidores”. A autora ainda destaca que são muito importantes as técnicas estratégicas no ponto de venda, pois, cada vez mais os consumidores tomam decisões de compra no estabelecimento, seja por impulso, pela falta de uma lista de compras, ou simplesmente por desejar. Blessa (2010, p. 27), assegura que “são poucas as pessoas que se preocupam em fazer listas de compras. É uma questão de olhar em volta e ver tudo o que se pode desejar”. O ponto-de-venda é fator que exerce grande influencia no processo de compra, pode ser considerado um influenciador de compra. À medida que é bem planejado faz com que o cliente se sinta bem no ambiente e seja atraído pelas ofertas de produtos. Em síntese, podemos afirmar que o ponto-de-venda contribui de forma significativa com o processo de comercialização. Ele age como um “vendedor silencioso”, atraindo a atenção, orientando e estimulando os clientes a adquirirem os produtos da empresa (ZAMBERLAN... [et al.] 2009, p.18). 67 Parente (2000, apud ZAMBERLAN... [et al.] 2009), destaca que entre as variáveis do mix de marketing, o ponto-de-venda é o que mais causa impacto a primeira vista no consumidor. Variáveis como tamanho, layout, cores entre outras causam percepções aos clientes fazendo com que estes sejam estimulados a permanecer na loja e talvez adquirir um produto, ou queiram logo sair do ambiente deixando de gerar possíveis receitas a empresa. 2.3.5.3.1 Projetando o espaço de vendas Segundo Zamberlan... [et al.] (2009), os responsáveis pelas lojas pensam ou deveriam pensar o espaço do ponto-de-venda como um teatro, onde, paredes e chão representariam o palco e elementos de comunicação visual são os equipamentos e o produto é o espetáculo propriamente dito. O autor ainda destaca que todos os componentes devem estar em harmonia, de modo que não ofusque o principal, que é o produto. Conforme Levy e Weitz (2000, apud ZAMBERLAN... [et al.]2009), ao projetar o espaço de vendas de uma loja é preciso se levar em conta três objetivos: a) Atmosfera da loja: o gestor deve conhecer o seu cliente para então criar um ambiente que atenda as suas necessidades e desejos. Elementos como iluminação, cor, música, temperatura entre outros devem ser considerados para a criação de uma atmosfera agradável aos olhos do cliente. b) Layout da loja: na hora de projetar a exposição dos produtos, os responsáveis devem pensar em criar um ambiente logístico que faça com que o cliente encontre o que procura sem dificuldades, ou seja, as mercadorias devem seguir um fluxo lógico, de fácil compreensão dos consumidores. c) Design X custo: este terceiro objetivo defende que os gestores devem avaliar quais os produtos que mais geram resultado para a organização e reservar os melhores lugares da loja para eles, de forma a obter o máximo de resultado de cada metro quadrado. 2.3.5.3.2 Ambiente de Venda Conforme Zamberlan... [et al.] (2009), quando entramos em uma loja logo temos uma impressão do seu ambiente que os faz criar uma identidade do local. Segundo o autor os 68 principais fatores de criação de sensações quanto ao ambiente são a iluminação, aromas, cores, som e arquitetura, que juntos formam o chamado marketing sensorial. O marketing sensorial pode ser entendido como uma série de ações promovidas pelo gestor a fim de criar uma atmosfera multissensorial única ao redor dos produtos, que favoreça a entrada de clientes, a permanência no local e a aquisição de produtos (BARBOSA, 2008 apud ZAMBERLAN... [et al.] 2009). A seguir se apresenta as variáveis que compõe o marketing sensorial, segundo Zamberlan... [et al.] (2009). a) Iluminação A iluminação passa várias sensações aos observadores como impressão de quente e frio, alegria, tristeza, medo entre outras, que conforme a variação pode valorizar ou depreciar o produto. Segundo estudos os clientes preferem ambientes com boa iluminação, fator que se reflete nas vendas, considerando que a claridade psicologicamente é mais atraente. Para Roble (2005, apud ZAMBERLAN... [et al.] 2009), uma iluminação agradável deve mesclar lâmpadas com tonalidades quentes e frias, se possível esconder as lâmpadas de forma que não ofusquem os olhos e ainda valorizar a iluminação natural, através de janelas e aberturas de vidro, que são elementos que contribuem para a correta iluminação de um ambiente de vendas. b) Som no ambiente A música do ambiente de vendas é um fator que pode ajudar na qualidade se bem trabalhada. Existem estudam que comprovam que a música afeta o processo de compra do consumidor. Parente (2000, apud ZAMBERLAN... [et al.] 2009), acredita que as músicas do ambiente devem ser selecionadas conforme o segmento de atuação. Ainda, Ferreira (2007, apud ZAMBERLAN... [et al.] 2009), teria feito um levantamento das pesquisas nesta área e chegado a algumas conclusões, como que a simples presença de música causa efeito positivo nos clientes, principalmente se as músicas forem de seu gosto. Ele ainda destaca que músicas lentas e em um volume adequado podem contribuir para a permanência por mais tempo do cliente no ambiente. 69 c) Aromas Zamberlan... [et al.] (2009) destaca que o olfato é o sentido humano mais manipulável, e que estudos mostram que a comunicação olfativa permanece por mais tempo na memória do que a visual. Contudo é preciso que se saiba usar este recurso de forma adequada, Rocha (2005, apud ZAMBERLAN... [et al] 2009), acredita que o aroma da empresa deve ser personalizado e estar em harmonia com o produto e a marca, do contrário pode ser apenas mais um cheiro. Conforme Zamberlan... [et al.] (2009), antes de se definir um aroma e sair utilizando-o é preciso se fazer uma pesquisa, testes, e adequações, pois, uma vez que o aroma pode ser um diferencial positivo para a organização, aromas desagradáveis podem repelir clientes e causar má impressão. d) Cores no ponto-de-venda Conforme Zamberlan... [et al.] (2009), as cores possuem grande efeito no comportamento das pessoas, podendo causar diversas sensações. As cores exercem grandes influências no posicionamento das empresas e das marcas, pois, elas têm grande impacto na forma como cliente vê e percebe o ponto-de-venda. Conforme Levy e Weitz (2000, apud ZAMBERLAN... [et al.]2009), a criatividade na colocação das cores podem causar disposição nas pessoas, como por exemplo, o uso das cores quentes aumentam a pressão sanguínea, a taxa respiratória entre outros. Em contraste as cores frias podem causar sensações de calmaria e relaxamento. Segundo Blessa (2003, apud ZAMBERLAN... [et al.]2009), as cores devem funcionar como atração do público-alvo, ou em sentido de destacar um produto. Segundo a autora, as crianças são atraídas mais pelas cores primárias, os adolescentes por cores fortes e quentes, os esportistas por cores vivas, entre outros segmentos. Zamberlan... [et al.] (2009), ainda destaca que as cores podem assumir uma classificação de ajudar na apresentação do varejista, considerando que as cores claras podem passar uma impressão de que o ambiente é maior, cores escuras tendem a dar a impressão de diminuição de espaço. Também utilizar expositores em cores mais neutras favorece que o produto fique em destaque na visão do cliente. 70 e) Arquitetura do ponto-de-venda A arquitetura do ponto-de-venda pode ser considerada como a conciliação dos fatores já falados, pois, busca criar uma atmosfera agradável que leva em conta os demais elementos do marketing sensorial. Segundo Zamberlan... [et al.] (2009), alguns itens importantes a serem considerados no planejamento da arquitetura do ponto-de-venda são largura dos corredores, para fornecer conforto aos clientes no momento do fluxo, a temperatura que é fator determinante para que o cliente se sinta bem no ambiente, pisos que devem oferecer segurança, beleza e ser de fácil limpeza. Ainda, localização dos caixas e provadores que dependendo do tamanho e ramo do negócio devem estar em locais adequados para fornecer conforto e privacidade aos clientes. Por fim, a manutenção e limpeza que é fator crucial na hora de passar uma boa imagem do ambiente aos clientes. 2.3.5.3.3 Movimentando-se no ponto-de-venda Conseguir diferenciais num mercado cada vez mais acirrado e exigente não é fácil, é preciso muito estudo e conhecimento do cliente para saber realmente o que é valorizado por ele. Blessa (2003, apud ZAMBERLAN... [et al.] 2009), afirma que o design da loja pode ser uma vantagem competitiva muito valiosa. Segundo a autora os aspectos físicos do ambiente como teto, piso, paredes, móveis entre outros precisam estar em harmonia e atuar como “coadjuvantes” do ator principal que é o produto. Conforme Parente (2000, apud ZAMBERLAN... [et al] 2009), as decisões de layout são essenciais para a boa movimentação dos clientes, para ele tudo deve seguir uma ordem, estar organizado, os departamentos, categorias de produtos, localizações privilegiadas para os produtos de melhor resultado, além da facilidade de locomoção dos clientes. Enfim, a correta utilização do espaço. Para Levy e Weitz (2000, apud ZAMBERLAN... [et al] 2009), um design adequado é aquele que faz com que o cliente ao andar pela loja veja os produtos mesmo sem querer, espaços retos, com grandes fileiras de produtos e estantes não é adequado por se tornar algo monótono. Destaca-se ainda a preocupação com a acessibilidade, muito valorizada e imprescindível nos dias atuais. 71 Conforme Zamberlan... [et al.] (2009), existem três tipos mais usados de design, os quais os varejistas escolhem utilizar conforme seu ramo de atividade e capacidade de investimento. a) Grade Este layout é o mais empregado em estabelecimentos que os clientes desejam se deslocar por todo o espaço da loja, como as mercearias por exemplo. As gôndolas são extensas e padronizadas, não é o melhor arranjo, mas trás as vantagens de fácil locomoção aos clientes e diminuição de custos por utilizar móveis padronizados de produção mais fácil. b) Pista de corrida Este layout é mais criativo do que o anterior, nele o consumidor é influenciado a compra por impulso pelo fato de ao longo do caminho se deparar com vários produtos. Este modelo consiste em um corredor principal com vários acessos laterais e curvas que fazem com que os clientes olhem vários ângulos em vez de apenas um. c) Forma livre Neste modelo de layout os clientes tendem a se sentir mais confortáveis e em um ambiente descontraído, pois o layout é estruturado para a livre circulação, onde a venda direta é muito importante pelo fato de os visitantes não seguirem um fluxo direcionado. Este modelo se baseia em tendências naturais, como a que 85% dos clientes se dirigem ao lado direito quando adentram a loja. É mais utilizado em lojas especializadas e requer um investimento maior pela personalização do ambiente, custo que pode ser logo recuperado pelo aumento das vendas. 2.3.5.3.4 Exibição dos produtos Conforme Zamberlan... [et al.] (2009), existe um pensamento intrínseco no marketing que defende que visibilidade, cria vendas considerando que uma exposição dos produtos atrai a atenção dos clientes e os impulsiona a comprar. O autor ainda destaca que o consumidor não 72 pergunta e pesquisa por aquilo que não vê, por dois motivos, ou esquece ou deixa para mais tarde. Blessa (2005, apud ZAMBERLAN... [et al.] 2009), defende quatro objetivos que devem ser observados na exposição dos produtos. Primeiro, os produtos precisam estar separados e organizados por categorias, como por cor, tamanho, sexo, preço ou estilo. Segundo, as mercadorias precisam estar visíveis ao público, produtos escondidos não vendem ou vendem pouco. Terceiro, a questão da acessibilidade: os produtos precisam estar ao alcance do cliente, pois muitos não gostam ou preferem não pedir ajuda ao vendedor, deixando muitas vezes de levar o produto. Por fim, o quarto objetivo que deve ser observado é a disponibilidade, conforme a autora a frustação por desejar o produto e este não estar disponível é muito grande. Segundo Zamberlan... [et al.] (2009 p.124), a questão das gôndolas é fator que deve ser observado pelos responsáveis, sendo que devem respeitar algumas medidas para estar no campo de visão e ao alcance das mãos, conforme segue. Altura máxima para colocar um produto – 2 m; Altura mínima para exposição – 0,50 m; Altura dos olhos (melhor local para se expor) – 1,60m; Altura das mãos – 1,20m a 1,60m. A arrumação das prateiras é outra questão que exige estudo, expor os produtos de forma a não deixar espaços vazios nas prateleiras é essencial para a boa ocupação do espaço, para isso recomenda-se a utilização de prateleiras flexíveis, ou seja, passiveis de ajustamento das cremalheiras para cima e para baixo (ZAMBERLAN... [et al.] 2009). Zamberlan... [et al.] (2009), ainda destaca que a melhor forma de organizar as prateleiras e a forma que fica mais bonita é vertical, esta forma proporciona maior visibilidade aos olhos dos clientes e facilidade de alcance. A forma horizontal é desfavorável por dar a impressão de haver apenas um produto em um longo espaço. Na exposição em blocos a visualização é dificultada pela mistura de produtos causada geralmente pelo pouco espaço. 2.3.5.4 Promoção Conforme Kotler (2000), promoção é a comunicação que as empresas podem usar para chegar até os clientes e promover seus produtos. Engloba todas as ferramentas estratégicas 73 para fazer com que o consumidor conheça a empresa, os produtos e se interesse em adquirilos. Segundo Las Casas (2009), promoção tem o significado de comunicação, ele referencia que os profissionais de marketing devem se preocupar em identificar qual a forma mais eficiente para informar seus clientes a respeito de seus produtos e serviços, além da própria imagem da organização. Para Daronco (2008), a promoção pode ser compreendida no sentido de destacar um produto, um serviço, uma marca ou uma empresa, para, desta forma, tornar o produto conhecido e despertar o desejo de comprá-lo. Sob a visão dos autores pode-se ter a compreensão de que a promoção é a atividade responsável por fazer a comunicação da organização com os clientes e interessados a partir de algumas ferramentas que devem ser escolhidas conforme a ocasião ou público que se pretenda atingir. Trabalhar bem as estratégias de comunicação é muito importante para que os clientes fiquem a par dos produtos oferecidos, das atividades da empresa e seus ideais. 2.3.5.4.1 Comunicação de Marketing Conforme Las Casas (2009), na hora da comunicação é importante que o emissor seja claro na mensagem que pretende transmitir, a fim de que o receptor tenha a interpretação daquilo que se realmente pretende passar. A figura 8 representa o modelo de comunicação. Figura 8 – Modelo de comunicação. Fonte: Las Casas (2009, p.283). A figura 8 mostra o processo de comunicação, onde se percebe através da explicação do autor que os principais elementos são o emissor e o receptor, e existe um fluxo onde a mensagem é passada, compreendida e a resposta é mandada de volta. 74 Quando o comunicador emitir uma mensagem, ele deverá pensar na comunicação efetiva, ou seja, que o seu receptor realmente entenda o que quer dizer. Por isso, a partir de uma análise de audiência deve pensar na melhor forma de atingi-la (codificação). Usa um meio para transmitir sua mensagem (canal) e o receptor, ao entender o que está sendo transmitido (decodificado), completará o processo. Somente com a compreensão deste ultimo pode-se dizer que houve realmente a comunicação. A realimentação (feedback) é importante fator para que o comunicador avalie o resultado de seu esforço (LAS CASAS, 2009, p. 283). Pode-se ver ainda sobre a visão de Las Casas (2009), que é preciso escolher o melhor canal para se abordar o receptor, pois só com a mensagem compreendida é que se considera que o processo de comunicação aconteceu de forma bem sucedida. 2.3.5.4.2 Ferramentas de promoção Segundo Daronco (2008), é preciso que os profissionais de marketing avaliem muito bem as vantagens e desvantagens das diversas ferramentas de comunicação com a finalidade de se alcançar a eficiência. Para Las Casas (2009), são seis as ferramentas do composto promocional, sendo elas: a propaganda, a venda pessoal, promoção de vendas, merchandising, relações publicas e marketing direto. a) Propaganda Para Kotler e Keller (2006), propaganda é qualquer forma paga de apresentação não pessoal e promocional de ideias e produtos por um patrocinador identificado. A propaganda tem como principal objetivo realizar a comunicação com o mercado-alvo para informar, persuadir ou lembrar. Para Churchill e Peter (2000, p. 452), propaganda é a “veiculação de qualquer anúncio ou mensagem persuasiva nos meios de comunicação durante determinado período e num determinado espaço pago ou doado por um indivíduo, companhia ou organização identificada”. Las Casas (2009) destaca que a propaganda no Brasil se confunde muito com a publicidade, quando na verdade a publicidade é uma divulgação não paga, sendo então uma atividade dentro das relações publicas. 75 Conforme Daronco (2008), a principal vantagem da propaganda é que ela consegue atingir um grande número de pessoas com a mesma mensagem, porém, é difícil controlar quem será afetado por ela. Uma desvantagem destacada é que muitas vezes os custos de produção e veiculação são altos por se tratar de uma mídia de massa. No Quadro 2 a seguir pode-se ver as principais mídias segundo Las Casas (2009), e suas vantagens e desvantagens. VANTAGENS E DESVANTAGENS DAS MÍDIAS VANTAGENS DESVANTAGENS JORNAIS 1 2 3 4 5 Flexível Cobertura intensa de mercados locais Larga aceitação e uso A credibilidade Razoavelmente barato 1 2 3 4 Vida curta Qualidade de impressão Leitura rápida Muitos anunciantes RÁDIO 1 2 3 4 Mais fácil de produzir/custo menor Uso massificado Possibilidade de selecionar audiência Pode ser ouvido enquanto se faz outras coisas 1 2 3 4 Menos atenção do ouvinte Somente áudio Vida curta Grande concorrência da TV OUTDOOR 1 Flexível 1 2 3 Relativamente barato Possibilidade de uso de cores 2 3 Distração de motoristas, risco de acidente Invade a natureza Não se pode selecionar a audiência 4 Exige pouco em termo de esforço e tempo da audiência 1 1 Audiência não seletiva 2 3 4 Combinação de som, cor, vídeo e movimentos. Apela aos sentidos Cobertura de massa Pode causar maio impacto 2 3 4 Vida curta Mídia cara Rápida passagem de vídeo 1 Grande seletividade 1 2 3 4 Boa qualidade de impressão Audiência indireta Fidelidade à revista 2 Período maior para veiculação do anuncio. Revistas mensais, bimestrais. 1 2 Custo elevado por unidade Baixo índice de interesse do leitor. TELEVISÃO REVISTA 1 Seletividade 2 Flexibilidade 3 É personalizada Quadro 2: Vantagem e desvantagens das mídias. Fonte: Las Casas (2009, p. 289). MALA DIRETA 76 Conforme Kotler e Armstrong (2003) ao se elaborar a propaganda é preciso ter em mente quais os objetivos que se pretende alcançar. Os objetivos da propaganda devem considerar as informações e características do público alvo, o posicionamento da empresa e seu mix de marketing. Kotler e Armstrong (2003) definem três principais objetivos da propaganda: A propaganda informativa Conforme o próprio nome diz esta propaganda visa informar os consumidores, geralmente sobre um novo produto ou alguma característica diferenciada, despertando o desejo de ter o produto. Manter os consumidores informados é muito importante, considerando que as pessoas podem ter necessidades e desejos que não foram despertados ainda. A propaganda persuasiva Este tipo de propaganda também é conhecido como propaganda de comparação, na qual se busca atacar a concorrência mostrando os pontos fortes do produto da empresa e muitas vezes os pontos fracos do produto da concorrência. A propaganda de lembrança A propaganda de lembrança geralmente é utilizada para produtos ou empresas que já se encontram consolidadas no mercado. O objetivo não é apresentar grandes novidades nem persuadir o consumidor, mas apenas não deixar que o cliente esqueça a empresa e acabem partindo para concorrentes mais presentes na mídia. Para finalizar, Las Casas (2009) considera que o gasto com propaganda é justificado pelo faturamento que ela proporcionará, mas ressalta que um produto não vende sem propaganda e também não vende pela propaganda, vende pela necessidade e desejo de clientes interessados, a propaganda pode acelerar o processo de aquisição. 77 b) Venda pessoal A venda pessoal consiste em um contado direto com o cliente, geralmente vendedores que se apresentam aos clientes. Algumas vantagens são claras na venda pessoal, a mensagem pode ser adaptada ao receptor, a realimentação é imediata, objeções podem ser respondidas na hora, é possível se analisar reações frente às colocações, entre outras (LAS CASAS, 2009). Para Churchill e Peter (2005), a venda pessoal se configura pela interatividade direta com o cliente. Para o autor esta forma de comunicação é de grande valia e permite que os profissionais de marketing consigam adaptar a mensagem da melhor forma possível para a compreensão do cliente. Venda pessoal é a venda que envolve interação pessoal com o cliente, seja ela face a face, por meio de telefone (telemarketing), fax ou computador. Sendo feita por meio de qualquer veículo que permita interação direta e pessoal entre vendedor e comprador, a venda pessoal garante feedback imediato para os profissionais de marketing, permitindo que a comunicação seja ajustada para satisfazer as necessidades da situação. (CHURCHILL e PETER, 2005, p. 452). Conforme Kotler (2000), a venda pessoal é muito interessante em momentos que a venda ou o processo de compra encontram-se em estágio avançado, pois a interação entre o vendedor e o cliente proporciona um relacionamento mais profundo e flexível que permite respostas imediatas. Por outro lado, a venda pessoal pode se apresentar como uma alternativa de maior custo, uma vez que exige grande preparação dos vendedores, sendo necessário investimento em treinamento. Além disso, a imagem da empresa fica atrelada ao vendedor que faz o contato com cliente, dificultando o controle deste elemento pela organização. c) Promoção de vendas Segundo a Associação Americana de Marketing (AMA) (apud LAS CASAS, 2009), a promoção de vendas contempla atividades que auxiliam as vendas pessoais e a propaganda, através das exposições, demonstrações e amostras que fazem com que o produto seja mais conhecido pelo cliente. 78 Para Daronco (2008), a promoção de vendas exerce uma força dentro e fora da mídia, por um período determinado. Esta força tem a intenção de aumentar a demanda por determinados produtos. Kotler (2000, p.616), conceitua a promoção de vendas como “um conjunto de ferramentas de incentivos, a maioria em curto prazo, projetada para estimular a compra mais rápida ou em maior quantidade”. Las Casas (2009) elenca algumas atividades que podem ser desenvolvidas na promoção de vendas, são elas: Exposição em feiras: é uma prática bastante conhecida e que permite que a empresa demostre seus produtos para novos clientes. Materiais promocionais como folhetos, brindes e experiências podem ser usados para promover o produto. Amostras: segundo o autor a distribuição de amostras dos produtos é uma ótima ação para promover o produto no seu inicio, ou aumentar o consumo, esta técnica tem sucesso principalmente quando os produtos são de consumo e envolve os sentidos humanos. Prêmios e vales-brindes: esta técnica se baseia em dar algo a mais para os clientes que adquirem determinado produto, se os prêmios ou brindes forem atrativos, podem fazer com que o cliente compre o produto mesmo que não necessite. Cupons: os cupons geralmente são usados como forma de incentivar a compra de um produto especifico, dando desconto em uma próxima compra do mesmo. Concursos e jogos: é uma forma de sorteio que por se tratar muitas vezes de valores significativos são regulados pelo Ministério da Fazenda. Kotler (2000, apud DARONCO, 2008), define que a promoção de vendas oferece três benefícios. O primeiro se refere à comunicação, que proporciona que o cliente receba informações sobre o produto, muitas vezes chamando sua atenção, o que pode influenciar a compra. O segundo refere-se ao estímulo, que através da agregação de valor pode tornar o produto objeto de desejo. Em terceiro o convite, que faz com que o cliente busque a aquisição imediata do produto para aproveitar certo benefício de momento. 79 d) Merchandising A Associação Americana de Marketing (AMA) (apud LAS CASAS, 2009), define merchandising como “uma operação de planejamento necessária para se pôr no mercado o produto certo, no lugar certo, no tempo certo, em quantidade certa e a preço certo". Blessa (2003, apud ZAMBERLAN... [et al.]2009), destaca que o merchandising é toda atividade que busca dar visibilidade e passar informações de um produto no ponto-de-venda, com o objetivo de influenciar a compra. E ainda, Ferracciù (1997, apud ZAMBERLAN... [et al]2009), define o merchandising como uma ação mercadológica para facilitar a comercialização de produtos, o mesmo autor ainda o destaca como o marketing sem palavras. Segundo Las Casas (2009, p. 301), são operações de merchandising: • Exposição e apresentação adequadas dos produtos; • Verificação dos níveis de estoque; • Verificação dos preços; • Verificação da data de validade dos produtos; • Treinamento adequado nos locais; • Comunicação adequada nos locais; • Atenção de áreas de venda compatíveis; • Verificação do estado do material no ponto-de-venda; • Amostragem e demonstração do produto no ponto-de-venda. Cobra (1992, p. 698, apud ZAMBERLAN... [et al.]2009)finaliza: "pode-se concluir então que o merchandising é bastante abrangente, pois influencia a compra por impulso, destaca produtos em exposição, ajuda no giro de estoques e na comunicação das vantagens de se comprar determinada mercadoria". e) Relações Públicas Segundo Daronco (2008), relações públicas é a forma de comunicação que tem por objetivo fazer a comunicação da organização com os públicos interessados, como clientes, fornecedores, acionistas, imprensa entre outros. 80 Las Casas (2009, p. 301), complementa dizendo que "relações públicas são, conforme o próprio nome, relação com o público. É a administração deste relacionamento com o objetivo de causar uma imagem favorável da empresa para maior eficiência". Para Kotler (2000, apud DARONCO, 2008), esta atividade apresenta três caraterísticas. A primeira refere-se à alta credibilidade, matérias e artigos sobre a empresa, que são publicados e veiculados por jornais e revistas que possuem maior credibilidade que anúncios pagos. A segunda caraterística é que esta atividade pode alcançar consumidores avessos a vendedores e anúncios. Por fim, a dramatização, que com as atividades de relações públicas tende a tornar o produto mais concreto para os consumidores potenciais. Para finalizar, pode-se entender que as relações públicas de uma empresa têm a função de criar e conservar uma boa imagem da organização. Para isto, busca manter boas relações com os diversos públicos da organização e que possuem uma visão da mesma. f) Marketing Direto Stone (1984, apud LAS CASAS, 2009, p. 11), define que "Marketing direto é um sistema integrado de marketing que usa uma ou mais mídias de propaganda para efetuar uma resposta mensurável e ou uma transação em qualquer localidade". Para Kotler e Keller (2006), o marketing direto consiste numa atividade que usa canais diretos para chegar aos clientes, ou seja, sem utilizar intermediários. Segundo os autores esta técnica favorece direcionar a força de venda para os clientes interessados de verdade e m melhorar o relacionamento com eles. Daronco (2008) aponta algumas características desta ferramenta de promoção. Primeiro a privacidade, considerando que a ação geralmente é direcionada a uma pessoa específica. É personalizado: quando se sabe para quem está sendo enviada a mensagem é possível personaliza-la para atrair o destinatário. Atualizada: segundo a autora a preparação da mensagem é rápida, o que permite sempre colocar informações atuais. Por fim, a interação, considerando que o receptor tem a opção de responder a mensagem pode-se estabelecer uma conversa entre as partes. 81 3 METODOLOGIA O presente capítulo do Relatório tem por objetivo detalhar o procedimento utilizado para a realização do estudo. Desta forma, a metodologia busca proporcionar ao leitor uma maior compreensão da classificação da pesquisa, plano de coleta de dados, plano de análise e interpretação dos dados e proposta de sistematização do estudo (ROESCH, 1999). 3.1Classificação Pesquisa Conforme Teixeira, Zamberlan e Rasia (2009) existem vários métodos, procedimentos técnicos, abordagens, e estratégias para coletarem-se informações e formular respostas a problemas de pesquisas. A classificação da pesquisa pode apresentar muitas possibilidades quanto ao seu tipo, sendo que o pesquisador deve saber escolher a que melhor se adapta a responder seu problema. Teixeira, Zamberlan e Rasia (2009) destaca que a classificação da pesquisa se dá quanto à natureza, quanto à abordagem, aos objetivos e quanto aos procedimentos técnicos. A seguir cada tipo é apresentado de forma mais detalhada. 3.1.1 Pesquisa quanto à natureza Para Gil (1999, apud TEIXEIRA, ZAMBERLAN E RASIA2009), no que se refere à natureza, as pesquisas podem ser classificadas em dois grupos que são a pesquisa básica e a pesquisa aplicada. A pesquisa básica segundo Gil (1999, apud TEIXEIRA, ZAMBERLAN E RASIA 2009), tem como principal objetivo acrescer conhecimentos e/ou produzir novos conhecimentos, fazendo experimentos de hipóteses que possam gerar aplicações práticas no futuro. No que tange a pesquisa aplicada Gil (1999, apud TEIXEIRA, ZAMBERLAN E RASIA 2009), destaca que tem como principal objetivo gerar resultados práticos, visando solucionar problemas reais e atuais. Este tipo de pesquisa busca levantar um referencial teórico para fornecer subsidio a uma discussão de determinado problema, em uma área de conhecimento específica, a fim de se chegar a conclusões e apresentar soluções alternativas. 82 A presente pesquisa pode ser caracterizada como uma pesquisa aplicada, uma vez que se realizou uma auditoria de marketing no Mercado Bela Vista, identificando problemas, ameaças e oportunidades. A partir do resultado da identificação destes fatores, apontaram-se sugestões para solucionar os problemas, amenizar as ameaças e potencializar as oportunidades, para tanto, utilizou-se a base teórica apresentada no capítulo dois deste estudo. 3.1.2 Pesquisa quanto à abordagem Conforme Minayo, (1994, apud TEIXEIRA, ZAMBERLAN E RASIA 2009), as pesquisas quanto à abordagem podem ser classificadas em quantitativa e qualitativa. A pesquisa quantitativa parte do principio que tudo é quantificável. Neste método geralmente a coleta de dados se dá de uma grande amostragem, a fim de se obter resultados confiáveis, uma vez que os resultados representam uma realidade de toda a população alvo da pesquisa. Este método envolve técnicas estatísticas a fim de se chegar aos resultados mensuráveis (TEIXEIRA, ZAMBERLAN E RASIA 2009). Já a pesquisa qualitativa dificilmente pode ser mensurável em números, este método busca a interpretação dos fenômenos e busca por significados, o ambiente é natural e fornece os dados para a pesquisa. Conforme Zamberlan... [et al.] (2014, p 94) a abordagem qualitativa “é descritiva. Os pesquisadores tendem a analisar seus dados indutivamente. O processo e seu significado são os focos principais de abordagem”. A partir da análise dessas duas abordagens se verifica que este estudo é predominantemente qualitativo, uma vez que envolve a observação de um cenário e se busca compreender, descrever e propor soluções para o fenômeno. Tal atividade não pode ser feita de forma quantificável, pois a análise dos dados se deu de forma indutiva. 3.1.3 Pesquisa quanto aos objetivos Segundo Gil (2010), toda pesquisa possui seus objetivos, que se diferenciam de uma pesquisa para outra. Segundo o autor as pesquisas em relação aos objetivos mais gerais podem ser classificadas em exploratórias, descritivas e explicativas, conforme segue. Conforme Gil (2010, P. 27), a pesquisa exploratória "têm como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explicito ou construir 83 hipóteses". Pode-se considerar que a maioria das pesquisas com propósito acadêmico são classificadas como pesquisas exploratórias, pois o pesquisador no momento não tem uma definição objetiva do que irá pesquisar. Segundo Zamberlan... [et al.] (2014), a pesquisa exploratória envolve pesquisa bibliográfica e estudos de caso. Para a coleta de dados se utiliza de entrevistas com profissionais de experiência na área do problema, levantamento bibliográfico, exemplos que possam facilitar a compreensão e consultas a meios eletrônicos como web sites. Para Gil (2010), a pesquisa descritiva visa descrever as caraterísticas de determinada população, mas, também pode ter a finalidade de identificar relações de causa e feito entre variáveis. Já para Zamberlan ... [et al.](2014, p. 96), esta pesquisa "visa a identificar, expor e descrever os fatos ou fenômenos de determinada realidade em estudo. Para a coleta de dados pode-se utilizar questionários, testes padronizados, entrevistas etc. Segundo Gil (2010), a pesquisa explicativa tem por objetivo identificar variáveis que contribuem para a ocorrência de fenômenos. Conforme Gil (2010, p. 28), "estas pesquisas são as que mais aprofundam o conhecimento da realidade, pois têm como finalidade explicar a razão, o porquê das coisas". A aplicação deste método de pesquisa no campo das ciências sociais muitas vezes apresenta dificuldades, pois é mais complexa que as pesquisas exploratórias e a descritivas. Zamberlan... [et al.](2014, p. 98), destaca que "a maioria das pesquisas explicativas utiliza procedimento experimental. Nas ciências sociais recorre-se também a outras estratégias, sobretudo a observacional e ex-postfacto. O presente estudo pode ser classificado como exploratório, uma vez que buscou maior familiaridade com as ações de marketing promovidas pelo Mercado Bela Vista e, através de embasamento teórico adquirido através de pesquisa bibliográfica identificou alternativas de melhorias. 3.1.4 Pesquisa quanto aos procedimentos técnicos Segundo Zamberlan... [et al.](2014), nas pesquisas dificilmente se utiliza apenas um procedimento metodológico, o ideal na maioria das vezes é utilizar uma combinação de dois ou mais tipos. Os principais tipos de procedimentos são a pesquisa bibliográfica, documental, experimental, ex-post facto, levantamento, laboratório, de campo, participante, ação, estudo de caso, e de observação. Segundo Gil (2010), a pesquisa bibliográfica é feita a partir de materiais já publicados, 84 como livros, revistas, jornais entre outros. Segundo o autor a maioria das pesquisas acadêmicas considera em algum ponto a caracterização do estudo como pesquisa bibliográfica. Para Gil (2010, p.32), "a principal vantagem da pesquisa bibliográfica reside no fato de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do aquela que poderia pesquisar diretamente". Já a pesquisa documental conforme Gil (2010) é um procedimento utilizado em praticamente todas as ciências sociais e é um dos elementos mais importantes utilizados no campo da História e Economia. Este procedimento se utiliza de consultas a documentos geralmente institucionais. A pesquisa experimental, conforme Teixeira, Zamberlan e Rasia (2009) consiste em testar determinado objeto de estudo através de influências e variáveis de controle, onde o sujeito é um participante ativo e não apenas um observador. A pesquisa ex-post facto, segundo Teixeira, Zamberlan e Rasia (2009) busca identificar a relação entre variáveis como na pesquisa experimental, porém, depois do acontecimento dos fatos e sem controle sobre as variáveis. Já a pesquisa de levantamento conforme Teixeira, Zamberlan e Rasia (2009), é a busca por conhecer a opinião de determinado grupo de pessoas através de uma interrogação direta das mesmas, procedido de uma análise quantitativa que formará as conclusões acerca do assunto. Quanto à pesquisa de laboratório Teixeira, Zamberlan e Rasia (2009), defendem que é a realização de determinado experimento em um local restringido, uma vez que no campo a pesquisa seria praticamente inviável. Para Teixeira, Zamberlan e Rasia (2009), a pesquisa de campo procura o aprofundamento das questões do estudo, é realizada no lugar que ocorrem os acontecimentos e se utiliza de técnicas de observação. A pesquisa participante segundo Teixeira, Zamberlan e Rasia (2009), é aquela em que acontece uma interação entre o pesquisador e o pesquisado, com exposições de diferentes pontos de vista. Já a pesquisa ação, conforme Teixeira, Zamberlan e Rasia (2009), envolve a participação colaborativa entre os pesquisadores e os pesquisados para solucionar um problema. Quanto ao estudo de caso os autores Teixeira, Zamberlan e Rasia (2009), dizem que é a investigação de um fenômeno atual e da vida real. Envolve análise e discussão de 85 informações para se chegar a uma conclusão. Por fim tem-se a pesquisa observacional que, segundo Teixeira, Zamberlan e Rasia (2009), envolve técnicas e procedimentos sensoriais a fim de identificar aspectos essenciais do fenômeno. Dessa forma, o presente estudo utilizou como procedimento técnico a pesquisa bibliográfica, uma vez que tem em seu segundo capitulo o referencial teórico. Considerando que a presente pesquisa se utilizou de consultas a documentos e relatórios que a empresa disponibilizou, como cadastro de clientes, alvarás, e notas de pedidos, esta também é documental. Estes documentos foram utilizados para se auditar o sistema de informação de marketing, o ambiente politico/legal e a relação com os fornecedores respectivamente. Também pode ser caracterizada como uma pesquisa participante, uma vez que o acadêmico participou com a exposição de sugestões para minimizar as ameaças e potencializar as oportunidades identificadas. E ainda, pode ser entendida como um estudo de caso, considerando que se estudou o caso do Mercado Bela Vista, auditando sua área de marketing na busca por ameaças e oportunidades. 3.2 Universo amostral e sujeitos da pesquisa Para Teixeira, Zamberlan e Rasia (2009, p.134), o universo amostral é “o conjunto de elementos (organizações/entidades, serviços, e pessoas, por exemplo) que possuem as características que serão objetos de estudo”. Para a realização desta pesquisa coletou-se informações através de uma entrevista com a proprietária do Mercado Bela Vista do Município de Tenente Portela/RS, e buscou-se levantar informações relativas à área de marketing da organização. 3.3 Coleta de Dados Conforme Teixeira, Zamberlan e Rasia (2009), o plano de coleta dos dados procura identificar a forma como os dados são obtidos dentro da organização, para a realização da pesquisa. Segundo os mesmos (2009, p. 140), “é nesta etapa que são combinadas várias 86 técnicas de coleta de dados, como entrevistas, observações, pesquisa documental e pesquisa bibliográfica, dentre outras”. Para Teixeira, Zamberlan e Rasia (2009), as técnicas mais utilizadas nas pesquisas qualitativas são entrevistas, pesquisas documentais e observações, as quais foram utilizadas para a realização deste estudo. A entrevista segundo Gil (1999, apud TEIXEIRA, ZAMBERLAN E RASIA 2009, p.145), é “uma forma de diálogo assimétrico, em que uma das partes busca coletar dados e a outra se apresenta como fonte informação”. Já a coleta de dados a partir de documentos busca consultar arquivos institucionais que possam conter informações relevantes a pesquisa (GIL, 2010). Conforme Teixeira, Zamberlan e Rasia (2009), a coleta de dados a partir de observações envolve registrar padrões de comportamento de pessoas, processos, objetos entre outras variáveis que contribuam para maiores informações sobre o objeto de estudo. Para a realização deste estudo a coleta de dados se deu por meio de uma entrevista com a gestora, conforme roteiro de entrevista em apêndice, a fim de levantar informações a cerca das atividades de marketing desenvolvidas pela organização. Para a coleta de informações acerca do macroambiente, além de consulta à gestora, as informações foram coletadas por meio de fontes eletrônicas que tratam dos assuntos conforme o quadro 3. Força Fonte de pesquisa Ambiente Demográfico IBGE, FEE, DIEESE. Ambiente Econômico IBGE, FEE, G1, O dia IG, UOL, Banco Central, Folha de São Paulo, Valor. Ambiente Natural Revista PetCenter, Folha de São Paulo Ambiente Cultural Infomonay, G1, UOL Ambiente Tecnológico SEBRAE, G1 Ambiente Politico/Legal SEBRAE, Portal do empreendedor. Quadro 3 – Informações do Macroambiente Fonte: Queiroz (2015) 87 3.4 Analise e interpretação dos dados Para Teixeira, Zamberlan e Rasia (2009, p. 169), “a fase de tratamento do material leva o pesquisador a teorização sobre os dados, o que gera o confronto entre a abordagem teórica anterior, e o que a investigação de campo revela de singular como contribuição”. O presente estudo utilizou a análise de conteúdo, onde se buscou retirar o maior número de informações possíveis das entrevistas feitas com a gestora, e desta forma, construiu-se a análise da realidade organizacional. Os dados do presente estudo foram analisados de forma qualitativa, buscando-se descrever as oportunidades e ameaças identificadas e propor ações com base na teoria estudada. 88 4 RESULTADOS Neste capítulo busca-se apresentar os resultados do estudo, descrevendo o diagnóstico organizacional quanto às ameaças, oportunidades e proposições referente ao ambiente de marketing, ao sistema de informação de marketing, ao posicionamento e segmentação de mercado, além do composto de marketing (produto, preço, praça e promoção). 4.1Auditoria do ambiente de marketing Na auditoria do ambiente de marketing buscou-se identificar as ameaças e oportunidades impostas pelas variáveis deste ambiente. Primeiramente analisou-se o microambiente que é constituído das forças próximas da empresa. Desta análise se identificou as ameaças, oportunidades e se propôs algumas ações que podem ser tomadas pela organização para sua adaptação neste ambiente. Posteriormente, se analisou as forças de difícil controle encontradas do macroambiente. Da mesma forma, apontaram-se ameaças e oportunidades e ações para minimizar as ameaças e potencializar as oportunidades. 4.1.1 Microambiente Conforme Kotler e Armstrong (1999), o microambiente de marketing é formado pelas forças próximas a organização e que estão em constante interação com a mesma, oferecendo ameaças e oportunidades. As forças a serem analisadas neste ambiente são a empresa, os concorrentes, os públicos, os intermediários, os clientes e os fornecedores. No quadro 4 podese visualizar uma síntese das principais ameaças, oportunidades e proposições quanto ao microambiente. 89 Força Empresa MICROAMBIENTE Oportunidades Ameaças - Planejamento das estratégias das áreas funções. - Exposição dos indicadores internos. - Tomada de preços. - Descontos. Fornecedores Intermediários de Mercado Mercados e clientes Concorrentes Públicos - Uso da internet. - Crescimento do e-commerce. - Idas mais frequentes do consumidor ao mercado. - Atender aos novos perfis de consumidores. - Fidelização dos clientes; - Atividades promocionais; - FAMPE; - Credibilidade; - Melhorar a imagem com alguns públicos; - Vantagens do MEI; - Campanhas beneficentes. Proposições - Falta de harmonia nas estratégias das áreas administrativas. - Reserva de tempo para o planejamento. - Falta de produtos. - Alta de preços. - Produtos em estoque. - Insatisfação dos clientes. - Crescimento do comércio virtual. - Cadastro dos fornecedores. - Mais exigências. - Solicitar displays para exposição de produtos. - Utilizar mais a internet para promoção da empresa. - Buscar novos fornecedores com produtos variados. - Pesquisa junto aos consumidores. - Baixa diversidade de produtos. - Clientes mais exigentes e com novos hábitos. - Preços; - Diversificação de produtos; - Padaria; - Novos entrantes. - Alta dos juros; - Restrição ao crédito; - Concorrentes com melhor relação com a mídia. - Ultrapassar o limite de faturamento quanto ao enquadramento tributário. - Atritos com algum público. - Agregação de valor aos produtos e ao estabelecimento. - Aproveitar momentos favoráveis da economia; - Patrocínio de programas de rádio. - Participar de licitações. - Disponibilizar um CDC aos clientes. - Participar de campanhas beneficentes. Quadro 4: Oportunidades, ameaças e proposições do microambiente. Fonte: Queiroz (2015) a) A empresa O Mercado Bela Vista do Município de Tenente Portela é uma empresa de pequeno porte tendo suas áreas administrativas todas controladas por uma única pessoa, a proprietária. 90 Desta forma, o setor de marketing não conta com uma pessoa totalmente dedicada a suas atividades, fazendo com que as estratégias muitas vezes não tenham um planejamento prévio, com levantamento de informações detalhadas. A empresa tem por função atuar no varejo de produtos alimentícios e de utilidades para o lar, se caracterizando pela conveniência que oferece aos clientes. Com horários diferenciados de atendimento consegue ganhar uma vantagem competitiva frente aos concorrentes. Os produtos comercializados são de uso no dia a dia, o que faz com que faltem corriqueiramente na casa dos consumidores, se tornando uma necessidade muitas vezes não prevista com antecedência, ou que é facilmente esquecida pelos consumidores, tornando o estabelecimento oportuno para compras de ocasião. Este fato também demonstra que a organização está voltada para o mercado, uma vez que consegue identificar as reais necessidades dos clientes oferecendo produtos conforme estas necessidades. O que ajuda a justificar este fato é que a empresa consegue comercializar seus produtos mesmo sem muito esforço em atividades promocionais, e sem a chamada “venda pesada”, a venda a qualquer custo, que segundo Etzel (2001), é prejudicial por passar uma imagem negativa aos consumidores. Neste tópico é possível identificar como principais oportunidades para a organização a realização de um maior planejamento entre suas áreas funções, já que a gestora controla todas as áreas, torna-se mais fácil integrar as estratégias para torna-las ainda mais eficazes e potencializarem os resultados. Também é possível expor mais seus indicadores internos como missão, visão e valores, para que sejam frequentemente visualizados por seus clientes e colaboradores. Como possível ameaça desta variável, está na gerência pensar os setores da empresa de forma separada, não permitindo que a função principal de todos seja “pensar o consumidor”, o que pode gerar estratégias com diferentes destinos. Como sugestão para organização indica-se reservar um tempo, pelo menos uma vez por mês, para realizar um planejamento das áreas administrativas e avaliar os resultados. A partir de tal ação será possível definir estratégias e objetivos da organização conciliando as diversas áreas administrativas. A empresa precisa definir suas estratégias de forma homogênea, onde todas as áreas da organização pensem o cliente da mesma forma. 91 b) Fornecedores Conforme Etzel (2001), os fornecedores podem afetar as atividades de marketing das organizações, uma vez que são de fundamental importância no processo de oferta de produtos aos consumidores. Os fornecedores podem interferir diretamente nos preços dos produtos, nos prazos de entrega, na qualidade dos produtos, entre outros fatores que contribuem para a satisfação dos clientes. O Mercado Bela Vista possui aproximadamente 20 (vinte) fornecedores, em sua maioria atacadista. A gestora destaca que está satisfeita com a maior parte dos seus fornecedores, porém, alguns deixam a desejar em alguns aspectos como prazo de entrega, mercadorias faltantes, troca de mercadorias e preços que variam da hora do pedido para a hora da entrega. Segundo a gestora, os fornecedores da empresa podem ser divididos em quatro categorias; os fornecedores de bebidas, os de produtos alimentícios, os de produtos de limpeza e os de carnes e frios. Conforme relato, os melhores fornecedores são os de bebidas, pois sempre entregam os pedidos no prazo e conforme o combinado. Além disso, muitas vezes oferecem ”bônus” que são produtos entregues a mais, conforme a quantidade comprada. A empresária relata que a relação é mais complicada com os vendedores dos produtos alimentícios, que muitas vezes entregam produtos divergentes do pedido, seja em marcas ou preços, e datas de validade dos produtos expirando. Existe dificuldade na conferência das mercadorias, pois alguns fornecedores se utilizam de tablets e smartphones como catálogos, e fazem os pedidos de forma digital, não deixando uma cópia do pedido impressa para a empresa. Como principais oportunidades que podem ser identificadas e relacionadas aos fornecedores destaca-se a negociação e a maior exigência por parte da empresa de seus fornecedores. Considerando que a organização possui muitos fornecedores e que oferecem os mesmo itens, a gerência pode se organizar e fazer um levantamento dos melhores preços, para comprar os produtos mais baratos e até mesmo conseguir descontos, uma vez que atualmente as compras são rateadas entre os fornecedores sem muitos critérios. Também, a empresa precisa se impor mais frente aos fornecedores e defender seus direitos, exigindo maior comprometimento no que se refere à troca de mercadorias divergentes, pedindo cópia dos pedidos e preços ofertados no momento da compra e ainda, descontos para grandes compras, considerando que a maioria das compras é com pagamento à 92 vista. No entanto, para isto é necessário que crie formas de controle eficientes, que lhe permitam a conferência das mercadorias. Como ameaça identificada está o fato da empresa seguir com o baixo controle de seus pedidos, que conforme relato da gestora é fato frequente, e pode acabar se tornando “refém” de seus fornecedores. Isto pode acabar gerando grande prejuízo para a organização. Falta de mercadorias, alta de preços, produtos em estoque e prazos de entregas são variáveis que podem ocasionar insatisfação aos consumidores e consequentemente gerar a perda de clientes e de receitas. Como sugestão à gerência indica-se fazer um levantamento de todos os seus fornecedores, com um cadastro completo, que permita uma organização das compras, e que forneça subsídio para uma negociação maior com os fornecedores. A empresa precisa impor suas exigências, e deixar claro que se não cumpridas vai deixar de comprar dos fornecedores que não estão agindo conforme as necessidades da organização. A empresa pode solicitar também junto aos seus fornecedores displays para exposições de seus produtos. Este fator permite que se trabalhem melhor as estratégias de merchandising no ponto de venda e ocasiona maior espaço nas gôndolas para outros produtos. Muitos fornecedores dispõem destes displays, mas acabam por não oferecer à organização, que pode exigir como requisito para adquirir determinados produtos. c) Intermediários do Marketing Conforme Kotler (1999), os intermediários do marketing são parceiros que ajudam as organizações a levarem seus produtos até os clientes finais, estes intermediários são muito utilizados pelas indústrias e fábricas de produtos que não vendem diretamente ao consumidor, ou que não conseguem atingir todos os consumidores. No Mercado Bela Vista não se identificou nenhum intermediário, uma vez que a organização comercializa seus produtos diretamente aos consumidores finais, atuando ela como um intermediário de outras empresas. No entanto, a empresa pode se utilizar da internet para a promoção de seus produtos e da própria empresa. Conforme levantamento do site Info (2014), da editora Abril, no ano de 2013, 51,3 milhões de brasileiros já haviam comprado pela internet, passando para aproximadamente 65 milhões em 2014. 93 Esses números mostram o quanto este novo meio de comércio vem crescendo e se tornando tendência nas transações de mercado. Desta forma, é preciso ficar atento e aproveitar este meio alternativo e moderno de comunicação com o cliente. d) Mercados e clientes Conforme Kotler (2003), os mercados e clientes são a principal variável do microambiente de marketing, pois são eles que realizam as compras e geram receitas para as organizações. Desta forma, é essencial que as empresas conheçam seus clientes e seu mercado, para desta forma atendê-los adequadamente. O Mercado Bela Vista atua no mercado revendedor, uma vez que adquire produtos prontos para revender aos consumidores finais, caracterizando-se principalmente pelo varejo alimentar. Segundo um estudo da Serasa Experian (2013) 85% dos estabelecimentos que atuam neste tipo de varejo são micro e pequenas empresas, sendo 47% microempresas e 38% pequenas empresas. O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) lançou uma publicação sobre o desempenho do setor supermercadista em 2012. O boletim constitui a série “Indicadores do Comércio”, e traz os principais resultados apresentados pelo setor em questão no âmbito nacional. De acordo com a publicação, o setor supermercadista é o que possui maior peso para o varejo, chegando a faturar, no ano de 2012, um total de R$242,9 bilhões, o que representa um crescimento real de 2,3% frente ao ano anterior (dados da Associação Brasileira de Supermercados) Abras. Além disso, o setor apresentou em 2012 um crescimento de 8,9% no volume de vendas e 16% na receita nominal, segundo o IBGE. Já em 2013, as vendas reais do setor supermercadista nacional cresceram 5,36% em relação a 2012, de acordo com o Índice Nacional de Vendas, divulgado pela Abras. O indicador foi deflacionado pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo IBGE. Em valores nominais, o percentual de crescimento passou para 11,92%. Em 2014 a Abras divulgou números do setor indicando crescimento pelo 11° ano seguido. No entanto, o crescimento foi de apenas 1,8%. Flávio Tayra, consultor financeiro da Abras relata que a desaceleração já era prevista, pelo atual momento da economia brasileira, 94 ele ainda complementa dizendo que “é sabido que o varejo de alimentos é o último segmento a sentir os impactos de uma crise e também o primeiro a sair dela”. Analisando os clientes da empresa pode-se caracterizá-los como consumidores da área urbana do Município, predominantemente da classe C, que possuem uma renda familiar de R$ R$1.734 a R$7.475,00, e que costumam fazer compras semanalmente. O fato dos consumidores realizarem compras semanalmente vem ao encontro de um estudo do Jornal Diário de Santa Maria que aponta que com a alta da inflação os consumidores estão adquirindo novos hábitos, como comprar em menos quantidade e com mais frequência para aproveitar ofertas, trocar marcas e adquirir produtos similares mais baratos além de eliminar supérfluos da lista de compras. Outra tendência que vem crescendo é dos consumidores que moram sozinhos e desejam produtos de fácil preparo que não exijam muito tempo e esforço, e ainda com embalagens menores, visando diminuir o desperdício. Diante do cenário apresentado pode-se identificar que a organização encontra-se em um bom mercado, onde apesar da crise que o país enfrenta, o setor consegue um pequeno crescimento. Além disso, têm-se expectativas de que seja um dos primeiros setores a sair da crise. Como oportunidades pode-se identificar a ida com maior frequência dos consumidores aos mercados, o que possibilita à organização trabalhar estratégias de preços semanais para atrair os clientes, isso pode ser feito no açougue, fruteira, padaria e entre outros produtos. Outra oportunidade é buscar ofertar produtos convencionais, que atendam os clientes que desejam a praticidade, além de variedades de produtos similares. Como ameaça identificável está à mudança de hábitos dos consumidores, que precisa ser acompanhada para poder atender suas necessidades. Outra ameaça é que a empresa conta com um grande número de produtos. Porém, não existem muitas opções de produtos similares e/ou de marcas diversificadas, o que pode acabar gerando insatisfação em clientes que desejam ter opções, e podem acabar buscando na concorrência. Como sugestão a organização se orienta buscar novos fornecedores que ofereçam produtos diversificados e que atendam o novo perfil do consumidor. Buscar realizar consultas e pesquisa com os clientes para conhecê-los melhor, e saber quais são suas principais reivindicações. Isso pode auxiliar a gerência a atender melhor o seu mercado e seus clientes. 95 e) Concorrentes Os concorrentes são uma das variáveis do microambiente que mais oferecem ameaças às empresas, isto porque buscam os mesmo clientes, oferecem os mesmos produtos, e muitas vezes com os mesmos preços. Com isso, Dias (2004), defende que é de fundamental importância conhecer a concorrência da melhor forma possível, para poder definir estratégias de ação que permitirão minimizar suas ameaças e achar um diferencial que proporcionará vantagem competitiva. Conforme relato da gestora, o Mercado Bela Vista possui muitos concorrentes no município, pois existem mais de vinte supermercados, mercados e pequenos mercados. Porém, a mesma relata que como o público alvo do seu estabelecimento são os consumidores de três bairros próximos ao estabelecimento, a concorrência principal fica restringida a três empresas. No quadro 5 podem-se analisar os principais pontos fortes e fracos de cada concorrente. Concorrente Estratégia Pontos fortes Pontos fracos Concorrente A Ser um estabelecimento onde o cliente encontra tudo que precisa no segmento. - Auto investimento em propaganda; - Amplo espaço físico; - Padaria própria; - Promoção de vendas; - Estacionamento próprio; - Variedade de produtos. - Layout organizado. - Preços baratos; - Administração presente; - Participação em eventos sociais. - Mais longe dos clientes; - Burocracia no crediário; - Administração distante dos clientes; Concorrente B Ter baixos custos para vender com melhores preços. Concorrente C Atrair os clientes com produtos de padaria e realizar vendas de ocasião de outros produtos. - Padaria completa; - Atendimento familiar; - Difícil estacionamento; - Envolvimento politico; - Administração centralizada. - É mais uma padaria do que um mercado; - Não faz entrega; - Não tem açougue; - Preços altos. Quadro 5: Análise da concorrência. Fonte: Queiroz (2015) O concorrente A é um estabelecimento muito grande, realmente um supermercado, com altos investimentos em promoção e diversificação de produtos e marcas, consegue praticar bons preços pela alta quantidade que compra junto aos seus fornecedores. Porém, está 96 mais distante dos clientes da empresa em estudo, é mais para o centro da cidade e procurado quando os consumidores desejam fazer compras para o mês inteiro. Além disso, conta com bastante burocracia e por vezes falha no processo de cobrança, tendo relatos de muitos clientes insatisfeitos por terem sido cobrados por contas já pagas. O concorrente B é um mercado com tamanho aproximado ao do Mercado Bela Vista. Seu proprietário é bastante ativo no meio politico do município e está constantemente participando de eventos sociais. Mas, isso também é um ponto fraco na medida em que se criam inimizades políticas, e alguns clientes deixam de frequentar seu estabelecimento. Ainda há a estratégia de ter baixo custo e assim conseguir praticar preços melhores. O concorrente C é uma empresa que iniciou como uma padaria e com o passar do tempo agregou alguns outros produtos de supermercados. Contudo, mesmo assim não tem grande diversidade de produtos, tendo seu ponto forte mesmo no segmento de panificação. Diante da análise da concorrência podem-se identificar algumas oportunidades para o Mercado Bela Vista. A primeira está no fato da proximidade dos clientes, onde a empresa pode utilizar esta vantagem para criar estratégia de fidelização de clientes, investir mais em atividades promocionais que atraiam os clientes, como degustação de produtos e sorteios, entre outras estratégias que serão tratados da auditoria da promoção. Outra oportunidade é ampliar a linha de produtos que fará com que os clientes não precisem procurar outros estabelecimentos para realizar suas compras quando desejam variedade. Como ameaças que podem ser identificadas está o preço de seus produtos em relação à concorrência, que para um consumidor mais sensível a este quesito pode ser o diferencial na hora de escolher onde comprar. Outra ameaça está no fato da empresa não possuir padaria própria, e pegar produtos de outras padarias para revender, o que já torna o preço final mais caro na comparação com concorrentes que possuem padaria própria. Também existe a possibilidade de novos entrantes como as redes de supermercado. Como sugestão à organização se orienta buscar mais estratégias de agregação de valor aos seus produtos, uma vez que apenas atender em horários diferenciados pode não bastar. Conforme informações do SEBRAE (2015) existem alguns fatores que podem influenciar os clientes na hora da compra, fazendo com que esses deixem o preço em segundo lugar. Um ambiente agradável, com boa iluminação, cores e aromas é um elemento bem visto pelos clientes. Disposição no atendimento, ser prestativo ao cliente, com sorrisos e cortesia ao atendê-lo é muito importante para que ele se sinta bem no ambiente. Conhecer bem as informações a cerca dos produtos, questionando os clientes sobre preferências transpassa confiança ao consumidor. Ainda, saber ouvir as opiniões dos clientes 97 a cerca dos produtos e programar as melhorias sugeridas. Dar opções de pagamento aos clientes também é fator de diferenciação, sendo importante para a organização começar a trabalhar com cartões, o que hoje ainda não é feito. Por fim, é importante despedir-se bem do cliente, independentemente do valor gasto por este no estabelecimento. A empresa pode ainda se utilizar do benchmarking, que consiste em olhar o que os concorrentes fazem bem e fazer o mesmo. Com base na análise feita da concorrência pode se observar algumas práticas possíveis de serem executadas no Mercado Bela Vista. Exemplos disso, são a melhor utilização do espaço físico e organização do layout, nota-se que a concorrência utiliza bem seu espaço físico com uma boa distribuição dos produtos. Na empresa em estudo há um bom espaço físico, porém, pouco utilizado. Assim, se a empresa adquirisse mais algumas gôndolas poderia ampliar e melhorar o layout passando uma boa impressão aos clientes. A concorrência também utiliza bastante das ferramentas de promoção, e isso pode ser feito pelo Mercado Bela Vista, fortalecendo sua imagem e marca, para tanto é necessário definir os melhores canais e ferramentas, como detalhado mais afrente na auditoria de promoção. f) Públicos Segundo Kotler e Armstrong (1999), os públicos podem ser entendidos como grupos que podem apresentar interesses nas atividades da organização, tendo força para causar impactos no processo de alcançar seus objetivos traçados. Estes públicos podem ser divididos em sete categorias: públicos financeiros, imprensa, governo, órgão de defesa do consumidor, comunidade local, público em geral e público interno. Quanto ao público financeiro, a gestora relata que o Mercado Bela Vista possui boa relação com estes, tendo crédito junto às instituições financeiras. A mesma relata que no início das atividades da organização ela já buscou recursos junto a uma instituição financeira para fins de aquisição de equipamentos e capital de giro, tendo quitado todo o empréstimo conforme o planejado, sendo que se desejar pode fazer um novo empréstimo. Uma boa oportunidade para a organização relacionada a este público é o FAMPE (Fundo de Aval ás Micro e Pequenas Empresas) um programa do SEBRAE que visa facilitar o acesso das micro e pequenas empresas a financiamentos que visem à aquisição de material 98 permanente, capital de giro, desenvolvimento tecnológico e inovação. A gestora relata que hoje a empresa ainda é enquadrada como MEI (micro empreendedor individual), com faturamento até R$ 60.000,00 por ano. No entanto, devido ao faturamento que a empresa vem tendo logo terá de mudar para microempresa. Desta forma, esta obtenção de crédito pode ajudar na expansão da empresa. No que tange ao relacionamento com a imprensa pode-se dizer que a empresa não interage muito com este público, uma vez que não utiliza meios de comunicação como jornal, rádio, revistas entre outros para promover seu negócio. Isto pode representar uma ameaça à organização considerando que os concorrentes que utilizam possuem maior visibilidade e apreço deste público. O que a empresa poderia fazer para minimizar esta ameaça é patrocinar alguns programas de rádio, mesmo que fosse uma vez por semana, é algo com um custo relativamente baixo e que atinge diversos públicos. Para isto, o melhor horário seria na parte da manhã, entre as 10h00minmin e o 12h00minmin que é o momento que o público da empresa mais ouve rádio. O governo é um público que a empresa precisa ficar atenta, pois constantemente surgem novas regulamentações que devem ser observadas. Com o atual enquadramento tributário da empresa ela possui muitas vantagens com o governo, como redução de custos com contratação de funcionários, impostos reduzidos e dispensa de contabilidade. Porém, é preciso manter em dia as obrigações para não perder os benefícios. Como oportunidade para empresa junto a este público está o fato de poder participar de licitações em condições de igualdade com outras empresas, até mesmo com maiores facilidades, uma vez que este regime dispensa maiores burocracias. Como ameaças pode-se identificar o fato da empresa por ventura não quitar os impostos que devem ser pagos mensalmente e perder os benefícios que tem. A empresa precisa ficar atenta também, aos grupos de interesse, que são órgão de defesa do consumidor, grupos ambientalistas, entre outros. Conforme relato da gestora a organização busca cumprir com suas obrigações para ter uma boa imagem frente a esses grupos. Por exemplo, a inspeção das balanças que é feita anualmente pelo INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia), o qual coloca um selo atestando que os equipamentos estão operando corretamente, fato que passa confiança aos consumidores. A empresa também conta com os alvarás necessários ao seu funcionamento em local visível aos públicos. 99 A empresa não conta com um exemplar do código de defesa do consumidor. Desta forma orienta-se a empresa providenciar um exemplar, e disponibilizar aos seus consumidores, é algo relativamente fácil de obter e passa uma boa imagem da empresa. Quanto aos públicos locais, que são as pessoas próximas da empresa como vizinhos e comunidade principalmente, a gestora relata que o relacionamento é ótimo, uma vez que a organização se encontra no centro da comunidade e está em constante interação com as pessoas que transitam entre os bairros tendo muitas amizades. A empresa procura ser parceira nos eventos promovidos pela comunidade como festas e mutirões de limpeza. Com o publico em geral não é diferente, a empresa sempre busca manter um bom relacionamento. Como oportunidade a empresa poderia engajar-se em algumas ações maiores, em nível de município, como a Campanha do Agasalho e o Natal da Criança Carente, ações do tipo ajudam no crescimento do nome da empresa e passam uma boa impressão. Além disso, associar-se a ACI poderia ajudar a empresa a ficar mais por “dentro” dos assuntos comerciais no município. Por fim, em relação ao público interno da organização, por tratar-se de uma empresa familiar, e que apenas a gestora e seu marido trabalham no negócio, as considerações são limitadas. Por serem donos do negócio a motivação dos mesmos é grande e por certo procuram fazer o possível para o sucesso da empresa. 4.1.2 Macroambiente Conforme Kotler (2000), o macroambiente de marketing é formado por forças mais fortes que a organização, e podem afetar suas estratégias, surgindo ameaças e oportunidades. As forças a serem analisadas são o ambiente demográfico, econômico, natural, tecnológico, politico/legal e cultural. No quadro 6 pode-se visualizar uma síntese das principais ameaças, oportunidades e proposições quanto ao macroambiente. 100 Força MACROAMBIENTE Oportunidades Ameaças - Novos bairros; - Público masculino indo mais as compras; - Êxodo rural; - Novos padrões de moradia. - Facilidades nos meios de transporte, o que facilita aos clientes frequentarem estabelecimentos mais distantes. - Inadimplência; - Baixo consumo; - Redução dos lucros; Ambiente Natural - Produtos com preços variados; - Atendimento de novos públicos; - Atrair os clientes pelo preço. - Ações socioambientais. Ambiente Tecnológico - Máquina de cartão; - Novos serviços; - Novos clientes. Ambiente Demográfico Ambiente Econômico Ambiente Politico/Legal Ambiente Cultura - Benefícios do MEI; - Boa imagem perante os consumidores. - Consumo de cerveja e refrigerantes; - Valorização do tempo; - Confraternizações familiares costumeiras. Proposições - Estratégias de atração dos públicos masculinos e de indivíduos vindos do interior. - Buscar fornecer produtos direcionados para pessoas que vivem sozinhas. - Preços de atração; - Descontos a vista; - Participação em licitações. - Custo da energia; - Falta de produtos; - Regulamentações governamentais. - Técnicas ultrapassadas; - Falta de informações; - Perda de clientes. - Penalidades; - Sacolas retornáveis; - Recolhimento de embalagens desnecessárias. - Aquisição de um sistema de informação; - Leitor de código de barras. - Seguir observando as normas. - Crise financeira; - Sensibilidade ao preço. - Preços variados; - Produtos similares de diversas marcas. Quadro 6: Oportunidades, ameaças e proposições do macroambiente. Fonte: Queiroz (2015) a) Ambiente demográfico Segundo Dias (2004), o ambiente demográfico é de grande importância para as organizações, pois demonstra a situação da população, que são os consumidores. A análise deve contemplar aspectos como crescimento da população, composto etário, mudanças 101 geográficas da população, padrões de moradia entre outros fatores que podem ser considerados. O Mercado Bela Vista encontra-se no Município de Tenente Portela/RS, o qual segundo dados do IBGE (2014) possui 14.056 habitantes, apresentando um crescimento de 470 habitantes em relação ao ultimo censo (2010). Estima-se que aproximadamente 52% do total sejam do gênero feminino e 48% do gênero masculino. Ainda segundo a Fundação de Economia e Estatística (2013)38% são crianças e jovens de 0 a 24 anos, 36% indivíduos de 25 a 54 anos e 26% pessoas com 55 anos ou mais. Diante deste panorama pode-se analisar que a população quanto ao seu crescimento apresenta pouca variação, tendo aumentado até um pouco. Contribui para este crescimento o fato do Município de Tenente Portela ter implementado e desenvolvido o Hospital Santo Antônio que se tornou referência regional em muitas áreas da saúde e gerou aproximadamente 300 novos empregos diretos no último ano (2014), atraindo muitas pessoas para a cidade. Mas o que gera uma oportunidade real para a organização são os novos loteamentos que estão sendo construídos próximo à organização, que atrairá mais consumidores para perto da empresa. Uma pesquisa da consultoria ToolboxTM, publicada no Jornal O Dia (2014), também aponta que os consumidores do gênero masculino estão indo mais ao supermercado do que antigamente. Conforme a pesquisa, o número de homens fazendo compras no varejo alimentar atinge 31%, mais que o dobro de duas décadas atrás. Isso muito se deve pelas mudanças na sociedade, onde as mulheres entraram no mercado de trabalho e começaram a dividir as tarefas do lar com os homens. Este novo hábito se apresenta como uma oportunidade valiosa para o Mercado Bela Vista, uma vez que permite criar estratégias para este público. Segundo a mesma pesquisa os homens na hora da compra não dão muita importância para marcas, pegam os produtos que estão mais perto e que são mais baratos. Outra pesquisa do Ibope (2014) aponta que os homens dão mais importância na hora da compra para as bebidas, principalmente cervejas, e cortes de carnes. Quanto às mudanças geográficas da população se percebe que no Município de Tenente Portela ocorre o êxodo rural, conforme a FEE em 2010 a população rural do Município representava aproximadamente 32% do total, sendo que para 2015 estima-se uma queda de 3 a 5 pontos percentuais. 102 Este fato para muitas empresas pode representar uma ameaça. No entanto para o Mercado Bela Vista representa uma oportunidade, considerando que o mercado não atende ao público da área rural do município. Quanto aos padrões de moradia, se percebe um aumento no número de pessoas que moram sozinhas. Isso pode ser comprovado pela pesquisa do IBGE (2014), que aponta um crescimento de 35% entre os anos de 2004 e 2013 no número de brasileiros que moram sozinhos, chegando a 13,5% da população em 2013. Isso é uma boa oportunidade para a empresa, pois estas pessoas possuem novas necessidades e desejam novos produtos. Uma característica que pode ser percebida na população que é atendida pelo Mercado Bela Vista é que a sua maioria não possuí veículos. Isso, segundo a gestora, ajuda a empresa, uma vez que muitos clientes optam pelo mercado pela sua proximidade. A facilidade na aquisição de veículos pode representar uma ameaça à organização, pois os clientes teriam maior facilidade de frequentar supermercados maiores. Como sugestões à organização propõe-se que a mesma desenvolva estratégias direcionadas ao público masculino, com promoções de bebidas e carnes, atraindo este público que pode acabar comprando outros produtos. Também é possível a ampliação de produtos coloniais, visando atrair os clientes vindos da área rural do município que, como visto é uma tendência. A empresa também pode buscar junto aos seus fornecedores e/ou com novos fornecedores produtos para atender a demanda da população que vive sozinha e possui necessidades ou desejos diferentes das famílias tradicionais. Principalmente produtos alimentícios, com embalagens menores e de fácil preparação. b) Ambiente Econômico Segundo Kotler (2000) o ambiente econômico é uma das variáveis do macroambiente que mais causa reflexos nas organizações. O autor destaca que fatores da economia afetam diretamente o poder de compra dos consumidores, fazendo com que a demanda por produtos sofra alterações. Entre os principais fatores da economia que devem ser analisados pelas empresas está a renda, a taxa de juros, a inflação e os incentivos governamentais ao consumo. Conforme pesquisa do SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito 2015) 34% dos consumidores brasileiros estão com sua renda comprometida com dívidas, o que acaba 103 gerando a inadimplência. Os dados mostram que a principal causa da inadimplência está associada ao desemprego que vem crescendo. O último levantamento do IBGE realizado em Abril de 2015, mostra uma taxa de desemprego de 8%, contra 7,1% no mesmo período de 2014. Muito disso se deve ao fato de 1,614 milhão de pessoas terem entrado no mercado e apenas 629 mil conseguirem emprego. De acordo com o coordenador de trabalho e rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, a desocupação sempre aumenta nesse período em função do componente sazonal (desligamento dos contratados no fim do ano), mas a intensidade do aumento foi maior que nos anos anteriores. Quanto à inflação a estimativa do mercado chegou a 9,04% para o ano de 2015, conforme pesquisa do Banco Central. Nos últimos meses foi a 12ª elevação consecutiva deste indicador, o que faz os consumidores ficarem receosos quanto ao preço dos produtos e começam a cortar gastos e procurar preços mais baratos. Para controlar a inflação o Banco Central aumentou a taxa de juros para 13,75% a.a., no intuito de diminuir o consumo. Isto faz com que haja menos dinheiro circulando no mercado, e consequentemente a demanda diminui, e os preços precisam ser baixados. Trazendo a análise um pouco mais próxima do Munícipio de Tenente Portela e região, podem-se observar alguns pontos importantes. A economia da região é baseada na agricultura, pecuária e comércio, onde o comércio depende dos dois primeiro para crescer. Considera-se que nos últimos dois anos a safra de grãos foi muito positiva, sendo que em 2013, segundo o IBGE houve um aumento de 16,2% em relação ao ano de 2012. Por outro lado, o mercado leiteiro, principalmente na região noroeste do estado passa por uma crise Um levantamento da Emater (2015) mostrou que aproximadamente 5.900 produtores do estado estão com dificuldades decorrentes das relações comerciais com indústrias nas regiões de Santa Rosa, Lajeado, Frederico Westphalen, Erechim, Soledade, Santa Maria, Bagé e Porto Alegre. Todos estes fatores representam ameaças e oportunidades ao Mercado Bela Vista. As ameaças são claras, perda de poder de compra da classe C, que é a maioria dos clientes da empresa, baixo consumo, inadimplência e queda de preços são algumas que podem ser citados. Quanto às oportunidades, a organização pode buscar disponibilizar aos clientes produtos similares, com preço mais baixo e que permitam realizar atividades promocionais. Como sugestões à organização se orienta o controle do crédito, por meio da imposição de um limite, parcelamento de dívidas antigas, trabalhar com preços de atração que será abordada mais detalhadamente na auditoria do preço. A empresa ainda pode realizar alguns descontos para 104 pagamentos à vista, entre 5% e 10% que segundo a gestora é uma margem que pode ser aplicada. E ainda, buscar atender novos públicos, como o setor governamental, por exemplo, por meio de participação em licitações. c) Ambiente Natural Conforme Etzel (2001) os consumidores estão cada vez mais conscientes de suas responsabilidades com o meio ambiente, e estão exigindo que as organizações também façam sua parte. Desta forma, o ambiente natural oferece ameaças e oportunidades que devem ser analisadas pelos profissionais de marketing. Alguns fatores que podem ser considerados são a escassez de matéria-prima, custo de energia, poluição e proteção ambiental. Conforme a gestora do Mercado Bela Vista a falta de matéria prima não é algo tão observado pela sua gestão, uma vez que a empresa apenas revende produtos e não os produz. Porém, expandindo mais o assunto, pode-se observar que a empresa é afetada por este fator. Como exemplo, pode-se citar a crise no setor leiteiro. Quando as fraudes envolvendo misturas no leite foram descobertas, os produtos derivados desta matéria prima logo começaram a faltar e/ou aumentar muito o preço. Outros produtos ainda são sazonais. É o caso de frutas, verduras e legumes. Isso deve ser cuidado pela organização para não faltar, ou acabar com produtos muito inflacionados. Quanto ao custo da energia a gestora relata que é uns de seus maiores custos fixos. Como a empresa possuí muitos equipamentos a base de eletricidade e não tem nenhum convênio com a concessionária, a conta de luz é alta. Este fato aliado à alta do preço da energia elétrica, que segundo dados do Jornal Folha de São Paulo deve ter um aumento entre 35% e 40% no ano de 2015, é uma grande ameaça para a organização. A poluição é uma das variáveis que mais fica a vista do consumidor quando se leva em conta a responsabilidade socioambiental. No Mercado Bela Vista o que se pode considerar neste sentido é o uso das sacolas plásticas. Estima-se que essas sacolas levam aproximadamente 300 anos para se decompor no meio ambiente. Em muitos lugares a proibição da utilização de sacolas plásticas nocivas ao meio ambiente já é lei, e a tendência é que se dissemine esta prática em geral. Este fator é fonte de ameaça e oportunidade ao mesmo tempo para a organização. A ameaça se dá pela necessidade de adaptação às possíveis novas regulamentações neste âmbito e ainda há de se considerar que muitos clientes são adeptos das sacolas plásticas, por acharem algo 105 prático e de muitas utilidades no lar. A oportunidade está no fato da organização achar meios criativos para a questão, que lhe permita estar em uma posição socioambiental responsável e que agrade os clientes. Como sugestões se orienta a organização começar a utilizar sacolas retornáveis, apesar de terem um custo maior, podem ser utilizadas por muito mais tempo, além de ser uma forma de brinde aos clientes. Também existem alternativas como as sacolas biodegradáveis, que utilizam como matéria prima amido de milho, amido de mandioca, amido de aveia entre outros, porém ainda é algo pouco disponível no mercado. Outra ação é colocar um recipiente próximo ao balcão de atendimento que incentive os clientes a levar para casa apenas o produto em si, deixando embalagens desnecessárias como as caixas de creme dental, de cereais matinais, de materiais de limpeza e de diversos outros produtos. Esta atividade além de melhorar a imagem da empresa diminui o volume de mercadorias que o cliente tem de levar para casa. d) Ambiente Tecnológico Conforme Kotler e Armstrong (2003) a tecnologia está cada vez mais presente na vida das pessoas e das organizações, desta forma, é preciso que as empresas acompanhem a evolução tecnológica para não se tornarem desatualizadas. Dias (2004) ainda complementa que a tecnologia influencia os clientes quanto aos seus desejos e expectativas, sendo que os profissionais de marketing devem estar atentos a este fato. A tecnologia é uma grande ferramenta para as empresas, e vem oferecendo facilidades e controles maiores nos processos. No ramo de atuação do Mercado Bela Vista não é diferente, e é preciso ficar atento para essas novas adaptações. Estão surgindo muitas inovações tecnológicas que visam agilizar os processos e dar maior comodidade aos clientes dos supermercados. Exemplo disso é a máquina “self checkout” já utilizada por alguns supermercados no Brasil. O equipamento permite que os clientes passem seus produtos por um leitor de códigos de barras, pesem seus produtos e paguem por seus produtos com cartão de crédito sem a necessidade de um funcionário, geralmente o caixa. Talvez tecnologias como esta ainda estejam distantes da empresa em estudo, pois certamente exigem grande investimento e são para organizações maiores, com maior fluxo de consumidores. Porém é bom estar sempre atento. 106 Analisando o Mercado Bela Vista pode-se identificar algumas ameaças relacionadas a este ambiente. A primeira é que a organização não trabalha com cartões de crédito e débito. Cada vez mais consumidores estão utilizando o cartão de crédito ou débito para pagar suas compras. Maior segurança, conveniência e benefícios oferecidos pelos bancos são algumas das causas da sua maior utilização. Mas, segundo a gestora o perfil de seus clientes não é a de clientes que preferem pagar com cartão. Segundo a mesma, praticamente não existe pedidos de clientes para pagar com cartão, desta forma os custos com implantação de um sistema do tipo não valeriam a pena. No entanto, talvez os clientes não peçam para pagar com cartão porque a empresa não disponibiliza a máquina. A colocação de uma máquina de pagamento com cartão poderia ser então uma oportunidade para a empresa conseguir novos consumidores e disponibilizar uma opção a mais para seus atuais clientes. Além disso, uma máquina deste tipo permite que a empresa busque ser uma correspondente bancária para receber contas de água, luz, boletos entre outras contas. Outra ameaça é que a organização não possui um sistema informatizado que lhe permita controlar as vendas de forma eficaz. Isto é, o controle de estoque é feito manualmente, não se tem disponibilidade de relatórios de vendas, histórico de preços, entrada de produtos entre outros. Diante dessas colocações orienta-se a empresa a buscar um sistema de informação, que até mesmo pode ser simples para o tamanho da organização. Segundo pesquisa junto a outras organizações da cidade, o custo é de aproximadamente R$ 70,00 reais por mês, é um bom custo/beneficio. Também permitirá que a empresa processe as mercadorias utilizando o leitor de código de barras, o que agilizará o fluxo dos clientes. e) Ambiente Politico/Legal Conforme Kotler (1999) este ambiente deve ser observado pelos profissionais de marketing porque constantemente surgem novas regulamentações que podem afetar as atividades da empresa. Etzel (2001) considera que este ambiente pode ser analisado quanto às politicas fiscais e monetárias, legislação social e regulamentações, relações governamentais com a indústria e legislação relacionada com o marketing. Quanto às politicas fiscais e monetárias, o governo brasileiro iniciou um ajuste fiscal em 2015, que basicamente consiste em cortar custos e aumentar a arrecadação. Este aumento de arrecadação se dá principalmente pelo aumento da carga tributária de produtos importados e 107 exportados, dentre outros setores. No entanto, os produtos da cesta básica seguem com tributação reduzida, o que é bom para o Mercado Bela Vista que comercializa estes produtos. No que tange à legislação e regulamentações, pode-se considerar que a organização tem observado suas normas, uma vez que conta com todos os alvarás necessários ao funcionamento do estabelecimento. Ainda, como mencionado o regime tributário da empresa é enquadrado como microempreendedor individual e para gozar dos benefícios deste regime a empresa precisa observar algumas obrigações como relatório mensal das receitas brutas, os alvarás, a declaração anual simplificada, e as obrigações trabalhistas. Quanto à relação do governo com as indústrias, é algo que pode afetar a empresa no custo de seus produtos, uma vez que o governo retire benefícios e aumente tributos da indústria. Com o ajuste fiscal o governo elevou o PIS e COFINS dos produtos importados e exportados. Estes aumentos acabam sendo repassados para o comércio e clientes. Nesta variável, apenas o que se pode orientar a organização é que procure continuar observando as regulamentações, como tem feito, para o bom funcionamento do estabelecimento, não incorrendo no risco de sofrer sanções. f) Ambiente Sócio/Cultural Segundo Dias (2004) o ambiente sócio cultural exerce influência no comportamento dos consumidores. Estas influências são resultado de crenças, costumes e valores que passam de geração em geração. Além disso, nos dias atuais as pessoas adquirem novos hábitos e são influenciadas por informações que possuem. O acesso à informação se tornou mais fácil e disponível a um número maior de pessoas. Conforme a gestora do Mercado Bela Vista seus clientes possuem costumes identificáveis, são famílias que gostam de se reunir para confraternização, mais costumeiramente aos sábados e domingos. São pessoas que costumam fazer o chamado “rancho” para mês inteiro, porém, compram o essencial nesta compra, e conforme necessitam, vão fazendo compras complementares durante o mês. Isto é um beneficio para a empresa em estudo, considerando que são esses clientes que ela visa atender, fazendo pequenas vendas, mas diariamente. Outro fator cultural que beneficia a organização é o consumo de cerveja por parte dos brasileiros. Segundo uma pesquisa da empresa 108 alemã Bath –Haas Group, o Brasil está entre os vinte maiores consumidores de cerveja do mundo, hábito compartilhado pelos clientes do Mercado Bela Vista. A gestora relata que as bebidas são os principais produtos vendidos pela organização e que mais contribuem para a rentabilidade. A mesma complementa fazendo uma referência que mesmo os produtos tendo um preço mais elevado que em outros concorrentes os consumidores preferem comprar no estabelecimento. Entre os motivos para isso acontecer está à proximidade e os horários alternativos oferecidos. Esta colocação vem ao encontro de um novo fator cultural da sociedade, que é a valorização do tempo. Muitos consumidores passam a maior parte do seu dia no trabalho. Muitos têm de se deslocar grandes distâncias de casa para o trabalho e vice versa. Outros ainda estudam e trabalham à noite, chegam mais tarde em casa, fazendo com que cada minuto seja importante. Com esses consumidores dando mais valor ao tempo, acabam por não se importar em pagar um pouco mais pelos produtos. Uma ameaça está no atual momento da economia que faz com que muitos consumidores “apertem o cinto” e começam a valorizar mais os preços, desta forma poderiam deixar de comprar no local pelos preços mais elevados. Como sugestão, orienta-se a organização a trabalhar com preços variados para alguns produtos. Como por exemplo, as bebidas, a empresa pode trabalhar com um preço para a bebida gelada e um preço mais baixo para o produto fora da geladeira. Outra alternativa é trabalhar com produtos de diversas marcas, o que permitiria ter preços em diversos níveis. Também, considerando que os clientes possuem o costume de fazer churrasco, é possível se trabalhar uma estratégia de promoção no açougue para atrair os clientes. Com isso, pretende-se que ele compre também bebidas, onde estará o lucro. Isso pode ser feito também inversamente, baixando o preço de determinada marca de cerveja e lucrar na venda de outros produtos complementares. Um exemplo desta estratégia é baixar o preço do salsichão, que é um petisco utilizado no churrasco, desta forma o cliente que for atraído a comprar este produto possivelmente comprará mais produtos no estabelecimento, como sal, tempero, farofa, carvão, bebidas entre outros. 4.2 Auditoria do sistema de informações de marketing (SIM) Segundo Kotler (1999) o sistema de informações de marketing é um conjunto de pessoas, equipamentos, e procedimentos que permite trabalhar dados de forma que se 109 transformem em informação. A informação dá subsidio para as empresas gerarem conhecimentos capazes de tornar o processo de tomada de decisão mais confiável, e com maior chance de sucesso. No quadro 7 estão expostas as principais oportunidades, ameaças e proposições relacionadas ao SIM, que foram identificadas no Mercado Bela Vista. SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE MARKETING Oportunidades - Cadastro de clientes; Ameaças Proposições - Falta de conhecimento - - Novas possibilidades de sobre os clientes; atividades de promoção; - Acesso rápido informações; - Prejuízos com Implantação de um sistema de informação; gastos - Utilização de serviços de a desnecessários; estagiários. - Informação concentrada - - Maior confiabilidade da em apenas uma pessoa; informação; - Decisões equivocadas. Quadro 7: Oportunidades, ameaças e proposições relacionadas ao SIM. Fonte: Queiroz (2015). O Mercado Bela Vista não possuí um sistema de informações de marketing, sendo que decisões sobre pedidos, determinação de preço, preferência dos consumidores, entre outras, são tomadas de forma intuitiva pela gestora. A mesma relata que se baseia na interação do dia a dia com os clientes para conhecê-los melhor. Outras atividades ainda, como controle de estoque, contas a pagar e a receber, são feitas de forma manual, com registros em um livro. A gestora expõe que por vezes acaba perdendo um pouco o controle e algumas atividades acabam esquecidas como o pagamento de boletos, por exemplo. Questionada se em algum momento se realizou alguma pesquisa com os clientes para saber o que pensavam a respeito do estabelecimento, se tinham alguma sugestão, a gestora relata que nunca houve qualquer atividade formal do tipo. Ela ainda admite que é necessário e que gostaria de realizar uma pesquisa com os clientes, mas, por motivos de falta de tempo e até mesmo de não saber muito bem como fazer acaba deixando de lado. Conforme os relatos da gestora, conclui-se que o Mercado Bela Vista é uma empresa que trabalha baseada no conhecimento do gestor. Este fato é de grande risco e representa uma ameaça muito séria à organização. Na medida em que as pessoas são passíveis de falhas e 110 acabam por vezes sendo influenciadas por motivos diversos, além de esquecimento de atividades como o relatado, possivelmente alguma estratégia pode não condizer com as necessidades dos consumidores. Ainda, caso ocorra a ausência da gestora no estabelecimento por algum motivo, a empresa corre o risco de parar, por não haver alguém que saiba como funcionam os processos e o que precisa ser feito. Desta forma, se orienta a gestora a adquirir um sistema de informação que lhe dê subsidio para controlar melhor suas atividades e auxiliar no processo de tomada de decisão. Um empecilho seria o custo. No entanto, a gestora poderia realizar um teste com um estagiário de informática que desenvolvesse um banco de dados. No Munícipio de Tenente Portela existe o Curso Técnico em Informática, onde os alunos necessitam realizar estágios em empresas como requisito para aprovação. Muitos desses alunos desenvolvem bancos de dados para as empresas da cidade como atividade desenvolvida no estágio, de forma gratuita. Pelo tamanho da organização o sistema de informação não necessita de grande complexidade. Conforme Kotler (1998) um bom sistema de informação de marketing conta com registros internos, atividade de inteligência de marketing, pesquisa de marketing e análise de sistemas de apoio às decisões. Desta forma, um sistema que registra pedidos, vendas, preços, níveis de estoque, contas a receber e a pagar além de ser capaz de emitir relatórios antigos e atuais já seria uma grande ferramenta de auxilio na tomada de decisão e ao controle das atividades. A partir do momento que a empresa obtivesse um banco de dados ela poderia criar um cadastro de clientes mais completo, considerando que hoje é feito apenas de clientes que compram no crediário, e de forma manual. Este cadastro seria outra ferramenta a ser utilizada para se tomar decisões relacionadas ao marketing, considerando que poderia gerar relatórios com informações importantes sobre os clientes como data de aniversário, endereço, contato telefônico, produtos mais comprados, entre outras. Aliado a este fato a empresa pode realizar pesquisas com os clientes, mesmo que uma ou duas vezes ao ano. Para tal atividade ela pode se utilizar do mesmo expediente da utilização de estagiários. Na cidade também tem o Curso Técnico em Administração no qual os alunos realizam atividades do gênero para empresas que estejam dispostas a abrir suas portas para o estudante. 111 4.3 Auditoria do processo de posicionamento Conforme Kotler (1998) o posicionamento consiste em criar e desenvolver uma imagem do produto ou da própria empresa na mente dos consumidores, de forma que ocupem uma posição destacada em relação aos concorrentes. O mesmo autor destaca que uma imagem positiva e forte na mente do cliente pode ser o diferencial na hora da escolha do lugar onde comprar. O Mercado Bela Vista atuando no varejo tem como negócio a comercialização de produtos alimentícios e de utilidades do dia a dia da vida das pessoas. A mesma procura atender aos clientes dos bairros próximos à organização que necessitam fazer compras diárias de produtos que acabam faltando em suas casas, ou ainda, que desejam consumir ocasionalmente. No quadro 8 tem-se uma síntese das principais oportunidades, ameaças e proposições quanto ao posicionamento da organização. POSICIONAMENTO Oportunidades Ameaças Proposições - Posicionar a empresa - A concorrência se - Trabalhar mais a imagem da frente a novos segmentos; utilizar do mesmo empresa na mente dos - Fortalecer o atual posicionamento; consumidores; posicionamento. - Perder vantagens - Utilizar mais ações de - Novas formas de competitivas. promoção para fortalecer a diferenciação. imagem; - Buscar a diferenciação por imagem. Quadro 8 – Oportunidades, ameaças e proposições quanto ao posicionamento. Fonte: Queiroz (2015) A empresa em questão não tem como principal estratégia competir em preço com seus concorrentes, mas procura se diferenciar pela proximidade com os clientes, oferecendo facilidades e evitando burocracias que desagradam os mesmos. Não tem como pretensão fazer grandes vendas em volumes para um mesmo cliente. No entanto, deseja ganhar nas vendas Fonte: Queiroz (2015) contínuas, isto é, fazer com que o cliente esteja diariamente comprando na organização. Diante do exposto pode-se definir que o Mercado Bela Vista adota um posicionamento de oferecer conveniência aos seus clientes, sendo lembrado como o estabelecimento mais acessível para pequenas compras. 112 Pode-se notar que o Mercado Bela Vista busca uma diferenciação por serviço, sendo que a mesma busca oferecer aos seus clientes economia de tempo no dia a dia. Este fator atualmente é um diferencial muito importante, pois as pessoas estão cada vez mais atarefadas e com falta de tempo no seu cotidiano. Como exemplo da diferenciação por serviço pode-se citar os diferenciais da empresa como a entrega rápida de mercadorias, uma vez que atua em um segmento geográfico limitado não tem muito dispêndio de tempo para realizar as mesmas. Outro fator é o atendimento pela própria gestora, que permite agilizar processos como análise de crédito, recebimentos de contas e negociações. A gestora relata que o horário de atendimento da empresa das 08h30min às 12h30min e das 14h30min às 20h30min, é também um diferencial, pois permite o atendimento dos clientes nos horários em que os mesmos sentem falta de produtos, como perto do meio dia e à noite, horários em que outros estabelecimentos já estão fechados. Considera-se que a empresa adotou um posicionamento eficaz, pois conseguiu identificar sua principal vantagem competitiva frente aos concorrentes e busca um diferencial por isso. Ressalta-se que este posicionamento é eficaz apenas para o segmento que a empresa já atende, uma vez que só é percebido por este público. O fato do posicionamento da empresa ser percebido apenas pelo público-alvo que ela já atende também pode ser considerado uma ameaça, pois novos entrantes e a própria concorrência podem vir a utilizar das mesmas estratégias e “roubar” clientes da empresa. Uma proposta à organização seria de divulgar mais os seus atributos como o horário de atendimento estendido. Com isso, ela pode reforçar seu posicionamento com os clientes que já tem e ainda buscar uma nova fatia de mercado. Para tal ação a empresa pode utilizar mais a parte de promoção, com ações que busquem informar um número maior de consumidores. O que a gerência pode procurar também, é atingir uma diferenciação por imagem, com ações que visem à satisfação dos clientes. Esta estratégia é bem útil para a empresa, considerando que ela comercializa os mesmos produtos da concorrência. Propõe-se fortalecer a imagem de uma empresa acolhedora, com um atendimento diferenciado e ambiente agradável, pois é algo que manterá os clientes atuais e atrairá novos. 113 4.4 Auditoria do processo de segmentação Conforme Kotler (1996) o processo de segmentação de mercado consiste em dividir o mercado em grupos que apresentem as mesmas características, que possuem as mesmas necessidades. Quanto mais homogêneo for o grupo mais fácil será identificar suas necessidades e criar ofertas que atendam esses grupos. De acordo com o autor, o mundo é muito grande e as pessoas possuem muitas peculiaridades, não sendo possível atender a todas de forma satisfatória, sendo indispensável então, a identificação de grupos com o mesmo interesse. No quadro 9 apresenta-se uma síntese das principais oportunidades, ameaças e proposições identificadas na auditoria do processo de segmentação do Mercado Bela Vista: SEGMENTAÇÃO Oportunidades Ameaças Proposições - Crescimento do - Atendimento a um único - Participação em segmento; segmento; licitações. - Novos segmentos; - Falta de recursos para atender novos segmentos; - Diminuição do consumo pelo atual segmento; Quadro 9 – Oportunidades, ameaças e proposições quanto à segmentação. Fonte: Queiroz (2015) O Mercado Bela Vista, para segmentar o seu mercado utilizou-se de duas bases, a segmentação geográfica e a segmentação demográfica. A combinação de duas bases de segmentação é um fator muito positivo para a organização, pois permite conhecer mais as características da população que irá atender. A gestora relata que quando pensou em criar uma empresa logo identificou que poderia ser um mercado. Deve-se isso ao fato do local do município onde a proprietária reside ser uma área em expansão, onde muitas moradias novas estavam sendo construídas e não havia nenhum estabelecimento do tipo próximo ao local. Dessa forma, a gestora identificou um grupo de consumidores que possuíam uma necessidade ainda não atendida. Este grupo foi identificado pela sua localização, considerando-se assim que houve uma segmentação geográfica. 114 A gestora ainda relata que analisou a população do bairro quanto a aspectos de renda, tamanho e classe social, podendo assim, definir quais produtos ofereceria e a que preços. A mesma concluiu que a população dos bairros que atende é predominantemente da classe C, que em parte possuem uma renda variável na medida em que muitos trabalham na prestação de serviços, e outra parte possuem uma renda fixa, formada pelos aposentados e trabalhadores da indústria. Ela ainda considerou que o número de habitantes que forma este segmento é de bom número, valendo o esforço para atendê-lo. Desta forma, considera-se que a organização utilizou também como base a segmentação demográfica. Partindo para uma avaliação do segmento que a empresa escolheu atender, há algumas análises importantes a serem feitas. Primeiramente é possível observar que o tamanho e a perspectiva de crescimento são muito bons. Conforme a gestora relata, e consultas à Prefeitura Municipal no ano de 2010, mesmo ano de criação da organização, confirmam que a população dos bairros próximos era de aproximadamente 390 pessoas. Com a abertura de um novo loteamento ainda no ano de 2010, o número de habitantes subiu para aproximadamente 500 pessoas em cinco anos. A partir desta análise se percebe que o número de consumidores nesta área e a taxa de crescimento são muito boas, ainda mais se considerarmos que estão sendo abertos mais dois loteamentos nas proximidades, com uma estimativa de mais 200 habitantes para o local. No entanto, há de se considerar que nestes novos loteamentos existe a tendência de haver mudanças nas características da população. Enquanto nos bairros que hoje são atendidos pela empresa predomina a classe C, com um padrão de moradia popular, os novos loteamentos devem ser ocupados por pessoas da classe A e B, onde provavelmente apresentarão necessidades e hábitos diversos, caracterizando um novo segmento. Este novo segmento certamente é muito atrativo em termos de rentabilidade, pois apresentará consumidores de alto poder aquisitivo. Porém, vai na contramão do objetivo da empresa que hoje, é de atender aos consumidores da classe C, com produtos de preço e qualidade médios. Para atender este novo segmento a empresa necessitará ampliar sua variedade de produtos, aumentar os estoques, e provavelmente contratar mais colaboradores, o que hoje segundo a gestora não é viável apenas com recursos próprios. Percebe-se que o Mercado Bela Vista adotou uma concentração em um único segmento. Isso trás vantagens como conhecimento minucioso do segmento e capacidade de atendê-lo bem. Mas cabe salientar, que pode ser uma ameaça na medida em que a organização fica dependente de um único segmento. Esta ameaça se torna ainda mais significativa se considerarmos que a população formadora da classe C vem perdendo poder aquisitivo devido 115 à restrição do crédito, alta dos juros e da inflação, e com isso consequentemente está diminuindo o consumo e controlando os gastos. Como proposta à empresa sugere-se buscar e selecionar pelo menos mais um segmento para atender, não ficando assim dependente apenas de um mercado. Como já mencionado neste estudo, a organização poderia buscar atender o mercado governamental por meio da participação em licitações. Existem licitações no município e nos municípios vizinhos para a aquisição de merenda escolar e outros utensílios que são de comercialização da empresa. Claro que em muitos itens o Mercado Bela Vista não conseguirá competir em preços, mas poderá ganhar nos itens mais rentáveis como a venda de gás de cozinha, que é um produto que a empresa compra do mesmo fornecedor de outras organizações. 4.5 Auditoria do Composto de Marketing Conforme Kotler e Armstrong (2003), o composto de marketing pode ser compreendido como um conjunto de ferramentas que possibilitam às organizações influenciarem respostas no mercado, geralmente ocasionando uma compra. Segundo os mesmos autores (2003) o composto de marketing envolve quatro variáveis controláveis: o produto, preço, praça e promoção que dependem de uma boa gestão para atingirem os objetivos pretendidos pela organização. 4.5.1 Auditoria do Produto Conforme Las Casas (2009) o produto pode ser entendido como o objeto principal do processo de troca. Kotler e Armstrong (1998) complementam dizendo que o produto pode ser qualquer coisa que possa ser oferecido a um mercado com a finalidade de suprir uma necessidade ou desejo. O quadro 10 apresenta as principais oportunidades, ameaças e proposições relevantes ao produto, identificadas no Mercado Bela Vista. 116 COMPOSTO DE MARKETING – PRODUTO Oportunidades Ameaças Proposições - Novos produtos; - Produtos com pouco giro - Parceria com agricultores - Produtos rentáveis; e participação no resultado; de verduras e legumes; - Atração de novos - Produtos não rentáveis; - Aquisição de clientes; - Pouca variedade de equipamentos de padaria; - Manutenção dos clientes produtos e marcas; - Retirada de produtos atuais. - Ciclo de vida dos “abacaxis”. produtos. - Buscar novos fornecedores; - Atentar para o estágio de venda dos produtos (ciclo de vida do produto). Quadro 10 – Oportunidades, ameaças e proposições quanto ao produto. Fonte: Queiroz (2015). O Mercado Bela Vista comercializa produtos de consumo, mais propriamente produtos de conveniência, que se caracterizam por ser de fácil compra, são adquiridos com frequência, e muitas vezes dispensam a análise de comparação por parte do consumidor. No quadro 11 têm-se os grupos de produtos comercializados pelo estabelecimento: GRUPOS DE PRODUTOS Grupo Características 01 Alimentos 02 Bebidas 03 Produtos de limpeza 04 Produtos de higiene 05 Bazar e outros Quadro 11 – Grupo de produtos Fonte: Queiroz (2015) Percebe-se que o Mercado Bela Vista conta com cinco grupos de produtos. O grupo 1 contempla os produtos alimentícios; o grupo 2 contempla as bebidas em geral; o grupo 3 contempla os produtos de limpeza; o grupo 4 contempla os produtos de higiene e, por fim o 117 grupo 5 contempla os produtos de bazar. No quadro 12 observa-se os principais produtos que compõe cada grupo. GRUPO 01 – PRODUTOS ALIMENTICIOS Cereais/grão/farináceos Achocolatado Farinha de mandioca Milho de pipoca Açúcar Farinha de milho Milho de canjica Amido de milho Farinha de trigo Mostarda Arroz Feijão Óleo de soja Azeite Fermento em pó Vinagre Café Gelatina Coco ralado Massas Padaria Biscoitos Pães Lanches Salgadinhos Conservas/Enlatados/Doces Azeitona Leite Condensado Pêssego Ervilha Milho verde Pepino Figo Molho de tomate Pera Doce cremoso de frutas Bomboniere Bombons Pirulitos Confeitos Chocolates Gomas Balas Hortifrutigranjeiro Batata Ovos Banana Batata Doce Tomate Maçã Cebola Verduras diversas Congelados/Frios/laticínios Queijo Nata Mortadela Sorvetes Margarina Açougue Carnes em geral Salsicha Miudezas Linguiça Frango Salame Quadro 12 – Produtos alimentícios Fonte: Queiroz (2015) 118 Pode-se ver que o grupo dos alimentos é formado por aproximadamente 60 itens divididos em cereais/grão/farináceos, produtos de padaria, conservas/enlatados/doces, bomboniere, hortifrutigranjeiros, congelados/frios e laticínios e ainda produtos de açougue. A seguir no quadro 13, destaca-se os produtos de limpeza comercializados pelo Mercado Bela Vista: Produtos de limpeza Álcool Ceras Inseticidas Água sanitária Desinfetantes Sabão em pó Amaciantes Detergentes Sabão em barra Esponjas de limpeza Quadro 13 – Produtos de limpeza Fonte: Queiroz (2015) No quadro 14, são apresentados os produtos do grupo três, produtos de higiene, comercializados pelo Mercado Bela Vista: Produtos de higiene Desodorantes Creme dental Lenço de papel Absorventes Escovas de dente Sabonete Algodão Esponja para banho Xampu Aparelhos de barbear Quadro 14 – Produtos de higiene Fonte: Queiroz (2015) No quadro 15 são observados os produtos do grupo quatro, bebidas, que são comercializadas pelo Mercado Bela Vista. Bebidas Água mineral Vinhos Cervejas (lata, garrafa, litro). Batidas Sucos Cachaças Refrigerantes Vodca Quadro 15 – Bebidas Fonte: Queiroz (2015) Por fim, no quadro 16 são apresentados os produtos do grupo cinco, o bazar, comercializado pelo Mercado Bela Vista. 119 Bazar e outros Artigos descartáveis Brinquedos Material escolar Lâmpadas Vela Vassouras Tapetes Vasilhas Carvão Gás de cozinha Quadro 16 – Produtos de bazar e outros Fonte: Queiroz (2015) A partir da apresentação dessas informações é possível um dimensionamento da quantidade de produtos comercializados pelo Mercado Bela Vista. Claramente, o objetivo da empresa é trabalhar com uma linha de produtos intermediários tanto em qualidade, quanto em preço, priorizando a comercialização de produtos muitas vezes similares e que possuem um preço menor que o líder de mercado. Com esta estratégia a empresa consegue proteger-se dos altos e baixos da economia. Considera-se, a partir da análise do público alvo da empresa, que o objetivo está bem definido, uma vez que a maior parte dos clientes é formada pela classe C, e que em tempos de dificuldades na economia como atualmente, busca produtos mais baratos. Conforme a gestora relata, a análise feita é a seguinte: tem-se um produto de preço alto e qualidade alta, o cliente que deseja um produto mais barato acaba não comprando, porém, se há o produto de qualidade média e preço médio o cliente que deseja um produto barato compra, e o cliente que deseja um produto de alta qualidade também acaba comprando pela conveniência. A atual linha de produtos do Mercado Bela Vista está em acordo com os objetivos de venda, isto é, com boa demanda. Isso pode ser evidenciado pelo bom volume de vendas que a empresa possui, que segundo a gestora é o suficiente para pensar em expandir o negócio. A gestora vê a necessidade de incrementar mais produtos principalmente de padaria e na fruteira. Desta forma, partindo para uma análise dos produtos que devem ser acrescentados, pode-se citar uma variedade maior de frutas e verduras. Na padaria existe a dificuldade de não ter a produção própria necessitando comprar de outras, fato que já torna os produtos mais caros. Mesmo assim, é possível trabalhar com uma variedade maior de biscoitos e cucas. Também é possível que a organização busque uma maior diversificação de marcas, pois hoje não são muitas, o que dá poucas opções aos clientes. A partir da entrevista com a gestora, nota-se que alguns produtos podem ser retirados, principalmente nas bebidas. Marcas de refrigerantes como Schin e de cerveja como a Brahma 120 Zero possuem pouca demanda. O refrigerante Schin compete diretamente com o Refrigerante Fruki e Kuat, possuindo preços parecidos, o que faz com que os clientes prefiram comprar essas marcas. A gestora ainda relata que se o cliente que deseja Schin não a encontra, leva Fruki ou Kuat, sendo que o inverso não acontece. A Brahma Zero também não tem a preferência dos consumidores, sendo que este produto é consumido por um público mais seleto e em ocasiões diferenciadas. Também existem alguns sucos industrializados que possuem pouca demanda, os clientes consideram o custo/beneficio pouco atraente ou não é percebido. Isto se justifica pelo fato do surgimento das garrafas de 1 litro de Pepsi Cola e Guaraná Antártica, os quais são comercializados a R$ 1,50, e os sucos de 500ml são comercializados entre R$ 2,00 e R$ 2,50, fazendo com que os clientes, principalmente as crianças, optem pelo refrigerante. A empresa também precisa ficar atenta aos ciclos de vida de alguns produtos que por vezes apresentam grandes demandas e repentinamente despencam nas vendas. Isto ocorre muito na parte das chamadas “guloseimas” que são foco principalmente das crianças. Ocorre que frequentemente surgem produtos novos e atraentes no mercado para estes consumidores, o que faz com que as vendas disparem. No entanto, logo após um período de tempo as vendas começam a cair e chegam a parar. Isto se deve principalmente ao fato de o produto deixar de ser algo novo e/ou ter seu preço aumentado. É possível fazer uma análise dos produtos da empresa quanto ao potencial dos mesmos. Para esta análise utilizou-se a Matriz BCG como referência. Salienta-se que a análise não é completamente precisa, uma vez que não se conseguiu dados específicos quanto a participação de mercado. A figura 9 representa a Matriz BCG com os produtos do Mercado Bela Vista. 121 Figura 9 – Matriz BCG –Mercado Bela Vista. Fonte: Queiroz (2015) Na matriz pode-se ver que os produtos estrela no Mercado Bela Vista são as bebidas. Este é um mercado que vem numa crescente, principalmente as cervejas. Conforme a Revista Exame (2014) o consumo de cerveja vem aumentando em média 10% ao ano desde o ano de 2009, em um mercado que já movimenta mais de R$ 55 bilhões por ano. É possível se observar que a participação de mercado da empresa em estudo na venda de bebidas é alta em relação aos seus principais concorrentes, tanto que este é seu principal produto. Desta forma cabe dizer que o investimento nestes produtos é indicado, mesmo que no ano de 2015 tenham sido aprovados aumentos de tributos nestes itens. Se o crescimento de mercado diminuir eles podem vir a se tornar vacas leiteiras. Já no quadrante abaixo, nos produtos classificados como vaca leiteira, têm-se os produtos da cesta básica como feijão, arroz, farrinha, açúcar entre outros. Estes produtos por serem de consumo comum da maioria dos brasileiros encontram-se num estágio de maturidade, e possuem bom volume de vendas no Mercado Bela Vista. Estes produtos por serem de demanda comum dos consumidores não exigem altos investimentos para se promoverem, proporcionando receitas corriqueiras a organização. Conforme informações do 122 Jornal Folha de São Paulo (2015) o consumo desses produtos ficou praticamente estagnada, com crescimento de apenas 1,2%. Isso se deve principalmente aos efeitos da desaceleração econômica, da inflação e da queda de confiança do consumidor. Isso mostra que produtos desse segmento encontram-se em um mercado de baixo crescimento. No quadrante ponto de interrogação encontram-se os produtos de padaria. O consumo desses produtos vem crescendo ano após ano, conforme levantamento do Instituto Tecnológico de Panificação e Confeitaria (ITPC) este mercado cresceu 8,2% em 2014, um pouco menos que nos anos anteriores devido ao aumento do preço das embalagens, mão de obra e energia elétrica, mas, bem acima do PIB. No entanto, o Mercado Bela Vista possuí pouca participação neste segmento, uma vez que não conta com padaria própria. Neste sentido se orienta o investimento nestes produtos, com aquisição de equipamentos que permitam a empresa produzir seus próprios produtos, o que possibilitaria o aumento de sua participação de mercado. Esses produtos podem vir a se tornar produtos estrela com o tempo, Quanto aos produtos enquadrados como “abacaxis”, que possuem pouca participação nos resultados e por vezes acabam dando prejuízo, pode-se identificar o refrigerante Fruki Cola. Conforme relata a gestora quando a empresa compra os refrigerantes da marca, os vendedores condicionam descontos maiores à aquisição do refrigerante deste sabor, ou seja, se a compra for apenas de alguns sabores o custo é maior. Ocorre que o refrigerante Fruki Cola tem pouca saída, quase sempre acaba com unidades vencidas relata a gestora. A mesma acredita que isso se deva ao fato de os consumidores preferirem a Coca Cola e a Pepsi Cola que possui valor aproximado, ou ainda os refrigerantes de um litro. Desta forma, este produto se torna um “abacaxi” na medida em que precisa ser vendido com a um preço menor e consequentemente diminui a margem de lucro da empresa. 4.5.2 Auditoria do Preço Conforme Kotler (1998) o preço é o valor determinado a ser pago para que haja o processo de troca. Segundo o mesmo autor, o preço é importante elemento do composto de marketing, porque produz receitas à organização, enquanto os outros elementos geram custos. Por isso a necessidade de se estabelecer preços de forma eficaz. No quadro 17, é apresentada uma síntese das principais oportunidades, ameaças e sugestões relacionadas ao preço. 123 COMPOSTO DE MARKETING - PREÇO Oportunidades Ameaças Proposições - Estratégia de super . Melhores preços da - Criação de ofertas barganha; concorrência; especiais; - Preços de isca; - Falta de controle da - Divulgação dos bons - Adequação de preços. variação dos preços; preços da empresa; - Crise financeira do Brasil - Criação de uma lista de e do Estado. preços; - Adequação de preços para baixo. Quadro 17 – Oportunidades, ameaças e proposições relacionadas ao preço. Fonte: Queiroz (2015) Em relação aos objetivos de preço pode-se identificar que o Mercado Bela Vista tem dois objetivos: o primeiro objetivo é ter fluxo de caixa, como a empresa procura pagar a maior parte de seus fornecedores à vista, a mesma procura praticar preços que estimulem o cliente a estar comprando diariamente. Isto se identifica pelos preços mais baixos nos produtos mais procurados pelos clientes, como os da cesta básica. O outro objetivo é em relação à concorrência. A gestora relata que procura conhecer os preços praticados pelos concorrentes mais próximos para então definir seus preços. Ela ainda relata que isso não significa necessariamente que ela definirá preços mais baixos, mas sim, que coloca um preço onde a diferença se torne irrelevante para o consumidor. Isto pode ser considerado uma boa estratégia para a organização, uma vez que desmotiva o consumidor a buscar uma pesquisa de preço mais detalhada, optando pela conveniência do estabelecimento. Desta forma, pode-se identificar que para a determinação do preço, a gestora se utiliza da análise dos preços da concorrência, visando não se distanciar muito do preço médio. A gestora relata ainda que leva em conta seus custos, sendo que este é um ponto forte da organização, que possui prédio próprio e por ser uma empresa familiar, tem baixos custos operacionais e trabalhistas. Ainda conforme relato, a margem de lucro praticado pela empresa gira entre 15% e 30% dependendo da mercadoria. Pode ser considerada uma margem alta para o segmento da organização. No entanto, se justifica pelo fato da organização não visar a grande venda, os chamados “ranchos” para o mês inteiro, ela busca realizar pequenas vendas do dia a dia onde 124 o preço um pouco mais alto para um item isolado não será tão percebido, como seria se fosse para um grande volume de compras. Os clientes da empresa veem os preços da mesma alinhados ao valor das suas ofertas, isso porque eles sabem que os preços dos produtos mais comuns são preços populares, que pouco se diferenciam dos da concorrência. Sabem também que poderiam encontrar produtos mais baratos em alguns concorrentes principalmente na parte de bebidas, mas parecem não serem tão sensíveis ao preço destes produtos, preferindo pagar um pouco mais pelo produto que já está pronto para consumo (gelado) e que está a poucos minutos da sua casa, na hora que desejar. Quanto às estratégias de preço utilizadas pela empresa, nota-se que ela utiliza a de qualidade média ou comum para a maior parte dos produtos, onde, o preço é compatível com a qualidade do produto. No entanto, segundo a gestora, a empresa procura oferecer produtos de marcas intermediárias aliadas a alguns produtos mais conhecidos e que são lideres de mercado. Dessa forma, consegue ter produtos de qualidade média e preço médio, além de um produto líder de mercado com preço mais elevado. Esta estratégia é utilizada principalmente para produtos de limpeza, onde os clientes podem desejar produtos de melhor desempenho. No que se refere à adequação de preços percebe-se que a gestora busca adequar o preço conforme a sazonalidade do produto. Isto revela também, o conhecimento da gerência sobre a elasticidade do preço da demanda. Conforme a gestora muitos produtos variam a oferta durante alguns períodos. Os de hortifrutigranjeiros são um exemplo. Ela cita que em determinada época, a pouca oferta de produtos faz o custo aumentar, tendo de ser repassado ao consumidor, em outras épocas existe muita oferta e o preço baixa. A empresa ainda se utiliza da adequação de preço por volume, visando incentivar os clientes a levarem um número maior de produtos. Conforme a gestora este desconto é dado principalmente para grandes compras de bebidas, onde a gestora busca adequar o preço de forma que represente um desconto e cative o cliente. Analisando a variável de preço do Mercado Bela Vista, é possível identificar oportunidades para a organização. A empresa já usa a fixação de preços de produtos cativos, que tem a finalidade de fixar preços médios/baixos em produtos mais procurados para atrair os clientes. Como já descrito, isso é feito com os produtos da cesta básica. Outro método que poderia ser utilizado é a fixação de preços de produtos opcionais, ou também os chamados preços de isca, fixando preços mais baixos em produtos complementares, como no carvão para vender a carne, na própria parte de açougue ofertar os chamados “petiscos” pode levar o cliente a comprar outros cortes de carnes. 125 Outra boa oportunidade para a organização neste período de elevação de preços é a venda do gás de cozinha. Este é um produto que a empresa consegue vender mais barato que seus concorrentes e é um item bem visado pelos consumidores. Este fato pode ser considerado uma estratégia de superbarganha, tendo um produto de alta qualidade a preço baixo. Conforme relata a gestora, ela consegue vender mais barato este item pelos baixos custos que tem. O que precisa ser feito é apenas divulgar mais este preço, o que fará aumentar a procura e consequentemente os clientes que frequentam mais a empresa. Uma possível ameaça identificada é o preço mais elevado em alguns produtos em relação aos concorrentes. Como a empresa trabalha com uma margem de lucro alta, os preços acabam por vezes ficando mais altos do que os da concorrência, necessitando agregar valor aos produtos para compensar. Principalmente em tempos aonde a economia vai mal, como o que passa o Brasil e o Estado Rio Grande do Sul, os consumidores tendem a ficarem mais sensíveis aos preços, podendo vir a ser uma grande ameaça para a empresa. Ainda, uma ameaça em relação ao preço é o fato da empresa ter pouco controle sobre a evolução do preço de seus produtos. Como não tem nenhum sistema informatizado que permita o cadastramento de preços a gerência fica sem muitas informações da variação e do histórico de preços. Além disso, para saber os preços de cada produto necessita fixar etiquetas com o preço em todos os itens, o que acaba gerando trabalhos desnecessários e aumentando os custos. Como sugestão para a organização se orienta criar ofertas especiais de alguns produtos visando atrair os consumidores, que possivelmente poderão acabar adquirindo outros produtos. Isso pode ser feito como mencionado principalmente no açougue, ofertando os “petiscos” utilizados no churrasco. Alia-se a este fato uma divulgação que pode ser no rádio, do preço do gás de cozinha e possivelmente o número de clientes aumentará, possibilitando novas vendas e fidelização de clientes para a organização. Criar uma lista de preços com todos os produtos da organização também é uma sugestão para minimizar a ameaça da falta de controle nos preços. A partir da lista a gerência tem maiores informações sobre o histórico de preços e suas variações, permitindo uma flexibilização, até mesmo para proporcionar alguns descontos para os clientes. O que pode ser feito pela empresa também é se utilizar dos chamados preços psicológicos, que consiste em fixar preços quebrados como R$ 1,99 ao invés de R$ 2,00. Isto é muito utilizado principalmente em produtos comercializados por quilograma e produzem um bom resultado, uma vez que não representam diferença significativa no valor real, mas, no valor nominal representam ser mais baixos. 126 4.5.3 Auditoria do ponto de vendas Conforme Blessa (2010) o ponto de venda é qualquer estabelecimento que comercialize produtos através da exposição aos consumidores. Cada vez mais as ações ligadas à apresentação do local de vendas vêm ganhando a atenção dos empresários, que procuram estratégias e técnicas para tornar este ambiente um influenciador da compra. Segundo a autora os consumidores são propensos a tomar decisões de compra no estabelecimento quando existe um ambiente favorável. No quadro 18 tem-se uma síntese das principais oportunidades, ameaças e proposições relacionadas ao ponto de vendas. Oportunidades Ameaças Proposições - Boa localização, com - Acessibilidade; - Pequenas obras para fluxo considerável de - Letreiro com o nome da melhorar a acessibilidade; consumidores. empresa com a visibilidade - Adequar o - Adequações no layout; comprometida; posicionamento do letreiro - Trabalhar mais aspectos - Pouca organização dos da empresa; do marketing sensorial; produtos; - Aquisição de gôndolas - Gôndolas ultrapassadas; mais modernas; - Ajustes no layout; - Estudar técnicas de exposição de produtos. Quadro 18 – Oportunidades, ameaças e proposições quanto ao ponto de venda. Fonte: Queiroz (2015) Ao se analisar o ponto de vendas do Mercado Belo Vista iniciou-se por verificar quanto a sua localização. O mesmo se encontra localizado no centro do Bairro Bela Vista, da cidade de Tenente Portela/RS, bairro este que inspirou o nome da empresa, e que surgiu quase ao mesmo tempo em que a organização. Ainda, o estabelecimento fica próximo a outros bairros o que ajuda no bom número de consumidores perto da empresa. A localização lhe favorece pelo fato de ficar em um local de grande fluxo de pessoas, que conforme relata a gestora, os consumidores têm de passar em frente à organização para seguir ao centro da cidade. Inclusive os alunos no trajeto para a escola passam pela organização e muitos acabam comprando no local. 127 Quanto a fachada pode-se considerar que é algo que poderia ser melhorado, considerando que a empresa possui um bom letreiro, com cores destacadas. No entanto, um poste de luz fica bem a sua frente tirando um pouco a visão da fachada. Dessa forma, seria necessário encontrar um meio alternativo para o fato, retirar o poste do local segundo a gestora é inviável pelo custo, então o que teria de ser feito é mudar a posição do letreiro. Considera-se positivo o fato de ser um prédio novo, contando com uma pintura nova. As aberturas são todas em vidro e grandes dando um aspecto moderno ao estabelecimento e favorecendo a iluminação natural, como pode ser visto da figura 10. Figura 10 – Fachada do Mercado Bela Vista Fonte: Queiroz (2015) Analisando-se a questão da acessibilidade que cada dia ganha mais importância na sociedade, pode-se ver que é algo que necessita ser adequado no estabelecimento. Ocorre que a calçada que passa a frente do ponto de vendas não está no mesmo nível do piso do estabelecimento, existindo um degrau de aproximadamente 7 cm, que pode dificultar a entrada de um cadeirante, ou de pessoas com dificuldades de locomoção. Além disso, pode-se melhorar a calçada colocando um piso antiaderente, que dará um aspecto mais bonito a empresa. Para resolver tal problema a empresa poderia investir para fazer um nivelamento da calçada com o estabelecimento, considerando que a diferença não é muita (7 cm) é algo de 128 pouco custo e que passa uma boa imagem da organização. Na figura 11 pode-se visualizar o desnível da calçada. Figura 11 – Desnível da calçada. Fonte: Queiroz (2015) Adentrando ao estabelecimento é possível se analisar as variáveis do chamado marketing sensorial, que são responsáveis por criar uma atmosfera em torno dos produtos, conforme Zamberlan... [et al.] 2009. As variáveis analisadas foram a iluminação, som no ambiente, aromas, cores e arquitetura do ponto de vendas. A iluminação do ambiente pode ser considerada adequada, sendo que recebe uma boa iluminação natural na maior parte do dia. As lâmpadas apesar de não ficarem escondidas não interferem na visão dos clientes. São lâmpadas econômicas e sustentáveis, que proporcionam uma boa luminosidade ao ambiente. Quanto ao som no ambiente a empresa conta com um aparelho de som, que fica sintonizado numa estação de rádio bastante ouvida no município e região. O volume fica em um nível adequado sendo possível escutar e não interferindo na comunicação entre as pessoas. No que tange ao aroma do ambiente a empresa não se utiliza de nenhum artificio para provocar tal sensação. Referente às cores do ambiente também é fator positivo ao estabelecimento, com a predominância do branco nas paredes e teto os produtos acabam ficando em destaque. Ainda, 129 o branco sendo uma cor clara favorece ao ambiente passando uma percepção de espaço maior e agradável, as colunas são em vermelho contrastando com o branco dando uma bonita aparência ao estabelecimento. Isso pode ser visualizado na figura 12. Figura 12: Cores no ambiente Fonte: Queiroz (2015). De forma geral pode-se considerar que o Mercado Bela Vista possui uma boa arquitetura, ou seja, concilia as variáveis já mencionadas de maneira a tornar o ambiente agradável aos consumidores. Possui bom espaço nos corredores, o caixa encontra-se próximo a porta de entrada, o açougue no fundo do estabelecimento, precisando apenas de alguns ajustes que podem ser feitos facilmente. Quanto à movimentação dos clientes no espaço de vendas percebe-se que o mercado segue um layout em grade, mesmo que algumas gôndolas não sejam padronizadas. Como a empresa tem um espaço físico limitado (aproximadamente 100 m2) a extensão que os clientes tem de percorrer não é grande, mesmo assim, é possível trabalhar algumas estratégias no ambiente para que o cliente veja mais os produtos. Como orientação à empresa, seria interessante adquirir mais algumas gôndolas, pois existe espaço para mais, e organizar um layout em pista de corrida, onde os clientes seguem um trajeto que lhe mostre vários ângulos e torne os produtos visíveis mesmo não sendo aquilo que ele procura. Este modelo permite que seja trabalhada de melhor forma a criatividade de exposição dos produtos além de propiciar a venda por impulso. Desta forma chega-se a análise da exibição dos produtos, e aqui pode-se considerar que é um ponto fraco da organização. Ocorre que os produtos não são bem organizados conforme as categorias, cores, preços, entre outros elementos. As gôndolas também não 130 permitem o ajustamento das prateleiras para cima ou para baixo, ocasionando alguns espaços vazios no campo de visão do cliente, isso pode ser visto nas figuras 13. Para tais problemas se indica algumas técnicas de exposição de produtos. Figura 13 – Exposição dos produtos Fonte: Queiroz (2015) O que pode ser feito pela gerência é buscar realizar um maior estudo da exposição dos produtos, organizando-os melhor, conforme a suas categorias e peculiaridades. Conforme for possível, realizar a troca das gôndolas antigas por novas que permitam melhor ajustamento das prateleiras, permitindo um arranjo vertical que fica mais bonito do que o horizontal. Conforma Blessa (2005, apud ZAMBERLAN... [et al.] 2009) para uma boa exposição dos produtos pode-se classificá-los por gênero, tamanho, cor, preço ou estilo, sendo que as mercadorias precisam estar visíveis a pelo menos três metros de distância. Ainda conforme Zamberlan... [et al.] 2009, existem pontos negativos e positivos para se expor os produtos, isso pode ser visto no quadro 19. 131 Quadro 19 – Áreas positivas e negativas para exposição de produtos. Fonte: Zamberlan... [et al.] (2009, p 121) No quadro é possível ver os melhores locais para se alocar os produtos, considera-se a parte da gôndola, a distância que deve estar da entrada, altura e estratégia de localização. Também se podem ver as áreas negativas que devem ser evitadas na medida do possível. Blessa (2003, apud ZAMBERLAN... [et al.] 2009) ainda indica algumas estratégias e técnicas que podem ser utilizadas para a melhor exposição dos produtos. Ponto normal: pode ser considerado como o local onde o produto costuma ficar alocado e que o consumidor já esta acostumado, junto com a categoria a que pertence. Ponto promocional extra: esta técnica visa dar visibilidade destacada a um produto, tirando-o do seu local normal e o colocando em um espaço destacado, por determinado espaço de tempo. O local a ser escolhido deve ser o com maior fluxo de consumidores e maior visibilidade. Na figura 14 se tem exemplos de pontos promocionais extras, o que não acontece no Mercado Bela Vista. 132 Figura 14: Ponto promocional extra. Fonte: Internet (2015) Localização junto ou longe da categoria: Além do ponto normal é possível expor o produto em um ponto extra estratégico, isso visa fazer com que o cliente que esta comprando olhe e lembre-se do produto, geralmente visando uma compra conjunta. Exemplo disso é colocar o carvão ou farofa perto do açougue. Duração da exposição em ponto extra: um produto colocado em um ponto extra deve observar o tempo de exposição. Recomenda-se no máximo 30 dias, após isso a exposição perde a atratividade, não é mais novidade. Agrupamento: os produtos devem ser organizados por segmento, ou seja, produtos para o mesmo fim devem estar agrupados, independentemente da marca, facilitando aos consumidores a visão das várias opções. Associação: os produtos devem estar próximos conforme a associação de uso. Exemplo disso é colocar os xampus perto dos sabonetes. Também se deve evitar colocar os produtos de limpeza perto dos produtos alimentícios, pois, pode desestimular a compra. Impulsores: esses produtos possuem grande demanda. Deixando produtos de menor participação de vendas próximos a estes pode fazer com que sejam levados na “carona” pelo simples fato de serem vistos e estarem acessíveis. Exemplo é colocar os biscoitos perto do pão. 133 Empilhamento: esta técnica consiste em construir pilhas de um produto diretamente no chão. Na hora da construção é preciso ter cuidado para que não caia facilmente, não estar muito perfeita, pois, isto inibe o comprador e ter pontos de pega que facilitem para o comprador. Volumes: é preciso ficar atento ao volume das mercadorias nas prateleiras, evitando que venham a faltar. Outro ponto é colocar um grande volume de produtos em ilhas para serem percebidas e possivelmente compradas, geralmente se associa esta técnica a uma promoção de preço. Segundo Zamberlan... [et al.] (2009, p.124) independente do tipo de gôndola existente no estabelecimento, é necessário ficar atento a algumas medidas, prezando pela comodidade do consumidor e a visibilidade do produto. Na figura 15 se pode visualizar um bom exemplo de gondola com os produtos bem expostos. Altura máxima para se colocar um produto: 2m; Altura dos olhos (melhor locas para se expor): 1,60m; Altura das mãos (ponto de pega): 1,20m a 1,60m; Altura mínima para expor um produto: 50 cm. Figura 15: Exemplo de gondola bem exposta. Fonte: Internet (2015) 134 Já na figura 16 podemos ver como é a realidade do Mercado Bela Vista. Figura 16: Exposição de produtos Mercado Bela Vista Fonte: Queiroz (2015). Contudo pode-se se considerar que o Mercado Bela Vista possui um bom ponto de vendas, necessitando de algumas melhorias que são normais, até mesmo pelo pouco tempo de existência da empresa. Os recursos para investimentos são escassos, e mesmo a falta de conhecimento da gerência em alguns aspectos que necessitam maiores estudos e técnicas especiais, dificultam algumas mudanças. Porém se a empresa colocar em prática algumas das técnicas apresentadas, já será um grande passo para o melhoramento do espaço de vendas. 135 4.5.4 Auditoria da promoção Conforme Las Casas (2009) a atividade de promoção tem o intuito de comunicar os consumidores sobre os produtos da empresa. Quando existe uma comunicação eficiente com os consumidores às chances de estes virem a se interessar e consequentemente adquirir os produtos são maximizadas, pois o produto se torna conhecido e desejado. Las Casas (2009) ainda define que são seis as ferramentas do composto promocional, sendo elas a propaganda, venda pessoal, promoção de vendas, merchandising, relações publicas e marketing direto, e que cada uma conta com características diferentes que permitem a atividade de promoção. No quadro 20 é possível perceber as principais oportunidades, ameaças e proposições relacionadas às ferramentas de promoção: 136 Ferramenta Propaganda Promoção de vendas Relações públicas Venda direta Merchandisi ng Marketing direto COMPOSTO DE MARKETING - PROMOÇÃO Oportunidades Ameaças Proposições - Maior - Maior utilização - Definir os objetivos da comunicação com desta ferramenta propaganda; os consumidores; pela concorrência; - Definir um orçamento para - Divulgação da - Falta de a propaganda; empresa; informações aos - Anúncios no rádio; - Definir objetivos. clientes; - Panfletos. - Falta de objetivos definidos. - Aumentar a venda - Pouca utilização - Realizar sorteios; de produtos; desta ferramenta; - Realizar degustações; - Atrair mais - Clientes que dão - Utilizar melhor os clientes; valor para as descontos. promoções de venda; - Criar uma - Poucas - Participar de ações sociais; imagem positiva; atividades de - Abrir as portas para - Fortalecer a relação pública; estudos acadêmicos. imagem da - Pouca exposição empresa; da imagem da - Maior interação empresa. com os públicos. - Conhecer cada - Tratar o cliente pelo nome; cliente conforme - Conversar assuntos de suas características. interesse do cliente. - Melhoria da - Produtos com - Organizar os produtos exposição de pouco giro; conforme suas caraterísticas; produtos; - Clientes com má - Manter as gôndolas - Aumento de impressão do atualizadas com os produtos; vendas. ambiente. - Espaço especial para promoção de vendas; - Criação de mural para expor ofertas. - Possibilidade para - Poucas - Buscar estrutura para poder o futuro. informações sobre desenvolver esta atividade. os clientes. - Fanpage Quadro 20 – Oportunidades, ameaças e proposições relacionadas à promoção. Fonte: Queiroz (2015). 137 a) Propaganda Conforme Kotler e Keller (2006) a atividade de propaganda consiste em apresentar informações acerca de um produto ou empresa, de forma paga e não pessoal. Para Las Casas (2009) as principais mídias usadas na propaganda são jornais, rádio, outdoor, televisão, revistas e mala direta. Cabe a cada empresa conforme seus objetivos definir quais utilizará. No que tange a propaganda pode-se considerar que o Mercado Bela Vista utiliza pouco esta ferramenta, uma vez que não possui anúncios nas mídias. O que a empresa utiliza é um simples cartão que conta com o nome da empresa, telefone e endereço, e que ainda é pouco distribuído para os consumidores. Este fato pode ser considerado uma ameaça para a organização, pois, os concorrentes investem mais em propaganda e acabam tendo uma comunicação melhor com os consumidores. Também se salienta que é uma oportunidade de melhoria para a organização desenvolver meios eficientes de comunicação que exijam baixos custos e gerem bons resultados. Como a empresa utiliza pouco a propaganda tem a oportunidade de quando começar a utilizar esta ferramenta, utilizar de forma correta, ela precisa definir que objetivos pretende alcançar com a propaganda. Orienta-se a empresa ter como objetivos os de informar sobre preços e novidades da empresa, além de persuadir os consumidores com os pontos fortes da empresa, como a conveniência. Dessa forma, consegue promover a empresa como um todo e acelerar o processo de compra de determinado produto. Além disso, a empresa pode conquistar novos clientes, o que é muito bom, principalmente em tempos de dificuldades financeiras onde o consumidor gasta menos, se faz necessário vender para mais consumidores. A orientação para a empresa seria definir um orçamento que possa ser investido em propaganda para então se definir os meios. Algumas alternativas que são de baixo custo são os anúncios no rádio que alcançam um grande público e podem ser feitos em períodos que a empresa tenha boas ofertas a oferecer. Outra forma de propaganda que a empresa pode se utilizar é a panfletagem. A empresa pode preparar uma vez por mês algumas informações sobre os produtos e a empresa, além de promoções de vendas para distribuir aos consumidores através de panfletos, que podem ser feitos na gráfica a um custo baixo. 138 b) Promoção de vendas Conforme Kotler (2000) a promoção de vendas consiste em incentivos de curto prazo para motivar o consumidor à compra imediata. Algumas técnicas utilizadas são degustação de produtos, demonstrações de produtos, amostras grátis entre outras. A gestora do Mercado Bela Vista relata que esta prática no estabelecimento ocorre esporadicamente com alguns produtos que tem baixas vendas e estão próximos de perder a validade, então são feitos descontos ou até mesmo distribuídos como forma de brinde. Um exemplo é o refrigerante Fruki Cola que acaba sendo vendido abaixo do preço dos refrigerantes da mesma marca porque tem pouca demanda. Desta forma considera-se que a empresa faz pouco uso desta ferramenta, e isto pode representar uma ameaça considerando que os clientes podem ser atraídos pelas promoções de vendas concorrentes. Nota-se que o pouco uso desta ferramenta também se deve ao fato do pouco conhecimento das suas características e variáveis que podem ser utilizadas, ficando uma visão de que promoção de vendas é apenas baixar preços de produtos como no exemplo citado pela gestora. Na verdade esta ferramenta possui muitas alternativas que visam estimular a compra por parte do consumidor, pode-se citar entre as mais utilizadas, sorteios, concursos, brindes, amostras grátis, descontos, promoções de troca, exposições entre outras. Orienta-se a organização utilizar algumas destas variáveis acima mencionadas para promover seus produtos e incentivar a compra. A empresa pode pensar em algo para ser sorteado entre os clientes que comprarem determinado produto, inclusive alguns fornecedores costumam ser parceiros das empresas e disponibilizam algo para sorteio entre os compradores de seus produtos. Visando o público infantil, por exemplo, a empresa poderia sortear uma bicicleta no decorrer do ano, para aqueles que adquirissem algum biscoito, salgadinho, outra guloseima. Outra alternativa é a amostra grátis ou também a degustação, muito utilizada para produtos coloniais, a empresa pode determinar um dia para degustação de produtos do gênero, como os defumados, conseguindo até um incentivo de seus fornecedores. Como descrito a empresa utiliza os descontos em alguns produtos, mas, pode fazer isto de forma mais eficiente, além de baixar o preço de apenas produtos que saem pouco e estão próximos de vencerem, é possível fazer isto em produtos complementares. Isto é, colocar preços atrativos em alguns produtos visando que o cliente seja atraído pelo produto e acabe 139 levando outros produtos juntamente. No açougue, por exemplo, é um bom lugar para fazer oferta de um corte de carne que tem boas chances de o cliente levar além deste corte outro, ou mesmo o carvão ou a bebida. c) Relações públicas Quanto às relações públicas que segundo Las Casas (2009), é uma ferramenta que como o próprio nome diz, é a interação com os diversos públicos da empresa com a finalidade de criar e conservar uma boa imagem da mesma, o Mercado Bela Vista faz uso mesmo que de forma discreta. Conforme relata a gestora a empresa já ajudou em eventos promovidos pela comunidade, principalmente a comunidade local através de patrocínios. No entanto, não é uma prática costumeira da empresa, o que acaba por vezes deixando-a com pouca relação com seus públicos. O fato de a organização manter poucas atividades de relações públicas pode representar uma ameaça, considerando que tem seu nome pouco divulgado enquanto os concorrentes se utilizam mais desta ferramenta. Realizar uma maior interação com os públicos representa uma grande oportunidade para a organização criar e manter uma imagem forte e respeitada, considerando que é uma empresa nova no mercado precisa ser vista pelos consumidores. Uma alternativa para a empresa é engajar-se na Campanha do Agasalho e no Natal Solidário promovidos no Município de Tenente Portela. Estes eventos solidários são muito bem vistos pela comunidade, e empresas participantes conseguem uma exposição muito positiva a um custo baixo, além disso, a credibilidade é muito maior do que uma propaganda. Outra ação que pode ser desenvolvida é abrir as portas da empresa para alunos realizarem trabalhos técnicos. Como mencionado neste estudo frequentemente alunos técnicos em informática e administração procuram empresas para realizarem estágios, e a empresa pode dar a oportunidade para estes alunos. Além do conhecimento técnico que a empresa vai usufruir ela ainda terá seu nome exposto em apresentações e estudos acadêmicos, grande oportunidade de promoção da imagem da empresa. 140 d) Venda Pessoal Segundo Churchill e Peter (2005) a venda pessoal é caracterizada pela interação direta com o cliente, permitindo a personalização do atendimento. Esta interação pode ser face a face, por telefone, computador ou outro meio que permita a interação direta entre o vendedor e o cliente. Pode-se considerar aqui que o Mercado Bela Vista faz uso da venda pessoal apenas por meio da interação face a face e quando o cliente vai até o estabelecimento. Conforme a gestora, a empresa não se utiliza de outros meios para vender ao cliente, apenas procurando atender bem na hora que o cliente visita à empresa. Considerando que a organização busca atender a um público local os clientes acabam ficando conhecidos no seu dia a dia, este fato pode ser uma boa oportunidade para a organização, uma vez em que permite uma interação melhor com o cliente. Isto é, o cliente pode ser tratado pelo nome e adaptar a conversa de forma que seja uma interação atraente para o mesmo, com assuntos do seu dia a dia e que lhe interessem. e) Merchandising O merchandising segundo a Associação Americana de Marketing (apud LAS CASAS, 2009) consiste em planejamento e organização do espaço de vendas de forma a colocar o produto certo, na quantidade certa, no preço certo, no tempo certo, com o impacto visual adequado e na exposição certa. Analisando o Mercado Bela Vista é possível notar que este é um ponto que a empresa pode evoluir bastante. Conforme a gestora o merchandising é feito apenas pela utilização dos displays oferecidos pelos fornecedores e alguns banners internos. De forma geral o ambiente do estabelecimento é muito agradável como já descrito neste estudo, no entanto, falta um pouco de organização na disposição dos produtos, bem como no layout que carece de uma melhor alocação das gôndolas além de móveis mais modernos. Um exemplo que pode ser citado como má disposição de produtos, encontra-se no setor dos refrigerantes, ocorre que a empresa possui um display para a exposição destes produtos. No entanto, fica distante dos refrigeradores de bebidas, quando deveria ficar próximo para facilitar a visualização do cliente. Isto é, o cliente chega para comprar um 141 refrigerante gelado e se dirige aos refrigeradores, então como ainda não se decidiu que marca comprar fica com a porta do refrigerador aberta observando os refrigerantes disponíveis e suas características, gerando custo de energia elétrica para a empresa. Com o display próximo ele poderia fazer as observações, se decidir e então pegar o produto desejado. Ainda, a falta de organização na disposição dos produtos dificulta a venda por impulso, pois, muitas vezes o cliente não enxerga os produtos e segundo Blessa (2005, apud ZAMBERLAN...[et al] 2009) produtos escondidos não vendem ou vendem pouco, além disso, o consumidor não pergunta e pesquisa por aquilo que não vê, por dois motivos, ou esquece ou deixa para mais tarde. Considerando o exposto, orienta-se a organização buscar uma melhor disposição de seus produtos, classificando-os por categorias, gêneros, preços, cores, tamanhos, entre outras variáveis que tornam a exposição mais agradável e atraente no campo de visão do consumidor. Outra ação é manter as gôndolas sempre atualizadas e preenchidas com produtos, controlando datas de validade, alocando etiquetas de preços nos produtos, o que facilita para o consumidor e para o caixa na hora da soma das mercadorias, além da boa apresentação estética dos mesmos. A empresa também pode trabalhar com técnicas de colocação de produtos em destaque, adequando um espaço para exposição de mercadorias em promoção de venda, seja de degustação, que concorrem a sorteios ou com descontos. Ainda, é possível criar um mural ou um painel onde sejam destacadas ofertas especiais, este método facilita a visualização do cliente que pode acabar adquirindo um produto que talvez nem estivesse procurando. f) Marketing direto Conforme Kotler e Keller (2006) o marketing direto envolve atividade de comunicação com os consumidores utilizando ferramentas de comunicação direta como telemarketing, e-mail, mala-direta entre outros. Conforme a gestora do Mercado Bela Vista a empresa não se utiliza desta ferramenta, apenas utiliza o contato telefônico, mesmo assim, é o cliente que entra em contato com a empresa e não a empresa que busca realizar uma venda entrando em contato com o cliente. 142 Esta realmente é uma ferramenta de difícil utilização da empresa pelo fato da mesma possuir pouca tecnologia em seus processos. Não existe nem mesmo um cadastro completo de clientes o que dificulta ter acesso a informações destes e planejar atividades do tipo. A empresa tem a opção de criar uma fanpage no Facebook com a finalidade de postar noticias da empresa, e interagir com clientes e outras pessoas que podem a vir serem clientes. Esta é uma alternativa mais vantajosa e viável para empresa do que a criação de um site, pois, não possuí custo e pode alcançar públicos que não consultariam um site. O marketing direto é uma alternativa talvez mais para o médio/longo prazo da organização, quando ela estiver mais estruturada e contar com tecnologia suficiente para realizar esta prática de forma eficiente. 143 CONCLUSÃO Este trabalho teve como objetivo a realização de uma Auditoria de Marketing no Mercado Bela Vista do Município de Tenente Portela/RS, visando identificar ameaças e oportunidades quanto ao ambiente de marketing, ao sistema de informação de marketing, a segmentação de mercado, o posicionamento e o mix de marketing. E ainda, propor ações para minimizar as ameaças e potencializar as oportunidades. Quanto aos resultados podemos dizer que foram satisfatórios, uma vez que se conseguiu identificar as ameaças e as oportunidades quanto aos mais diversos cenários. Deste modo ainda se alcançou o objetivo de propor ações eficientes e criativas para o crescimento da empresa e sua melhor gestão quanto à utilização das práticas do marketing. Na auditoria do ambiente de marketing identificaram-se importantes aspectos que devem ser considerados. O micro ambiente apresentou boas oportunidades para a organização, avaliou-se que a empresa em relação a si mesma está voltada para o mercado, procurando oferecer aquilo que o cliente procura. É possível melhorar o processo de planejamento, uma vez que esta prática recebe pouca atenção e é elemento fundamental para se chegar aos objetivos. Quanto aos fornecedores, constatou-se que a empresa está satisfeita com os mesmos, porém necessita tomar algumas atitudes para minimizar as ameaças. É necessário um maior controle sobre os pedidos para evitar prejuízos e inoportunos frente aos consumidores. Também é possível realizar uma pesquisa de preços como forma de redução nos custos e alavancagem dos lucros. No que tange aos intermediários de mercado percebe-se que a empresa não se utiliza destes, até por se tratar de uma pequena empresa. No entanto, é possível se utilizar da internet, esta ferramenta que cada vez cresce mais no comércio eletrônico, mesmo que em um primeiro momento apenas como forma de promover a empresa. O setor supermercadista vem apresentando crescimento nos últimos anos, mas, o ano de 2015 trás desafios para a empresa. A crise econômica enfrentada pelo estado e pelo país tem feito com que os consumidores reduzam o consumo e mudem seus hábitos. Este fato é uma ameaça, mas, também uma oportunidade se a organização souber aproveitar. É preciso se adaptar as necessidades dos consumidores, que hoje estão comprando em menos quantidade, procurando ofertas baratas e produtos similares. 144 Referente aos concorrentes identificou-se que a empresa pode implementar algumas práticas para enfrentar os mesmos. É possível se utilizar do benchmarking, ou seja, ver o que os concorrentes fazem bem e fazer o mesmo, se possível. Aumentar a diversidade de produtos, investir mais em promoções, otimizar a ocupação do espaço físico, usar preços de isca, são algumas práticas que podem ser desenvolvidas. Quanto aos públicos nota-se que a empresa conta com boa imagem frente aos mesmos, sendo possível ainda praticar algumas ações para interagir mais com os diversos públicos. Orientou-se a empresa aproveitar a oportunidade de participação em licitações para vender ao público governamental, aumentando suas receitas. Ainda participar mais de ações sociais pode colaborar para a boa imagem da organização. Partindo para o macroambiente, constatou-se que o ambiente demográfico é favorável a organização, a população apresenta pouca variação no seu número, tendo aumentado um pouco nos últimos anos, principalmente em novos loteamentos perto da empresa. Ainda, percebem-se mudanças de estilo de vida das pessoas, com o êxodo rural, pessoas que moram sozinhas, e divisão das tarefas domésticas entre homens e mulheres. Estes novos paradigmas apresentam também novas oportunidades de negócios para a organização se bem aproveitadas. O atual cenário econômico é algo desafiador para a empresa.Com uma taxa de desemprego alta, inflação atingindo marcas que a muito tempo não atingia, e a constante elevação da taxa de juros tem feito o consumidor ficar receoso. Principalmente a classe C, principais clientes da empresa, tem enfrentado dificuldades e diminuído o consumo. A empresa também precisa ficar atenta uma vez que estes fatores contribuem para o aumento da inadimplência. No ambiente natural observou-se que a empresa sofre com sazonalidade de produtos e consequente variação de preços destes, sendo necessário ficar atento a este elemento. Ainda, percebe-se que o custo da energia elétrica tem aumentado o que interfere diretamente nos custos da empresa que utiliza muitos equipamentos a base de energia elétrica. Questões socioambientais também foram consideradas como o uso das sacolas plásticas que prejudicam o meio ambiente, sendo que em alguns lugares sua distribuição já foi proibida, algo que pode vir a ocorrer em um futuro próximo na nossa região. A tecnologia é algo que tem interferido em praticamente todas as áreas, no segmento de atuação da empresa isso também ocorre. São muitos inventos que visam agilizar os processos de compra do consumidor. Mas, no momento para a organização percebeu-se que o necessário para o momento é um banco de dados que permita maior controle dos processos. 145 Além disso, colocar uma máquina de cartão de crédito e débito para dar mais opções de pagamentos aos clientes. É algo que está se tornando uma tendência e a empresa precisa se adaptar a isso. Quanto ao ambiente politico/legal, observou-se que a empresa atende as regulamentações da sua atividade, contando com benefícios importantes por se enquadrar em um regime tributário simplificado. No ambiente sócio/cultural também é possível encontrar boas oportunidades, uma vez que se identificou que a maior parte dos clientes da empresa são adeptos do consumo de cerveja. A empresa pode definir estratégias com base nisso, colocar preços atrativos nestes produtos pode atrair os clientes e pode fazer com que estes acabem comprando outros produtos, como carne e carvão que são produtos muitas vezes comprados juntos. Outro aspecto identificado aqui é a valorização do tempo por parte dos consumidores. O fato de a empresa trabalhar com horários diferenciados pode ser fator diferencial para ganhar o cliente que não possuí tempo de sair do trabalho e passar no mercado. No que tange ao sistema de informações de marketing auditou-se que é um ponto fraco da organização. Como a empresa não possuí sistema informatizado acaba tendo o controle de suas atividades prejudicadas. Além disso, não consegue armazenar e buscar informações do mercado e dos clientes para utilização no futuro. Orientou-se a empresa implantar um sistema de informações, na forma de um banco de dados, que pode ser desenvolvido por estagiários de informática, o que zera custos. Referente ao posicionamento, a empresa busca se posicionar por atributo, oferecendo conveniência a partir de uma localização próxima aos clientes, com horários de atendimento diferenciados e pouca burocracia no atendimento. Concluiu-se que o posicionamento está adequado, orientando-se apenas a maior utilização da parte de promoção para divulgar os atributos da empresa frente a novos consumidores. Também, se indicou a organização atuar mais em ações sociais, ambientais e de bom atendimento aos consumidores para desta forma atingir uma diferenciação por imagem. Quanto à segmentação considera-se que a empresa conseguiu segmentar bem seu mercado, com concentração em um único segmento, formado principalmente por consumidores da classe C dos bairros próximos a organização. O segmento apresenta critérios substanciais com boa taxa de crescimento e rentabilidade, apesar no momento não favorável da economia. Orientou-se a empresa na medida do possível buscar atender mais algum segmento, justamente para não ficar dependente de apenas um. Vender para o mercado 146 governamental por meio de licitações seria uma boa alternativa, ou ainda, buscar consumidores das classes B e A, porém exigiria um investimento maior. Partindo para o mix de mercado, se percebe que a empresa trabalha com muitos produtos, até pelo ramo do negócio. Contatou-se que alguns produtos não dão retorno e são verdadeiros “abacaxis”, exemplos são a Fruki Cola e Brahma Zero que podem ser retirados de comercialização pela empresa. Necessita ampliar a variedade de produtos, principalmente na parte de padaria e hortifrutigranjeiros, como principais orientações se indicou buscar parcerias com produtores rurais e novos fornecedores para a diversificação de marcas de produtos. Ainda, na medida do possível a empresa pode investir em equipamentos de padaria pra iniciar uma produção própria destes produtos. Em relação ao preço a empresa busca fixar seus preços com base na concorrência e nos seus custos, tendo uma margem de lucro entre 15% e 30%. A empresa adota uma estratégia de praticar preços baixos em produtos mais comuns como os da cesta básica para atrair o cliente, ganhando mais em outros produtos, principalmente nas bebidas. Entre as principais preposições estão à criação de preços especiais através da estratégia do preço de isca, utilizar os preços psicológicos e criar uma lista de preços que permita avaliar a evolução dos preços. O ponto de vendas foi uma das variáveis do mix de marketing que mais apresentaram aspectos que podem ser melhorados. A empresa se encontra bem localizada e isso é um dos seus principais pontos fortes, porém, necessita de ajustes quanto à acessibilidade, organização do layout e dos produtos e modernização dos móveis. Indicou-se a empresa algumas técnicas para melhorar o layout e a exposição dos produtos, pequenas obras para melhorar o acesso ao estabelecimento e na medida do possível modernizar os móveis. Quanto à promoção verificou-se que a empresa se utiliza pouco de suas ferramentas, o que é uma grande ameaça na medida em que os concorrentes investem fortemente neste aspecto. Orientou-se a empresa fazer maior uso principalmente da propaganda, promoção de vendas e merchandising com algumas ações de baixo custo e outras que exigem algum investimento, no entanto plenamente viável. A maior utilização dessas ferramentas proporcionará a empresa aparecer mais para o cliente, se tronar mais conhecida e atrair um número maior de consumidores. Ao final desta auditoria conclui-se que os objetivos propostos foram alcançados plenamente. Conseguiu-se identificar as oportunidades e ameaças que se apresentam frente ao Mercado Bela Vista e propor sugestões para potencializar as oportunidade e minimizar as ameaças. Este estudo também possibilitou ao graduando aprimorar os conhecimentos na área 147 do marketing e da subsidio para novos estudos e auditorias de marketing tanto na empresa em questão, quanto em outras. Ainda, para finalizar é importante destacar que a empresa está no caminho certo, podendo melhorar em alguns aspectos, o que é normal para uma empresa nova no mercado. Mas, considerando que seus gestores se mostram acessíveis para novas ideias e estão buscando conhecimento para aprimorar o negócio, a tendência é que a organização continue crescendo e ganhado espaço no mercado. 148 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ATTIE, William. Auditoria: Conceitos e Aplicações. 2ª ed. São Paulo: Atlas, 1993. ARMOSTRONG, G. KOTLER, Philip. Princípios de Marketing. 12ª ed. São Paulo: Person Prentice Hall, 2007. ARANHA, Carla de. 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Justifique a resposta. 2) Mercados e Clientes a) Em qual mercado a empresa atua? Justifique a resposta. b) O que está acontecendo com o tamanho, crescimento e distribuição geográfica e rentabilidade do (s) mercado(s) em que a empresa atua? Justifique e comprove com dados. c) Que atitudes a empresa está tomando para concorrer no mercado? Justifique a resposta. d) Quais são os principais segmentos desse (s) mercado (s)? Que novos segmentos a empresa pode atender? Justifique a resposta. e) Quais são as principais necessidades dos clientes? Como é o processo de compra? Eles compram regularmente? O que representa em termos de ameaças e oportunidades? Justifique a resposta. 154 f) Como os clientes avaliam a empresa e seus concorrentes quanto à reputação, qualidade de produtos, serviços, força de vendas e preços? A empresa tem uma boa relação com seus clientes? Quais oportunidades e ameaças? Justifique a resposta. g) A empresa consegue identificar as etapas do processo de compra? Quais ameaças e oportunidades? Justifique a resposta. h) O que você sugere para minimizar as ameaças e maximizar as oportunidades? Justifique a resposta. 3) Concorrentes a) Quem são os principais concorrentes? b) Que tendências afetarão a concorrência e a empresa? Justifique a resposta. c) Quais são seus objetivos, estratégias, pontos fortes e fracos, porte e participação de mercado? Quais ameaças e oportunidades? Justifique a resposta. d) O que você sugere para minimizar as ameaças e maximizar as oportunidades? Justifique a resposta. 4) Fornecedores a) A empresa está satisfeita com os seus fornecedores? Justifique a resposta com exemplos. b) Quais são seus principais pontos fortes e pontos fracos? (qualidade, prazos de entrega, espaço de tempo entre o pedido e a entrega dos produtos, preço praticado) Justifique a resposta. c) O que você sugere para minimizar as ameaças e maximizar as oportunidades? Justifique a resposta. 5) Públicos a) Que públicos representam oportunidades ou ameaças para a organização? Justifique a resposta. b) Quais ações a empresa utiliza para manter bom relacionamento com os públicos? Estão dando o resultado esperado? Justifique a resposta. c) Qual a imagem da empresa perante aos públicos? Apresente informações que comprovem. 155 d) O que você sugere para minimizar as ameaças e maximizar as oportunidades? Justifique a resposta. 1.2 Macroambiente 1) Ambiente Demográfico a) A empresa atua em regiões com alta densidade demográfica? Apresente dados que comprovem a resposta. b) A empresa percebe a mudança na distribuição geográfica? Justifique a resposta. c) Quais ameaças ou oportunidades a distribuição geográfica possibilita à empresa? Justifique a resposta. d) O que você sugere para minimizar as ameaças e maximizar as oportunidades? Justifique a resposta. 2) Ambiente Econômico a) Como a empresa vê o mercado? Justifique a resposta. b) Quais os padrões de gasto dos clientes? Justifique a resposta. c) Como a inflação e a taxa de juros a variação de renda tem afetado a empresa? Justifique a resposta. d) Quais ameaças e oportunidades que o ambiente econômico tem proporcionado? Justifique a resposta. e) O que você sugere para minimizar as ameaças e maximizar as oportunidades? Justifique a resposta. 3) Ambiente Natural a) A empresa possui alguma ação no sentido de preservação do meio ambiente? Justifique a resposta. b) A organização tem alguma preocupação com disponibilidade dos recursos naturais e de energia necessários á empresa? Justifique a resposta. c) Quais oportunidades e oportunidades encontradas? Justifique a resposta. d) O que você sugere para minimizar as ameaças e maximizar as oportunidades? Justifique a resposta. 156 4) Ambiente Tecnológico a) Quais são as principais mudanças que estão ocorrendo na tecnologia no ramo da empresa? Justifique a resposta. b) Qual a posição da empresa em relação a essas tecnologias? Justifique a resposta. c) A empresa está pronta para a evolução tecnológica do seu segmento de atuação, e como a empresa vê as constantes mudanças relacionadas ao produto? Justifique a resposta. d) Quais ameaças e oportunidades encontradas? Justifique a resposta. e) O que você sugere para minimizar as ameaças e maximizar as oportunidades? Justifique a resposta. 5) Ambiente Politico/legal a) Que mudanças, leis e regulamentos podem afetar a estratégia de marketing da empresa? Justifique a resposta. b) O que está ocorrendo nas áreas de controle da poluição, oportunidades iguais de emprego, segurança de produto, propaganda, controle de preço, entre outros, que afeta a estratégia de marketing da empresa? Justifique a resposta. c) Qual o enquadramento da empresa (micro, pequena, média, grande)? Justifique a resposta. d) Quais ameaças e oportunidades encontradas? Justifique a resposta. e) Quais são as ameaças encontradas? Justifique a resposta. f) O que você sugere para minimizar as ameaças e maximizar as oportunidades? Justifique a resposta. 6) Ambiente Cultural a) Qual a atitude do público em relação aos negócios e produtos da empresa? Justifique a resposta. b) Que mudanças no estilo de vida e nos valores podem afetar a empresa? Justifique a resposta. c) Quais ameaças e oportunidades encontradas? Justifique a resposta. d) O que você sugere para minimizar as ameaças e maximizar as oportunidades? Justifique a resposta. 157 2 SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE MARKETING a) A empresa possui um sistema de informações de marketing? Se sim, detalhe o sistema. Quais são as informações que os gestores necessitam para gerenciar a empresa? b) Como a empresa coleta informações a respeito dos clientes e do mercado? Detalhe como isso é feito. c) Quais os métodos para avaliação do mercado e para a previsão de venda que a empresa utiliza? Quais ameaças e oportunidades encontradas? Justifique a resposta. c) Os processos de tomada de decisão consideram informações dos clientes e do mercado? Justifique a resposta. d) A empresa costuma realizar pesquisas com os clientes? Se sim, como faz isso? f) Quais as ameaças e oportunidades que se apresentam? Justifique a resposta. g) O que você sugere para minimizar as ameaças e maximizar as oportunidades? Justifique a resposta. 3 POSICIONAMENTO DE MERCADO a) Como a empresa se posiciona no mercado? Justifique a resposta. b) Quais são as variáveis que a empresa utilizou para posicionar-se no mercado? Justifique a resposta. c) Ela desenvolveu um posicionamento eficaz e um composto de marketing para cada segmento-alvo? Justifique a resposta. d) e) Quais as ameaças e oportunidades encontradas? Justifique a resposta. O que você sugere para minimizar as ameaças e maximizar as oportunidades? Justifique a resposta. 4 SEGMENTAÇÃO DE MERCADO a) Quais são os segmentos de mercado que a empresa atinge? b) A empresa seguiu as seguintes etapas de segmentação? estágio de levantamento, estágio de análise e estágio de classificação de perfil. Justifique a resposta com exemplos. 158 c)Que bases a empresa utilizou para segmentar o mercado? Pesquisou as características e as necessidades dos consumidores? Justifique a resposta com exemplos. d)A empresa avaliou o tamanho, o poder de compra e as características dos segmentos antes de atendê-los? Justifique a resposta com exemplos. e) Quais são os critérios adotados na escolha dos segmentos que atinge? Justifique a resposta com exemplos. f) Utilizou o critério da substancialidade (tamanho e rentabilidade do segmento)? g) Utilizou o critério da acessibilidade? h) Avaliou os recursos disponíveis da empresa? i) Quais são as oportunidades e ameaças encontradas? Justifique a resposta com exemplos. j) O que você sugere para minimizar as ameaças e maximizar as oportunidades? Justifique a resposta. 5 COMPOSTO DE MARKETING 5.1 Produto a) Quais são os produtos que a empresa comercializa? b) Quais são os objetivos das linhas de produtos? Criar uma linha que induza a venda de produtos superiores/inferiores? Criar linha que proteja a empresa contra os altos e baixos da economia? Criar linhas mais extensas (grande participação de mercado e rápido crescimento)? Criar linhas mais reduzidas (alta lucratividade em itens cuidadosamente escolhidos)? Justifique a resposta. b) Estão bem definidos? Justifique a resposta. c) A atual linha está atingindo os objetivos? Justifique a resposta com exemplos. d) A linha de produtos deve ser expandida ou reduzida? Por quê? Para cima, para baixo ou em ambas as direções? Justifique a resposta com exemplos. e) Que produtos devem ser eliminados? Justifique a resposta. f) Que produtos devem ser acrescentados? Justifique a resposta. g) O que a gestão de produtos da empresa representa em termos de ameaças e oportunidades? Justifique a resposta. h) O que você sugere para minimizar as ameaças e maximizar as oportunidades? Justifique a resposta. 159 5.2 Preço a) Quais os objetivos, políticas, estratégias e procedimentos de preço? Justifique a resposta com exemplos. b) Em que extensão a fixação de preço se baseia em critérios de custo, demanda e concorrência? c) Os consumidores veem os preços da empresa alinhados ao valor de suas ofertas? Justifique a resposta. d) O que a administração conhece sobre a elasticidade-preço da demanda, efeitos da curva de experiência e políticas de preço dos concorrentes? Justifique a resposta. e) Em que extensão as políticas de preço são compatíveis com as necessidades dos distribuidores, revendedores, fornecedores e com a legislação governamental? Justifique a resposta. f) Quais estratégias de preços a empresa utiliza? Justifique a resposta. g) Quais ameaças e oportunidades relacionadas ao preço? Justifique a resposta. h) O que você sugere para minimizar as ameaças e maximizar as oportunidades? Justifique a resposta. 5.3 Ponto de Venda a) Como a empresa vê a localização da mesma? Justifique a resposta. b) A fachada da empresa é destacada? Justifique a resposta. c) É observada a questão da acessibilidade? Justifique a resposta. d) O ambiente dentro do estabelecimento é adequado (iluminação, som, aromas, cores, arquitetura)? Justifique a resposta. e) O cliente consegue se movimentar adequadamente (layout, sinalização, planejamento do espaço)? Justifique a resposta. f) A exibição dos produtos é adequada? Justifique a resposta. 160 5.3 Promoção 1) A empresa faz uso de propaganda? Justifique a resposta com exemplos. a) Os objetivos são bem definidos? Justifique a resposta com exemplos. b) O gasto está sendo adequado? Justifique a resposta com exemplos. c) Os temas e mensagens dos anúncios são adequados? Justifique a resposta com exemplos. d) As mídias são bem escolhidas? Justifique a resposta com exemplos. 2) A empresa faz uso de promoção de vendas? Justifique a resposta com exemplos. a) O orçamento de promoção de vendas é adequado? Justifique a resposta com exemplos. b) Há suficiente uso de ferramentas de promoção de vendas, como amostras grátis, cupons, displays e concursos de vendas? Justifique a resposta com exemplos. 3) A empresa utiliza a ferramenta de Relações Públicas? Justifique a resposta com exemplos. a) A equipe de relações públicas é competente e criativa? Justifique a resposta com exemplos. 4) A empresa faz uso de marketing direto? Justifique a resposta com exemplos. 5) A empresa faz uso da venda pessoal e merchandising? Que ações utiliza? Estão dando o retorno esperado? Justifique a resposta com exemplos. 6) Que ameaças e oportunidades o composto promocional oferece? Justifique a resposta com exemplos. 7) Que ações podem ser tomadas para minimizar as ameaças e potencializar as oportunidades do composto promocional? Justifique a resposta com exemplos.