Delirium

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Delirium
Na antiguidade o termo era utilizado para designar distúrbios mentais crônicos e de
alguns quadros com inicio agudo associado a estados febris. A partir do século XIX e XX
surgiram avanços no conceito, onde Engel e Romeno concluíram base cientifica aos
conceitos da patofisiologia: redução da taxa metabolismo cerebral e lentificação no padrão
eletroencefalograma.
O termo Delirium é definido como uma síndrome cerebral orgânica sem etiologia
específica. É caracterizado pela presença simultânea de perturbações da consciência,
atenção, percepção, pensamento, memória, comportamento psicomotor, emoções e sonovigia, cuja duração é variável e varia de formas livres e graves.
É freqüente o encontro de alterações mentais e comportamentais nos idosos (muitos
casos em pacientes hospitalizados).
Através de estudos epidemiológicos foi analisado que há grande variação nas taxas de
incidência e prevalência da doença. Os estudos na população de idosos que vivem na
comunidade mostram prevalência em torno de 1,0 % em idosos, em unidade de urgência a
taxa de prevalência de 40,0 %. Em pacientes com ocorrência pós-operatório varia entre 2,0
e 60,0% .
É importante ressaltar que mesmo diante da alta prevalência do delirium, pode ser
confundido com outras síndromes como depressão, parte do processo fisiológico do
envelhecimento e principalmente a demência.
Delirium x Demência
Em alguns casos o diagnóstico inicial só pode ser feito pela anamnese. Outra forma de
diferenciar é pela flutuação do período de lucidez e o eletroencefalograma pode auxiliar na
diferenciação do diagnóstico, apresentando lentificação difusa nos casos de delirium.
Algumas diferenças são:
Características
Início
Curso nas 24 hs
Consciência
Atenção
Cognição
Orientação
Delirium
Súbito
Flutuante com exacerbação noturna
Reduzida
Globalmente desordenada
Globalmente prejudicada
Frequentemente prejudicada, flutua em gravidade
Alucinações
Visuais ou visuais e auditivas
Idéias delirantes Fugazes, pobremente sistematizado
Linguagem
Frequentemente incoerente, lenta ou rápida
Demência
Insidioso
Estável
Clara
Normal, exceto em casos graves
Globalmente prejudicada
Frequentemente prejudicada
Frequentemente ausentes
Frequentemente ausentes
Dificuldade em encontrar
palavras e perseveração
Fisiopatologia
Há evidência de que a disfunção de neurotransmissores tenha participação importante
na patogênese, em grande parte são secretados em núcleos localizados no tronco cerebral e
também há estudos relacionados do delirium em lesão estrutural do cérebro envolvendo
áreas corticais e subcorticais, córtex pré-frontal, hemisfério cerebral direito e os núcleos
subcorticais são importes na área. Entre esses neurotransmissores estão as deficiências
relativas de acetilcolina, excesso de dopamina, diminuição ou aumento do acido gama e
histamina.
Características
Distúrbios de cognição (prejuízo do pensamento vago e fragmento, varia de lento á
acelerado, de formas leves e formas graves);
- Distúrbios da consciência;
- Distúrbios da atenção, ciclo sono vigília, comportamento psicomotor e memória;
- Anormalidades de Senso percepção: ilusões, alucinações visuais não sendo
essencial para diagnósticos e está presente de 40 a 75% em idosos;
- Orientação tempuro espacial comprometida;
- Distúrbio de linguagem;
- Distúrbio de manter a atenção na conversa.
- Hiperatividade e hipoatividade podendo as duas se manifestar no paciente;
- Raiva, medo, ansiedade, euforia e manifestações autonômicas (rubor facial e
sudorese).
Etiologia
Qualquer condição que comprometa a função cerebral pode causar delirium.
Infecções
Drogas
Meningite
Narcóticos
Pneumonia
Antidepressivos
Septicemia
Álcool e hipnóticosHipoxia
sedativos (abstinência)
Antiparkinsonianas
Insuficiência
hepática
Pielonefrite
Distúrbios
Traumatismo
metabólicos
Hipoglicemia e
Faturas
Hiperglicemia
Insuficiência renal Faturas
Cirurgia
Anestesia
Doenças
cardíacas
Arritmias
Insuficiência
cardíaca
Infarto do
miocárdio
Fatores de risco
-
Em pacientes hospitalizados:
Restrição física e má nutrição;
Uso simultâneo de mais de três medicamentos;
Uso de sonda vesical e iatrogenia;
Psicossocial: estresse psicológico, perda do suporte social e ambiente não familiar.
Prevenção
Algumas condutas simples podem prevenir o delirium, como por exemplo:
- Boa alimentação;
- Orientações e estímulos cognitivos;
- Exercícios físicos;
- Mobilização precoce
Podemos tratar também os fatores de riscos que afetam os idosos e pode agravar o
estado de saúde, como, prevenção de quedas.
Tratamento
Identificando os fatores de risco, deve se tratar às patologias precocemente, tendo a
participação de multiprofissionais para tratar as condições freqüentes do idoso como
desnutrição, úlceras de pressão etc.
Alguns procedimentos simples como orientações de tempo e espaço, informações da
condição de saúde e os procedimentos realizados, reorientação verbal, leitura, jogos de
memória e em casos dos pacientes hospitalizados, o ambiente deve ser calmo, objetos de
familiares e pessoais, ajudam nos estímulos e na adaptação.
Importância da Fisioterapia
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-
Mudança de decúbito;
Aspiração (déficit respiratório);
Orientações de tempo e espaço;
Aumento da ADM;
Massagem;
Exercícios passivos, ativos, resistidos, assistidos e alongamento;
Manter ou recuperar a independência funcional atividades diárias.
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