E. E. PROF. JOÃO SOLIMEO TDAH NA ESCOLA PÚBLICA LUCIANA APARECIDA MARIA JOSÉ PRISCILA ABREU SÃO PAULO 2009 O que é TDAH? Segundo Barkley, o TDA/H é um transtorno de desenvolvimento do autocontrole que consiste em problemas com os períodos de atenção, com o controle do impulso e com o controle do impulso e com o nível de atividade. Já Hallowell, define o Distúrbio do Déficit de Atenção (DDA), como uma “síndrome neurológica caracterizada por certa facilidade para distração, baixa tolerância à frustração e ao aborrecimento e impulsividade e hiperatividade.” Os pacientes tratados no Brasil, em 2004, usufruíram de 492.929 caixas de Ritalina, ou seja, uma média mensal de 41.077. se dividirmos por 4,5 (dose média 30 mg/ dia), resultando em 9.128 pacientes. Tendo uma incidência de 3 a 7% de todas as crianças, 4% dos adultos, sendo três vezes mais freqüente em meninos que em meninas, já o tipo clínico predominantemente desatento é mais comum em meninas. Existem muitos mitos envolvendo o TDAH, entre os quais temos: TDAH é um transtorno extremamente bem pesquisado e com validade reconhecida superior à maioria dos transtornos mentais. É um distúrbio e não falta de educação, agressividade gratuita ou grosseria. Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade não é uma doença inventada! Entre as suas características estão: desatenção, hiperatividade e impulsividade aparecem de forma isolada ou combinada, os sintomas não aparecem quando a pessoa está em alta motivação, mais propriamente é um distúrbio do desenvolvimento da inibição e do autocontrole. Evidências de Desatenção Cometem erros por puro descuido, tem dificuldade em sustentar a atenção, parece não escutar quando lhe falam, deixam de completar tarefas ou seguir instruções gradativas, não agem organizadamente, evitam tarefas que exigem esforço mental ou concentração, perdem objetos, distraem-se com facilidade e possuem um esquecimento habitual. Eles confundem as matérias, por exemplo, colocam textos de português em cadernos de história. Gozam de pouca popularidade no meio social, tornando-se às vezes agressivos e briguentos, mentem e apresentam oposição frontal aos adultos, além de alguns praticarem o furto. Dentre os decorrentes sintomas estão: Baixa auto-estima; Fácil desistência frente às dificuldades; Aborrecimento e frustração na escola; Deterioração do relacionamento com os pares; Intolerância às situações monótonas e repetitivas; Competência comunicativa comprometida; Fracasso escolar e rejeição social. Evidências de Hiperatividade Estão sempre se movimentando na cadeira, além de não conseguirem se manter sentados, estão sempre correndo e subindo (sensação de inquietação), não desenvolvem atividades sossegadamente, devido à sua “eletricidade” e a falarem muito, possuem dificuldades para seguir padrões e regras de comportamento. Evidências da Impulsividade Respondem precipitadamente antes do término da pergunta, tem dificuldade de esperar sua vez, interrompem ou se intrometem em várias situações relacionais. Dificuldades em Sala de Aula Os educandos apresentam atividade excessiva, inabilidade para esperar, falhas na sustentação da atenção em tarefas rotineiras, dificuldades para terminar tarefas, deveres e avaliações dentro do tempo. Além de possuírem planejamento e organização do tempo deficitário, dificuldades para elaborar textos e baixa auto-estima. Tais características podem acarretar conseqüências a longo prazo como menos anos de educação completados, maior abuso de drogas, menor auto-estima, habilidades sociais pobres, mais tentativas de suicídio, maior isolamento social, maior número de comorbilidades psiquiátricas e mais acidentes e de maior gravidade. Tendo em vista estes fatores a escola pode ajudar por meio de pessoas treinadas que podem focar suas atitudes no comportamento e terapia (não atribuindo culpa), na cognição (não focando no baixo desempenho), na meditação (não considerar milagrosa), com ações de controle combinados de atitudes e “preço” por não cumprir, comunicação com os pais e profissionais de saúde (com freqüência e sentimento de ter um aliado). Contudo, para se alcançar estes objetivos em sala se faz de extrema importância a capacitação dos professores com o intuito do desenvolvimento saudável das crianças, sobretudo no que se refere à assistência contínua visando minimizar os problemas causados pela desatenção, hiperatividade e impulsividade. O educador precisa se envolver muito mais quando possui portadores de TDAH em sala, os professores que lidam com crianças portadoras desta síndrome precisam ter disposição para mudar seu próprio comportamento em função dos delas, sendo peça fundamental para o sucesso desses alunos e a habilidades a se desenvolver são as mesmas para todos os alunos; o diferencial é o constante suporte que precisa ser dado, proporcionando estrutura, organização e constância. Colocando a criança perto de colegas que não o provoquem, encorajando, elogiando na busca por torná-lo mais afetuoso. Buscando um ambiente acolhedor, repudiando a segregação do aluno, trabalhando e favorecendo os pequenos grupos, num trabalho de cumplicidade com a família e terapeutas, desenvolvendo pequenas tarefas que ajudem na sua auto-percepção, deixando seus limites e objetivos claros, assegurando que as solicitações sejam claras, simples e fornecidas uma de cada vez. Conhecendo mais... Os adultos geralmente reagem negativamente, apresentam raiva, decepção ou aflição com irritabilidade dos pais e professores, conflitos familiares, na escola ou em outros grupos sociais, além da sensação de desorganização. Suas possíveis causas são alterações metabólicas e hormonais, hereditariedade, intoxicação por chumbo, sofrimento fetal, complicações no parto ou abuso de substâncias durante a gestação. O tratamento pode se dar por vias medicamentosas acompanhadas por um médico (neuropediatra ou neuropsiquiatra), por psicoterapia e/ ou psicopedagogia com as crianças e com orientação aos pais e professores. O Psicólogo e o Psicopedagogo institucional, podem ainda auxiliar os pais e professores encaminhando e acompanhando o adequado processo diagnóstico e de conhecimento das reais dificuldades e necessidades daquele sujeito. Conclusão Conclui-se que apesar da “dificuldade de aprendizado”, essa criança é geralmente muito inteligente. Sabe que determinados comportamentos não são aceitáveis. Apesar do desejo de agradar e de ser educada e contida, ela não consegue se controlar. Ela sabe que é inteligente, mas não consegue desacelerar o sistema nervoso, a ponto de utilizar o potencial mental necessário para uma tarefa. O verdadeiro comportamento hiperativo interfere na vida familiar, escolar e social da criança. As crianças hiperativas têm dificuldade em prestar atenção a aprender. Como são incapazes de filtrar estímulos, são facilmente distraídas. Essas crianças podem falar muito, alto demais e em momentos inoportunos. São impulsivas e não param para olhar ou ouvir.