EMERGÊNCIA GERIÁTRICA ABORDAGEM DO IDOSO NO PRONTO-SOCORRO Mariana Ribeiro EMERGÊNCIAS GERIÁTRICAS As pessoas com mais de 65 anos apresentam desafios para o Socorrista. Embora os idosos representem 10% da população eles, consomem 30% dos medicamentos prescritos, e são vítimas em 25% das lesões fatais. Apresentam, em média, três doenças crônicas concomitantes, tomam 3 vezes mais medicamentos que a média da população e são afetados pela fisiologia característica do processo de envelhecimento. AVALIAÇAO GERIÁTRICA AMPLA Funcionalidade: a avaliação funcional é realizada de forma retrospectiva pelo relato de um informante ou do próprio paciente, com o objetivo fundamental de identificar limitações e dependências que já estavam presentes antes da manifestação do quadro atual. Cognição: uma avaliação cognitiva breve, porém sistematizada, pode auxiliar na caracterização de uma síndrome demencial ou delirium ainda não identificados, que podem alterar significativamente a condução do caso. Além disso, fornece um parâmetro de base reprodutível, com o qual podem ser realizadas comparações futuras. Delirium REAÇÃO ADVERSA MEDICAMENTOSA Nota-se na população idosa uma incidência alta de reações adversas medicamentosas (RAM), explicada em parte pela maior prevalência de polifarmácia nessa população, mas também por modificações integrantes do processo de senescência. Exemplos: DIAZEPAN e DIGOXINA GRANDES SÍNDROMES GERIÁTRICAS FRAGILIDADE Fragilidade é um estado clínico relacionado à idade caracterizado por aumento da vulnerabilidade e diminuição da capacidade em manter a homeostase, marcadamente por diminuição da reserva funcional nos múltiplos sistemas fisiológicos GRANDES SÍNDROMES GERIÁTRICAS QUEDAS No Brasil, 29% dos idosos caem ao menos uma vez ao ano e 13% caem de forma recorrente. Cerca de 5 a 10% das quedas em idosos residentes na comunidade têm como consequências lesões graves como fratura e traumatismo craniano, aumentando o risco de dependência funcional e morte prematura. Metade dos idosos hospitalizados por fratura de quadril não recupera a mobilidade prévia ao evento e 20% falecem em um ano GRANDES SÍNDROMES GERIÁTRICAS MAUS-TRATOS Trata-se de uma síndrome desafiadora na medida em que integra os diagnósticos diferenciais de várias patologias (fraturas acidentais versus provocadas, depressão versus desesperança, desnutrição por condições crônicas versus acesso a alimento prejudicado), bem como pode ser causa de exacerbação de condições clínicas até então compensada. AVALIAÇÕES ESPECÍFICAS A avaliação de vítimas idosas pode ser difícil e complicada pelos seguintes fatores: Os idosos debilitam-se muito mais rapidamente; um problema secundário pode se tornar importante em poucas horas. A vítima pode estar tomando vários medicamentos. Pelo menos um, entre cada quatro idosos apresenta distúrbios psiquiátricos, os quais podem ser a causa de alguns sintomas (como nível de consciência diminuído). Pode ser difícil separar efeitos do processo de envelhecimento de conseqüências de uma doença. A principal queixa da vítima pode parecer sem importância. A vítima pode deixar de relatar sintomas importantes. É provável que o idoso sofra de distúrbios múltiplos, concomitantes. O processo de envelhecimento pode alterar a resposta à doença e à lesão, levando você a subestimar a gravidade da condição da vítima. O mecanismo regulador da temperatura da vítima idosa pode estar debilitado, levando a ausência de febre, mesmo na presença de infecção grave. Os problemas de comunicação são comuns, porque há diminuição dos sentidos, principalmente da visão e audição. Queixas comuns de vítimas idosas e que podem não ser específicas de uma determinada doença incluem: fadiga e fraqueza, tontura/vertigem/síncope, quedas, cefaleia, insônia, perda do apetite, incapacidade para evacuar, constipação/diarréia. OBRIGADA! PACIENTE DE 72 ANOS COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA EM TRATAMENTO COM QUEIXA DE FADIGA. DIAGNÓSTICO Taquicardia Atrial com condução atrioventricular variável por Intoxicação digitálica. A presença de taquicardia atrial com condução variável é o achado mais comum na toxicidade por digitais. PLANEJAMENTO NOS ESPERA!