Reprodução Humana Dra.Marlene B

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CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL
Presidência e CEP (IX) – 23ª Reunião
Brasília - DF, 25 a 27 de Setembro de 2001
REPRODUÇÃO HUMANA E EXPERIÊNCIA COM EMBRIÕES
Profa Dra Marlene Boccatto1
FERTILIZAÇÃO ASSISTIDA
Mulheres podem engravidar depois da menopausa, a falta de espermatozóides ou
a vasectosemia deixou de ser impedimento à paternidade, já é possível realizar
transplante de núcleo e criação de ovócito. Desde o nascimento do primeiro bebê de
proveta, uma inglesinha chamada Louise Brown, em 1978, as técnicas evoluíram muito.
Dois mil bebês nascem por ano de fertilização assistida no Brasil. Abaixo estão descritas
algumas das técnicas de fertilização assistida:
Inseminação artificial intra-uterina - Recolhe-se o sêmen na ejaculação. Os melhores
espermatozóides são concentrados e levados a um tubo de ensaio. No momento mais
próximo possível da ovulação, com um cateter, o médico coloca-os no fundo do útero da
mulher. A inseminação pode ser realizada no ciclo natural ou estimulado, quando
hormônios são utilizados, a fim de se obter ovulação em mulheres que não ovulam
espontaneamente ou produzir ovulação múltipla.
Transferência Intratubária de Gametas (GIFT) - Injeta-se o ovócito e o espermatozóide
na tuba uterina, facilitando o encontro de ambos e a formação do embrião.
Fertilização in vitro (FIV) - É a técnica pioneira na fertilização assistida (bebê de
proveta) Consiste na retirada de um ou mais ovócitos do ovário da mulher por aspiração
e transportados para um recipiente apropriado. Separados um a um, os ovócitos são
fertilizados com espermatozóides do marido. Se houver fertilização os pré-embriões
resultantes são recolocados no útero, dando início a uma gravidez normal. Pode-se
também utilizar ovócitos e/ou espermatozóides doados. O ovócito doado por uma mulher
sadia é fecundado com o espermatozóide do marido da mulher estéril e implantado em
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Doutora, Docente do Centro Universitário São Camilo nas disciplinas de embriologia e Genética.
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seu útero. Ou o ovócito é fecundado por espermatozóide de doador anônimo e
reimplantado na mulher. A criança terá apenas 50% da carga genética do casal.
Injeção Intracitoplasmática de Espermatozóides (ICSI) - Um espermatozóide
é injetado diretamente no interior do ovócito, aumentando as chances de sucesso da
fertilização in vitro. A vantagem é superar a dificuldade de o espermatozóide penetrar o
invólucro do ovócito.
Assisted hatching - Os embriões criados em laboratório têm a membrana externa mais
grossa que a dos gerados de forma natural. A dificuldade de fixação é contornada com
um pequeno corte nessa membrana, feito com laser ou solução ácida.
Maturação de espermátides - Retira-se um pedaço do tecido do testículo onde estão as
espermátides (o estágio final da célula antes de se transformar em espermatozóide). Fazse o amadurecimento artificial dessas espermátides, que se transformam em
espermatozóides e podem fecundar um ovócito.
Centrifugação de esperma - A centrifugação do esperma separa o vírus da Aids dos
espermatozóides. Há 95% de chances de o esperma ficar livre do HIV.
Transferência de citoplasma - Os médicos injetam parte do citoplasma do ovócito de
uma mulher jovem e saudável no ovócito de uma mulher mais velha ou com problemas
de ovulação. O resultado é um ovócito rejuvenescido.
Transplante de núcleo - O núcleo do ovócito defeituoso é transferido para o ovócito de
uma doadora saudável, cujo material genético foi removido. Teme que vestígios do
núcleo original possam acarretar anomalias.
Adoção de embriões - Implanta-se no útero embriões guardados em tanques de
nitrogênio, “sobras” de outras fertilizações in vitro. A gestação completa e o parto natural
garantem que o bebê seja registrado como filho legítimo, ainda que sem parentesco
genético com a mãe.
Barriga de aluguel – implanta-se o embrião do casal no útero de uma outra mulher para
que ela seja a gestora do embrião/feto.
A realização da fertilização assistida exige sacrifícios. O tratamento exige do casal
muito controle, dedicação e exames dolorosos. Há muito investimento em jogo - tanto
emocional quanto financeiro. Às vezes é o próprio desgaste emocional estabelece os
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limites.
O HOMEM TEM O PODER DA CRIAÇÃO NAS MÃOS
A fertilização assistida garante gravidez a muitas mulheres, porém causa vários
dilemas. Um deles é o do descarte dos embriões. São milhares em todo o mundo,
congelados e abandonados pelos pais. O que fazer com os embriões que não são
utilizados na fertilização assistida? Eliminá-los, porque não há outra saída? Neste
momento, alguns pais ameaçam colocar os médicos na cadeia, argumentando que estão
matando seus filhos. Eles se esquecem de que esses embriões só existem porque
querem ter um filho. Mas será que eles não têm esse direito, apesar das “sobras” dos
embriões que não serão utilizados? Será que o importante é que o bebê seja perfeito,
não importando o método de concepção?Além disso, muitos casais se separam por não
conseguir o gerar um filho.
Outro dilema da fertilização assistida é o das crianças órfãs. Estas estão sendo
“vitimas”, pois está diminuindo o número de adoção, visto que a infertilidade do casal
pode ser resolvida gerando um filho através de uma das várias técnicas de fertilização
assistida. Atualmente pode-se adotar uma criança na forma de um embrião de apenas
oito células, senti-la desenvolver-se numa gravidez normal e trazê-la ao mundo num
parto perfeitamente convencional.
Além desses dilemas, a fertilização assistida pode ser usada para a clonagem
humana, portanto, o homem tem o poder da criação nas mãos.
O que fazer com os embriões que não são utilizados na fertilização assistida?
Esses embriões podem ser utilizados para fornecimento de células-tronco
embrionárias. Essas células podem ser retiradas da massa célular interna de
blastocistos (um dos estágios iniciais dos embriões de mamíferos). As células-tronco
embrionárias são conhecidas pela sigla ES, do inglês embryonic stem cells
e
denominadas pluripotente, porque podem originar qualquer célula do organismo adulto
(cerca de 200 tipos distintos de células em um homem adulto).
Células-tronco embrionárias foram reintroduzidas em embriões de camundongos e
deram origem a células de todos os tecidos de um animal adulto, mesmos as
germinativas (ovócitos e espermatozóides). Este fato comprova a pluripotencialidade
dessas células em gerar qualquer tipo de células do corpo adulto. Entretanto, apenas
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uma célula-tronco embrionária não é capaz de gerar um embrião de camundongo,
portanto elas não são totipotentes, como o zigoto.
As células-tronco embrionárias podem proliferar indefinidamente in vitro sem se
diferenciar, o que pode ocorrer se forem modificadas as condições de cultivo, originando
células, como as do coração, do cérebro e do fígado. Portanto, as células-tronco
embrionárias podem ser cultivadas in vitro e, depois inseridas no organismo para
construir tecidos e órgãos lesados tornando viável a bioengenharia.
As células embrionárias germinativas humanas (EG, do inglês embryonic germ
cells), derivadas das células reprodutivas primordiais de fetos, também já foram
imortalizadas. Assim como as ES, as EG também são pluripotentes.
Células-tronco adultas
Sabe-se que desde os anos 60 que os tecidos da pele, da parede do intestino e
principalmente do sangue se renovam constantemente. Estudos das células localizadas
na medula óssea, que originam as células do sangue, constatou que elas são célulastronco multipotentes, isto é, são capazes de gerar os tipos celulares que compõem o
tecido ou órgão específico onde estão situadas. As células-tronco da medula óssea
forma duas linhagens: a das células linfóides, que vão formar os linfócitos, e a das células
mielóides, que originam os granulócitos, eritrócitos, monócitos e plaquetas.
Células-tronco
originam
células-filhas
que
seguem
dois
destinos:
umas
permanecem como células-tronco e outras se diferenciam em outros tipos celulares com
características específicas.
Descobriu-se, relativamente recente, que, além da pele, do intestino e da medula
óssea, outros tecidos e órgãos humanos (fígado, pâncreas, músculos esqueléticos, tecido
adiposo e sistema nervoso) têm um estoque de células-tronco e uma capacidade limitada
de regeneração após lesões.
Essas células-tronco adultas podem ser multiplicadas in vitro e utilizadas para
recuperar tecidos ou órgãos lesados. Atualmente sabe-se que essas células-tronco
adultas são não apenas multipotentes, mas também pluripotentes, isto é, podem gerar
células de outros tecidos e órgãos. A descoberta de células-tronco em alguns tecidos de
organismo adulto que podem dar origem a outros tecidos, diferentes daqueles de onde
estão situadas, abre novos caminhos para seu uso na regeneração de tecidos
danificados. Alguns transplantes já foram realizados utilizando as células-tronco adultas
do próprio paciente.
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Com as células-tronco adultas o problema da rejeição pode deixar de existir,
bastaria fazer uma punção na medula óssea ou em um músculo do próprio paciente,
isolar uma célula-tronco, fazê-la se multiplicar em cultura para se ter um número
suficiente, ativá-las, e injetá-las no órgão necessário, por exemplo, no cérebro. É o autotransplante.
Várias doenças poderiam ser tratadas por este método. Por exemplo: o mal de
Parkinson é o resultado da perda de um grupo muito específico de neurônios no cérebro aqueles situados na base do cérebro que fabricam dopamina e enviam-na aos núcleos
basais, na parte da frente do cérebro, que regulam os movimentos. Na falta desses
neurônios dopaminérgicos, falta dopamina para facilitar e regular os movimentos. O
resultado é a rigidez, tremores, e a dificuldade de iniciar movimentos característicos da
doença.
O tratamento mais comum do parkinsonismo é a ingestão de L-DOPA, uma
substância que o cérebro transforma em dopamina. A droga pode ter efeitos
maravilhosos em algumas pessoas, mas infelizmente não é sem seus problemas, sendo
que o principal é que, o cérebro vai se habituando com qualquer droga que se tome
cotidianamente, de modo que é necessário aumentar a dosagem para se conseguir os
mesmos efeitos. E chegando a altas doses, começam os efeitos colaterais. Por isso
alguns pacientes precisam parar de usar a droga e os tremores logo voltam. O autotransplante de neurônios dopaminérgicos originados de células-tronco adulta poderia
eliminar essa doença.
Clonagem Humana
A palavra clone, do grego, significa “broto” e foi cunhado pelo botânico H.J.
Webber.
Seu significado é “qualquer grupo de células ou organismos produzidos
assexuadamente de um único ancestral sexuadamente produzido”.
Os seres humanos podem ser clonados: (1) por fissão de embriões, isto é,
separação de células do embrião para produção artificial de gêmeos ou (2) por
transferência nuclear, isto é, transferência de núcleos de células somáticas (derivadas
de qualquer célula diplóide de um embrião, feto, criança ou adulto) para ovócitos sem
núcleo para produzir embriões capazes de se desenvolver, após a transferência para o
útero, em um feto viável.
O segundo método seria o mais provável a ser utilizado tanto para a Clonagem
Reprodutiva como para a Clonagem Terapêutica.
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Na Clonagem Reprodutiva com a utilização da transferência nuclear a partir de
células de um adulto, teremos conhecimento sobre o fenótipo do doador e podemos
prever o fenótipo do clone. Este tipo de clonagem poderia ser realizado diversas vezes
em diferentes tempos. Além disso, casais que perderam o filho logo após o parto
poderiam clonar esse filho.
Na Clonagem Terapêutica células-tronco embrionárias seriam produzidas para
auto-transplantes. Da mesma maneira que as de células-tronco embrionárias, originadas
dos embriões descartados na fertilização assistida descrita acima, as células-tronco
embrionárias produzidas pela transferência nuclear na clonagem terapêutica podem ser
retiradas da massa célular interna de blastocistos. Depois de serem cultivadas in vitro e
estimuladas a se tornarem células da parte do corpo a ser transplantadas, podem ser
inseridas no organismo para construir tecidos e órgãos lesados. Só que neste caso não
teria o problema de rejeição, pelo fato das células-tronco embrionárias terem sido
originadas do núcleo de uma célula da pessoa que irá receber o transplante.
Considerações sobre células-tronco
A cultura in vitro de células-tronco adultas, além de oferecer grande número
de células para o transplante, resolvem o problema da rejeição, já que célulastronco do próprio paciente adulto podem ser usadas para regenerar seus tecidos
ou órgãos lesados e elimina as questões bioéticas e religiosas envolvidas no
emprego das células-tronco embrionárias originadas da fertilização assistida ou da
clonagem humana.
QUANDO COMEÇA A VIDA
Muitos estudiosos defendem que a vida começa quando o zigoto se divide pela
primeira vez. A implantação do blastocisto no útero começa no fim da primeira semana e
termina no fim da segunda. Acredita-se que a proporção de abortos espontâneos
precose, antes de se fixarem no útero, seja de cerca de 45% dos pré-embriões. Os
abortos espontâneos precose ocorrem por vários motivos, um dos quais é a presença de
anormalidades cromossômicas no zigoto.
Especialistas em fertilização in vitro e fabricantes de DIU argumentam que a vida
começa depois que o blastocisto se implanta na parede do útero.
Conceitua-se aborto como “a expulsão ou a extração de toda e qualquer parte da
placenta ou das membranas, sem um feto identificável, ou com um recém-nascido vivo
ou morto que pese menos de quinhentos gramas. Na ausência do conhecimento do peso,
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uma estimativa da duração da gestação de menos de vinte semanas completas,
contando desde o primeiro dia do último período menstrual normal, pode ser utilizada”.
A partir 21a semana, o feto é considerado viável, ou seja, pode sobreviver fora do
útero.
A data de nascimento é calculada: (1) aproximadamente 266 dias ou 38 semanas
ou 91/2 meses lunares após a data estimada da fertilização ou (2) 280 dias ou 40
semanas ou 10 meses lunares depois do primeiro dia do último período menstrual
normal.
Alguns estudiosos defendem que não é possível identificar uma vida se ela ainda
pode multiplicar-se em vidas diferentes. A formação de gêmeos monozigóticos começa,
usualmente, no estágio de blastocisto, por volta do fim da primeira semana. Resulta da
divisão do embrioblasto, localizado na massa celular interna. A separação precoce dos
blastômeros embrionários que resulta em gêmeos é rara.
Outro critério para determinar o começa a vida é a dor. A trilha da dor é um
sistema muito mais complexo e flexível do que inicialmente pensado. É a plasticidade
desse sistema que permite a uma pessoa responder de maneira diferente a um mesmo
estímulo doloroso aplicado em situação distinta. A percepção da dor inicia-se com a
aplicação de um estímulo agressivo externo ao organismo, que gera impulsos nervosos
captados e conduzidos por nervos até a medula espinhal, e segue pelo tálamo e daí para
o córtex cerebral, onde a dor é efetivamente sentida.
A formação do tubo neural que originará o sistema nervoso central (encéfalo e
medula espinhal) inicia na 3a semana de gestação. Logo após, aparecerão às cristas
neurais que originarão o sistema nervoso periférico (nervos e gânglios nervosos). O
sistema medula-tálamo desenvolve-se a partir da 13a semana (três meses e meio de
gestação). O desenvolvimento do cérebro tem seu ápice entre esta semana até a 20a
semana (terceiro ao quinto mês de gestação), período em que ocorre um processo de
migração de neurônios. Essas células, que estão localizadas na parte central do cérebro
se deslocam para os lados para originar o córtex cerebral, que difere os humanos dos
demais animais. A partir da 21a semana (sexto mês) ocorre a fase de formação sinapses,
interligação entre os neurônios. As células glias, que atuam na defesa, sustentação e
nutrição dos neurônios, também começam a se proliferar. Desta semana até a vida adulta
ocorre a formação de mielina, substância que envolve o axônio (prolongamento do
neurônio) e faz com que o impulso nervoso aconteça de maneira mais rápida e eficaz.
As conexões medula-tálamo com o córtex cerebral ficam prontas na 26 a semana
(seis meses e meio da gestação). Alguns médicos acreditam que a dor já esta presente
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neste estágio. Argumentam que o tálamo sozinho permite ao feto sentir dor, pois ele faz
parte do sistema límbido, onde estão localizadas as sensações. Mesmo não havendo
consciência, é possível sentir dor. Embora, para a maioria dos médicos, é só a partir 28 a
semana (sete meses de gestação) que o feto possui todas as conexões que lhe permite
sentir dor.
Sabe-se que o útero não é apenas um lugar para alojar o bebê por nove meses e
que não é só os genes responsáveis pelo desenvolvimento embrionário. Além de
fornecer alimento e condições de desenvolvimento, o ambiente uterino pode causar ou
aumentar malformações congênitas. Por exemplo, embriões sadios no útero de mulheres
drogadas podem, por estar recebendo drogas através do cordão umbilical, desenvolver
malformações congênitas.
Além disso, não é só o corpo que se forma durante a gravidez. A personalidade, a
inteligência e os traumas também estão em gestação. Desde o começo da gestação, os
sentimentos e os humores maternos afetam o filho, que está exposto aos mesmos
hormônios
que
ela.
Fetos
rejeitados são
candidatos
sérios
a
distúrbios
de
comportamento.
Através de experiências com hidrofones (microfones que funcionam em meios
líquidos), para verificar o desenvolvimento embrionário pode-se observar que depois do
quarto mês, o feto já reage a sons e ao toque e começa a criar o vínculo afetivo profundo
com a mãe.
As conversas de fora podem ser ouvidas pelo feto, apesar de atenuadas pela
gordura e pelos tecidos da mãe. É aconselhável que os pais falem constantemente com o
futuro filho, demonstrando carinho. É claro que ele não vai entender o sentido das
palavras, mas, percebe e se incomoda quando os pais estão bravos ou tristes.Outro
sentido bem desenvolvido aos quatro meses é o tato. É importante massagear a barriga,
tocá-la sempre, fazer o feto sentir que recebe atenção. Descobriu-se que os bebes de
provetas eram mais inteligentes, pois suas gestações são assistidas mais de perto por
motivos médicos, recebem mais estímulos e se desenvolvem melhor. O ideal é que toda
gestação mereça o mesmo cuidado.
Quando o feto chega aos seis meses de gestação, tem boa parte dos sentidos de
um adulto. O sistema auditivo está completo, ele já percebe diferenças de claridade, tem
tato no corpo inteiro, além de paladar e olfato. Por isso, alguns acontecimentos
traumáticos nessa fase podem ficar em sua memória inconsciente.
Nos últimos três meses de gravidez, o feto percebe muito do que acontece ao seu
redor. O feto suga, chupa o dedo, mexe com as pálpebras, soluça, brinca com o cordão
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umbilical e, as vezes, até chora. Os modernos aparelhos de ultra-som descobriram que,
ele começa a sorrir quando algo o agrada e demonstra claramente aversão. Através da
fisionomia do feto pode-se perceber se ele gostou ou não do alimento que a mãe ingeriu.
Os movimentos oculares indicam que o feto sonha. O sonho é um momento de atividade
intensa do cérebro, que favorece a criação das sinapses. Alguns pesquisadores acham
que o feto até começa a apreciar música e a se acostumar com a linguagem.
Ainda não se sabe o quanto se pode aprender no útero. Mas não há dúvidas
de que ao sair do útero depois de nove meses, você já nasceu sabendo o que é, ao
menos um pouco.
Sugestões para leitura
CARVALHO, A. C. C. Células-tronco – a medicina do futuro. Revista Ciência Hoje.
v.29, 172. 2001.
MOORE, K.L; PERSAUD, T.V.N. Embriologia Clínica. 5ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2000.
PENA, S. D.J. Clonagem Humana. 2001. www.biotecnologia.cm.br.bio
PESSINI, L. & BARCHIFONTAINE, C.P. Problemas atuais de Bioética. 5 ed. São
Paulo: Loyola, 2000.
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