FOCO: ESTRUTURA DE MERCADO TEORIA DOS JOGOS Economia [email protected] Fauzi T Jorge Ambiente de atuação da empresa Macroambiente Ambiente Setorial Outros interessados Fornecedores Empresa Clientes Concorrentes Economia [email protected] Fauzi T Jorge Forças político-legais Forças sociais Forças econômicas Leis tributárias Atitudes em relação à inovação de produtos, estilos de vida, carreiras e ativismo dos consumidores Fornecimento de dinheiro Gastos em pesquisa e desenvolvimento (do governo e do setor) Regulamentações de comércio internacional Preocupação com a qualidade de vida Política monetária Enfoque em gastos com pesquisa e desenvolvimento Regulamentações de empréstimos a consumidores Expectativas de vida Taxa de desemprego Taxa de introdução de novos produtos Leis de proteção ambiental Expectativas em relação ao local de trabalho Custos com energia Automação Sanção de regulamentações antitruste Mudança na presença de mulheres na força de trabalho Renda pessoal disponível Robótica Leis de contratação, demissão, promoção e pagamento Taxas de nascimento Estágio do ciclo econômico Controles de preços e salário Alterações populacionais Economia [email protected] Forças tecnológicas Fauzi T Jorge A estrutura de mercado como determinante da capacidade de competição de uma empresa O ambiente setorial de atuação da empresa configura determinada estrutura de mercado. Essa estrutura de mercado, de maneira sintética, compreende basicamente a forma como se dá a interação entre compradores e vendedores num particular setor. Sinteticamente, as estruturas de mercado são determinadas: • por um fator de ordem quantitativa, indicando o número de empresas vendedoras que atuam nesse mercado; • pelo “poder de fogo” destas empresas, no que tange à sua capacidade de compra e negociação; • pelo grau de correlação entre as diversas empresas que atuam no mercado, no que se refere à sua interdependência; • pelo grau de similitude e diferenciação entre os produtos destas diferentes empresas; Economia [email protected] Fauzi T Jorge A estrutura de mercado como determinante da capacidade de competição de uma empresa (continuação) • por outro fator de ordem quantitativa, dessa vez relacionado ao número de compradores, tanto empresas quanto indivíduos ou famílias; • pelo grau de informação que consumidores e demais empresas vendedoras possuem sobre os produtos que são transacionados nesse particular mercado, principalmente aqueles referentes a preços e demais condições que influenciam a aquisição do produto; • pela possibilidade de entrada e saída de empresas do particular segmento de atuação, ou seja, da “indústria”, como é conhecido o setor – ou ramo – de produção. Economia [email protected] Fauzi T Jorge Pequena Grande quantidade quantidade de de consumidores consumidores Um único consumidor Consumidores Estrutura de mercado, segundo Stakelberg Monopólio Oligopólio Concorrência perfeita Quase-monopólio Oligopólio bilateral Oligopsônio Monopólio bilateral Quase-monopsônio Monopsônio Um único vendedor Pequena quantidade de vendedores Grande quantidade de vendedores Vendedores Economia [email protected] Fauzi T Jorge Uma breve explicação da Teoria dos Jogos Quando duas ou mais pessoas têm interesses conflitantes e quando esse conflito se manifesta por decisões racionais ou emocionais em que uma parte considera como a outra parte poderá reagir a uma ação sua, estabelece-se o que se convencionou chamar de um jogo. Os diversos aspectos que configuram as estratégias envolvidas entre duas ou mais partes foram estudados e sistematizados na chamada “Teoria dos Jogos”. Tem sido utilizada principalmente pela economia, ciências sociais, ciências comportamentais, matemática, física, química e outras tantas áreas do conhecimento humano, como instrumento para análise de situações em que os agentes envolvidos interagem em busca de interesses conflitantes. A ação de um irá depender da ação do outro, configurando um processo interativo de decisão, eivado de lances estratégicos. Ao definir suas escolhas – ou “estratégias” –, um dos “jogadores” precisa identificar o que o outro “jogador” está pensando sobre as possibilidades de uso de uma dessas escolhas e o que ele fará em consequência dessa opção de ação e assim por diante. Economia [email protected] Fauzi T Jorge Uma breve explicação da Teoria dos Jogos (continuação) Nash introduziu a noção de um “equilíbrio” para onde a complexa cadeia de pensamentos sobre pensamentos poderia convergir, dada a racionalidade envolvida no processo. Utilizou, para isso, inovadoras técnicas matemáticas para provar a existência do equilíbrio em uma série de jogos. Com isso, pavimentou o caminho para as amplas aplicações da teoria dos jogos. Um dos exemplos mais populares da aplicação da teoria dos jogos é o do “dilema dos prisioneiros”, formalizado por Albert W. Tucker, em 1950. Em sua clássica forma, o dilema dos prisioneiros é apresentado como segue: Economia [email protected] Fauzi T Jorge Uma breve explicação da Teoria dos Jogos (continuação) O dilema dos prisioneiros “Dois suspeitos foram presos pela polícia. A polícia tinha provas suficientes para formalizar o processo e, colocando-os em celas separadas, fez a seguinte proposta para cada um deles: se um testemunhasse incriminando o outro e o outro permanecesse em silêncio, o traidor seria libertado e o incriminado receberia uma pena de dez anos. Se os dois ficassem em silêncio, ambos os prisioneiros seriam sentenciados a seis meses de prisão. Se cada um deles incriminasse o outro, cada um receberia uma sentença de cinco anos de prisão. Cada um dos prisioneiros poderia incriminar o outro ou permanecer em silêncio. Ser-lhes-ia assegurado que nenhum deles saberia da traição antes do final da investigação. Como os prisioneiros deveriam agir?” Economia [email protected] Fauzi T Jorge Matriz payoff Prisioneiro B fica em silêncio Prisioneiro B incrimina A Prisioneiro A fica em silêncio Cada um pega seis meses de prisão Prisioneiro A: dez anos de prisão Prisioneiro B: libertado Prisioneiro A incrimina B Prisioneiro A: libertado Cada um pega cinco anos Prisioneiro B: dez anos de de prisão prisão Economia [email protected] Fauzi T Jorge Uma breve explicação da Teoria dos Jogos (continuação) O jogo de cartas “Em uma banca de jogos de cartas existem dois jogadores e o banqueiro. Cada jogador segura duas cartas, uma com a palavra “Coopero” e a outra com a inscrição “Ataco”. Cada jogador coloca uma das cartas com a inscrição para baixo na frente do banqueiro. Ao colocar as cartas com a inscrição para baixo, a possibilidade de um dos jogadores conhecer a escolha do outro jogador antecipadamente é eliminada (embora a revelação de um movimento não afete a análise dominante). Depois que os dois colocaram suas cartas, o banqueiro vira ambas as cartas e faz o pagamento das fichas conforme combinado previamente.” Se o jogador 1 (em vermelho, na matriz payoff) ataca e o jogador 2 (em negrito, na matriz payoff) coopera, o jogador 1 obtém o “Troféu Ataque” de cinco pontos, enquanto o jogador 2 recebe o “Troféu Chupando-o-Dedo”, de zero ponto. Se ambos cooperarem, eles receberão o “Prêmio por Mútua Cooperação” de três pontos para cada um. Se ambos atacarem, eles obterão a “Punição por Mútuo Ataque” de um ponto. Veja a matriz payoff daí resultante: Economia [email protected] Fauzi T Jorge Matriz payoff Cooperação Ataque Cooperação 3, 3 0, 5 Ataque 5, 0 1, 1 Cooperação Cooperação Ataque Economia Ganha, ganha Ganha muito, perde muito [email protected] Ataque Perde muito, ganha muito Perde, perde Fauzi T Jorge Matriz payoff Firma B Firma A Economia Faz propaganda Não faz propaganda Faz propaganda 10, 5 13, 2 Não faz propaganda 7, 8, 3 [email protected] 8 Fauzi T Jorge Uma breve explicação da Teoria dos Jogos (continuação) E quanto a uma “guerra” de preços entre um conjunto de empresas que atuam em determinado segmento de mercado e uma nova firma que surge na cidade? Como se poderiam considerar os lances de uns e outros, supondo que as firmas que já atuam nesse mercado tenham desenvolvido certo acordo de preços na região, configurando uma espécie de cartel? Esse acordo poderia ser rompido, os preços cairiam e a nova firma talvez não tivesse condições de prosseguir na “guerra” de preços e tampouco de recuperar os investimentos realizados. Vejamos como ficaria a matriz payoff num primeiro momento: Economia [email protected] Fauzi T Jorge Matriz payoff Nova firma Cartel Economia Entra Não entra Reduz preços -1.000, - 50 -1.000, 0 Mantém preços -100, + 50 [email protected] 0, 0 Fauzi T Jorge Uma das maneiras de evitar a entrada de novos competidores no mercado se processa por meio da regulação governamental. Empresas que obtêm concessão governamental para a exploração de determinados serviços aéreos, por exemplo, podem se opor à entrada de novos concessionários, alegando que elas atendem perfeitamente à demanda. Ou, então, impedindo que a firma entrante opere em determinados aeroportos, forçando as operações em outro centro de embarque e desembarque de passageiros, o que contribuiria para o aumento dos seus custos. Economia [email protected] Fauzi T Jorge Qualquer semelhança com situações presentes na economia brasileira, tanto no que se refere a uma prática de cartel no suco de laranja – afirmação da Associtrus no jornal Folha de S. Paulo, de 23.jul.2009, p. B2 – como o oferecimento de transporte terrestre [temporariamente] gratuito, ligando o Aeroporto de Viracopos (Campinas) ao Terminal Barra Funda e aos shopping centers Eldorado (São Paulo) e Tamboré (Alphaville e região), conforme anúncio da Azul Linhas Aéreas Brasileiras, também na Folha de mesma data, p. A11, não é mera coincidência com os relatos aqui efetuados. Nesse caso, aproveitando a matriz payoff anterior, o quadro assim retratado de elevação dos custos de entrada, com base na teoria dos jogos, ficaria: Economia [email protected] Fauzi T Jorge Matriz payoff Nova firma Cartel Economia Reduz preços Mantém preços Entra Não entra -1.000, - 110 -1.000, 0 -100, - 10 [email protected] 0, 0 Fauzi T Jorge Se antes a firma entrante teria um lucro de 50 com a manutenção dos preços do cartel, agora, dados os novos custos, seu prejuízo será de 10, conforme canto inferior esquerdo da matriz. Com eventual guerra de preços, seu prejuízo seria mais de dez vezes superior, passando para 110, como demonstrado no canto superior esquerdo da matriz payoff. Economia [email protected] Fauzi T Jorge Cinco forças competitivas que determinam a rentabilidade da indústria Entrantes potenciais Ameaça de novos entrantes Poder de negociação dos fornecedores Concorrentes na Entrantes indústria potenciais Poder de negociação dos compradores Fornecedores Compradores Rivalidade entre empresas existentes Ameaça de serviços ou produtos substitutos Substitutos Fonte: Adaptado de Porter (1986) Economia [email protected] Fauzi T Jorge