Extração das células-tronco

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O que são
As células-tronco são células primárias encontradas em todos os organismos
multicelulares que retêm a habilidade de se renovar por meio da divisão celular
mitótica e podem se diferenciar em uma vasta gama de tipos de células
especializadas. As pesquisas no campo das células-tronco humanas se expandiram
após estudos realizados pelos canadenses Ernest A, McCulloch e James E. Till na
década de 1960.
CATEGORIAS
As três categorias de células-tronco são:
-- Células-tronco embrionárias -- derivadas de blastócitos
-- Células-tronco adultas -- encontradas em tecidos adultos
-- Células-tronco da medula espinhal
No embrião em desenvolvimento, as células-tronco podem se diferenciar em tipos
de tecidos especializados. Em organismos adultos, as células-tronco e as células
progenitoras atuam como um sistema de reparo para o corpo, tornando a repovoálo de células especializadas. Como as células-tronco podem rapidamente crescer e
se transformar em células especializadas com características consistentes com
células de vários tecidos, como músculos ou nervos, seu uso nas terapias médicas
tem
sido
proposta.
Em particular, as linhagens de células-tronco embrionárias, as células-tronco
embrionárias originárias de clonagem terapêutica e células-tronco adultas do
cordão umbilical ou da medula óssea são candidatas promissoras.
POTENCIAIS
O potencial das células-tronco especifica a sua capacidade de diferenciação (de se
transformar em tipos diferentes de células)
-- Células-tronco totipotentes -- produzidas da fusão de um óvulo e um
espermatozóide. São um produto das primeiras divisões do óvulo fertilizado. Essas
células podem se diferenciar em células embriônicas e extraembriônicas
-- Células-tronco pluripotentes -- descendentes das células totipotentes, podem
se diferenciar em células derivadas de três camadas de germes
-- Células-tronco multipotentes -- essas estruturas podem produzir apenas
células de uma família restrita de células (por exemplo, as células-tronco
hematopoiéticas se diferenciam em glóbulos vermelhos, glóbulos brancos,
plaquetas etc)
-- Células-tronco unipotentes -- as células podem produzir apenas um tipo
celular, mas têm propriedades de autorenovação
CÉLULAS-TRONCO EMBRIONÁRIAS
As células-tronco embrionárias (ES, pela sigla em inglês) são culturas de células
derivadas do tecido do epiblasto da massa interior da célula de um blastócito. Um
blastócito é um embrião em seu estágio inicial -- aproximadamente 4 a 5 dias
depois da fecundação, consistindo em de 50 a 150 células.
As ES são pluripotentes e podem se desenvolver em mais de 200 tipos de células
do corpo adulto, quando recebem o estímulo necessário. Elas não contribuem com
as membranas extraembriônicas ou a placenta. Quando não recebem estímulo para
a diferenciação, continuam se dividindo em cultura e cada célula produzida
permanecerá pluripotente. Já se passaram 20 anos de pesquisas e não há
tratamento aprovado ou testes em humanos para células-tronco embrionárias.
CÉLULAS-TRONCO ADULTAS
As células-tronco adultas são células indiferenciadas encontradas no corpo e que se
dividem para repovoar células moribundas e regenerar tecidos danificados.
Também conhecidas como somáticas, podem ser colhidas em crianças e em
adultos. Uma grande vantagem da pesquisa com células-tronco adultas é a
capacidade que elas têm de se dividir ou se autorenovar indefinidamente, além de
seu potencial de diferenciação.
Enquanto o potencial com células-tronco embrionárias permanece teórico, os
tratamentos com células-tronco adultas já são usadas com sucesso para tratar
muitas doenças. O uso de células-tronco em pesquisas e terapia não é controverso
como o das células-tronco embrionárias, pois a produção dessas estruturas adultas
não demanda a destruição do embrião. Importantes avanços têm sido feitos nos
tratamentos do mal de Parkinson, diabates juvenil e lesões na medula.
As células-tronco, também conhecidas como células-mãe ou células estaminais, são
células que possuem a melhor capacidade de se dividir dando origem a células
semelhantes às progenitoras.
As células-tronco dos embriões têm ainda a capacidade de se transformar, num processo
também conhecido por diferenciação celular, em outros tecidos do corpo, como ossos,
nervos, músculos e sangue. Devido a essa característica, as células-tronco são
importantes, principalmente na aplicação terapêutica, sendo potencialmente úteis em
terapias de combate a doenças cardiovasculares, neurodegenerativas, diabetes tipo-1,
acidentes vasculares cerebrais, doenças hematológicas, traumas na medula espinhal e
nefropatias.[carece de fontes?]
O principal objetivo das pesquisas com células-tronco é usá-las para recuperar tecidos
danificados por essas doenças e traumas. São encontradas em células embrionárias e em
vários locais do corpo, como no cordão umbilical, na medula óssea, no sangue, no
fígado, na placenta e no líquido amniótico. Nesse último local, conforme descoberta de
pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade de Wake Forest, no estado norteamericano da Carolina do Norte, noticiada pela imprensa mundial nos primeiros dias de
2007.[1]
Extração das células-tronco
Há duas possibilidades de extração das células estaminais. Podem ser adultas ou
embrionárias:

Embrionárias – São encontradas no embrião humano e são classificadas como
totipotentes ou pluripotentes, devido ao seu poder de diferenciação celular de
outros tecidos. A utilização de células estaminais embrionárias para fins de
investigação e tratamentos médicos varia de país para país, em que alguns a sua
investigação e utilização é permitida, enquanto em outros países é ilegal.
Atualmente no Brasil o Supremo Tribunal autorizou tais pesquisas. [2]

Adultas – São encontradas em diversos tecidos, como a medula óssea, sangue,
fígado, cordão umbilical, placenta, e outros. Estudos recentes mostram que estas
células estaminais têm uma limitação na sua capacidade de diferenciação, o que
dá uma limitação de obtenção de tecidos a partir delas.[carece de fontes?]
Definições de potência
As células-tronco podem se classificar de acordo com o tipo de células que podem
gerar:



Totipotentes: podem produzir todas as células embrionárias e extra
embrionárias;
Pluripotentes: podem produzir todos os tipos celulares do embrião, menos
placenta e anexos;
Oligopotentes: podem produzir células dentro de uma única linhagem;


Multipotentes: podem produzir células de várias linhagens;
Unipotentes: produzem somente um único tipo celular maduro.
Leis nacionais
O que dizem as leis de alguns países sobre a clonagem de células tronco.
África do Sul
Permite todas as pesquisas com embriões, inclusive a clonagem terapêutica. É o único
país africano com legislação a respeito.
Alemanha
Permite a pesquisa com linhagens de células-tronco existentes e sua importação, mas
proíbe a destruição de embriões.
Brasil
Permite a utilização de células-tronco produzidas a partir de embriões humanos para
fins de pesquisa e terapia, desde que sejam embriões inviáveis ou estejam congelados há
mais de três anos[3]. Em todos os casos, é necessário o consentimento dos pais. A
comercialização do material biológico é crime. Em 29 de maio de 2008 o Supremo
Tribunal Federal confirmou que a lei em questão é constitucional, ratificando assim o
posicionamento normativo dessa nação.
China
Permite todas as pesquisas com embriões, inclusive a clonagem terapêutica.
Cingapura
Permite todas as pesquisas com embriões, inclusive a clonagem terapêutica.
Coréia do Sul
Permite todas as pesquisas com embriões, inclusive a clonagem terapêutica.
Estados Unidos
Proíbe a aplicação de verbas do governo federal a qualquer pesquisa envolvendo
embriões humanos (a exceção é feita para 19 linhagens de células-tronco derivadas
antes da aprovação da lei norte-americana). Mas estados como a Califórnia permitem e
patrocinam esse tipo de pesquisa (inclusive a clonagem terapêutica).
França
Não tem legislação específica, mas permite a pesquisa com linhagens existentes de
células-tronco embrionárias e com embriões de descarte.
Índia
Proíbe a clonagem terapêutica, mas permite as outras pesquisas.
Israel
Permite todas as pesquisas com embriões, inclusive a clonagem terapêutica.
Itália
Proíbe totalmente qualquer tipo de pesquisa com células-tronco embrionárias humanas e
sua importação.
Japão
Permite todas as pesquisas com embriões, inclusive a clonagem terapêutica.
México
Único país latino-americano além do Brasil que possui lei permitindo o uso de
embriões. A lei mexicana é mais liberal que a brasileira, já que permite a criação de
embriões para pesquisa.
Reino Unido
Tem uma das legislações mais liberais do mundo e permite a clonagem terapêutica.
Rússia
Permite todas as pesquisas com embriões, inclusive a clonagem terapêutica.
Turquia
Permite pesquisas e uso de embriões de descarte, mas proíbe a clonagem terapêutica
STF aprova realização de pesquisas com célulastronco embrionárias
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EDUARDO CUCOLO
da Folha Online, em Brasília
Atualizado às 19h21
O STF (Supremo Tribunal Federal) aprovou nesta quinta-feira (29) as pesquisas
com células-tronco embrionárias no país. O Supremo rejeitou uma ação direta de
inconstitucionalidade contra o artigo 5º artigo da Lei de Biossegurança que permite
a utilização, em pesquisas, dessas células fertilizadas in vitro e não utilizadas.
Seis ministros do tribunal votaram a favor das pesquisas. Outros cinco sugeriram
mudanças na lei. Anteriormente, o voto do ministro Cezar Peluso havia sido
contabilizado pelo Supremo como favorável às pesquisas, mas a informação foi
retificada e o ministro foi classificado no grupo dos que pediram alterações na lei.
O que são células-tronco embrionárias?
Como são as leis em outros países?
Como os cientistas querem usar as células-tronco?
Como são obtidas as células-tronco embrionárias?
A ação foi proposta em 2005 pelo então procurador-geral da República, Cláudio
Fonteles, que defende que o embrião pode ser considerado vida humana. O STF
não chegou a proibir as pesquisas com células-tronco embrionárias, mas muitos
pesquisadores ficaram receosos em continuar com os estudos, em razão do
impasse jurídico.
As células-tronco embrionárias são consideradas esperança de cura para algumas
das doenças mais mortais, porque podem se converter em praticamente todos os
tecidos do corpo humano. Entretanto, o método de sua obtenção é polêmico,
porque a maioria das técnicas implementadas nessa área exigem a destruição do
embrião.
Os ministros Carlos Ayres Britto, Ellen Gracie, Cármen Lúcia Antunes Rocha,
Joaquim Barbosa, Marco Aurélio Mello e Celso de Mello votaram a favor desses
estudos, mediante o que determina a lei. Segundo a norma, podem ser utilizados
apenas os embriões que estejam congelados há três anos ou mais, mediante
autorização do casal. O artigo também veta a comercialização do material biológico.
"Para pesquisa esses embriões são viáveis, mas não para a fecundação. Eles não
serão introduzidos em corpo feminino. É embrião que conserva a potência para se
diferenciar em outros tecidos, inclusive neurônios, o que nenhuma outra célula
adulta parece deter', afirmou o ministro Ayres Britto, relator da ação, no início do
julgamento, em 5 de março.
Já os ministros Ricardo Lewandowski, Carlos Alberto Menezes Direito, Cezar Peluzo,
Eros Grau e Gilmar Mendes pediram diferentes tipos de modificação na Lei de
Biossegurança.
"O embrião é, desde a fecundação, mais presentemente, desde a união dos núcleos
do óvulo e do espermatozóide, um indivíduo, um representante da espécie humana,
que terá a mesma carga genética de um feto, de uma criança, de um adulto, de um
velho", afirmou Direito.
De acordo com cientistas, esse tipo de restrição, na prática, poderia inviabilizar a
realização dos testes. Segundo o neurocientista Stevens Kastrup Rehen, professor
da UFRJ, isso ocorre porque ainda há poucos estudos científicos que conseguiram
utilizar essas células sem destruir os embriões.
"Só existem um ou dois trabalhos publicados sobre isso, que ainda dependem de
outras pessoas [pesquisadores] conseguirem replicar isso [os estudos]", diz.
Entenda o que são células-tronco embrionárias
da Folha Online
As células-tronco embrionárias são consideradas esperança de cura para algumas
das doenças mais mortais. Elas podem se converter em praticamente todos os
tecidos do corpo humano. Entretanto, o método de sua obtenção é polêmico, já que
a maioria das técnicas implementadas nessa área exige a destruição do embrião.
A forma mais comum de obtenção destas células ainda é por meio de embriões
congelados. Nesta técnica, óvulos fertilizados em clínicas de reprodução assistida se
desenvolvem até o estágio conhecido como blastocisto. Após chegar a este estágio,
o embrião é destruído e as células-tronco são removidas.
Outra forma que também prevê a destruição do embrião é o procedimento
conhecido como clonagem terapêutica. A técnica é a mesma utilizada para criar a
ovelha Dolly.
Pelo procedimento, células adultas extraídas da pele humana tem sua carga
genética (núcleo) retirada e fundido com um óvulo sem núcleo. O núcleo
implantado no óvulo "oco" é então estimulado a se dividir, produzindo um
blastocisto.
Até hoje, no entanto, nenhuma linhagem de células-tronco humana foi derivada
dessa forma.
Ambas as técnicas recebem objeções de ativistas contrários ao direito ao aborto.
Segundo eles, a destruição dos embriões representa a morte de uma forma de vida
humana.
Alternativas
Uma nova técnica anunciada no ano passado utiliza células humanas adultas da
pele para criar células-tronco embrionárias "induzidas".
A técnica, que ainda está em fase experimental, consiste em fazer com que as
células da pele "voltem no tempo" e passem a agir como se fossem as versáteis
células-tronco embrionárias, conseguindo posteriormente se diferenciar em outros
tecidos do corpo.
Uma alternativa à utilização das células embrionárias é a utilização de célulastronco adultas derivadas de tecidos do organismo, como a medula óssea e cordão
umbilical. Estas, no entanto, têm capacidade limitada de diferenciação.
Células adultas já são usadas em terapia experimental atualmente, no tratamento
de algumas doenças como leucemias, mal de Chagas, diabetes e anemia falciforme.
Debate ético
Recentemente, cientistas norte-americanos anunciaram uma descoberta que, caso
confirmada, pode pôr fim à polêmica envolvendo a utilização de células de
embriões. Os pesquisadores afirmam ter conseguido produzir células-tronco
embrionárias sem a necessidade de destruir o embrião.
O novo método consiste em retirar uma única célula do embrião --seguindo um
procedimento utilizado em clínicas de fertilização in vitro para fazer diagnósticos de
defeitos genéticos. A retirada é feita ainda nos estágios iniciais do embrião, quando
ele é formado por poucas células.
De acordo com os pesquisadores, o método em geral não prejudica o embrião, que
é congelado e supostamente pode ser utilizado em um futuro processo de
fertilização.
É preciso ressaltar, entretanto, que a mesma empresa havia divulgado o mesmo
feito em agosto de 2006, na conceituada revista "Nature". Porém, no mesmo ano
os cientistas publicaram uma "correção" do artigo na revista, afirmando que os
embriões utilizados na pesquisa foram, sim, destruídos.
Saiba como são as leis em outros países sobre
pesquisas com embries
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da Folha Online
Arte/Folha
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