O SR

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O SR. INOCÊNCIO OLIVEIRA (PR/PE pronuncia o seguinte
discurso.) – Sr. Presidente, Sras.
e Srs. Deputados:
Voltou-
se a discutir, recentemente, em Hokkaido, no Japão, a questão que
já se torna polêmica, entre produção de alimentos e produção de
biocombustíveis, no seio da reunião do G-8, congregando os países
mais ricos do mundo. O Brasil foi convidado dentro do chamado
grupo G-5 e a posição do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi
muito clara, mostrando que, em países da dimensão continental do
Brasil (e também da Rússia e China, lembrando, também, a
Indonésia, a África do Sul e a Argentina) a polêmica é artificial, para
não dizer artificiosa, isto é, engendrada por outros motivos além da
preocupação de aumentar a oferta de alimentos às famílias.
Se os índices de inflação estão aumentando a nível mundial, a
culpa é do preço do petróleo, que muitos países da Europa dos 27
não produz, tendo de importá-lo a um preço do barril que ronda os
150 dólares.
O Brasil está relativamente “blindado” para enfrentar essa crise;
e mais ainda , estará no futuro próximo, quando os campos novos
de óleo da Bacia de Santos estiverem produzindo comercialmente.
O que é uma década na vida de um país ou de um povo? E em
2018 – talvez antes – estaremos os brasileiros em posição de
vanguarda, no campo da produção petrolífera.
Vale ressaltar que temos mostrado a força competitiva da
nossa
produção
de
etanol
à
base
de
biocombustíveis de mamona, algodão, soja, etc.
cana-de-açúcar
e
No setor de produção de alimentos, o governo do Presidente
Lula reforçou, recentemente, o PRONAF – Programa Nacional de
Agricultura Familiar, autorizou a renegociação de R$ 75 bilhões das
dívidas do setor agrícola com os bancos oficiais e liberou R$ 65
bilhões para o Plano de Safra 2008-2009. Vamos ter, seguramente,
uma das maiores safras de grãos dos últimos 10 anos, com
previsão de 145 milhões de toneladas de grãos.
Não apenas o Brasil, mas todos os países integrantes do G-5
rejeitaram a responsabilidade de culpa pela alta dos preços dos
alimentos. China, Índia, África do Sul e México uniram-se ao
protesto do Brasil, devolvendo ao G-8 a responsabilidade de outro
problema: o aquecimento global. Eles devem reduzir as suas
emissões em, pelo menos, 25% a 40% até 2020; e entre 80% e
95% até 2050.
Se a Europa dos 27 não tem espaço físico para a produção
simultânea de alimentos e biocombustíveis, que compre o etanol
dos países produtores que estão realizando – a exemplo do Brasil –
uma política equilibrada no setor, com a dádiva da natureza:
espaço vital, diferente da Europa.
Quero abrir espaço, aqui, para uma notícia que muito nos
alegra, do Nordeste do Brasil: o aumento do consumo de energia
elétrica residencial em nossos estados, mais do que o dobro da
média do Sul do país. Os dados foram revelados no último dia 9,
pela Empresa de Pesquisa Energética. O Nordeste, que representa
28% da população do país, só representava 12% do consumo de
energia residencial nos últimos 6 anos. Hoje, das 50.000 ligações
residenciais feitas pelas empresas distribuidoras de energia, por
mês, no país, 30% são do Nordeste. E tudo isto se deve creditar ao
crescimento da renda per capita do nordestino, que passou a
comprar mais eletrodomésticos e televisões, em parte com o
reforço do Bolsa Família e do crédito consignado. É uma notícia
das mais animadoras no quadro sócio-econômico do Nordeste.
Muito obrigado!
Sala das Sessões, em 12 de agosto de 2008.
Deputado INOCÊNCIO OLIVEIRA
2º. Vice-Presidente
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